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quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Perante a “ditadura do relativismo” é da máxima importância evangelizar a cultura, insistiu o Papa na homilia da Missa desta tarde em Glasgow
Missa de hoje em Glasgow (só imagem e som ambiente). Louvado seja Deus Nosso Senhor!
Milhares de fiéis saudaram o Papa, ao fim da tarde desta quinta feira à chegada a Bellahouston Park, para a primeira eucaristia em solo britânico. As previsões apontavam para a presença de 100 mil pessoas; uma expectativa que poderá ter sido atingida.
Antes da celebração, o Papa percorreu as principais artérias do Parque, saudando e benzendo os fiéis, ao som de cânticos e perante um forte colorido, das bandeiras e de lenços, usados pelas pessoas para assinalar a sua passagem.
Na homilia da Missa, o Santo Padre começou por exprimir toda a sua alegria por celebrar com os pastores e fiéis da Igreja que está na Escócia, reafirmando assim (disse) a nossa fé na palavra de Cristo e a nossa esperança nas suas promessas.
Aludindo à anterior visita papal, em 1982, Bento XVI renovou o encorajamento então deixado por João Paulo II, para que os católicos da Escócia colaborassem, “de mãos dadas”, com os outros cristãos escoceses. “Também eu vos encorajo a rezar e actuar com eles, na construção de um futuro melhor para a Escócia, assente na nossa comum herança cristã.
Saudando os representantes ecuménicos presentes, Bento XVI sublinhou que se celebram agora os 450 anos do chamado “Parlamento da Reforma”, assim como também o centésimo aniversário da Conferência Missionária Mundial de Edimburgo que é unanimemente conhecida como o início do moderno movimento ecuménico.
“Demos graças a Deus pela promessa que a compreensão e a cooperação ecuménica representam para o testemunho unido da verdade salvadora da Palavra de Deus na sociedade de hoje, em rápida transformação”.
Referindo a responsabilidade, que toca aos cristãos, de anunciarem a Palavra, e de favorecerem aquela “cultura em que esta palavra se enraíza e floresce”, o Santo Padre congratulou-se em recordar as três Universidades medievais criadas pelos Papas na Escócia, nomeadamente a de Saint Andrews, da qual se celebra agora o sexto centenário de fundação. O actual empenho da Igreja Católica da Escócia no campo da educação é para o Papa um grande sinal de esperança.
“Encorajo os católicos da Escócia – profissionais, políticos e professores - a nunca perderem de vista o facto de serem chamados a usarem ao serviço da fé os seus talentos e experiência, confrontando-se a todos os níveis com a cultura escocesa dos nossos dias”.
Perante a “ditadura do relativismo” – insistiu o Papa – é da máxima importância evangelizar a cultura:
“A evangelização da cultura é especialmente importante na nossa época, quando a ditadura do relativismo ameaça obscurecer a verdade imutável acerca da natureza do homem, do seu destino e do seu bem último. Há quem procure excluir a crença religiosa do discurso público, encerrando no domínio do privado ou, mais ainda, apresentando-a como uma ameaça à equidade e à liberdade.
Ora, na realidade, a religião é uma garantia de autêntica liberdade e respeito, levando-nos a encarar cada pessoa como um irmão ou irmã”.
Neste contexto, Bento XVI dirigiu especialmente aos leigos um apelo a uma vida coerente com a própria missão baptismal, não só sendo exemplos públicos de fé, mas também empenhando-se em promover aquela sabedoria e visão do mundo que brotam da fé.
“A sociedade de hoje precisa de vozes claras que proponham o nosso direito a viver, não numa selva de liberdades arbitrárias e auto-destrutivas, mas numa sociedade que actue a favor do autêntico bem dos cidadãos, oferecendo-lhes guia e protecção, na sua fragilidade. Não tenhais medo de assumir este serviço aos vossos irmãos e irmãs, a bem do futuro da vossa amada nação”.
Na parte final da homilia, Bento XVI deixou uma exortação aos bispos, aos padres e aos jovens. Aos Bispos da Escócia, o Papa recordou que um dos seus primeiros deveres pastorais diz precisamente respeito aos padres e à sua santificação. Como os sacerdotes são um “alter Christus” para a comunidade católica, assim o são também os bispos para os seus presbíteros.
“Queridos padres da Escócia, vós estais chamados à santidade e a servir o Povo de Deus conformando a vossa vida ao mistério da Cruz de Cristo. Pregai o Evangelho com um coração pura e uma consciência límpida. Dedicai-vos totalmente a Deus e tornar-vos-eis para os jovens luminosos exemplos de uma vida alegre, simples e santa”.
Idênticas exortações, dedicou-as o Papa aos monges e monjas, assim como aos jovens escoceses.
(Fonte: site Radio Vaticana)
Saudando os representantes ecuménicos presentes, Bento XVI sublinhou que se celebram agora os 450 anos do chamado “Parlamento da Reforma”, assim como também o centésimo aniversário da Conferência Missionária Mundial de Edimburgo que é unanimemente conhecida como o início do moderno movimento ecuménico.
“Demos graças a Deus pela promessa que a compreensão e a cooperação ecuménica representam para o testemunho unido da verdade salvadora da Palavra de Deus na sociedade de hoje, em rápida transformação”.
Referindo a responsabilidade, que toca aos cristãos, de anunciarem a Palavra, e de favorecerem aquela “cultura em que esta palavra se enraíza e floresce”, o Santo Padre congratulou-se em recordar as três Universidades medievais criadas pelos Papas na Escócia, nomeadamente a de Saint Andrews, da qual se celebra agora o sexto centenário de fundação. O actual empenho da Igreja Católica da Escócia no campo da educação é para o Papa um grande sinal de esperança.
“Encorajo os católicos da Escócia – profissionais, políticos e professores - a nunca perderem de vista o facto de serem chamados a usarem ao serviço da fé os seus talentos e experiência, confrontando-se a todos os níveis com a cultura escocesa dos nossos dias”.
Perante a “ditadura do relativismo” – insistiu o Papa – é da máxima importância evangelizar a cultura:
“A evangelização da cultura é especialmente importante na nossa época, quando a ditadura do relativismo ameaça obscurecer a verdade imutável acerca da natureza do homem, do seu destino e do seu bem último. Há quem procure excluir a crença religiosa do discurso público, encerrando no domínio do privado ou, mais ainda, apresentando-a como uma ameaça à equidade e à liberdade.
Ora, na realidade, a religião é uma garantia de autêntica liberdade e respeito, levando-nos a encarar cada pessoa como um irmão ou irmã”.
Neste contexto, Bento XVI dirigiu especialmente aos leigos um apelo a uma vida coerente com a própria missão baptismal, não só sendo exemplos públicos de fé, mas também empenhando-se em promover aquela sabedoria e visão do mundo que brotam da fé.
“A sociedade de hoje precisa de vozes claras que proponham o nosso direito a viver, não numa selva de liberdades arbitrárias e auto-destrutivas, mas numa sociedade que actue a favor do autêntico bem dos cidadãos, oferecendo-lhes guia e protecção, na sua fragilidade. Não tenhais medo de assumir este serviço aos vossos irmãos e irmãs, a bem do futuro da vossa amada nação”.
