Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Amar a Cristo...

Carpe diem, temos sinceramente muita, diria mesmo muitíssima dificuldade, em conviver com pessoas que seguem este modo de vida, pois este talvez seja a expoente mais elevada do relativismo, o que se disse e fez ontem, se contrário aos interesses egoístas de hoje, perdem qualquer valor. Encontrar um modus vivendi com alguém que pensa e age desta maneira, é o cabo dos trabalhos, e se queremos ser coerentes com os nossos valores e socorrermo-nos da ética poderemos facilmente chegar a um beco sem saída.

Senhor Jesus Filho de Deus rogamos-Te que por intercessão de Maria Santíssima tenhamos a inteligência de Fé e de Caridade para encontrar uma escapatória, perdoa-nos se o que pedimos nos é uma tarefa difícil enquante humildes pecadores.

JPR

O bom exemplo de Cristo feito Homem

Ao pensarmos na vida do Senhor, é muito importante recuperar a admiração diante deste mistério, deixar-se envolver pela grandeza deste acontecimento: Deus, o Deus verdadeiro, Criador de tudo, percorreu como homem as nossas estradas, entrando no tempo do homem, para nos comunicar a Sua própria vida (cfr. 1 Jo 1, 1-4) [5]. Aprofundemos pois, com o auxílio da graça, nas consequências de Deus fazer-Se homem perfeito: Jesus dá-nos exemplo de como atuar em cada momento, de acordo com a dignidade que nos alcançou, como verdadeiros filhos de Deus. Durante o ano litúrgico, recordaremos novamente, com um sentido novo, os Seus principais ensinamentos. Procuremos assimilá-los de forma pessoal, procurando reproduzi-los na nossa existência quotidiana: este é o caminho seguro – não há outro – para alcançarmos a santidade a que o Senhor chama todos os cristãos. Ele mesmo nos indicou no Evangelho: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida (…). Ninguém vai ao Pai se não por Mim [6].

[5]. Bento XVI, Discurso na Audiência geral, 9-I-2013.
[6]. Jo 14, 6.


(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de fevereiro de 2013)

‘Cinco Chagas’ de António Mexia Alves

Em que Chaga refugiar-me, Senhor?

Na do Teu peito?
Sim, é a minha preferida. Ficar ali, em descanso, junto ao Teu Coração.
Mas não ouso! Parece-me demais!

Nas das Tuas Mãos?

Na Chaga da Mão Direita… essa mão com que abençoas e tocas os doentes?
Mas não ouso! Parece-me demais!

Na Chaga da Mão Esquerda… a mão que segura o caminhante que titubeia na senda da salvação?
Mas não ouso! Parece-me demais!

Nas dos Teus Pés?

Na Chaga do Pé Direito… em que apoias todo o Teu peso quando Te levantas no Caminho do Gólgota?
Mas não ouso! Parece-me demais!

Na Chaga do Pé Esquerdo… com que sacodes o pó contra os que Te rejeitam?
Sim… ouso refugiar-me aqui.
Assim tomarei parte na defesa do Teu Santo Nome tão ofendido!

E… aqui fico, feliz e contente por ter encontrado refúgio e protecção. Faço Desta Chaga o meu berço onde quero adormecer e acordar todos os dias que me concederes viver.

(ama, comentário sobre Jo 19, 31-37, 2013.02.07)

Imitação de Cristo, 3, 50, 1-5 - Como o homem angustiado se deve entregar nas mãos de Deus

Pai querido, em vossas mãos estou e me inclino debaixo da vara de vossa correção. Feri-me as costas e o pescoço, para que sujeite minha vontade teimosa à vossa. Fazei-me discípulo devoto e humilde, como sabeis fazer, para que obedeça ao vosso menor aceno. Entrego-me, com tudo que é meu, à vossa correção; pois é melhor ser castigado neste mundo que no outro. Vós sabeis tudo e todas as coisas e nada se vos esconde da consciência humana. Vós sabeis o futuro antes que se realize, e não precisais de quem vos ensine ou advirta das coisas que se fazem na terra. Vós sabeis o que serve para meu progresso e quanto vale a tribulação, para limpar a ferrugem dos vícios. Disponde de mim segundo o vosso beneplácito e não olheis para a minha vida pecaminosa, de ninguém melhor e mais claramente conhecida do que de vós.

