Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Kon-Katidral ta’ San Ġwann - La Valetta - Malta

A Igreja de São João, mais conhecida como Co-Catedral de S. João (em maltês: Kon-Katidral ta’ San Ġwann), localizada em La Valetta, Malta, foi construída pelos Cavaleiros de S. João entre 1573 e 1578. Incumbida pelo Grão-Mestre Jean de la Cassière em 1572 como igreja conventual da Ordem dos Cavaleiros de S. João do Hospital - conhecidos como Hospitalários ou Cavaleiros de Malta, a Igreja foi desenhada pelo arquitecto militar maltês Gerolamo Cassar que delineou alguns dos edifícios mais proeminentes de La Valetta.

O exterior austero da Catedral, construída imediatamente após o Grande Cerco de 1565, possui reminiscências de um forte militar. O exterior austero da Catedral, construída imediatamente após o Grande Cerco de 1565, possui reminiscências de um forte militar.

O interior, em grande contraste com a fachada, é extremamente ornamentado [1] e foi decorado no auge do período Barroco. O interior foi largamente decorado por Mattia Preti, artista da Calábria e Cavaleiro da Ordem. Preti traçou as complexas paredes de pedra, pintou os tectos abobadados e os altares laterais parecem ao com cenas da vida de S. João. Curiosamente, as figuras pintadas no tecto junto a cada coluna para o espectador parecem inicialmente estátuas a 3 dimensões, mas, sob olhar atento, vemos que o artista criou astutamente a ilusão de uma tridimensionalidade através do uso e da colocação das sombras. Também digno de nota é o facto de que todo o entalhe foi realizado no local (in situ) em vez de as partes terem sido entalhadas de forma independente e, em seguida, ligadas às paredes (através de estuque). O calcário maltês de que a catedral é construída presta-se particularmente bem a estas esculturas intrincadas.

Próximo da entrada principal encontra-se o monumento funerário do Grão-Mestre Fra Marc'Antonio Zondadari de Siena, sobrinho do Papa Alexandre VII.

A Catedral contem oito ricas capelas, cada uma das quais dedicada ao santo padroeiro das 8 línguas (secção ou origens) dos Cavaleiros da Ordem. Do lado esquerdo da igreja encontram-se as seguintes capelas:

A Capela da Liga Anglo-Bávara, outrora conhecida como a Capela da Relíquia, onde os Cavaleiros costumavam manter as relíquias que tinham adquirido ao longo dos séculos.

A Capela da Provença é dedicada a S. Miguel.

A Capela de França é dedicada à Conversão de S. Paulo. Esta capela foi modificada no século XIX. Encontram-se nesta capela os monumentos funerários dos grão-mestres Fra Adrien de Wignacourt e Fra Emmanuel de Rohan-Polduc.

A capela de Itália, dedicada a Santa Catarina de Alexandria, santa padroeira da secção (língua) Italiana.

A Capela da Alemanha é dedicada à Epifania de Cristo. A pintura principal é do pintor maltês Stefano Erardi.

Do lado direito da igreja existem as seguintes capelas:

A Capela do Santíssimo Sacramento, outrora conhecida como a Capela de Nossa Senhora de Filermos. O quadro desta capela é Nossa Senhora de Carafa que é uma cópia da Nossa Senhora de Lanciano. Entre os cavaleiros enterrados nesta capela encontram-se Fra Gian Francesco Abela e Fra Flaminio Balbiano.

A Capela de Auvergne é dedicada a São Sebastião. O único monumento funerário nesta capela é o de Fra Annet de Clermont.

A Capela de Aragão é dedicada a São Jorge. O quadro principal foi pintado por Mattia Preti e é considerado como uma das suas obras-primas. Nesta capela podem-se encontrar os monumentos funerários dos seguintes grão-mestres: Fra Martin de Redin, Fra Raphael Cotoner, Fra Nicolau Cotoner e Fra Ramon Perellós.

A Capela de Castela, Leão e Portugal é dedicada a Santiago Maior. Aqui se encontram os monumentos funerários dos grão-mestres António Manuel de Vilhena e Manuel Pinto da Fonseca.

A Decapitação de S. João Baptista, 1608. Óleo sobre tela, 361 x 520 cm. Oratório da Co-Catedral.
A pintura que A Decapitação de S. João Baptista (1608) de Caravaggio (1571–1610) é a obra mais famosa da igreja. Considerada uma das obras-primas de Caravaggio e o único quadro assinado pelo pintor, a tela é exibida no Oratório para o qual foi pintada. Restaurada em Florença nos finais dos anos 90 do século XX, esta pintura mostra um dos usos mais impressionantes do estilo Chiaroscuro que o tornaram famoso – o círculo de luz que ilumina a cena da decapitação de S. João Baptista a pedido de Salomé. O oratório alberga igualmente o quadro “S. Jerónimo” (1607–1608) também de Caravaggio.

Outra característica impressionante da igreja é o conjunto de lápides de mármore na nave em que foram enterrados cavaleiros importantes. Os cavaleiros mais importantes foram colocados mais perto da frente da igreja. Estes túmulos, ricamente decorados com mármore embutido e com o brasão de armas do cavaleiro enterrados abaixo, tal como imagens relevantes para esse cavaleiro, muitas vezes narram um triunfo em batalha, criando um belo testemunho visual na igreja. Outra obra de arte importante é a escultura de grupo de Mazzuoli atrás do Altar principal.

Junto à igreja está o Museu da Co-Catedral de S. João, possuidor de obras de arte. Entre os conteúdos do museu encontram-se as tapeçarias do Grão-Mestre Fra Ramon Perellós i Rocafull, pinturas dos Grão-Mestres Jean de la Cassière, Nicolau Cotoner e Manuel Pinto da Fonseca, este último que estava na capela lateral, assim como o S. Jorge matando o Dragão de Francesco Potenzano.

Algumas notas pessoais:

A riqueza da Catedral é impressionante pelo estilo barroco flamejante que profusamente cobre a totalidade das paredes. Evidentemente que o material (calcário-cantaria) não terá a mesma “categoria” da “nossa” talha em madeira como por exemplo nas Igrejas de São Francisco ou Santa Clara, no Porto, mas nem por isso deixa de ser artisticamente complexo e belo.

Quanto a mim, o mais impressionante é o pavimento totalmente coberto de sepulturas de cavaleiros cujas lápides enumeram os seus feitos, qualidades e proezas todas em mármore policromado de grande beleza.

Não posso resumir em poucas palavras tudo quanto vi mas termino com uma referência ao Oratório cujas inúmeras pinturas de Carvaggio nos deixam sem fôlego. Principalmente as telas da Decapitação de São João Baptista e de São Jerónimo fizeram-me pensar que estava na presença dos originais das pinturas tantas vezes vistas em catálogos etc.
E senti-me muito feliz e um privilegiado por o Senhor me ter concedido esta “carícia”.

Algo que não pode deixar de chamar a atenção é o “rasto” deixado por São João Paulo II. Lá está o genuflexório onde se ajoelhou em oração quando aqui esteve.
Isto repete-se noutros locais.

Malta tem um Papa daqui oriundo: São Pio V e, naturalmente, existem bastantes referências, estátuas, etc., ao seu nome, mas, repito, São João Paulo II tem um lugar muito particular no coração deste povo como, de resto, no coração de tantos e tantos países que visitou.

António Mexia Alves

29 Jan 19h - Dom Manuel Clemente "Amo a Escola - A visão do Papa Francisco sobre a Educação" - Fundação Maria Ulrich


MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A QUARESMA DE 2015

«Fortalecei os vossos coraçoes» (Tg 5,8)

Amados irmãos e irmãs!

Tempo de renovação para a Igreja, para as comunidades e para cada um dos fiéis, a Quaresma é sobretudo um « tempo favorável » de graça (cf. 2 Cor 6,2). Deus nada nos pede, que antes não no-lo tenha dado: « Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro » (1 Jo 4,19). Ele não nos olha com indiferença; pelo contrário, tem a peito cada um de nós, conhece-nos pelo nome, cuida de nós e vai à nossa procura, quando O deixamos. Interessa-Se por cada um de nós; o seu amor impede-Lhe de ficar indiferente perante aquilo que nos acontece. Coisa diversa se passa connosco! Quando estamos bem e comodamente instalados, esquecemo-nos certamente dos outros (isto, Deus Pai nunca o faz!), não nos interessam os seus problemas, nem as tribulações e injustiças que sofrem; e, assim, o nosso coração cai na indiferença: encontrando-me relativamente bem e confortável, esqueço-me dos que não estão bem!

Hoje, esta atitude egoísta de indiferença atingiu uma dimensão mundial tal que podemos falar de uma globalização da indiferença. Trata-se de um mal-estar que temos obrigação, como cristãos, de enfrentar.

Quando o povo de Deus se converte ao seu amor, encontra resposta para as questões que a história continuamente nos coloca. E um dos desafios mais urgentes, sobre o qual me quero deter nesta Mensagem, é o da globalização da indiferença. Dado que a indiferença para com o próximo e para com Deus é uma tentação real também para nós, cristãos, temos necessidade de ouvir, em cada Quaresma, o brado dos profetas que levantam a voz para nos despertar. A Deus não Lhe é indiferente o mundo, mas ama-o até ao ponto de entregar o seu Filho pela salvação de todo o homem.

Na encarnação, na vida terrena, na morte e ressurreição do Filho de Deus, abre-se definitivamente a porta entre Deus e o homem, entre o Céu e a terra. E a Igreja é como a mão que mantém aberta esta porta, por meio da proclamação da Palavra, da celebração dos Sacramentos, do testemunho da fé que se torna eficaz pelo amor (cf. Gl 5,6). O mundo, porém, tende a fechar-se em si mesmo e a fechar a referida porta através da qual Deus entra no mundo e o mundo n’Ele. Sendo assim, a mão, que é a Igreja, não deve jamais surpreender-se, se se vir rejeitada, esmagada e ferida. Por isso, o povo de Deus tem necessidade de renovação, para não cair na indiferença nem se fe5 char em si mesmo. Tendo em vista esta renovação, gostaria de vos propor três textos para a vossa meditação.

1. «Se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros» (1 Cor 12,26) – A Igreja. Com o seu ensinamento e sobretudo com o seu testemunho, a Igreja oferece-nos o amor de Deus, que rompe esta reclusão mortal em nós mesmos que é a indiferença. Mas, só se pode testemunhar algo que antes experimentámos. O cristão é aquele que permite a Deus revesti-lo da sua bondade e misericórdia, revesti-lo de Cristo para se tornar, como Ele, servo de Deus e dos homens. Bem no-lo recorda a liturgia de Quinta-feira Santa com o rito do lava-pés. Pedro não queria que Jesus lhe lavasse os pés, mas depois compreendeu que Jesus não pretendia apenas exemplificar como devemos lavar os pés uns aos outros; este serviço, só o pode fazer quem, primeiro, se deixou lavar os pés por Cristo. Só essa pessoa « tem parte com Ele » (cf. Jo 13,8), podendo assim servir o homem. A Quaresma é um tempo propício para nos deixarmos servir por Cristo e, deste modo, tornarmo-nos como Ele. Verifica-se isto quando ouvimos a Palavra de Deus e recebemos os sacramentos, nomeadamente a Eucaristia. Nesta, tornamo-nos naquilo que recebemos: o corpo de Cristo. Neste corpo, não encontra lugar a tal indiferença que, com tanta frequência, parece apoderar-se dos nossos corações; porque, quem é de Cristo, pertence a um único corpo e, n’Ele, um não olha com indiferença o outro. « Assim, se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros; se um membro é honrado, todos os membros participam da sua alegria » (1 Cor 12,26). A Igreja é communio sanctorum, não só porque, nela, tomam parte os Santos mas também porque é comunhão de coisas santas: o amor de Deus, que nos foi revelado em Cristo, e todos os seus dons; e, entre estes, há que incluir também a resposta de quantos se deixam alcançar por tal amor. Nesta comunhão dos Santos e nesta participação nas coisas santas, aquilo que cada um possui, não o reserva só para si, mas tudo é para todos. E, dado que estamos interligados em Deus, podemos fazer algo mesmo pelos que estão longe, por aqueles que não poderíamos jamais, com as nossas simples forças, alcançar: rezamos com eles e por eles a Deus, para que todos nos abramos à sua obra de salvação.

