Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Maria, Mestra de entrega sem limites

A Virgem Santa Maria, Mestra da entrega sem limites! Lembras-te? Com um louvor dirigido a Ela, Cristo afirmou: "Quem cumpre a vontade de Meu Pai, esse – essa – é Minha mãe!...". Pede a esta boa Mãe que na tua alma ganhe força – força de amor e de libertação – a sua resposta de generosidade exemplar: "Ecce ancilla Domini!", eis aqui a escrava do Senhor! (Sulco, 33) 

Queres pensar – pela minha parte também farei o meu exame  se mantens imutável e firme a tua escolha da Vida? Se, ao ouvires essa voz de Deus, amabilíssima, que te estimula à santidade, respondes livremente que sim? Dirijamos o olhar para o nosso Jesus, quando falava às multidões pelas cidades e campos da Palestina. Não pretende impor-se. Se queres ser perfeito..., diz ao jovem rico. Aquele rapaz rejeitou o convite e o Evangelho conta que abiit tristis , que se retirou entristecido. Por isso, alguma vez lhe chamei a ave triste: perdeu a alegria, porque se negou a entregar a liberdade a Deus.

Consideremos agora o momento sublime em que o Arcanjo São Gabriel anuncia a Santa Maria o desígnio do Altíssimo. A nossa Mãe ouve e interroga para compreender melhor aquilo que Nosso Senhor lhe pede; depois, surge a resposta firme: Fiat! – faça-se em mim segundo a tua palavra! , o fruto da melhor liberdade: a de se decidir por Deus. (Amigos de Deus, 24–25)

São Josemaría Escrivá

Santo Rosário -Terceiro Mistério Doloroso

Jesus é Coroado de Espinhos


Todo eu me angustio, Senhor, com este quadro horrível. Não já tanto pelo sofrimento, mas ainda mais pela troça, pelo escárnio.

Mal sabiam eles que de facto ajoelhavam em frente do Rei, não só dos Judeus, mas de todos os homens.
Mal sabiam eles que Jesus sabia muito bem quem lhe batia, não só naquele momento, mas durante mais dois mil anos, pelo menos, todos quantos Lhe bateram e Lhe enterraram a horrível Coroa na cabeça.

E eu, onde estava, senhor? Escondido atrás de alguma coluna, estarrecido com tal cena, ou era dos que Te atormentavam e troçavam de Ti?
Quantos espinhos da Tua Coroa foram directamente cravados por mim na Tua fronte sublime?

E quantas vezes o fiz?

Ah, Senhor! Muitas decerto, infelizmente.
E Tu perdoas-me ainda!

Queixo-me eu por um pequeno incómodo, uma dorzita, um mal-estar de nada, um desconforto, que está frio, que está calor… e Tu, senhor, ali, sentado num escabelo, naquela tristíssima e pungente figura de um justiçado silencioso, olhando para os Teus algozes, para mim, com os teus doces olhos serenos e cheios de mágoa. E o Teu pensamento, ao mesmo tempo: Pai perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem!
Mas eu sei, Senhor, ah!... eu sei o que faço. Sempre soube, só que fingia e finjo que não sei. Quero convencer-me que não sou um dos teus algozes, que talvez não passe de eu espectador passivo.

A verdade é bem diferente e eu tenho que humildemente reconhecer que, também eu, por diversas vezes, Te cravei espinhos na cabeça, fiz pouco de Ti, e Te magoei profundamente.
Ali, fora portas, Tua Mãe espera por Ti. Não quero que Te veja neste estado. Tem sofrido tanto, há tantas horas!

Assim, Senhor, que com todo o cuidado retire a coroa da Tua cabeça, procure os espinhos um a um, lave as feridas com as minhas lágrimas, Te vista uma roupa decente e… finalmente, ocupe o Teu lugar no escabelo onde estás sentado.
Sei bem que não tenho merecimento para tal, nem sou digno sequer de tal pedido, mas, Senhor, dar-me-ias Tu coragem para fazer isto?
Consentirias Tu, Senhor, que um pecador como eu, ocupasse o Teu lugar neste momento?

Sei lá quem é! Há tantos padres em Fátima...