Sê o apoio da minha debilidade

Quando o receberes, diz-lhe: - Senhor, espero em Ti; adoro-te, amo-te, aumenta-me a fé. Sê o apoio da minha debilidade, Tu, que ficaste na Eucaristia, inerme, para remediar a fraqueza das criaturas. (Forja, 832)

Creio que não vou dizer nada de novo, se afirmar que alguns cristãos têm uma visão muito pobre da Santa Missa e que ela é para muitos um mero rito exterior, quando não um convencionalismo social. Isto acontece, porque os nossos corações, de si tão mesquinhos, são capazes de viver com rotina a maior doação de Deus aos homens.

Na Santa Missa, nesta Missa que agora celebramos, intervém de um modo especial, repito, a Trindade Santíssima. Para corresponder a tanto amor, é preciso que haja da nossa parte uma entrega total do corpo e da alma, pois vamos ouvir Deus, falar com Ele, vê-Lo, saboreá-Lo. E se as palavras não forem suficientes, poderemos cantar, incitando a nossa língua – Pange, lingua! – a que proclame, na presença de toda a Humanidade, as grandezas do Senhor.

Viver a Santa Missa é manter-se em oração contínua, convencermo-nos de que, para cada um de nós, este é um encontro pessoal com Deus, em que O adoramos, O louvamos, Lhe pedimos, Lhe damos graças, reparamos os nossos pecados, nos purificamos e nos sentimos uma só coisa em Cristo com todos os cristãos.(Cristo que passa, 87-88)

São Josemaría Escrivá

Petição pública contra o casamento gay e aborto «Defender o Futuro»


Caros Amigos,

Acabei de ler e assinar esta petição online:

«Defender o Futuro»


Pessoalmente concordo com esta petição e acho que também vais concordar.

Subscreve a petição aqui http://www.peticaopublica.com/?pi=P2012N22192 e divulga-a pelos teus contactos.

Obrigado.

João Paulo dos Prazeres Reis

Segurança Social pressiona grávidas carenciadas a abortar

Há jovens grávidas carenciadas a quem os técnicos da Segurança Social estão a aconselhar a abortar, apesar de manifestarem o desejo de ter os filhos. A denúncia é feita por associações da sociedade civil, que asseguram haver casos em que é dito às mães que a consequência de prosseguirem com a gravidez será ficarem sem a criança.

«Cada vez conheço mais casos desses. Muitas vezes, são raparigas que estão até institucionalizadas e que são pressionadas para abortar», afirma Leonor Ribeiro e Castro, do grupo pró-vida Missão Mãos Erguidas. A ameaça, conta a activista, é clara: «Dizem-lhes que, se não abortarem, tiram-lhes os bebés. Há uma cultura de medo, que é preciso denunciar. Isto não é proteger os menores. Há coacção psicológica».

Leonor Ribeiro e Castro diz que, muitas vezes, as gravidezes chegam até ao fim e é através de advogados do movimento que lidera que as mães lutam pela guarda da criança. «Tive um caso de uma mãe que, após uma cesariana, esteve quase dois meses a dormir numa cadeira num hospital, porque se recusava a sair de lá sem o filho e tinha medo de ficar sem ele. Elas sentem isto como um castigo por não terem abortado».

Bebés retidos nos hospitais
Uma advogada que não se quis identificar relatou ao SOL a história de uma adolescente de 15 anos a quem foi retirado o filho. «A rapariga vinha de uma família desestruturada e estava numa instituição, mas queria muito ter o bebé. Disseram-lhe sempre que devia abortar, mas ela recusou». Quase um ano depois do nascimento, acabou por vir a decisão de institucionalizar o menor. «Era uma óptima mãe. Precisava de ajuda e não que lhe tirassem o filho», afirma, explicando que o processo está agora na Justiça, onde a mãe tenta recuperar a criança.