Na parte final da homilia, Bento XVI deixou uma exortação aos bispos, aos padres e aos jovens. Aos Bispos da Escócia, o Papa recordou que um dos seus primeiros deveres pastorais diz precisamente respeito aos padres e à sua santificação. Como os sacerdotes são um “alter Christus” para a comunidade católica, assim o são também os bispos para os seus presbíteros.
“Queridos padres da Escócia, vós estais chamados à santidade e a servir o Povo de Deus conformando a vossa vida ao mistério da Cruz de Cristo. Pregai o Evangelho com um coração pura e uma consciência límpida. Dedicai-vos totalmente a Deus e tornar-vos-eis para os jovens luminosos exemplos de uma vida alegre, simples e santa”.
Idênticas exortações, dedicou-as o Papa aos monges e monjas, assim como aos jovens escoceses.
(Fonte: site Radio Vaticana)
Bento XVI no discurso de saudação a Isabel II - “ Não se deixe obscurecer o fundamento cristã que está na base das liberdades do Reino Unido”
Bento XVI encontra-se desde a manhã desta quinta feira no Reino Unido onde permanecerá até ao próximo domingo. Esta deslocação seguirá o lema “Coração que fala ao coração”, expressão extraída de um dos muitos escritos de Newman, que se converteu ao catolicismo em 1845.
Bento XVI iniciou a visita por Edimburgo, sendo recebido pela rainha de Inglaterra, Isabel II.
No Palácio de Holyroodhouse, saudou, no exterior, a rainha de Inglaterra, Isabel II, bem como várias personalidades.
Seguidamente entrou no Palácio, acompanhado pela monarca, e assinou o livro de visitas.
“A liberdade religiosa está na base da nossa sociedade democrática. Afirmou a Rainha Isabel II no discurso de saudação ao Papa, prestando homenagem ao contributo da Igreja Católica no sector escolar e na assistência social aos mais pobres. Mas, acrescentou, serve uma maior confiança recíproca . A soberana britânica exaltou também aquilo que a Santa Sé continua a fazer a nível internacional a favor da paz e da solução dos problemas como a pobreza e mudanças climáticas”.
Na sua saudação à rainha , Bento XVI, depois de lhe agradecer e às outras autoridades do país o convite para esta visita, e o acolhimento que lhe dispensam, referiu o significado do nome do palácio onde se encontravam – “Santa Cruz”, que bem exprime as profundas raízes cristãs ainda agora presentes em todos os extractos da vida britânica. Os monarcas da Inglaterra e da Escócia – recordou o Papa - eram cristãos deste os primeiros tempos e incluem santos como Eduardo o Confessor e Margarida da Escócia. Muitos deles exerceram conscienciosamente os seus deveres de soberanos, à luz do Evangelho, modelando de tal modo a nação no bem, em profundidade.
“A mensagem cristã tem sido parte integrante da linguagem, do pensamento e da cultura das populações destes Ilhas, por mais de mil anos. O respeito dos vossos antepassados pela verdade e pela justiça, pela clemência e pela caridade, chega até vós, a partir da fé que permanece uma potente força para o bem no vosso reino, com grande benefício quer para os cristãos, quer para os não-cristãos”.
Bento XVI recordou também personagens de tempos mais recentes, como Wiliam Wilforce e David Livingstone, que actuaram para pôr termo ao tráfico dos escravos, e mulheres como Florence Nightingale, que, inspiradas pela sua fé, se dedicaram ao serviço dos pobres e doentes. Finalmente uma referência a John Henry Newman, “um dos muitos britânicos cristãos da sua época (disse), em que bondade, eloquência e acção foram uma honra para os seus concidadãos”.
O Papa Ratzinger recordou ainda a firmeza e coragem manifestada pelos Britânicos na resistência “contra a tirania nazi que pretendia erradicar Deus da sociedade e negava a nossa comum humanidade a muitos, especialmente aos judeus, considerados indignos de viver”.
“Possam os Britânicos continuar a viver de acordo com os valores de honestidade, respeito e equilíbrio que granjearam a estima e a admiração de muitos”.
Bento XVI concluiu o primeiro discurso no Reino Unido, na cerimónia de acolhimento da parte da Rainha Isabel II, em Edimburgo, recordando que o país se esforça por ser hoje em dia uma sociedade moderna e multicultural, promovendo a paz das nações, o desenvolvimento integral dos povos e a difusão dos autênticos direitos humanos.
“Nesta exigente empresa, possa o Reino Unido manter o seu respeito por aqueles valores tradicionais e expressões culturais que formas mais agressivas de secularismo já não apreciam nem toleram. Não se deixe obscurecer o fundamento cristã que está na base das suas liberdades; e que este património – que sempre serviu para o bem da nação – possa plasmar constantemente o exemplo do Seu governo e do Seu povo, em relação aos dois mil milhões de membros da Comunidade Britânica, como também da grande família de nações anglófonas em todo o mundo. Que Deus abençoe vossa Majestade e toda a população do seu reino. Obrigado”.
Esta tarde, com inicio ás 17h15, hora local. preside a uma missa campal em Glasgow, deixando depois a Escócia a caminho de Londres, onde pernoita.
(Fonte: site Radio Vaticana)
Bento XVI já está em Edimburgo, dando início à visita ao Reino Unido, a 17ª viagem apostólica fora de Itália
Bento XVI chegou já a Edimburgo, para a sua visita de quatro dias ao Reino Unido, que inclui quatro cidades e se concluirá com a Missa de beatificação de John Henry Newman, domingo de manhã, em Birmingham. Como previsto o Papa foi acolhido no aeroporto pelo príncipe Filipe, consorte da rainha, dali seguindo para o palácio de Holyroodhouse, residência real na Escócia, no centro da capital escocesa, onde terá lugar a cerimónia de boas-vindas, propriamente dita, com Isabel II. Será após o discurso de boas-vindas da rainha que o Papa tomará a palavra. Participam na cerimónia uns 400 convidados – representantes políticos, da sociedade civil, da Igreja Anglicana e da Igreja Católica britânica, assim como representantes do Parlamento escocês. Um certo número destes convidados serão apresentados pela rainha, cumprimentando directamente Bento XVI.
De tarde, após o almoço, com a comitiva papal, no paço do arquiepiscopado de Edimburgo, Bento XVI transferir-se-á de automóvel a Glasgow, a uns 90 Km de distância, para celebrar, por volta das 17 horas locais, uma missa campal, num parque da cidade. No final da Missa, partida para Londres, de avião. O Papa deverá chegar por volta das 22 horas à nunciatura apostólica da capital inglesa, onde pernoitará durante toda esta viagem.
Amanhã, sexta-feira, 17, será um dia dominado por encontros com líderes cristãos e de outras religiões, nomeadamente com Rowan Williams, arcebispo da Cantuária, sinal de unidade dos bispos e Igrejas da Comunhão anglicana. Entre as seis alocuções públicas que Bento XVI profere neste dia 17 sobressai o discurso que dirigirá a toda a sociedade civil, no Westminster Hall, ao lado do Parlamento britânico.
