Realizou-se, recentemente, em Viena um encontro com o sugestivo título: “Intolerância e discriminação contra os cristãos”.
Não, não foi organizado pela Igreja! Este encontro partiu da iniciativa de um vice-presidente do Parlamento Europeu e membro da OSCE para as questões de racismo, xenofobia e discriminação. Em causa estava o que, actualmente, se passa na União Europeia. Alguns, chamam-lhe “cristianofobia” – expressão, aliás, que já foi utilizada pelas Nações Unidas.
Os episódios sucedem-se, alguns deles revelados nesta reunião de Viena, são conhecidos: na Grã-Bretanha, uma funcionária do aeroporto foi despedida por usar um crucifixo e uma enfermeira suspensa por ter rezado com uma doente. Em França, incendiaram uma escola católica e uma capela dedicada a Nossa Senhora de Fátima e, na vizinha Espanha, a agressividade surge a vários níveis, a começar pela tentativa de impedir médicos católicos de exercerem o seu direito fundamental à objecção de consciência.
Mas, além destas e de outras denúncias, o aspecto mais importante deste encontro foi romper o tabu do”politicamente correcto” que costuma definir como reaccionários ou obscurantistas os que falam destas coisas.
Ora, ao assumir-se publicamente que a discriminação existe e ao colocar, agora, a questão da intolerância contra os cristãos no contexto internacional, este encontro de Viena veio prestar um grande serviço à comunidade.
Aura Miguel
(Fonte: site RR)
Obrigado, Perdão Ajuda-me
sexta-feira, 27 de março de 2009
Bispos da UE deixam apelos para as Europeias
«Construir a casa Europa» é o título da declaração da Comissão dos Episcopados Católicos da UE (COMECE) para as próximas eleições europeias, consideradas como “uma oportunidade para construir uma Europa melhor”.
“Nós, Bispos da COMECE, apoiamos e promovemos a União Europeia como projecto de esperança para todos os seus cidadãos”, pode ler-se.
O texto apela à participação de todos os cidadãos, lembrando as responsabilidades especiais dos cristãos, após 64 anos de desenvolvimento pacífico e 20 anos depois da queda da Cortina de Ferro.
“Participando nas eleições para o Parlamento Europeu, todos os cidadãos têm a possibilidade de contribuir para o desenvolvimento e a melhoria da União Europeia”, afirma a COMECE.
Num tempo de crise financeira e económica, a UE apresentou-se, segundo os Bispos, como uma referência para “preservar a estabilidade e a solidariedade entre os seus membros”.
“Hoje, 2009, a União Europeia traz em si a capacidade e os meios de responder aos desafios mais urgentes e mais duros do nosso tempo”, acrescenta a COMECE.
A declaração lembra que a Igreja Católica manifestou “desde o início” o seu apoio ao projecto de integração europeia e continua a fazer o mesmo, ainda hoje. “Todos os cristãos têm não só o direito, mas também o dever de se comprometerem activamente neste projecto, exercendo o seu direito ao voto”, refere-se.
Por outro lado, é pedido ao Parlamento Europeu que defenda os princípios fundamentais “da dignidade humana e da promoção do bem comum”.
Neste contexto, pede-se aos eurodeputados que tudo façam para “respeitar a vida humana, da concepção à morte natural”, “apoiar a família fundada no matrimónio”, “promover os direitos sociais dos trabalhadores” e “levar por diante uma governação financeira apoiada em valores éticos”.
As mudanças climáticas, as relações da UE com os países em vias de desenvolvimento ou a promoção de uma política externa que promova a paz no mundo são outras preocupações apresentadas.
Recorde-se que as eleições europeias em Portugal estão marcadas para o dia 7 de Junho.
(Fonte: site Radio Vaticana)
“Nós, Bispos da COMECE, apoiamos e promovemos a União Europeia como projecto de esperança para todos os seus cidadãos”, pode ler-se.
O texto apela à participação de todos os cidadãos, lembrando as responsabilidades especiais dos cristãos, após 64 anos de desenvolvimento pacífico e 20 anos depois da queda da Cortina de Ferro.