À Ajuda de Mãe também têm chegado relatos idênticos. «Temos conhecimento de algumas pressões junto das adolescentes, nos serviços de saúde e não tanto por técnicas da Segurança Social», comenta Madalena Teixeira Duarte. «Há algumas vezes, nos tribunais, a ideia de que as mães adolescentes são incapazes de ficar com os bebés e que estes devem ser retirados. Isto não tendo em conta que as instituições servem para ajudar a crescer estas meninas-mães», diz a responsável da Ajuda de Mãe.
«O que se passa muitas vezes é a retenção do bebé no hospital, se não estiverem reunidas as condições julgadas indispensáveis para irem para casa», diz Madalena Teixeira Duarte. Nestes casos, «as mães são aconselhadas a irem para uma instituição se quiserem ficar com o bebé». Ainda assim, ressalva, o mais normal é que os menores só sejam retirados «quando a carência económica ponha em perigo o bem-estar do bebé e se tenham esgotado todas as alternativas de ajuda à família».

Sandra Gonçalves é mãe de uma menor que engravidou e conta uma história parecida. «A técnica da Segurança Social disse-lhe logo que se tivesse o bebé, ia acabar por ficar sem ele». A filha tinha 16 anos, mas nem ela nem o namorado puseram sequer a hipótese de não levar a gravidez ao fim.

«Fui com ela à consulta e ela só chorava porque dizia que queria ter o filho e lhe estavam a dizer que era melhor abortar», conta uma amiga da família, explicando que conseguiram entretanto o apoio da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN), que tem acompanhado o caso.

500 euros para nove pessoas
Artur Guimarães, da APFN, recebeu novo telefonema meses mais tarde, logo após o nascimento da criança. «A rapariga tinha tido alta, mas a assistente social não tinha autorizado que o bebé saísse também. Ela estava com medo que lhe tirassem o filho e recusava-se a sair de lá». Artur Guimarães diz que foi preciso pôr-se «em campo e fazer uns telefonemas» e a criança acabou por ir para casa com mãe.

Seis meses depois, a família vive no sobressalto constante das visitas da Segurança Social. «Nas últimas duas semanas, estiveram cá duas vezes e dizem que me levam as crianças», diz Sandra, falando num plural que inclui a neta e também os seus quatro filhos menores – entre os três e os 13 anos.
Com um rendimento de pouco mais de 500 euros – composto pelo subsídio de desemprego do marido e pelo abono de família –, Sandra Gonçalves tem nove pessoas para alimentar. «Além dos meus filhos e do meu marido, vivem comigo a minha neta e o namorado da minha filha. Não consigo pagar a renda há um ano e desde 10 de Janeiro que não tenho água nem luz em casa».

A ajuda do Banco Alimentar também não é suficiente: «Para seis meses, recebi dois pacotes de massa, dois quilos de açúcar, azeite, óleo, bolachas, quatro pacotes de papa, leite, quatro latas de salsichas e quatro de atum». Os mantimentos esgotaram-se depressa e a única esperança da mulher, de 38 anos e desempregada há 10, de uma fábrica de confecções, é conseguir o rendimento de inserção social. Enquanto a ajuda não vem, Sandra vê na pobreza a ameaça de ficar sem os filhos.

‘Há tendência para estatizar as crianças’
Artur Guimarães, da APFN, que ainda esta semana visitou a família, explica que os problemas que encontrou são os típicos de quem não tem dinheiro. «É uma casa pobre, com humidades. Mas há ali uma união na família e uma vontade de resolver os problemas», assegura, adiantando que desde esta semana «estão a receber refeições da Misericórdia».

Depois de o SOL ter tido conhecimento da história, Artur Guimarães recebeu um e-mail da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ). «Estranhamos e lamentamos profundamente termos sido visados publicamente na atribuição de actos que não têm fundamentação, no quadro do processo relativo à família mencionada», lê-se no texto, onde a presidente da CPCJ garante que a versão da família é só uma parte da história.