O terceiro dia, ainda na capital, inicia-se com reuniões com o primeiro-ministro, o vice-primeiro-ministro e o líder da oposição. O programa prossegue com a celebração da eucaristia, na catedral católica, com os fiéis britânicos, terminando com uma vigília de oração no Hyde Park, ao cair da noite.
Finalmente, no Domingo, o Papa parte para Birmingham, onde preside à missa campal em que vai ser beatificado o cardeal Newman. Antes do regresso a Roma, Bento XVI reúne-se com os bispos de Inglaterra, Escócia e Gales, com qual almoçará.
O presidente da Conferência Episcopal de Inglaterra-Gales, D. Vincent Nichols, arcebispo de Westminster, espera que a visita do Papa suscite “alegria” e “grande participação”.
Para o porta-voz da Santa Sé, padre Frederico Lombardi, Bento XVI vai falar “com um horizonte extremamente amplo, dos problemas da sociedade do Reino Unido no mundo de hoje”. Padre Lombardi admite que a viagem tem lugar “num momento delicado” para o anglicanismo, o que se reflecte “nas relações entre anglicanos e católicos”.
Por sua vez, o secretário do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos, D. Brian Farrell, acredita que a ordenação de bispos do sexo feminino na Igreja Anglicana de Inglaterra, aprovada em Julho – e já generalizada noutras comunidades espalhadas pelo mundo – cria obstáculos ao diálogo ecuménico por tratar-se de (citamos) “um abandono ilegítimo da Tradição autêntica”.
(Fonte: site Radio Vaticana)
Visita de Bento XVI ao Reino Unido – programa para hoje quinta-feira (BST = hora portuguesa)
1030 BST: Pope's Benedict's flight from Rome's Ciampino airport due to land in Edinburgh.
1100 BST: The Pope will be welcomed by the Queen and other members of the Royal Family at Holyrood House. The city council says the public will not be able to view him on his journey from the airport to the palace.
1230 BST: He will take part in the St Ninian's Day Parade through Edinburgh in the Popemobile, travelling from Regent Road and along Princes Street.
Tens of thousands of people, including invited school and community groups, are expected to line the route. Road closures will be in place in the area and some bus services will be suspended during the parade.
Events in Edinburgh will be streamed live on the BBC News website and on BBC1.
1730 BST: Open-air mass at Bellahouston Park in Glasgow - the largest organised event of the trip. An invited audience of up to 100,000 people is expected to attend the event, which organisers say will cost up to £1.5m to put on. Each pilgrim has been encouraged to give a contribution of £20.
The Mass will take place in the southern section of the park, in the area facing Mosspark Boulevard. Entry for those attending begins at 1000 BST.
Before the service begins, Britain's Got Talent star Susan Boyle will sing the hymn How Great Thou Art, as well as her signature song, I Dreamed A Dream. She will sing again as Pope Benedict leaves the park after the Mass. Michelle McManus, winner of Pop Idol 2003, will also sing during the pre-Mass programme, and an 800-strong choir will sing during the service.
2000 BST: The Pope leaves Glasgow airport bound for Heathrow, due to arrive at 2115 BST.
(Fonte: site BBC news)
1100 BST: The Pope will be welcomed by the Queen and other members of the Royal Family at Holyrood House. The city council says the public will not be able to view him on his journey from the airport to the palace.
1230 BST: He will take part in the St Ninian's Day Parade through Edinburgh in the Popemobile, travelling from Regent Road and along Princes Street.
Tens of thousands of people, including invited school and community groups, are expected to line the route. Road closures will be in place in the area and some bus services will be suspended during the parade.
Events in Edinburgh will be streamed live on the BBC News website and on BBC1.
1730 BST: Open-air mass at Bellahouston Park in Glasgow - the largest organised event of the trip. An invited audience of up to 100,000 people is expected to attend the event, which organisers say will cost up to £1.5m to put on. Each pilgrim has been encouraged to give a contribution of £20.
The Mass will take place in the southern section of the park, in the area facing Mosspark Boulevard. Entry for those attending begins at 1000 BST.
Before the service begins, Britain's Got Talent star Susan Boyle will sing the hymn How Great Thou Art, as well as her signature song, I Dreamed A Dream. She will sing again as Pope Benedict leaves the park after the Mass. Michelle McManus, winner of Pop Idol 2003, will also sing during the pre-Mass programme, and an 800-strong choir will sing during the service.
2000 BST: The Pope leaves Glasgow airport bound for Heathrow, due to arrive at 2115 BST.
(Fonte: site BBC news)
S. Josemaría nesta data em 1942
“Que Jesus abençoe as minhas filhas e mas guarde. Rezo por vós muitas vezes durante o dia”, escreve numa carta.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Fome: Passar das palavras aos actos – Graça Franco
No último ano, 98 milhões de pessoas saíram da pobreza, fruto dos progressos realizados na China e na Índia. Esta é a boa notícia, contida no relatório da FAO, ontem divulgado.
Segue-se a verdade inconveniente: permanecem, neste momento, em todo o mundo, mais de 950 milhões de famintos. Quase 100 vezes a população de Portugal. Homens, mulheres e crianças que acordam e adormecem, em pleno século XXI, sem terem o suficiente para comer, sem forças para trabalhar, incapazes de romper a armadilha de pobreza em que nasceram ou foram apanhados.
E o escândalo é tanto maior quanto a FAO denuncia: a fome não resulta da incapacidade de obter alimentos suficientes para alimentar toda a população mundial. Os alimentos existem. Falta apenas a vontade política de os fazer chegar a quem deles precisa. Não há um problema de produção mas de simples distribuição de alimentos.
Ou seja, a fome no mundo só não acaba porque, resolvido o problema económico, as lideranças mundiais não conseguiram ainda resolver o problema político, passando das palavras aos actos.
Mesmo a meta modesta (acordada no seio da ONU no quadro dos Objectivos do Milénio) de redução da população pobre de 20 para 10% até 2015, nos países em desenvolvimento, corre o sério risco de não ser cumprida.
Tem razão D. Carlos Azevedo quando urge os católicos a romper com a cultura instalada de egoísmo e individualismo feroz. É urgente que se reforce o clamor contra um modelo político económico “injusto e desigual”, numa palavra: verdadeiramente “INDECENTE”!
Desde que comecei esta crónica já morreram de fome uma dúzia de crianças*.
*A FAO estima uma morte por desnutrição a cada seis segundos.
Graça Franco
(Fonte: site Rádio Renascença)
Segue-se a verdade inconveniente: permanecem, neste momento, em todo o mundo, mais de 950 milhões de famintos. Quase 100 vezes a população de Portugal. Homens, mulheres e crianças que acordam e adormecem, em pleno século XXI, sem terem o suficiente para comer, sem forças para trabalhar, incapazes de romper a armadilha de pobreza em que nasceram ou foram apanhados.
E o escândalo é tanto maior quanto a FAO denuncia: a fome não resulta da incapacidade de obter alimentos suficientes para alimentar toda a população mundial. Os alimentos existem. Falta apenas a vontade política de os fazer chegar a quem deles precisa. Não há um problema de produção mas de simples distribuição de alimentos.
Ou seja, a fome no mundo só não acaba porque, resolvido o problema económico, as lideranças mundiais não conseguiram ainda resolver o problema político, passando das palavras aos actos.
Mesmo a meta modesta (acordada no seio da ONU no quadro dos Objectivos do Milénio) de redução da população pobre de 20 para 10% até 2015, nos países em desenvolvimento, corre o sério risco de não ser cumprida.
Tem razão D. Carlos Azevedo quando urge os católicos a romper com a cultura instalada de egoísmo e individualismo feroz. É urgente que se reforce o clamor contra um modelo político económico “injusto e desigual”, numa palavra: verdadeiramente “INDECENTE”!
Desde que comecei esta crónica já morreram de fome uma dúzia de crianças*.
*A FAO estima uma morte por desnutrição a cada seis segundos.
Graça Franco
(Fonte: site Rádio Renascença)
Cinco polémicas em torno de Newman
John Henry Newman (1801-1890) optou decididamente por procurar a verdade, embora à custa de perder amigos e prestígio pessoal. Por isso não é de estranhar que Bento XVI - que denunciou com tanta energia a "ditadura do relativismo" - tenha querido celebrar a sua beatificação a 19 de Setembro em Birmingham. Entrevistámos Jack Valero, porta-voz da causa de beatificação do pensador inglês.
Surpreende que a figura de um sacerdote católico inglês do século XIX esteja a suscitar tanto interesse na secularizada sociedade britânica. Até agora, Newman só era conhecido em ambientes intelectuais. Mas de um momento para o outro, os meios de comunicação britânicos viram nele uma fonte de histórias... e de controvérsias.
Nesta entrevista, Valero explica cinco polémicas que rodearam a beatificação de Newman: o empenho do lóbi gay por apresentá-lo como homossexual; as disputas em torno da sua doutrina sobre a primazia da consciência; o seu carácter aparentemente mal-humorado e reservado; as dúvidas acerca do seu milagre; e a sua possível influência negativa no ecumenismo.
Newman conseguiu que ser católico em Inglaterra começasse a ser aceitável
Amizade e celibato
- Fiel à sua tendência para se apropriar de personagens históricas, o lóbi gay britânico reivindica que o cardeal Newman era homossexual. Argumentam que Newman quis que o enterrassem com o seu amigo e colaborador, o padre Ambrose St John, falecido antes dele, "porque viviam juntos e amavam-se". Que há aqui de verdade?
- A ideia de ser homossexual terá sido totalmente alheia a Newman. Aos 16 anos comprometeu-se a viver celibatário. A Igreja anglicana não exige o celibato aos seus pastores, mas ele viu-o como uma vocação própria. Esta opção pessoal pelo celibato manteve-a toda a sua vida, primeiro como pastor anglicano e depois como sacerdote católico.
A castidade de Newman está perfeitamente documentada. Graças a que escrevia muito e guardava tudo, conservamos mais de 20.000 cartas e o seu diário íntimo, que testemunham que nunca quebrou o seu voto de celibato.
O problema é que, numa sociedade tão sexualizada como a nossa, não se entende a amizade intensa entre dois homens. O facto de Newman ter sido celibatário e não ter tido compromissos familiares, permitiu-lhe orientar a sua capacidade de amar para Deus e para os seus amigos. Assim, chegou a estabelecer relações de amizade muito sinceras. Chamar a isto "homossexualidade" é desvalorizar o sentido profundo da amizade.
Um pensador audaz
- Outra polémica à volta de Newman é a que costuma chamar-se "a batalha pela sua alma"; quer dizer, o propósito dos teólogos das mais variadas tendências em recrutá-lo para a sua causa. Eram assim tão ambíguos os seus escritos?
- Não, o que acontece é que Newman se antecipou à sua época em muitas coisas. Teve a audácia de escrever sobre temas que, no século XIX, não se compreendiam bem (como o papel dos leigos ou a primazia da consciência). Isto, unido à sua origem anglicana, levantou certas suspeitas sobre ele.
Por exemplo, em 1859, sendo já sacerdote católico, o bispo de Birmingham (Ullathorne) e o cardeal Wiseman pedem-lhe que dirija a revista cultural Rambler. Mas só dura dois números como director, pois é substituído por escrever um artigo polémico, intitulado "Consultar os fiéis em matéria de doutrina".
As suas ideias pareciam heréticas a alguns, mas o tempo deu-lhe razão. O Concílio Vaticano II destacou doutrinas que Newman tinha tratado na sua teologia: a doutrina da inhabitação divina na alma, a centralidade de Cristo na história da revelação e da salvação, a importância do mistério pascal no cristianismo, a sua doutrina do desenvolvimento do dogma, o diálogo ecuménico, etc.
Também o Catecismo da Igreja Católica recolhe os seus ensinamentos sobre a consciência moral e, inclusivamente, cita uma passagem da sua famosa Carta ao Duque de Norfolk que poderia parecer controversa: " (...) A consciência é a mensageira d'Aquele que, tanto no mundo da natureza como no da graça, nos fala veladamente, nos instrui e nos governa. A consciência é o primeiro de todos os vigários de Cristo".
- De modo que não se pode interpretar a sua doutrina sobre a primazia da consciência como um desafio à autoridade papal.
- Não, claro que não. Aqueles que defendem isso costumam ser católicos dissidentes que não querem saber nada de Roma. Frequentemente citam a resposta que deu Newman ao ex primeiro-ministro britânico William Gladstone, que acusava os católicos de acabar todos os banquetes com um brinde ao Papa. "Se me vir obrigado a envolver a religião num brinde ao final de uma refeição - coisa que não é nada oportuna -, brindarei ao Papa, se isto vos agrada, mas antes à consciência e depois ao Papa", escreve Newman.
Esta resposta aparece na Carta ao Duque de Norfolk. O Concílio Vaticano I acabava de proclamar o dogma da infalibilidade do Papa. E isto levou a que muitos protestantes - entre outros, o seu amigo Gladstone - troçassem dos católicos. Newman escreve esta carta para explicar que a obediência ao Papa não colide com o uso da razão, e que os católicos não são fideístas.
A figura de Newman é tão atractiva, que entusiasma todo o tipo de pessoas; isto explicaria a diversidade de opiniões que existem sobre ele. Uma coisa fica clara: Newman conseguiu que ser católico em Inglaterra começasse a ser algo aceitável. Se até então os católicos haviam sido considerados uns párias, Newman demonstrou com a sua vida e com os seus escritos que se pode ser um bom católico e um bom inglês.
Mau carácter?
Também há quem se queixe que a Igreja Católica proponha como modelo de santidade uma pessoa que apresentam como mal-humorado e pouco diplomático.
- O carácter de uma pessoa não é obstáculo a que a Igreja a declare santa. Pelo contrário, cada baptizado está chamado por Deus a ser santo com a sua maneira de ser. Newman foi um reformador e, por isso tinha de tomar decisões enérgicas; algo que não o entusiasmava. Mas, ao mesmo tempo, era muito amável e tinha bom humor.
Quando fundou o Oratório de Londres (1849) - um ano antes tinha fundado o de São Filipe de Neri em Birmingham - deixou à frente da casa Frederick Faber, um sacerdote convertido muito entusiasta. Os seguidores de Faber tinham opiniões extremistas e começaram a considerar Newman como um católico tíbio. Este fenómeno originou muita tensão entre os dois oratórios.
Faber escreveu por sua conta a Roma sem dizer nada a Newman. Isto incomodou-o bastante e estiveram aborrecidos durante vários anos. Também teve sérias discrepâncias com o cardeal de Westminster, Henry Edward Manning. Mas o importante é que, no final da sua vida, se reconciliou com todos. Pediu perdão e tornou-se mais humilde.
As pessoas correntes queriam-lhe muito. Quando vivia em Birmingham, muitos desconheciam a sua intensa vida intelectual; viam-no simplesmente como o seu pároco. Visitava os pobres, as famílias... e tratava-os com muita amabilidade. Quando morreu, 20.000 pessoas saíram à rua para acompanhar o seu caixão.
Também houve obituários muito elogiosos. The Times, por exemplo, escreveu; "independentemente de que Roma o canonize ou não, [Newman] será canonizado nas mentes da gente piedosa de muitos credos da Inglaterra.".
O milagre da discórdia
- Num artigo publicado em The Sunday Times (9-05-2010), John Cornwell - autor do beligerante livro sobre Pio XII, o Papa de Hitler - argumenta que a cura de Jack Sullivan, atribuída a Newman, não tem nada de milagrosa, pois é perfeitamente explicável sob o ponto de vista médico. Em que se apoia Cornwell para defender isto?
- Os argumentos de Cornwell são bastante viscerais; abundam os sarcasmos anticatólicos e, no final, esquecem-se os motivos que dão os peritos da Santa Sé para considerar milagroso esse caso.
Jack Sullivan, então com 62 anos, é um juiz de um distrito de Massachusetts (Estados Unidos), que estava a preparar-se para ser ordenado diácono da Igreja católica. Em 2000, foi-lhe diagnosticada uma doença grave da coluna vertebral, que o deixa praticamente inválido.
Em Junho desse ano, o canal de televisão norte-americano EWTN transmite um programa sobre o cardeal Newman. O padre John McCloskey entrevista Ian Ker, autor de uma das biografias mais conceituadas sobre Newman. No final do programa, McCloskey convida os espectadores a recorrer à intercessão do teólogo inglês.
Então, Sullivan, que estava a ver o programa, reza: "Por favor, cardeal Newman, ajuda-me a andar para que possa voltar às minhas aulas do diaconato e ordenar-me".
No dia seguinte, Sullivan começa a andar. Essa situação prolonga-se, perante o assombro dos médicos, até Abril de 2001. Mas, depois de terminar os seus estudos de diaconato, reaparecem as dores intensas.
Sullivan decide operar-se à coluna. Os médicos advertem-no de que a recuperação vai ser lenta. No dia 15 de Agosto de 2001, dobrado com dores, Sullivan volta a rezar a Newman. Nesse momento, desaparece a dor de maneira instantânea, completa e permanente, e recupera a mobilidade.
Em Julho de 2009, John Cornwell vai ao Oratório de Birmingham para uma refeição amistosa. Aí, dão-lhe, como prova de boa vontade, a Positio de Newman (que, por outro lado, é pública e qualquer pessoa pode ler). Cornwell leva-a a três médicos. Estes dizem que o primeiro milagre não conta, pois Sullivan volta a ter dores. O mesmo com o segundo, pois é fruto de uma operação médica. Com esta informação, Cornwell elabora o seu artigo para The Sunday Times.
Nesse artigo, não sei se deliberadamente ou não, Cornwell desvia a atenção noutra direcção. O milagre de Newman não consistiu em curar as costas a Sullivan, mas em libertá-lo de maneira instantânea, completa e permanente da sua dor e devolver-lhe a completa mobilidade. Os peritos da Santa Sé não podiam ser mais claros sobre esse assunto: "o juízo de ‘não explicável' - disseram - refere-se exclusivamente à sua imediata recuperação depois da operação, absolutamente previsível no seu caso concreto".
O Dr. Robert Banco, chefe de cirurgia de coluna do hospital New England Baptist de Boston, disse que, dos pacientes com doenças parecidas à de Sullivan que tinha atendido, nunca tinha visto uma recuperação semelhante à dele. De facto, nenhum dos três médicos de Cornwell foi capaz de o explicar. Esta é a chave do milagre.
Admirado por católicos e anglicanos
- A quinta polémica que assinala é a questão ecuménica. Pode ver-se a conversão de Newman ao catolicismo como sinal de divisão entre anglicanos e católicos, ou antes como um símbolo de unidade ecuménica?
- Newman continua a ser uma figura importante para os anglicanos. De facto, a igreja de Inglaterra reconhece a sua santidade ao incluí-lo no calendário litúrgico. Os anglicanos comemoram o teólogo inglês a 11 de Agosto, data da sua morte. A maioria dos anglicanos estão contentes que o Papa venha beatificar Newman, pois vêem nele um ponto de união.
Boa prova disso é a carta que escreveu o anglicano Octavius Ogle ao seu amigo Newman quando este foi nomeado cardeal em 1879. "Pergunto-me - escreve Ogle - se sabes quanto te querem em Inglaterra. E se alguém, pelo menos na nossa época, foi tão querido pela Inglaterra; ou seja, por todos os crentes da Inglaterra. Inclusivamente, os inimigos da fé acalmam-se pelo que sentem por ti. E pergunto-me se este extraordinário e incomparável amor não podia ser empregue para reunir todos os crentes da Inglaterra".
Newman contribuiu de maneira decisiva para renovar o anglicanismo, ao pô-lo em conexão com os Padres da Igreja. Quando se converte ao catolicismo, as suas ideias evoluem, mas não mudam de maneira substancial. E assim, publica sem alterações os sermões que pregou quando era pastor anglicano.
Creio que é interessante ter isto em conta. Porque algumas das ideias de Newman, que o Vaticano II assumiu, concebeu-as sendo anglicano. Neste sentido, parece-me que Newman pode ser visto como uma figura comum à Igreja católica e à anglicana.
- Surpreendeu alguns meios de comunicação que seja o próprio Bento XVI a celebrar pessoalmente a beatificação de Newman, ao contrário da sua prática habitual da delegar nos bispos locais.
- A minha impressão é que Bento XVI está a cuidar muito a visita para deixar claro que a sua intenção é unir, não separar. O Papa vai reunir-se com o arcebispo de Cantuária para falar sobre Newman. Além disso, organizou-se uma cerimónia em que receberá juntos os bispos anglicanos e católicos.
Por outro lado, Newman é já uma figura universal. É uma pessoa que entende como é difícil viver como cristão num mundo secularizado. O seu não foi um caminho fácil; sofreu muito por procurar a verdade e por defender a harmonia entre fé e razão. Creio que tudo isto diz muito bem com as ideias de Bento XVI.
Juan Meseguer
Aceprensa
Surpreende que a figura de um sacerdote católico inglês do século XIX esteja a suscitar tanto interesse na secularizada sociedade britânica. Até agora, Newman só era conhecido em ambientes intelectuais. Mas de um momento para o outro, os meios de comunicação britânicos viram nele uma fonte de histórias... e de controvérsias.
Nesta entrevista, Valero explica cinco polémicas que rodearam a beatificação de Newman: o empenho do lóbi gay por apresentá-lo como homossexual; as disputas em torno da sua doutrina sobre a primazia da consciência; o seu carácter aparentemente mal-humorado e reservado; as dúvidas acerca do seu milagre; e a sua possível influência negativa no ecumenismo.
Newman conseguiu que ser católico em Inglaterra começasse a ser aceitável
Amizade e celibato
- Fiel à sua tendência para se apropriar de personagens históricas, o lóbi gay britânico reivindica que o cardeal Newman era homossexual. Argumentam que Newman quis que o enterrassem com o seu amigo e colaborador, o padre Ambrose St John, falecido antes dele, "porque viviam juntos e amavam-se". Que há aqui de verdade?
- A ideia de ser homossexual terá sido totalmente alheia a Newman. Aos 16 anos comprometeu-se a viver celibatário. A Igreja anglicana não exige o celibato aos seus pastores, mas ele viu-o como uma vocação própria. Esta opção pessoal pelo celibato manteve-a toda a sua vida, primeiro como pastor anglicano e depois como sacerdote católico.
A castidade de Newman está perfeitamente documentada. Graças a que escrevia muito e guardava tudo, conservamos mais de 20.000 cartas e o seu diário íntimo, que testemunham que nunca quebrou o seu voto de celibato.
O problema é que, numa sociedade tão sexualizada como a nossa, não se entende a amizade intensa entre dois homens. O facto de Newman ter sido celibatário e não ter tido compromissos familiares, permitiu-lhe orientar a sua capacidade de amar para Deus e para os seus amigos. Assim, chegou a estabelecer relações de amizade muito sinceras. Chamar a isto "homossexualidade" é desvalorizar o sentido profundo da amizade.
Um pensador audaz
- Outra polémica à volta de Newman é a que costuma chamar-se "a batalha pela sua alma"; quer dizer, o propósito dos teólogos das mais variadas tendências em recrutá-lo para a sua causa. Eram assim tão ambíguos os seus escritos?
- Não, o que acontece é que Newman se antecipou à sua época em muitas coisas. Teve a audácia de escrever sobre temas que, no século XIX, não se compreendiam bem (como o papel dos leigos ou a primazia da consciência). Isto, unido à sua origem anglicana, levantou certas suspeitas sobre ele.
Por exemplo, em 1859, sendo já sacerdote católico, o bispo de Birmingham (Ullathorne) e o cardeal Wiseman pedem-lhe que dirija a revista cultural Rambler. Mas só dura dois números como director, pois é substituído por escrever um artigo polémico, intitulado "Consultar os fiéis em matéria de doutrina".
As suas ideias pareciam heréticas a alguns, mas o tempo deu-lhe razão. O Concílio Vaticano II destacou doutrinas que Newman tinha tratado na sua teologia: a doutrina da inhabitação divina na alma, a centralidade de Cristo na história da revelação e da salvação, a importância do mistério pascal no cristianismo, a sua doutrina do desenvolvimento do dogma, o diálogo ecuménico, etc.
Também o Catecismo da Igreja Católica recolhe os seus ensinamentos sobre a consciência moral e, inclusivamente, cita uma passagem da sua famosa Carta ao Duque de Norfolk que poderia parecer controversa: " (...) A consciência é a mensageira d'Aquele que, tanto no mundo da natureza como no da graça, nos fala veladamente, nos instrui e nos governa. A consciência é o primeiro de todos os vigários de Cristo".
- De modo que não se pode interpretar a sua doutrina sobre a primazia da consciência como um desafio à autoridade papal.
- Não, claro que não. Aqueles que defendem isso costumam ser católicos dissidentes que não querem saber nada de Roma. Frequentemente citam a resposta que deu Newman ao ex primeiro-ministro britânico William Gladstone, que acusava os católicos de acabar todos os banquetes com um brinde ao Papa. "Se me vir obrigado a envolver a religião num brinde ao final de uma refeição - coisa que não é nada oportuna -, brindarei ao Papa, se isto vos agrada, mas antes à consciência e depois ao Papa", escreve Newman.
Esta resposta aparece na Carta ao Duque de Norfolk. O Concílio Vaticano I acabava de proclamar o dogma da infalibilidade do Papa. E isto levou a que muitos protestantes - entre outros, o seu amigo Gladstone - troçassem dos católicos. Newman escreve esta carta para explicar que a obediência ao Papa não colide com o uso da razão, e que os católicos não são fideístas.
A figura de Newman é tão atractiva, que entusiasma todo o tipo de pessoas; isto explicaria a diversidade de opiniões que existem sobre ele. Uma coisa fica clara: Newman conseguiu que ser católico em Inglaterra começasse a ser algo aceitável. Se até então os católicos haviam sido considerados uns párias, Newman demonstrou com a sua vida e com os seus escritos que se pode ser um bom católico e um bom inglês.
Mau carácter?
Também há quem se queixe que a Igreja Católica proponha como modelo de santidade uma pessoa que apresentam como mal-humorado e pouco diplomático.
- O carácter de uma pessoa não é obstáculo a que a Igreja a declare santa. Pelo contrário, cada baptizado está chamado por Deus a ser santo com a sua maneira de ser. Newman foi um reformador e, por isso tinha de tomar decisões enérgicas; algo que não o entusiasmava. Mas, ao mesmo tempo, era muito amável e tinha bom humor.
Quando fundou o Oratório de Londres (1849) - um ano antes tinha fundado o de São Filipe de Neri em Birmingham - deixou à frente da casa Frederick Faber, um sacerdote convertido muito entusiasta. Os seguidores de Faber tinham opiniões extremistas e começaram a considerar Newman como um católico tíbio. Este fenómeno originou muita tensão entre os dois oratórios.
Faber escreveu por sua conta a Roma sem dizer nada a Newman. Isto incomodou-o bastante e estiveram aborrecidos durante vários anos. Também teve sérias discrepâncias com o cardeal de Westminster, Henry Edward Manning. Mas o importante é que, no final da sua vida, se reconciliou com todos. Pediu perdão e tornou-se mais humilde.
As pessoas correntes queriam-lhe muito. Quando vivia em Birmingham, muitos desconheciam a sua intensa vida intelectual; viam-no simplesmente como o seu pároco. Visitava os pobres, as famílias... e tratava-os com muita amabilidade. Quando morreu, 20.000 pessoas saíram à rua para acompanhar o seu caixão.
Também houve obituários muito elogiosos. The Times, por exemplo, escreveu; "independentemente de que Roma o canonize ou não, [Newman] será canonizado nas mentes da gente piedosa de muitos credos da Inglaterra.".
O milagre da discórdia
- Num artigo publicado em The Sunday Times (9-05-2010), John Cornwell - autor do beligerante livro sobre Pio XII, o Papa de Hitler - argumenta que a cura de Jack Sullivan, atribuída a Newman, não tem nada de milagrosa, pois é perfeitamente explicável sob o ponto de vista médico. Em que se apoia Cornwell para defender isto?
