O amor não admite não ver aquilo que ama. Não consideraram todos os santos ser pouca coisa aquilo que obtinham quando não viam a Deus? [...] Por isso Moisés ousa dizer: «Se alcancei graça aos Teus olhos, revela-Me o Teu rosto» (Ex 33, 13). E diz o salmista: «Revela-nos o Teu rosto» (Sl 79,4). Não era por isso que os pagãos construíam ídolos? No seio do próprio erro, eles viam com os olhos o que adoravam.
Deus sabia, pois, que os mortais se atormentavam no desejo de O ver. O que Ele escolheu para se revelar era grande na terra e não era o mais pequeno nos céus. Porque o que, na terra, Deus fez semelhante a Si não podia ficar sem honra nos céus: «Façamos o ser humano à Nossa imagem e semelhança», diz (Gn 1, 26). [...] Que ninguém pense, pois, que Deus fez mal em vir aos homens por meio de um homem. Ele fez-Se carne entre nós para ser visto por nós.
São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja
Sermão 147
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
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