«Contrariamente à afirmação veiculada, a possibilidade da retirada de crianças não foi objecto de análise até agora por parte da CPCJ», sublinha Carmen Araújo, esclarecendo que «trata-se de um assunto acompanhado pela segurança social e cujos contornos (aplicação do dinheiro, racionalidade nos gastos e cooperação com as instituições) distam bastante da informação apresentada».

Artur Guimarães diz que «nem é vocação da APFN fazer este apoio social», mas vai continuar a tentar ajudar. «Ofereci-me para servir de mediador entre a família e as técnicas da Segurança Social, porque as relações já estão de tal maneira degradas, que acho que só assim será possível um diálogo». Mas frisa que «o objectivo não é entrar numa guerra com a CPCJ ou com a Segurança Socia e sim ajudar».

Leonor Ribeiro e Castro concorda que «quando há carências é preciso ajudar». A fundadora da Missão Mãos Erguidas critica o que diz ser a insensibilidade da Segurança Social. «Há uma tendência para ‘estatizar’ as crianças. O dinheiro que gastam com elas em instituições devia ser dado às famílias. Ou, então, pôr pais e filhos juntos nas instituições, até se organizarem», defende.

Arrancar implantes da pele
Chiara Pussetti, antropóloga e investigadora do ISCTE, tem encontrado nas suas pesquisas nos bairros sociais de Lisboa casos que mostram que o preconceito está na base de muitas intervenções da Segurança Social. «Por causa das ideias ocidentais do que é a família ideal, já vi crianças serem retiradas de uma família porque comiam cachupa ao pequeno-almoço. Mas é isso que se come em Cabo Verde».

A antropóloga diz que as mesmas ideias pré-concebidas levam a intervenções extremas no planeamento familiar. «Há pressão, sobretudo, junto das mulheres africanas para laquear as trompas ou para colocar implantes contraceptivos subcutâneos». O problema, explica a investigadora, é que as mulheres aceitam pô-los por um período de três a cinco anos, mas depois arrependem-se. «Como é preciso gastar mais de 400 euros na cirurgia para os tirar, muitas arrancam-nos da própria pele e ficam com as marcas. É muito violento».

A discussão ganhou actualidade depois de há duas semanas o SOL ter revelado o caso de Liliana Melo, uma mãe de Sintra a quem foram retirados sete dos seus dez filhos por não ter condições económicas e ter incumprido o acordo de protecção de menores que a obrigava a laquear as trompas.
Perante a pressão da opinião pública, o Conselho Superior da Magistratura (CSM) pronunciou-se em comunicado, afirmando que a decisão «funda-se unicamente na existência de perigo concreto e objectivo para os menores, quanto à satisfação das suas necessidades básicas».

Pobreza não é determinante
Dulce Rocha, vice-presidente do Instituto de Apoio à Criança (IAC), garante: «A pobreza nunca é o factor determinante para retirar um menor». E assegura que o interesse das crianças é sempre o valor mais forte. «O que acontece é que a pobreza leva à desorganização, falta de rotinas, de higiene e de cuidados de saúde que põem as crianças em risco». A magistrada acredita, aliás, que a retirada de menores é sempre a última medida. «Às vezes peca-se é por se dar muitas oportunidades à família, prolongando a exposição da criança a condições que não são dignas nem compatíveis com o século XXI».
Leonor Furtado, há 32 anos a acompanhar esta área, tem a mesma visão. «Só por uma vez me deparei com uma situação em que o preconceito esteve na base da retirada de menores». A magistrada admite que «os técnicos são pessoas e pode acontecer haver preconceito», mas frisa que essas são as excepções.

Contactados pelo SOL, nem o Instituto da Segurança Social nem a Comissão Nacional de Protecção de Menores estiveram disponíveis para prestar esclarecimentos. Também não foi possível obter dados sobre o número de crianças institucionalizadas e dadas para adopção nos últimos quatro anos ou saber em quantas destas situações as decisões se prenderam com a falta de condições económicas e não com abusos ou maus-tratos.

Por Margarida Davim in 'SOL' AQUI (seleção de imagens do blogue)

Vida em Cristo

As mãos postas,
em oração,
recolhido,
prostrado em humildade,
espero que Ele venha orar em mim.