“Participando nas eleições para o Parlamento Europeu, todos os cidadãos têm a possibilidade de contribuir para o desenvolvimento e a melhoria da União Europeia”, afirma a COMECE.
Num tempo de crise financeira e económica, a UE apresentou-se, segundo os Bispos, como uma referência para “preservar a estabilidade e a solidariedade entre os seus membros”.
“Hoje, 2009, a União Europeia traz em si a capacidade e os meios de responder aos desafios mais urgentes e mais duros do nosso tempo”, acrescenta a COMECE.
A declaração lembra que a Igreja Católica manifestou “desde o início” o seu apoio ao projecto de integração europeia e continua a fazer o mesmo, ainda hoje. “Todos os cristãos têm não só o direito, mas também o dever de se comprometerem activamente neste projecto, exercendo o seu direito ao voto”, refere-se.
Por outro lado, é pedido ao Parlamento Europeu que defenda os princípios fundamentais “da dignidade humana e da promoção do bem comum”.
Neste contexto, pede-se aos eurodeputados que tudo façam para “respeitar a vida humana, da concepção à morte natural”, “apoiar a família fundada no matrimónio”, “promover os direitos sociais dos trabalhadores” e “levar por diante uma governação financeira apoiada em valores éticos”.
As mudanças climáticas, as relações da UE com os países em vias de desenvolvimento ou a promoção de uma política externa que promova a paz no mundo são outras preocupações apresentadas.
Recorde-se que as eleições europeias em Portugal estão marcadas para o dia 7 de Junho.
(Fonte: site Radio Vaticana)
Acorda, Família Cristã!
1. Introdução. Depois de termos recitado o terço de Nossa Senhora, na Capelinha, e de termos acompanhado a sua veneranda imagem pela esplanada da Cova da Iria, abençoada pelas repetidas aparições de Maria e pela oração e penitência de milhões de peregrinos, reunimo-nos agora nesta Basílica, junto às sepulturas dos três Pastorinhos, para a celebração da Eucaristia e o acto da consagração das famílias ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria.
Fazemo-lo no âmbito desta jornada de oração pela família, nesta hora difícil para tantas gentes portuguesas, não apenas pelas carências materiais que experimentam no seu dia-a-dia, mas também e principalmente pelas muitas dificuldades que a cultura dominante opõe à dignidade e santidade da família cristã.
E fazemo-lo numa data especialmente feliz, porque cumprem-se hoje vinte e cinco anos sobre a consagração do mundo inteiro ao Imaculado Coração de Maria, realizada pelo saudoso João Paulo II em Roma, diante da imagem de Nossa Senhora do Rosário que se venera na Capelinha deste santuário. A essa consagração, há tanto tempo pedida por Maria e finalmente realizada pelo anterior Papa, seguiu-se, quase de imediato, a pacífica revolução do Leste europeu que, depois de várias décadas de opressão e de perseguição religiosa, recuperou a liberdade pela mão da Mãe do Céu.
É com análoga esperança que hoje nos dirigimos a Nossa Senhora, na certeza de que a nossa prece não deixará de ser atendida pela Senhora mais brilhante do que o Sol e de que, mais uma vez, Ela irá fazer brilhar a sua luz sobre esta noite de trevas por que passa a nossa sociedade. Cremos em Maria; cremos no seu amor misericordioso; cremos na sua poderosa intercessão junto de Deus!
Acreditamos que esta nossa consagração ao seu Imaculado Coração e ao Sagrado Coração de Jesus é prenúncio de um novo tempo, a aurora de uma nova evangelização, de um renascimento espiritual do mundo inteiro, de uma autêntica conversão de todas a cada uma das nações, das nossas famílias e dos nossos corações!
2. O poder da oração. Fátima é o lugar em que a Omnipotência suplicante, título que alguns autores espirituais atribuíram muito certeiramente a Maria, escolheu para nos ensinar a lição do verdadeiro poder.
