Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Conta-lhe tudo o que te acontece

– Queres amar a Virgem? – Pois então conversa com Ela! – Como? – Rezando bem o Rosário de Nossa Senhora. Mas, no Rosário... dizemos sempre o mesmo! – Sempre o mesmo? E não dizem sempre a mesma coisa os que se amam?... (Prólogo ao Santo Rosário)

Quanto cresceriam em nós as virtudes sobrenaturais se conseguíssemos verdadeira devoção a Maria, que é Nossa Mãe! Não nos importemos de lhe repetir durante todo o dia – com o coração, sem necessidade de palavras – pequenas orações, jaculatórias. A devoção cristã reuniu muitos desses elogios carinhosos na Ladainha que acompanha o Santo Rosário. Mas cada um de nós tem a liberdade de os aumentar, dirigindo-lhe novos louvores, dizendo-lhe o que – por um santo pudor que Ela entende e aprova – não nos atreveríamos a pronunciar em voz alta.

Aconselho-te – para terminar – que faças, se o não fizeste ainda, a tua experiência particular do amor materno de Maria. Não basta saber que Ela é Mãe, considerá-la deste modo, falar assim d'Ela. É tua Mãe e tu és seu filho; quer-te como se fosses o seu único filho neste mundo. Trata-a de acordo com isso: conta-lhe tudo o que te acontece, honra-a, ama-a. Ninguém o fará por ti, tão bem como tu, se tu não o fizeres.

Asseguro-te que, se empreenderes este caminho, encontrarás imediatamente todo o amor de Cristo; e ver-te-ás metido na vida inefável de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Conseguirás forças para cumprir bem a Vontade de Deus, encher-te-ás de desejos de servir todos os homens. Serás o cristão que às vezes sonhas ser: cheio de obras de caridade e de justiça, alegre e forte, compreensivo com os outros e exigente contigo mesmo.

Este e não outro é o carácter da nossa fé. Recorramos a Santa Maria, que Ela nos acompanhará com um passo firme e constante. (Amigos de Deus, 293)

São Josemaría Escrivá

MISTÉRIOS DO EVANGELHO Décimo terceiro Mistério

Choro de Jesus
«Quando estavam perto da porta da cidade, viram que levavam um defunto a sepultar, filho único de sua mãe, que era viúva; e, a acompanhá-la, vinha muita gente da cidade. Vendo-a, o Senhor compadeceu-se dela e disse-lhe: Não chores.» (Lc 7, 12-13)

Insatisfação

Uma aparente insatisfação de não fazer o que devia fazer, como e quando. Sinto esta ânsia de perfeição pessoal que a cada momento parece estar ao meu alcance para logo se afastar para bem longe.

Queria um julgamento agora, que o Senhor me dissesse claramente: ‘Não posso prosseguir sem que primeiro aproveites todas as oportunidades que te dou continuamente.
Choras?
Mas choras por Mim ou por ti? Porque não alcanças o que desejas ou porque não te esforças o suficiente? Choras porque és pouca coisa e gostavas de ser mais ou choras porque nem mesmo o pouco que és consegues fazer o que deves? Falta-te a vontade e sobra-te o desejo.
Choras porque não passas das intenções, das belas palavras, dos propósitos bem estruturados e não segues em frente como deves com o que tens, tudo o que tens e é muito porque fui Eu Quem to deu e bem sabes como sou generoso. Sim, António, o que tens é o bastante, suficiente para me dares o que te exijo: que sejas bom, puro e santo’.