2. «Onde está o teu irmão?» (Gn 4,9) – As paróquias e as comunidades Tudo o que se disse a propósito da Igreja universal é necessário agora traduzi-lo na vida das paróquias e comunidades. Nestas realidades eclesiais, consegue-se porventura experimentar que fazemos parte de um único corpo? Um corpo que, simultaneamente, recebe e partilha aquilo que Deus nos quer dar? Um corpo que conhece e cuida dos seus membros mais frágeis, pobres e pequeninos? Ou refugiamo-nos num amor universal pronto a comprometer-se lá longe no mundo, mas que esquece o Lázaro sentado à sua porta fechada (cf. Lc 16,19-31)? Para receber e fazer frutificar plenamente aquilo que Deus nos dá, deve-se ultrapassar as fronteiras da Igreja visível em duas direcções. Em primeiro lugar, unindo-nos à Igreja do Céu na oração. Quando a Igreja terrena reza, instaura-se reciprocamente uma comunhão de serviços e bens que chega até à presença de Deus. Juntamente com os Santos, que encontraram a sua plenitude em Deus, fazemos parte daquela comunhão onde a indiferença é vencida pelo amor. A Igreja do Céu não é triunfante, porque deixou para trás as tribulações do mundo e usufrui sozinha do gozo eterno; antes pelo contrário, pois aos Santos é concedido já contemplar e rejubilar com o facto de terem vencido definitivamente a indiferença, a dureza de coração e o ódio, graças à morte e ressurreição de Jesus. E, enquanto esta vitória do amor não impregnar todo o mundo, os Santos caminham connosco, que ainda somos peregrinos. Convicta de que a alegria 8 no Céu pela vitória do amor crucificado não é plena enquanto houver, na terra, um só homem que sofre e geme, escrevia Santa Teresa de Lisieux, doutora da Igreja: « Muito espero não ficar inactiva no Céu; o meu desejo é continuar a trabalhar pela Igreja e pelas almas » (Carta 254, de 14 de Julho de 1897). Também nós participamos dos méritos e da alegria dos Santos e eles tomam parte na nossa luta e no nosso desejo de paz e reconciliação. Para nós, a sua alegria pela vitória de Cristo ressuscitado é origem de força para superar tantas formas de indiferença e dureza de coração. Em segundo lugar, cada comunidade cristã é chamada a atravessar o limiar que a põe em relação com a sociedade circundante, com os pobres e com os incrédulos. A Igreja é, por sua natureza, missionária, não fechada em si mesma, mas enviada a todos os homens. Esta missão é o paciente testemunho d’Aquele que quer conduzir ao Pai toda a realidade e todo o homem. A missão é aquilo que o amor não pode calar. A Igreja segue Jesus Cristo pela estrada que a conduz a cada homem, até aos confins da terra (cf. Act 1,8). Assim podemos ver, no nosso próximo, o irmão e a irmã pelos quais Cristo morreu e ressuscitou. Tudo aquilo que recebemos, recebemo-lo também para eles. E, vice-versa, tudo o que estes irmãos possuem é um dom para a Igreja e para a humanidade inteira. Amados irmãos e irmãs, como desejo que os lugares onde a Igreja se manifesta, particularmente as nossas paróquias e as nossas comunidades, se tornem ilhas de misericórdia no meio do mar da indiferença!

3. «Fortalecei os vossos corações» (Tg 5,8) – Cada um dos fiéis Também como indivíduos temos a tentação da indiferença. Estamos saturados de notícias e imagens impressionantes que nos relatam o sofrimento humano, sentindo ao mesmo tempo toda a nossa incapacidade de intervir. Que fazer para não nos deixarmos absorver por esta espiral de terror e impotência? Em primeiro lugar, podemos rezar na comunhão da Igreja terrena e celeste. Não subestimemos a força da oração de muitos! A iniciativa 24 horas para o Senhor, que espero se celebre em toda a Igreja – mesmo a nível diocesano – nos dias 13 e 14 de Março, pretende dar expressão a esta necessidade da oração. Em segundo lugar, podemos levar ajuda, com gestos de caridade, tanto a quem vive próximo de nós como a quem está longe, graças aos inúmeros organismos caritativos da Igreja. A Quaresma é um tempo propício para mostrar este interesse pelo outro, através de um sinal – mesmo pequeno, mas 10 concreto – da nossa participação na humanidade que temos em comum. E, em terceiro lugar, o sofrimento do próximo constitui um apelo à conversão, porque a necessidade do irmão recorda-me a fragilidade da minha vida, a minha dependência de Deus e dos irmãos. Se humildemente pedirmos a graça de Deus e aceitarmos os limites das nossas possibilidades, então confiaremos nas possibilidades infinitas que tem de reserva o amor de Deus. E poderemos resistir à tentação diabólica que nos leva a crer que podemos salvar-nos e salvar o mundo sozinhos. Para superar a indiferença e as nossas pretensões de omnipotência, gostaria de pedir a todos para viverem este tempo de Quaresma como um percurso de formação do coração, a que nos convidava Bento XVI (Carta enc. Deus caritas est, 31). Ter um coração misericordioso não significa ter um coração débil. Quem quer ser misericordioso precisa de um coração forte, firme, fechado ao tentador mas aberto a Deus; um coração que se deixe impregnar pelo Espírito e levar pelos caminhos do amor que conduzem aos irmãos e irmãs; no fundo, um coração pobre, isto é, que conhece as suas limitações e se gasta pelo outro. Por isso, amados irmãos e irmãs, nesta Quaresma desejo rezar convosco a Cristo: « Fac cor nostrum secundum cor tuum – Fazei o nosso coração semelhante ao vosso » (Súplica das Ladainhas ao Sagrado Coração de Jesus). Teremos assim um coração forte e misericordioso, vigilante e generoso, que não se deixa fechar em si mesmo nem cai na vertigem da globalização da indiferença. Com estes votos, asseguro a minha oração por cada crente e comunidade eclesial para que percorram, frutuosamente, o itinerário quaresmal, enquanto, por minha vez, vos peço que rezeis por mim. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos guarde!

Vaticano, 4 de Outubro de 2014.

Festa de São Francisco de Assis.



Fazer a vondade de Deus

Imagem de arquivo de 17.11.2014
Eu rezo para que o Senhor me dê a vontade de fazer a sua vontade ou busco acordos porque tenho medo da vontade de Deus? Outra coisa: rezar para conhecer a vontade de Deus em relação a mim e à minha vida, sobre a decisão que devo tomar agora. Sobre a maneira de administrar as coisas… A oração para querer fazer a vontade de Deus, e a oração para conhecer a Sua vontade. E quando conheço a vontade de Deus, com a oração pela terceira vez: realizá-la. Para realizar a vontade, que não é a minha, mas é Sua. E não é fácil.

Papa Francisco na homilia na Capela do Espírito Santo da Casa da Santa Marta em 27.01.2015

JPR

As mulheres enquanto elo fundamental na transmissão da fé

Ocorre-me este pensamento, mas porque serão principalmente as mulheres a transmitir a fé? Simplesmente porque aquela que trouxe Jesus é uma mulher. Ele quis ter uma Mãe, também o dom da fé passa através das mulheres, como Jesus passou por Maria.

Papa Francisco na homilia na Capela do Espírito Santo da Casa da Santa Marta em 26.01.2015, título e tradução do italiano da responsabilidade de JPR

«Aquele que fizer a vontade de Deus, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe.»

Papa Francisco 
Encíclica «Lumen fidei / A luz da fé», § 58 (trad. © Libreria Editrice Vaticana, rev)


Na parábola do semeador, São Lucas refere estas palavras com que o Senhor explica o significado da «terra boa»: «São aqueles que, tendo ouvido a palavra com um coração bom e virtuoso, a conservam e dão fruto com a sua perseverança» (Lc 8, 15). […] A menção do coração bom e virtuoso, em referência à Palavra ouvida e conservada, pode constituir um retrato implícito da fé da Virgem Maria; o próprio evangelista nos fala da memória de Maria, dizendo que conservava no coração tudo aquilo que ouvia e via, de modo que a Palavra produzisse fruto na sua vida. A Mãe do Senhor é ícone perfeito da fé, como dirá Santa Isabel: «Feliz de ti que acreditaste» (Lc 1, 45).

Em Maria, Filha de Sião, tem cumprimento a longa história de fé do Antigo Testamento, com a narração de tantas mulheres fiéis a começar por Sara; mulheres que eram, juntamente com os Patriarcas, o lugar onde a promessa de Deus se cumpria e a vida nova desabrochava. Na plenitude dos tempos, a Palavra de Deus dirigiu-se a Maria, e Ela acolheu-a com todo o seu ser, no seu coração, para que n’Ela tomasse carne e nascesse como luz para os homens. […] De facto, na Mãe de Jesus, a fé mostrou-se cheia de fruto e, quando a nossa vida espiritual dá fruto, enchemo-nos de alegria, que é o sinal mais claro da grandeza da fé. Na sua vida, Maria realizou a peregrinação da fé seguindo o seu Filho (Vat.II, «Lumen Gentium» 58). Assim, em Maria, o caminho de fé do Antigo Testamento foi assumido no seguimento de Jesus e deixa-se transformar por Ele, entrando no olhar próprio do Filho de Deus encarnado.

O Evangelho do dia 27 de janeiro de 2015

Nisto chegaram Sua mãe e Seus irmãos, os quais, ficando fora, O mandaram chamar. Estava muita gente sentada à volta d'Ele. Disseram-Lhe: «Eis que Tua mãe e Teus irmãos estão lá fora e procuram-Te». Ele respondeu-lhes: «Quem é Minha mãe e quem são Meus irmãos?». E, olhando para os que estavam sentados à volta d'Ele, disse: «Eis Minha mãe e Meus irmãos. Porque quem fizer a vontade de Deus, esse é Meu irmão, Minha irmã e Minha mãe».

Mc 3, 31-35