Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Fortes e pacientes: serenos

Se, por teres o olhar fixo em Deus, souberes manter-te sereno no meio das preocupações; se aprenderes a esquecer as ninharias, os rancores e as invejas; pouparás muitas energias, que te fazem falta para trabalhar com eficácia, em serviço dos homens. (Sulco, 856)

Quem sabe ser forte não se deixa invadir pela pressa de conquistar logo o fruto da sua virtude; é paciente. A fortaleza leva-nos realmente a saborear a virtude humana e divina da paciência. Mediante a vossa paciência, possuireis as vossas almas (Lc XXI, 19). A posse da alma exprime-se na paciência, que, na verdade, é raiz e custódia de todas as virtudes. Nós possuímos a alma com a paciência, porque, aprendendo a dominar-nos a nós mesmos, começamos a possuir aquilo que somos . E é esta paciência que nos leva também a ser compreensivos com os outros, persuadidos de que as almas, como o bom vinho, melhoram com o tempo.

Fortes e pacientes: serenos. Mas não com a serenidade daquele que compra a tranquilidade pessoal à custa de se desinteressar dos seus irmãos ou da grande tarefa, que corresponde a todos, de difundir ilimitadamente o bem por todo o mundo. Serenos, porque há sempre perdão, porque tudo tem remédio, menos a morte, e, para os filhos de Deus, a morte é vida. Serenos, ainda que seja só para poder actuar com inteligência: quem conserva a calma está em condições de reflectir, de estudar os prós e os contras de cada problema, de examinar judiciosamente os resultados das acções previstas. E depois, sossegadamente, pode intervir com decisão. (Amigos de Deus, 78–79)

São Josemaría Escrivá

Fé e amor matrimonial

O homem e a mulher, diz-nos o Catecismo no número 372, são feitos um para o outro. Não é que Deus os tenha feito “a meias” e “incompletos”. Criou-os para uma comunhão de pessoas, em que cada um pode ser ajuda para o outro. São, ao mesmo tempo, iguais enquanto pessoas e complementares enquanto masculino e feminino.

Por esse motivo, amar também é estimar as diferenças que existem entre o homem e a mulher. Diferenças queridas por Deus desde o princípio da Criação.

A maior felicidade a que uma mulher pode aspirar no seu casamento é que o marido que está lá em casa seja verdadeiramente um homem. No entanto, esse facto vai ter como consequências inúmeras rudezas e indelicadezas que ela saberá aceitar e amar porque entende que ele é “diferente”.

E aquilo que um marido mais deve pretender para a sua felicidade matrimonial é que a sua esposa seja de verdade uma mulher, apesar de todos os aborrecimentos que lhe possa causar a sua misteriosa e delicada afectividade.

O homem precisa dessas qualidades femininas que lhe faltam e a mulher das qualidades masculinas. É um apoio específico que o homem não encontra nos outros homens, nem a mulher nas outras mulheres.

O problema é que, como diz R. Llano Cifuentes, a nossa época está cativada pelo mito narcisista do “amor sentimental”. Mito que oscila entre o romantismo dourado da paixão que “tudo justifica” e o cinismo duro como o diamante que dá um pontapé no traseiro do outro com estas palavras de “carinho”: “Sinto muito… acabou-se o amor”.

Um exemplo muito actual deste cinismo traduzido em palavras sentimentais e enganosas: “Quando o amor começa a murchar não há muito a fazer. O melhor mesmo é procurar que ele morra sem muita dor”. Uma espécie de eutanásia aplicada “suavemente” ao amor matrimonial.

É fundamental que os casais que se dizem cristãos vivam e saibam transmitir aos outros a alegria do amor gratuito. Um amor sem cálculo, amadurecido, abnegado, que encontra de forma paradoxal a sua maior gratificação sob a forma de felicidade. O amor, mesmo quando inclui o sacrifício ― e, se for genuíno, sempre o incluirá ― é a fonte secreta da felicidade matrimonial.

Porquê tantas crises conjugais nos nossos dias? Talvez porque muitas pessoas perderam a noção de quem são, de onde vêm, para onde vão e o que fazem por aqui. Essas crises conjugais procedem antes de mais nada de crises existenciais. A perda da convicção de se estar a caminhar com passo firme para a felicidade eterna ― a perda da fé ― gera um processo de dolorosa crise existencial e, consequentemente, também matrimonial.

Pelo contrário, a fé profunda traz consigo uma enorme energia vital, uma força e uma paz da qual só podem falar aqueles que a experimentam. Essa força passa de um cônjuge para o outro, e destes para os filhos.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria