Há três, quatro anos atrás, o Pe Armindo Ferreira e o Pe Pedro Viva, da Paróquia da Marinha Grande, falaram comigo acerca do Curso Alpha, do qual eu já tinha algum, pouco, conhecimento, por ouvir falar do mesmo em Lisboa.
Confesso que não me entusiasmava, e que, tinha até para mim a ideia de que seria mais uma “coisa” da Igreja, que não levaria a grandes resultados.
Entretanto, o Pe Pedro Viva foi para Roma e chegou à Marinha Grande o Pe Patrício Oliveira, e o tal do Curso Alpha voltou “à baila”, pois a Vigararia da Marinha Grande seria a “porta de entrada” do Alpha na Diocese de Leiria-Fátima, e pediam-me, com outros, que fossemos a um fim-de-semana em Lisboa tomar contacto com aquilo que é, como é e para que serve o Curso Alpha.
E assim lá fomos e mais uma vez não me entusiasmou, não me pareceu que fossem possíveis os resultados que “apregoavam”.
Uma coisa, no entanto, me chamou a atenção, e que foi uma certa identificação com uma espiritualidade muito similar à do Renovamento Carismático Católico, sobretudo no chamado fim-de-semana do Espírito Santo, espiritualidade essa que vivo diariamente e me levou a ser hoje em dia um cristão que tenta ser empenhado, vivendo a fé diariamente em Igreja.
Para encurtar razões, lá fomos, viemos, e programámos o primeiro Percurso Alpha.
Tentei colocar de lado todas as minhas reservas e dúvidas e parti para o Alpha de coração aberto a tudo que pudesse acontecer.
Logo de início e sendo eu a dar o primeiro tema sobre Jesus Cristo, agradou-me muito a forma como o tema era abordado, bem como depois, todos os outros temas.
Começou aí uma mudança na minha relação com o Alpha e pensei cá nos meus “orgulhos” que afinal talvez a “coisa” tivesse “pernas para andar”.
As semanas foram correndo e foi muito interessante ver os convidados e a equipa a tornarem-se cada vez mais próximos uns dos outros, perceber uma maior facilidade e abertura para debater os temas, uma maior procura da verdade de Deus e da Doutrina da Igreja, e uma alegria que se ia instalando em todos os participantes.
O fim-de-semana do Espírito Santo, (apesar de eu já ter algumas expectativas sobre o mesmo), ultrapassou largamente tudo que eu esperava e foi visível a mudança que na maioria dos convidados se operou, e até mesmo nos membros da equipa.
Tornou-se mais claro o viver cristão, não assente em “crendices” ou “coisas já estabelecidas”, mas numa vivência e procura de encontrar cada vez mais a Deus em comunhão de Igreja.
Nem falo, obviamente, dos testemunhos que se abriam aos nossos olhos quando no fim-de-semana rezámos individualmente pelos convidados que assim o desejaram.
Daí até ao fim do Alpha, foi um crescendo de empenhamento e dedicação de todos, de tal modo que ficaram saudades quanto o Percurso acabou.
E a realidade de que como mudaram as prioridades e a vivência cristã, foi bem demonstrada em todos os convidados, que se ofereceram para fazer parte do novo Alpha que começou passadas algumas semanas.
Falar dos outros dois Alpha entretanto realizados é repetir um pouco o que acima testemunho.
Deus realmente faz muito, faz tudo, com o tão pouco que nós somos!
Basta que nos abramos à sua presença, e deixar que Ele faça em nós e se sirva de nós, e tudo o mais vem por acréscimo.
Acredito que o Percurso Alpha, pela graça de Deus, pode chamar e mudar aqueles que andam afastados ou mais descrentes, que andam sem rumo, sem sentido na vida, sobretudo pela falta de um encontro pessoal com Jesus Cristo.
E, ao realizar essa mudança nos homens, torna cada vez maior e mais real a comunhão em Igreja, caminho de salvação por Cristo, com Cristo e em Cristo.
Marinha Grande, 8 de Julho de 2014
Joaquim Mexia Alves
Nota:
Sobre o Alpha, ver este link: http://alphaportugal.org/