Abro-Lhe o coração,
abro-Lhe todo inteiro o meu ser,
para que venha o Espírito Santo,
e faça do sussurro das palavras
a oração do meu viver.

«Já não sou eu que oro,
é o Espírito que ora em mim!”

É esse o meu desejo,
o meu mais profundo anseio,
que «já não seja eu que viva,
mas Cristo que viva em mim.»*

Monte Real, 29 de Janeiro de 2013

*Cf. Gl 2, 20

(Fonte: AQUI)

Habitar na Palavra

«[Maria] vive na Palavra de Deus, vive no interior da Palavra toda a sua existência. Quase podemos dizer que ela está impregnada pela Palavra. Assim, é a Palavra que inunda o seu pensamento, toda a sua acção».

(Discurso por ocasião da conclusão dos Exercícios Espirituais – 11/III/2006 – Bento XVI)

S. Josemaría Escrivá neste período em 1975

“Um amigo, um homem de muito dinheiro, dizia-me uma vez: eu não sei se serei bom, porque nunca tive a minha mulher doente, nunca estive desempregado ou sem um cêntimo; não tive os meus filhos com fome e sem ter que lhes dar de comer; nunca me encontrei estendido, no meio da rua, sem ter onde me abrigar... Não sei se sou um homem honrado: que teria feito eu, se me tivesse sucedido tudo isso? Reparem, temos de procurar que não aconteça isto a ninguém; é preciso dar formação às pessoas, para que, com o seu trabalho, possam assegurar um bem-estar mínimo, ter uma velhice tranquila e ser atendido na doença, cuidar da educação dos filhos, e tantas outras coisas necessárias. Nada do que acontece aos outros nos deve ser indiferente, e no que depende de nós, temos de procurar que se fomente a caridade e a justiça”, diz num dos dias da sua estada na Venezuela, entre 4 e 15 de Fevereiro de 1975.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Beijar as chagas do Senhor

Que nunca morramos pelo pecado; que seja eterna a nossa ressurreição espiritual. - E, antes de terminar a dezena, beijaste as chagas dos Seus pés... e eu, mais atrevido, - por ser mais criança - pus os meus lábios no Seu lado aberto.

(São Josemaría Escrivá - Santo Rosário, Mistérios Gloriosos, 11)

As cinco Chagas de Cristo

“Quereis morrer cristãmente? - Acabai antes de morrer... Primeiro disse o Senhor: Já se acabou tudo; e então esperou pela morte. (...) O que havemos de fazer na enfermidade e na morte, façamo-lo na saúde e na vida. Examinemos muito de propósito nossa consciência; façamos uma confissão muito bem feita, como quem se confessa para dar contas a Deus; componhamos nossas coisas; digamos: Tudo está consumado, e então esperemos pela morte, como Cristo fez.

Passado algum espaço neste profundo silêncio, levantou o Senhor a voz e os olhos ao Céu, dizendo: Pai, em vossas mãos encomendo o meu espírito. E inclinando a cabeça, expirou. (...)

Perguntam os santos porque inclinou o Senhor a cabeça? E respondem alguns contemplativos que foi para o Senhor nos dar um Sim universal para todas (as) nossas petições.

Pedis a um Cristo crucificado vos perdoe vossos pecados? Sim.

Pedis a um Cristo crucificado que vos livre das tentações do Demónio? - Sim.

Pedis a um Cristo crucificado que vos acuda em todas (as) vossas necessidades, ainda temporais? - Sim.

É possível, Senhor, que ainda que ajudei aos que Vos crucificaram, me fazeis participante do preço desse sangue? - Sim...

É possível, Senhor, que ainda que vos tenha ofendido tanto em minha vida, me recebereis nesses braços que tendes abertos? - Sim.

É possível, Senhor, que ainda que eu seja tão infiel e tão ingrato, abrireis esse Coração para me meter nele? - Sim...

Oh bendito seja tal Coração, benditos sejam tais braços, bendito seja tal Sangue, bendita seja tal Misericórdia!”