Quando, há quase um século, a Europa debatia-se numa impiedosa luta fratricida, a primeira guerra mundial, Nossa Senhora marcou aqui, na Cova da Iria, um encontro com três crianças analfabetas que, despreocupadamente, pastoreavam as suas ovelhas por estas paragens. A Mãe do Céu não apareceu aos poderosos deste mundo, não se fez ver nos campos de batalha, não se dirigiu aos Estados-Maiores nem aos parlamentos, não convocou os governantes, nem chamou os ricos. Preferiu aquelas três crianças, que escolheu para suas interlocutoras, para que depois fossem elas as portadoras da sua mensagem para o mundo inteiro e as primeiras fiéis executantes dos seus ensinamentos. Elas, que mal sabiam rezar as contas que seus pais lhes tinham vivamente aconselhado; elas, que viviam alheias à guerra em que também se vertia sangue português; elas, que na sua ignorância desconheciam a existência da Rússia, bem como a impiedade da sua tirania; elas, que na sua inocência pensavam que os pecados da carne fossem a omissão da abstinência, foram, não obstante a sua objectiva insignificância, as escolhidas para confidentes da Senhora do doce nome!
E, porque responderam afirmativamente ao chamamento mariano, como dois mil anos antes o fizera a donzela da Nazaré (cf. Lc 1, 26-38), foram os instrumentos fiéis da divina Providência para derrotar o materialismo ateu. A elas, à sua oração e penitência, se ficou também a dever a mudança realizada por essas datas no nosso país, a braços com um regime manifestamente anticristão. Com efeito, pouco tempo depois, foram restabelecidas as relações diplomáticas da Santa Sé com esta nação fidelíssima, que o foi sempre no seu povo e em alguns dos seus chefes, permitiu-se de novo que a Igreja cumprisse a sua missão pastoral e autorizou-se o regresso da quase totalidade dos nossos Bispos, então exilados pelo poder político.
3. O sinal de Fátima. Queridas famílias cristãs! Neste nosso tempo trava-se uma guerra mundial contra a santidade da vida humana e contra a natureza e dignidade da família e do matrimónio cristão, ignobilmente equiparado a uniões que repugnam até ao mais elementar bom senso! É verdade que poderosíssimas organizações internacionais e não poucos Estados, alguns até de nações com tradição cristã, com a cumplicidade de múltiplos órgãos de comunicação social, estão empenhados em destruir a família e a Igreja. Não vos deixeis contudo desalentar pela vossa fraqueza e exiguidade, nem olheis com temor para o poder de tantos e tão poderosos inimigos, porque o Senhor «dispersa os homens de coração soberbo, depõe do trono os poderosos e eleva os humildes, enche de bens os famintos e aos ricos despede de mãos vazias» (cf Lc 1,51-53).
Agora, como em 1917, ou como há dois mil anos, Deus quer servir-se de vós, como o fez há dois milénios com aquela pobre e humilde virgem de Nazaré (cf Lc 1, 26-27) ou, mais recentemente, com aquelas três crianças que aqui foram as confidentes da Rainha do Céu!
Em pleno Ano Paulino, vem a propósito recordar o ensinamento do Apóstolo das Gentes aos cristãos de Corinto, também eles ínfimos, em quantidade e qualidade, sobretudo se comparados com as hostes que os acossavam e perseguiam: «entre vós – constatava Paulo de Tarso – não há muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos nobres; mas as coisas loucas, segundo o mundo, escolheu-as Deus para confundir os sábios; e as coisas fracas, segundo o mundo, escolheu-as Deus para confundir as fortes; Deus escolheu as coisas vis e desprezíveis segundo o mundo e aquelas que não são nada, para destruir as que são, para que nenhuma criatura se glorie diante d’Ele. É por Ele que estais em Jesus Cristo, a Quem Deus tornou, para nós, em sabedoria, justiça, santificação e redenção» (1Cor 1, 26-30).
Eis o verdadeiro milagre de Fátima: a sabedoria dos ignorantes, a força dos fracos e o poder dos humildes - numa palavra, a eficácia sobreabundante da graça de Deus! Há porventura coisa mais maravilhosa do que o feito daquelas três crianças?! Houve porventura alguém que ganhasse uma tão espantosa batalha como a que os videntes alcançaram com a derrota do totalitarismo que, durante décadas, oprimiu todos as nações da Europa do Leste?!
Conta-se que um poderoso dirigente da Rússia soviética, ao ser advertido da previsível oposição do Papa a uma sua medida contrária à liberdade e à justiça, teria comentado:
- Mas onde estão os exércitos do Papa?!
Se pensava em tanques e em armas de destruição, razão tinha para se rir da diminuta força de segurança que tem a seu cargo a defesa do minúsculo Estado do Vaticano. Mas não são os guardas suíços o exército do Santo Padre, porque o verdadeiro exército do Papa somos nós, todos os cristãos, todos os membros vivos da Igreja militante, cuja principal arma é a oração e o sacrifício, nomeadamente a recitação do terço de Nossa Senhora! Foram estas as divisões e os blindados que venceram o tenebroso regime soviético! Foi a oração dos Pastorinhos, e de quantos seguiram o seu exemplo, a força que venceu o ateísmo e alcançou, imprevisivelmente, a conversão de tantos povos e nações! As nossas balas são as contas que desfiamos ao rezar o terço de Nossa Senhora e é com a força do amor a Deus e a intercessão maternal de Maria que declaramos guerra ao ódio e à injustiça! Porque «esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé!» (1Jo 5, 4).
4. Apelo à conversão. Não é possível vir a Fátima e não ficar gratamente espantado com o espectáculo habitual das multidões ingentes que ininterruptamente acorrem a este santo lugar. Como explicar a sua presença se aqui, na Cova da Iria, não há outros milagres do que a edificante penitência dos peregrinos, nem outra sabedoria do que a das suas singelas preces?! Mas é este, precisamente, o verdadeiro milagre de Fátima, que permanece oculto para os néscios e poderosos, mas que para nós, pela graça de Deus, brilha mais do que o sol dançante daquele 13 de Outubro de 1917!
Se nos enaltece a recordação das aparições de Nossa Senhora e nos anima a generosa resposta dos Pastorinhos e de quantos aqui reencontraram o caminho do Céu, não esqueçamos que também nós, aqui e agora, somos interpelados por Deus, através de Maria: «Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a Minha voz e Me abrir a porta, entrarei em sua morada, cearei com ele e ele comigo» (Ap 3, 20).
Esta é a conversão que agora importa, mais do que a conversão de longínquos Estados ou nações: o milagre da nossa conversão pessoal, o milagre da nossa fé em Deus, o milagre sempre renovado da nossa esperança filial em Maria, o milagre do amor que se abre à vida e se dá sem condições, como Nossa Senhora neste dia da Anunciação: «Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1, 38).
Naquela hora bendita da encarnação do Verbo, tudo mudou na realidade, mas quase ninguém se apercebeu da chegada do Rei do Universo, já feito homem verdadeiro no seio virginal de sua Mãe. Na aparente monotonia da vida sempre igual daquela pequena localidade da Galileia, quase ninguém foi capaz de compreender que as tão desejadas promessas messiânicas já se tinham cumprido, não ao jeito de um novo império terreno, como alguns erradamente pensavam, mas na discreta intimidade da alma e do bendito ventre da «cheia de graça» (Lc 1, 28), a virgem, desposada com São José, que concebe do Espírito Santo o Filho unigénito de Deus e em cuja família, humana e divina, se inicia a salvação da humanidade! Só Aquela que, pela graça de Deus, se entregou ao mistério e nele viveu pela fé, pela esperança e pela caridade, viveu a experiência daquele Amor que em si tudo renova.
5. Conclusão.
Família cristã, sê fiel à grandeza da tua vocação!
Sê fiel ao desígnio de Deus que, na unidade da sua única essência e na trindade das suas Pessoas é a família por excelência, o paradigma da verdadeira comunhão de vida e de amor!
Família cristã, sê fiel à tua missão evangelizadora e grita a beleza do verdadeiro amor, que se realiza na doação a Deus e aos outros até ao fim, e não na mentira precária do prazer, que mais não é do que expressão do mais cruel egoísmo.
Família cristã, sê fiel à tua condição de igreja doméstica, santuário da civilização do amor, segundo o bendito exemplo de Jesus, Maria e José, a Sagrada Família de Nazaré!