(ama, Malta, 20 de Maio 2016)

Eu também choro e, ás vezes – tantas – por motivos puramente pessoais porque, o chorar, parece ser uma consuquência natural de sofrimento interior.
“Possa eu, meu Senhor, passar este dia sem chorar por Ti, tal como mandasTe: «Não choreis por Mim, chorai antes por vós e vossos filhos (cfr. Lc. 23, 28), mas chorar, contritamente por mim, pelas minhas faltas, chorar também pelas faltas de todos os homens. (AMA, Refexões, Sexta-Feira Santa, 2016)
“Sorriso? Sim… porque se tenho motivos para chorar eles não me impedem de sorrir. Talvez pareça - e talvez seja - pateta chorar e rir ao mesmo tempo mas não é verdade que se chora de alegria?

Tenho de viver todos dias
(E as noites também)
Com uma força que não tenho
Com ânimo que não vem
Do simples desejo de querer
Outras coisas que não sei
Não conheço nem adivinho.

Não... não estou sozinho
Nesta luta diária, constante
Ando para trás e para diante
Parar não posso nem quero
Sei que morro a cada instante
E que me levanto outra vez
Mais vivo se possível,
Desperto e preparado
Para o que passa acontecer.

Viver?
Sim, viver!...

(ama, Malta, 08.05.2016)

(AMA, 2019)

Santo Rosário - Mistérios da Luz - Quinto Mistério

Instituição da Eucaristia

Talvez o maior milagre de Amor que podemos constatar e usufruir.

Que outra coisa senão o Amor incomensurável de Cristo Nosso Senhor pelos Seus irmãos os homens poderia estar na origem da Santíssima Eucaristia?

Ficar, verdadeiramente ficar em Corpo, Sangue, Alma e Divindade para sempre, para sempre!

Estamos em plena Ceia, a última que Jesus celebra com os Seus discí­pulos mais próximos.

Uma sequência de gestos do Senhor plenos de significado e profunda­mente marcantes.

Há no ambiente algo inusitado que todos adivinham sério, importante, grave.

Começa por lavar os pés aos doze o primeiro ensinamento - como di­ríamos hoje - para "memória futura": servir!

Depois o episódio em que Judas é o protagonista: a traição!

Jesus tem o coração cada vez mais" apertado " mas, mesmo assim, não revela a terrível verdade.

Segue-se o longo discurso que é como que uma declaração testamen­tária: o amor!

Finalmente esse mesmo Amor como que "cede" ante a perplexidade triste dos onze e Jesus institui a Sagrada Eucaristia dando-lhes o poder de renovar - para sempre - esse extraordinário testemunho.

E, nós, cristãos de hoje, passados mais de dois mil anos, podemos participar nessa Ceia, receber o Santíssimo Corpo Alma e Divindade do nosso Salvador.

Passados a noite e o dia da Paixão, quando o corpo de Jesus repousa finalmente no sepulcro, o que terão contado a Nossa Senhora?

Como ela terá compreendido a verdadeira "dimensão" da Eucaristia e, seguramente, como com doçura e paciência de Mãe, a terá explicado aos pobres e inconsoláveis discípulos!

Ela é o refúgio seguro - o único que têm - e sabem que podem confiar absolutamente nos seus conselhos e orientações.

A Mãe do Redentor, como que é o traço que une o Filho morto na Cruz aos homens seus irmãos que, nos derradeiros momentos da Sua vida terrena, lhe entregou como filhos.

(ama, Malta, Abril de 2016


São João Paulo II acrescentou estes “Mistérios” a que chamou da Luz – ou Luminosos– ao Rosário de Nossa Senhora.

Não sei, evidentemente, a razão que terá levado o Santo Pontífice a fazê-lo e alguém poderá questionar o que têm a ver com o Rosário Mariano.

Têm tudo a ver porque a vida de Nossa Senhora está tão intimamente unida à do Seu Filho, nosso Salvador, que me parece muito lógico e adequado.

Os Cinco Mistérios levam-nos a considerar, principalmente, a instituição dos sacramentos que Jesus nos quis deixar como preciosos e imprescindíveis meios para obter a Salvação Eterna que nos ganhou na Cruz.

A excepção mais a excepção da excepção

As escolas não estatais financiadas pelo Governo português viveram até agora de uma excepção muito curiosa.