Consagração durante a celebração da Santa Missa na Basílica da Santíssima Trindade em Fátima

O Alexander veio para Portugal por causa do «kite surf», porque a Suíça não tem as ondas poderosas do nosso Atlântico. Rapidamente fundou uma empresa, sem deixa o «kite surf». Mas o que o atarraxou definitivamente às praias lusitanas foi ter conhecido a Filipa: inteligente, cheia de energia, elegante, como nos contos de fadas.

Quem me contou o resto da história, foi o próprio Alexander, numa época em que ainda carregava um pouco nos erres. O jovem casalinho passeava de carro, quando a Filipa manifestou gosto de passar por Fátima: Jawohl, querrida, já estamos a caminho. Depois, a Filipa pensou em confessar-se: Estás à vontade, eu esperro. O Alexander esperou, deu uma volta e outra, até que a Filipa saiu do confessionário banhada em lágrimas.

– Se o padrre te trratou mal, eu falo com ele!

– Não me deu a absolvição...

Porrque não te deu a absolvição?

– Porque não estamos casados.

O Alexander reconheceu: nisso o padrre tem rrazão, não estamos casados...

A primeira paragem do passeio, de regresso a casa, foi à porta do pároco, para marcar o casamento.

Começou assim a etapa mais maravilhosa da Filipa e do Alexander. Ela fechou um interregno de costas voltadas para a Igreja e o Alexander recebeu uma catequese que lhe desvendou a fé cristã. Casaram. Prosperou o «kite surf» e a empresa. A família enriqueceu-se com a alegria de muitos filhos. A Filipa e o Alexander empenharam-se, com toda a alma, em causas sociais. Desde que o prepararam para o casamento, o programa diário do Alexander centra-se na Eucaristia. Percebeu que é indispensável dedicar tempo, sem pressa, à oração, todos os dias. E Deus, que não Se deixa vencer em generosidade, abençoou-os.

Veio-me à memória a história deste amigo, quando lia na recente Exortação apostólica, «Amoris laetitia», os apelos do Papa à confiança na graça (36), a abrir-se à graça (37), a acreditar na força da graça de Deus (38). Mesmo nos casos em que o caminho até à plenitude do amor é mais longo, «devemos incentivar o amadurecimento duma consciência esclarecida, formada e acompanhada (...), e propor uma confiança cada vez maior na graça» (303).

Realmente, não me lembrei do Alexander, mas do padre que atendeu a rapariga no confessionário de Fátima. Deve ter ficado com o coração despedaçado por não lhe poder dar a absolvição. Sentiu, talvez, a tentação de aguar o plano de Deus, de pensar que eles não podiam perceber a doutrina maravilhosa de Cristo. Pelo contrário, teve confiança em que a graça vence os obstáculos e sabedoria pastoral para encher de ânimo um coração ferido; juntou a verdade e a misericórdia: «às vezes custa-nos muito dar lugar, (...) ao amor incondicional de Deus. Pomos tantas condições à misericórdia que a esvaziamos de sentido concreto e real significado, e esta é a pior maneira de aguar o Evangelho» (311).

Uma pessoa pode sentir-se impotente para ajudar os outros, mas não pode medir o poder de Deus pela bitola humana: «é sempre inadequada qualquer concepção teológica que, em última instância, ponha em dúvida a própria omnipotência de Deus e, especialmente, a sua misericórdia» (311).

Um dia, eu disse ao Alexander que tinha de ir a Fátima agradecer àquele padre o que fizera por eles. O Alexander concordou, queria tanto encontrá-lo, mas não sabia como:

– Sei lá quem é! Há tantos padres em Fátima...
José Maria C.S. André
Spe Deus
8-V-2016

A oração com arma importante

Com oração, a Igreja foi para a frente ao longo dos séculos e com oração continuará a caminhar, apesar dos obstáculos que encontra no seu caminho. Isso também aconteceu no Opus Dei, partezita da Igreja, e por isso S. Josemaria afirmava com repetida insistência que a oração é um remédio muito eficaz para todas as necessidades. Preparemos, portanto, as nossas conversas apostólicas nos momentos de diálogo com o Senhor, e recorramos à intercessão de Nossa Senhora.

(D. Javier Echevarría excerto da carta do mês de maio de 2016)

© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei