Pois,
não esperavas que a morte
te viesse,
por uma coisa,
a que chamam “ignição”!!!
Já nem tens direito
a morrer num incêndio,
porque os homens sem coração,
lhe chamam apenas,
“ignição”!!!
Mudam-se as palavras,
talvez para conter,
para fazer morrer,
a indignação!!!
Em Lisboa,
cumprem-se minutos de silêncio,
como se isso apaziguasse,
os corações feridos,
pelos que morrem no incêndio!
E não só os que morrem,
que perdem a vida,
“obrigados” a perdê-la,
mas também os que perdem a história,
porque se perdeu a memória.
“Ay, Deus e u é”,
cantava o Rei,
e nós olhávamos,
a obra que o Rei cantava!
Já não há obra,
já não há Rei,
já não há pinhal,
nem vida,
dos que partiram!
Resta-nos Deus,
que “e u é”,
para que a esperança viva,
não nos homens,
não no mundo,
mas na confiança,
de que ainda existe o bem,
e de que a obra de Deus,
não pode ser extinta,
pela Sua criatura,
que Ele na Sua bondade,
quis fazer homem.
Choremos,
podemos chorar,
e a chorar rezemos,
porque uma coisa é sempre certa:
Deus não nos há-de faltar!!!
Marinha Grande, 21 de Outubro de 2017
Joaquim Mexia Alves
https://queeaverdade.blogspot.pt/2017/10/a-inclemencia-dos-homens.html
Obrigado, Perdão Ajuda-me
domingo, 22 de outubro de 2017
São Josemaría Escrivá nesta data em 1946
Reza diante da imagem de Nossa Senhora de la Merced, em Barcelona. Anos mais tarde dirá: “Pouco a pouco vai-se cumprindo o que tanto desejava naqueles anos quarenta, quando ia ajoelhar-me aos pés da Virgem na Basílica de la Merced e não poucas vezes também ante a imagem de Nossa Senhora de Montserrat, na sua Santa Montanha; quando falava então aos meus filhos dessa amadíssima cidade e lhes recordava as palavras de S. João: veritas liberavit vos (Jo 8, 32), a verdade far-vos-á livres”.
Bom Domingo do Senhor!
Tenhamos sempre a humildade de saber que nunca seremos capazes de O surpreender como arrogantemente pensaram os fariseus e os herodianos de que nos fala o Evangelho de hoje (Mt 22, 15-21). Jesus Cristo Nosso Senhor a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, sendo Deus tudo sabe e tudo conhece e portanto só um soberbo com uma visão estritamente terrena poderá pensar que O apanha desprevenido.
Louvado seja Jesus Cristo Nosso Senhor!
«Inside information» (acesso a informação qualificada)
Uma esplêndida celebração dos
100 anos do milagre de Fátima foi a iniciativa de Bernardo Motta e da editora
Principia de publicarem uma centena e meia de testemunhos de pessoas que
assistiram ao milagre do sol, em Fátima, no dia 13 de Outubro de 1917. Estes e muitos
outros documentos estão disponíveis em colecções mais completas, mas essas
edições são tão extensas que o público tem dificuldade em as consultar e ocupam
tantos volumes que não cabem na prateleira lá de casa.
Sem ser exaustivo, o livro de
Bernardo Motta é uma síntese essencial sobre o milagre de 13 de Outubro. Não
trata propriamente da mensagem nem das aparições, apenas do milagre. Depois de
uma pequena introdução, interessante, sucedem-se os textos: cartas à família, descrições
de académicos, textos de ortografia rudimentar, depoimentos de crentes e de
cépticos, de jornalistas profissionais e de gente muito simples.
Provavelmente, quem lê esta
centena e meia de relatos fica melhor informado que as próprias testemunhas
oculares, porque cada uma tinha o seu ponto de vista, de local e de
circunstâncias, e a imagem global é ainda mais rica e completa que todas as
histórias pessoais. Algures na introdução, Bernardo Motta diz que quem quiser
saber algo sobre o assunto tem de partir da experiência de quem lá esteve e viu.
Este ponto, parece-me essencial.
As estimativas avaliam a
multidão em várias dezenas de milhares. As fotografias do judeu Judah Ruah (na
altura, a fotografia era uma técnica sofisticada, reservada a poucos) mostram
uma massa humana que se estende até onde a fotografia consegue alcançar. Como
se sabe, além do público que estava em Fátima, o milagre foi observado por
algumas outras pessoas, dispersas num raio de uns 50 quilómetros.
Os pormenores das descrições são
variados, mas os factos principais são claros. Com meses de antecedência, três
crianças deram a notícia de que Nossa Senhora lhes tinha aparecido. Em Julho,
disseram que Nossa Senhora lhes tinha prometido um milagre para o dia 13 de
Outubro. Ninguém imaginou o que poderia ser, apenas que seria uma intervenção patente
de Deus. No dia 13, chovia intensamente, o terreno estava enlameado e coberto
de água. Por volta do meio-dia, uma das crianças pede ao povo que ajoelhe e
feche os guarda-chuvas, o milagre está iminente. Corre a mensagem pela multidão
e muitos ajoelham e fecham os guarda-chuvas; outros, mais prudentes, preferem
manter-se abrigados e não se sujar na lama. Então, de repente, durante uns 8 a
10 minutos, vê-se o sol como um prato luminoso, que se pode fitar sem incómodo,
mudar de cor, rodar no espaço, aproximar-se da Terra acompanhado por uma
sensação de calor mais intenso. A luz não cegava, mas a radiação era forte,
como se o Sol estivesse mais perto da Terra. Três vezes, elevou-se uma pequena
coluna de nuvens do local onde estavam as três crianças, mas nada ardeu nem se
formaram nuvens noutros locais. Ninguém da multidão viu Nossa Senhora, ou S.
José, ou o Menino Jesus. No final, o sol voltou ao normal; os fatos que estavam
encharcados ficaram secos e quem se ajoelhou na lama levantou-se com o fato
limpo. É curioso que certas pessoas que preferiram não fechar o guarda-chuva e não
ajoelhar, no fim estavam ensopadas e salpicadas de lama.
Só encontro umas mil
explicações para o que aconteceu. Pode ter sido uma nuvem de insectos que tapou
o sol a grande altura e reflectiu a sua luz às cores, em direcções variadas;
pode ter sido uma conjunção de massas de ar quente e de massas de ar frio que
formaram lentes de dimensão atmosférica e misturaram diversos arco-íris num
baile alucinante de luz. Pode ter sido de várias maneiras, mas eu só consigo
imaginar umas mil alternativas de explicação.
O que também é verdade é que
nada disto acontece habitualmente. E ninguém consegue prever tais coincidências
meteorológicas ou bio-meteorológicas, muito menos crianças iletradas. Menos ainda,
alguém prevê uma coisa destas com meses de antecedência e anuncia o momento em
que o espectáculo vai agora começar, sem haver um indício.
Para mim, é evidente que as crianças tiveram acesso a
informação qualificada. Aliás, elas não o esconderam. Reconhecem que não foi
dedução científica, foi simplesmente Nossa Senhora que lhe disse que aquilo ia
acontecer.
José Maria C.S. André
22-X-2017
Spe Deus
«Resplandeça sobre nós, Senhor, a luz da tua face!» (Sl 4,7)
Santo António de Lisboa (c. 1195-1231), franciscano, doutor da Igreja
Sermões para o Domingo e as festas dos santos
Sermões para o Domingo e as festas dos santos
Do mesmo modo que essa moeda tem a imagem de César, também a nossa alma é feita à imagem da Santíssima Trindade, como diz o salmo: «Resplandeça sobre nós, Senhor, a luz da tua face!» (Sl 4,7). […] Senhor, a luz da tua face, isto é, a luz da tua graça, que estabelece em nós a tua imagem e nos torna semelhantes a Ti, está impressa em nós, ou seja, está impressa na nossa razão, que é a potência mais elevada da nossa alma, e recebe essa luz como a cera recebe a marca de um sinete. A face de Deus é a nossa razão; pois, da mesma maneira que conhecemos cada um pela sua face, assim conhecemos a Deus pelo espelho da razão. Mas essa razão foi deformada pelo pecado do homem, pois o pecado torna o homem oposto a Deus. A graça de Cristo reparou a nossa razão. É por isso que o apóstolo Paulo diz aos Efésios: «Renovai o vosso espírito» (cf 4,23). O tema da luz, mencionado neste salmo, é, pois, a graça que restaura a imagem de Deus, impressa na nossa natureza. […]
Toda a Trindade marcou o homem à sua semelhança: pela memória, ele parece-se com o Pai; pela inteligência, parece-se com o Filho; pelo amor parece-se com o Espírito Santo. […] Quando foi criado, o homem foi feito «à imagem e semelhança de Deus» (Gn 1,26): sua imagem no conhecimento da verdade; sua semelhança no amor à virtude. A luz da face de Deus é, pois, a graça que nos justifica e revela de novo a imagem criada. Essa luz constitui todo o bem do homem, o seu verdadeiro bem; ela marca-o, tal como a imagem do imperador marca a moeda de prata. Por isso o Senhor acrescenta: «Dai a César o que é de César.» Como se dissesse: da mesma forma que atribuís a César a sua imagem dai também a Deus a vossa alma, ornada e marcada pela luz da sua face.
Toda a Trindade marcou o homem à sua semelhança: pela memória, ele parece-se com o Pai; pela inteligência, parece-se com o Filho; pelo amor parece-se com o Espírito Santo. […] Quando foi criado, o homem foi feito «à imagem e semelhança de Deus» (Gn 1,26): sua imagem no conhecimento da verdade; sua semelhança no amor à virtude. A luz da face de Deus é, pois, a graça que nos justifica e revela de novo a imagem criada. Essa luz constitui todo o bem do homem, o seu verdadeiro bem; ela marca-o, tal como a imagem do imperador marca a moeda de prata. Por isso o Senhor acrescenta: «Dai a César o que é de César.» Como se dissesse: da mesma forma que atribuís a César a sua imagem dai também a Deus a vossa alma, ornada e marcada pela luz da sua face.
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