Há mais de um século que os nossos Governos se propõem controlar a 100% a educação, mas a sociedade resiste e, enquanto não têm força, os Governos transigem nalgumas excepções. Foi assim com os maçons da Primeira República, com Salazar e Marcello Caetano e é assim com os Governos posteriores ao 25 de Abril. Nuns casos, a motivação é tirar a liberdade aos católicos, noutros casos é tirar a liberdade a todos. O facto é que avançam sempre no mesmo sentido.

A Primeira República chegou à violência física. Salazar foi menos agressivo, mas criou todos os entraves possíveis, chegando a limites caricatos. Por exemplo, as escolas não estatais que colaborassem na alimentação dos alunos, pagavam imposto hoteleiro.

Em tempos de Marcello Caetano, o Ministro Veiga Simão fechou administrativamente um bom número de escolas e, na província, construiu escolas estatais ao lado dos colégios com mais êxito. O mapa escolar ficou cómico: em extensas regiões com falta de escolas, só havia duas escolas, exactamente ao lado uma da outra! Demorou alguns anos, mas as dificuldades económicas levaram a melhor: perante uma escola boa que tinham de pagar e uma escola má que o Estado lhes oferecia, muitas famílias tiveram de mudar para a escola estatal. Assim o Governo conseguiu fechar muitas escolas da Igreja.

Depois do 25 de Abril, ao mesmo tempo que a estatização progredia, introduziu-se uma excepção curiosa. Para fomentar a alfabetização, o Estado decidiu que, quando não houvesse escolas estatais próximas, o Governo pagaria a propina nas escolas não estatais. Isto só se aplicava a poucas escolas, muito afastadas de centros urbanos grandes. Além disso, sujeitava-as a limitações: os alunos inscreviam-se na escola do Estado mais próxima que autorizava a transferência; as escolas não estatais ficavam obrigadas a receber todos os que lhes fossem enviados pela escola do Estado; a propina que o Estado pagava era inferior ao custo médio de um aluno nas escolas estatais; finalmente, as escolas não estatais não podiam receber mais dinheiro dos alunos, além da propina paga pelo Estado.

Obviamente, o objectivo de acabar com a liberdade de ensino mantinha-se. Por isso, depois de ter tolerado esta pequena excepção, conhecida como «contrato de associação», o Ministério prosseguiu a política de construir escolas novas ao lado das escolas não estatais, para lhes fazer concorrência. Assim, todos os anos, a excepção encolheu.

Perante uma escola melhor em que a propina é paga pelo Estado e uma escola pior, as famílias não têm dúvidas. Por isso a excepção resiste o mais que pode. Os Governos contra-atacam com mais dinheiro para as suas escolas, mas não conseguem atrair alunos enquanto não cortam a propina nas escolas melhores.

Finalmente, o actual Governo decidiu erradicar de vez a pequena excepção e forçar os alunos a frequentar as escolas do Estado, mesmo que tenham de andar uma grande distância.

A operação deparou-se com alguns problemas práticos, porque a escola do Estado é sempre pior. Se fosse melhor, nem havia necessidade de o Ministério intervir. Outro problema é que as propinas das escolas não estatais são mais baixas que o custo médio no Estado. No entanto, o problema verdadeiramente difícil são as famílias descontentes.

Aqui, começou outra pequena excepção. As famílias falaram com as autarquias, estas pediram ao Governo e este aceitou: talvez porque as eleições autárquicas se aproximam, as escolas situadas em autarquias controladas pelo partido do Governo não vão fechar já este ano.

Tanto trabalho, só para tirar autonomia às famílias e concentrar poder no Ministério!

Sem dúvida, mas ainda mais admirável é o esforço de quem insiste em trabalhar para que a juventude deste país tenha uma educação melhor.

José Maria C.S. André
Spe Deus
5-VI-2016