- Os argumentos de Cornwell são bastante viscerais; abundam os sarcasmos anticatólicos e, no final, esquecem-se os motivos que dão os peritos da Santa Sé para considerar milagroso esse caso.
Jack Sullivan, então com 62 anos, é um juiz de um distrito de Massachusetts (Estados Unidos), que estava a preparar-se para ser ordenado diácono da Igreja católica. Em 2000, foi-lhe diagnosticada uma doença grave da coluna vertebral, que o deixa praticamente inválido.
Em Junho desse ano, o canal de televisão norte-americano EWTN transmite um programa sobre o cardeal Newman. O padre John McCloskey entrevista Ian Ker, autor de uma das biografias mais conceituadas sobre Newman. No final do programa, McCloskey convida os espectadores a recorrer à intercessão do teólogo inglês.
Então, Sullivan, que estava a ver o programa, reza: "Por favor, cardeal Newman, ajuda-me a andar para que possa voltar às minhas aulas do diaconato e ordenar-me".
No dia seguinte, Sullivan começa a andar. Essa situação prolonga-se, perante o assombro dos médicos, até Abril de 2001. Mas, depois de terminar os seus estudos de diaconato, reaparecem as dores intensas.
Sullivan decide operar-se à coluna. Os médicos advertem-no de que a recuperação vai ser lenta. No dia 15 de Agosto de 2001, dobrado com dores, Sullivan volta a rezar a Newman. Nesse momento, desaparece a dor de maneira instantânea, completa e permanente, e recupera a mobilidade.
Em Julho de 2009, John Cornwell vai ao Oratório de Birmingham para uma refeição amistosa. Aí, dão-lhe, como prova de boa vontade, a Positio de Newman (que, por outro lado, é pública e qualquer pessoa pode ler). Cornwell leva-a a três médicos. Estes dizem que o primeiro milagre não conta, pois Sullivan volta a ter dores. O mesmo com o segundo, pois é fruto de uma operação médica. Com esta informação, Cornwell elabora o seu artigo para The Sunday Times.
Nesse artigo, não sei se deliberadamente ou não, Cornwell desvia a atenção noutra direcção. O milagre de Newman não consistiu em curar as costas a Sullivan, mas em libertá-lo de maneira instantânea, completa e permanente da sua dor e devolver-lhe a completa mobilidade. Os peritos da Santa Sé não podiam ser mais claros sobre esse assunto: "o juízo de ‘não explicável' - disseram - refere-se exclusivamente à sua imediata recuperação depois da operação, absolutamente previsível no seu caso concreto".
O Dr. Robert Banco, chefe de cirurgia de coluna do hospital New England Baptist de Boston, disse que, dos pacientes com doenças parecidas à de Sullivan que tinha atendido, nunca tinha visto uma recuperação semelhante à dele. De facto, nenhum dos três médicos de Cornwell foi capaz de o explicar. Esta é a chave do milagre.
Admirado por católicos e anglicanos
- A quinta polémica que assinala é a questão ecuménica. Pode ver-se a conversão de Newman ao catolicismo como sinal de divisão entre anglicanos e católicos, ou antes como um símbolo de unidade ecuménica?
- Newman continua a ser uma figura importante para os anglicanos. De facto, a igreja de Inglaterra reconhece a sua santidade ao incluí-lo no calendário litúrgico. Os anglicanos comemoram o teólogo inglês a 11 de Agosto, data da sua morte. A maioria dos anglicanos estão contentes que o Papa venha beatificar Newman, pois vêem nele um ponto de união.
Boa prova disso é a carta que escreveu o anglicano Octavius Ogle ao seu amigo Newman quando este foi nomeado cardeal em 1879. "Pergunto-me - escreve Ogle - se sabes quanto te querem em Inglaterra. E se alguém, pelo menos na nossa época, foi tão querido pela Inglaterra; ou seja, por todos os crentes da Inglaterra. Inclusivamente, os inimigos da fé acalmam-se pelo que sentem por ti. E pergunto-me se este extraordinário e incomparável amor não podia ser empregue para reunir todos os crentes da Inglaterra".
Newman contribuiu de maneira decisiva para renovar o anglicanismo, ao pô-lo em conexão com os Padres da Igreja. Quando se converte ao catolicismo, as suas ideias evoluem, mas não mudam de maneira substancial. E assim, publica sem alterações os sermões que pregou quando era pastor anglicano.
Creio que é interessante ter isto em conta. Porque algumas das ideias de Newman, que o Vaticano II assumiu, concebeu-as sendo anglicano. Neste sentido, parece-me que Newman pode ser visto como uma figura comum à Igreja católica e à anglicana.
- Surpreendeu alguns meios de comunicação que seja o próprio Bento XVI a celebrar pessoalmente a beatificação de Newman, ao contrário da sua prática habitual da delegar nos bispos locais.
- A minha impressão é que Bento XVI está a cuidar muito a visita para deixar claro que a sua intenção é unir, não separar. O Papa vai reunir-se com o arcebispo de Cantuária para falar sobre Newman. Além disso, organizou-se uma cerimónia em que receberá juntos os bispos anglicanos e católicos.
Por outro lado, Newman é já uma figura universal. É uma pessoa que entende como é difícil viver como cristão num mundo secularizado. O seu não foi um caminho fácil; sofreu muito por procurar a verdade e por defender a harmonia entre fé e razão. Creio que tudo isto diz muito bem com as ideias de Bento XVI.
Juan Meseguer
Aceprensa
Reflexão – A simplicidade da Fé
A fé é simples.
Cremos em Deus, princípio e fim da vida humana.
Naquele Deus que entra em relação connosco, seres humanos, que é para nós origem e futuro.
Assim a fé, contemporaneamente, é sempre também esperança, é a certeza de que nós temos num futuro e não cairemos no vazio.
E a fé é amor, porque o amor de Deus nos quer «contagiar».
Esta é a primeira coisa:
nós simplesmente cremos em Deus, e isto traz consigo também a esperança e o amor.
(Creio em um só Deus – comentado por Bento XVI)
Cremos em Deus, princípio e fim da vida humana.
Naquele Deus que entra em relação connosco, seres humanos, que é para nós origem e futuro.
Assim a fé, contemporaneamente, é sempre também esperança, é a certeza de que nós temos num futuro e não cairemos no vazio.
E a fé é amor, porque o amor de Deus nos quer «contagiar».
Esta é a primeira coisa:
nós simplesmente cremos em Deus, e isto traz consigo também a esperança e o amor.
(Creio em um só Deus – comentado por Bento XVI)
Comentário ao Evangelho do dia feito por:
Rev. D. Ferran JARABO i Carbonell (Agullana, Girona, Espanha)
«Tua fé te salvou. Vai em paz!»
Hoje, o Evangelho nos chama a ficar atentos ao perdão que o Senhor nos oferece: «Teus pecados estão perdoados» (Lc 7,48). É preciso que os cristãos nos lembremos de duas coisas: que devemos perdoar sem julgar à pessoa e amar muito porque fomos perdoados gratuitamente por Deus. Gera-se um duplo movimento: o perdão recebido e o perdão amoroso que devemos dar.
«Quando alguém lhe insulte, não lhe jogue a culpa, jogue-a ao demónio que, em todo caso, é quem faz insultar, e descarregue nele toda sua ira; em troca, compadeça ao desgraçado que faz o que o diabo lhe mandar» (São João Crisóstomo). Não se deve julgar à pessoa mas reprovar a má acção. A pessoa é um objecto continuado do amor do Senhor, são as acções que nos distanciam de Deus. Nós, então, devemos estar sempre dispostos a perdoar, acolher e amar á pessoa, mas a rejeitar aquelas acções contrarias ao amor de Deus.
«Quem peca fere a honra de Deus e o seu amor, sua própria dignidade de homem chamado a ser filho de Deus e o bem espiritual da Igreja, da qual cada cristão deve ser pedra viva» (Catecismo da Igreja, n. 1487). Através do Sacramento da Penitência, a pessoa tem a possibilidade e a oportunidade de refazer sua relação com Deus e com toda a Igreja. A resposta ao perdão recebido, só pode ser o amor. A recuperação da graça e a reconciliação nos levará à amar com um amor divinizado. Somos chamados para amar como Deus ama!
Perguntemo-nos hoje, especialmente, se somos conscientes da grandeza do perdão de Deus, se somos aqueles que amam à pessoa e lutam contra o pecado e, finalmente, se acudimos com confiança ao Sacramento da Reconciliação. Tudo o podemos com o auxilio de Deus. Que nossa humilde oração nos ajude.
(Fonte: Evangeli.net)
«Tua fé te salvou. Vai em paz!»
Hoje, o Evangelho nos chama a ficar atentos ao perdão que o Senhor nos oferece: «Teus pecados estão perdoados» (Lc 7,48). É preciso que os cristãos nos lembremos de duas coisas: que devemos perdoar sem julgar à pessoa e amar muito porque fomos perdoados gratuitamente por Deus. Gera-se um duplo movimento: o perdão recebido e o perdão amoroso que devemos dar.
«Quando alguém lhe insulte, não lhe jogue a culpa, jogue-a ao demónio que, em todo caso, é quem faz insultar, e descarregue nele toda sua ira; em troca, compadeça ao desgraçado que faz o que o diabo lhe mandar» (São João Crisóstomo). Não se deve julgar à pessoa mas reprovar a má acção. A pessoa é um objecto continuado do amor do Senhor, são as acções que nos distanciam de Deus. Nós, então, devemos estar sempre dispostos a perdoar, acolher e amar á pessoa, mas a rejeitar aquelas acções contrarias ao amor de Deus.
«Quem peca fere a honra de Deus e o seu amor, sua própria dignidade de homem chamado a ser filho de Deus e o bem espiritual da Igreja, da qual cada cristão deve ser pedra viva» (Catecismo da Igreja, n. 1487). Através do Sacramento da Penitência, a pessoa tem a possibilidade e a oportunidade de refazer sua relação com Deus e com toda a Igreja. A resposta ao perdão recebido, só pode ser o amor. A recuperação da graça e a reconciliação nos levará à amar com um amor divinizado. Somos chamados para amar como Deus ama!
Perguntemo-nos hoje, especialmente, se somos conscientes da grandeza do perdão de Deus, se somos aqueles que amam à pessoa e lutam contra o pecado e, finalmente, se acudimos com confiança ao Sacramento da Reconciliação. Tudo o podemos com o auxilio de Deus. Que nossa humilde oração nos ajude.
(Fonte: Evangeli.net)
O Evangelho do dia 16 de Setembro de 2010
São Lucas 7,36-50
36 Um dos fariseus pediu-Lhe que fosse comer com ele. Tendo entrado em casa do fariseu, pôs-Se à mesa.37 Uma mulher, que era pecadora na cidade, quando soube que Ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um frasco de alabastro cheio de perfume.38 Colocando-se a Seus pés, por detrás d'Ele, começou a banhar-Lhe os pés com as lágrimas, e enxugava-os com os cabelos da sua cabeça, beijava-os, e ungia-os com o perfume.39 Vendo isto, o fariseu que O tinha convidado, disse consigo: «Se este fosse profeta, com certeza saberia de que espécie é a mulher que O toca: uma pecadora».40 Jesus então tomou a palavra e disse-lhe: «Simão, tenho uma coisa a dizer-te». Ele disse: «Mestre, fala».41 «Um credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários, o outro cinquenta.42 Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles, pois, o amará mais?».43 Simão respondeu: «Creio que aquele a quem perdoou mais». Jesus disse-lhe: «Julgaste bem».44 Em seguida, voltando-Se para a mulher, disse a Simão: «Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não Me deste água para os pés; ela com as suas lágrimas banhou os Meus pés, e enxugou-os com os seus cabelos.45 Não Me deste o ósculo; porém ela, desde que entrou, não cessou de beijar os Meus pés.46 Não ungiste a Minha cabeça com óleo, porém esta ungiu com perfume os Meus pés.47 Pelo que te digo: São-lhe perdoados os seus muitos pecados porque muito amou. Mas, aquele a quem menos se perdoa, menos ama».48 Depois disse à mulher: «São-te perdoados os pecados».49 Os convidados começaram a dizer entre si: «Quem é Este que até perdoa pecados?».50 Mas Jesus disse à mulher: «A tua fé te salvou; vai em paz!».
36 Um dos fariseus pediu-Lhe que fosse comer com ele. Tendo entrado em casa do fariseu, pôs-Se à mesa.37 Uma mulher, que era pecadora na cidade, quando soube que Ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um frasco de alabastro cheio de perfume.38 Colocando-se a Seus pés, por detrás d'Ele, começou a banhar-Lhe os pés com as lágrimas, e enxugava-os com os cabelos da sua cabeça, beijava-os, e ungia-os com o perfume.39 Vendo isto, o fariseu que O tinha convidado, disse consigo: «Se este fosse profeta, com certeza saberia de que espécie é a mulher que O toca: uma pecadora».40 Jesus então tomou a palavra e disse-lhe: «Simão, tenho uma coisa a dizer-te». Ele disse: «Mestre, fala».41 «Um credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários, o outro cinquenta.42 Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles, pois, o amará mais?».43 Simão respondeu: «Creio que aquele a quem perdoou mais». Jesus disse-lhe: «Julgaste bem».44 Em seguida, voltando-Se para a mulher, disse a Simão: «Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não Me deste água para os pés; ela com as suas lágrimas banhou os Meus pés, e enxugou-os com os seus cabelos.45 Não Me deste o ósculo; porém ela, desde que entrou, não cessou de beijar os Meus pés.46 Não ungiste a Minha cabeça com óleo, porém esta ungiu com perfume os Meus pés.47 Pelo que te digo: São-lhe perdoados os seus muitos pecados porque muito amou. Mas, aquele a quem menos se perdoa, menos ama».48 Depois disse à mulher: «São-te perdoados os pecados».49 Os convidados começaram a dizer entre si: «Quem é Este que até perdoa pecados?».50 Mas Jesus disse à mulher: «A tua fé te salvou; vai em paz!».
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