P. António Vieira, Prática Espiritual da Crucificação do Senhor

(Fonte: site Oratório S. Josemaria http://oratoriosjosemaria.com.sapo.pt/index.htm)

Do Santo Profeta David

«Trespassaram as minhas mãos e os meus pés, e posso contar todos os meus ossos.»

(Ps. 21-22, 17)

Cinco Chagas do Senhor

O culto das Cinco Chagas do Senhor, isto é, as feridas que Cristo recebeu na cruz e manifestou aos Apóstolos depois da ressurreição, foi sempre uma devoção muito viva entre os portugueses, desde os começos da nacionalidade. São disso testemunho a literatura religiosa e a onomástica referente a pessoas e instituições. Os Lusíadas sintetizam (I, 7) o simbolismo que tradicionalmente relaciona as armas da bandeira nacional com as Chagas de Cristo. Assim, os Romanos Pontífices, a partir de Bento XIV, concederam para Portugal uma festa particular, que ultimamente veio a ser fixada neste dia.

(Fonte: Secretariado Nacional de Liturgia)

«Logo brotou sangue e água»

Homilia atribuída a São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja 
Meditações sobre a Paixão do Senhor, 3


Aproximemo-nos do coração do dulcíssimo Senhor Jesus, e exultaremos e regozijar-nos-emos nele. Quão bom e doce é habitar nesse coração! Ele é o tesouro escondido, a pérola preciosa, aquilo que encontramos, ó Jesus, escavando o campo do Teu corpo (Mt 13,44ss). Quem pois rejeitará esta pérola? Bem pelo contrário, por ela eu darei todos os meus bens; por ela trocarei todas as minhas preocupações, todos os meus afectos. Todas as minhas inquietações, abandoná-las-ei no coração de Jesus: ele bastar-me-á e providenciará sem falta à minha subsistência.

É neste templo, neste Santo dos santos, nesta arca da aliança, que virei adorar e louvar o nome do Senhor. «Encontrei o meu coração, dizia David, para rezar ao meu Deus» (1 Cron 17,25 Vulg). Também eu encontrei o coração do meu Senhor e Rei, do meu irmão e amigo. Portanto, como poderia não rezar? Sim, rezarei, porque, com firmeza o digo, o Seu coração pertence-me. [...]


Ó Jesus, digna-Te aceitar e escutar a minha oração. Leva-me todo inteiro para o Teu coração. Ainda que a deformidade dos meus pecados me impeça de entrar nele, dado que por um amor incompreensível este coração se dilatou e alargou, Tu podes receber-me e purificar-me da minha impureza. Ó Jesus puríssimo, lava-me das minhas iniquidades a fim de que, purificado por Ti, possa habitar em Teu coração todos os dias da minha vida, para ver e fazer a Tua vontade. Se o Teu lado foi trespassado, foi para que a entrada nos seja amplamente aberta. Se o Teu coração foi ferido, foi para que, ao abrigo das agitações exteriores, possamos habitar nele. E é ainda para que, na ferida visível, vejamos a invisível ferida do amor.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 7 de fevereiro de 2013 - calendário litúrgico português - Cinco Chagas do Senhor

Em seguida, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: «Tenho sede». Havia ali um vaso cheio de vinagre. Então, os soldados, ensopando no vinagre uma esponja e atando-a a uma cana de hissopo, chegaram-Lha à boca. Jesus, tendo tomado o vinagre, disse: «Tudo está consumado!». Depois, inclinando a cabeça, entregou o espírito.  Os judeus, visto que era o dia da Preparação, para que os corpos não ficassem na cruz no sábado, porque aquele dia de sábado era de grande solenidade, pediram a Pilatos que lhes fossem quebradas as pernas e fossem retirados. Foram, pois, os soldados e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro com quem Ele havia sido crucificado. Mas, quando chegaram a Jesus, vendo que já estava morto, não Lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança e imediatamente saiu sangue e água. Quem foi testemunha deste facto o atesta, e o seu testemunho é digno de fé e ele sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis. Porque estas coisas sucederam para que se cumprisse a Escritura: “Não Lhe quebrarão osso algum”. E também diz outro passo da Escritura: “Hão-de olhar para Aquele a quem trespassaram”.

Jo 19, 28-37