Família cristã, converte-te e consagra-te ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria, que será o teu refúgio e o caminho que te levará até Deus!
Famílias cristãs, em nome de Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo, eu vos abençoo, porque vós sois verdadeiramente o «sal da terra» e a «luz do mundo»! (cf. Mt 5, 13.14).
Benditas sejais!
Homília na Basílica do Santuário de Fátima, na Solenidade da Anunciação do Senhor - 25 de Março de 2009
Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada
(Fonte: Infovitae)
Fazemo-lo no âmbito desta jornada de oração pela família, nesta hora difícil para tantas gentes portuguesas, não apenas pelas carências materiais que experimentam no seu dia-a-dia, mas também e principalmente pelas muitas dificuldades que a cultura dominante opõe à dignidade e santidade da família cristã.
E fazemo-lo numa data especialmente feliz, porque cumprem-se hoje vinte e cinco anos sobre a consagração do mundo inteiro ao Imaculado Coração de Maria, realizada pelo saudoso João Paulo II em Roma, diante da imagem de Nossa Senhora do Rosário que se venera na Capelinha deste santuário. A essa consagração, há tanto tempo pedida por Maria e finalmente realizada pelo anterior Papa, seguiu-se, quase de imediato, a pacífica revolução do Leste europeu que, depois de várias décadas de opressão e de perseguição religiosa, recuperou a liberdade pela mão da Mãe do Céu.
É com análoga esperança que hoje nos dirigimos a Nossa Senhora, na certeza de que a nossa prece não deixará de ser atendida pela Senhora mais brilhante do que o Sol e de que, mais uma vez, Ela irá fazer brilhar a sua luz sobre esta noite de trevas por que passa a nossa sociedade. Cremos em Maria; cremos no seu amor misericordioso; cremos na sua poderosa intercessão junto de Deus!
Acreditamos que esta nossa consagração ao seu Imaculado Coração e ao Sagrado Coração de Jesus é prenúncio de um novo tempo, a aurora de uma nova evangelização, de um renascimento espiritual do mundo inteiro, de uma autêntica conversão de todas a cada uma das nações, das nossas famílias e dos nossos corações!
2. O poder da oração. Fátima é o lugar em que a Omnipotência suplicante, título que alguns autores espirituais atribuíram muito certeiramente a Maria, escolheu para nos ensinar a lição do verdadeiro poder.
Quando, há quase um século, a Europa debatia-se numa impiedosa luta fratricida, a primeira guerra mundial, Nossa Senhora marcou aqui, na Cova da Iria, um encontro com três crianças analfabetas que, despreocupadamente, pastoreavam as suas ovelhas por estas paragens. A Mãe do Céu não apareceu aos poderosos deste mundo, não se fez ver nos campos de batalha, não se dirigiu aos Estados-Maiores nem aos parlamentos, não convocou os governantes, nem chamou os ricos. Preferiu aquelas três crianças, que escolheu para suas interlocutoras, para que depois fossem elas as portadoras da sua mensagem para o mundo inteiro e as primeiras fiéis executantes dos seus ensinamentos. Elas, que mal sabiam rezar as contas que seus pais lhes tinham vivamente aconselhado; elas, que viviam alheias à guerra em que também se vertia sangue português; elas, que na sua ignorância desconheciam a existência da Rússia, bem como a impiedade da sua tirania; elas, que na sua inocência pensavam que os pecados da carne fossem a omissão da abstinência, foram, não obstante a sua objectiva insignificância, as escolhidas para confidentes da Senhora do doce nome!
E, porque responderam afirmativamente ao chamamento mariano, como dois mil anos antes o fizera a donzela da Nazaré (cf. Lc 1, 26-38), foram os instrumentos fiéis da divina Providência para derrotar o materialismo ateu. A elas, à sua oração e penitência, se ficou também a dever a mudança realizada por essas datas no nosso país, a braços com um regime manifestamente anticristão. Com efeito, pouco tempo depois, foram restabelecidas as relações diplomáticas da Santa Sé com esta nação fidelíssima, que o foi sempre no seu povo e em alguns dos seus chefes, permitiu-se de novo que a Igreja cumprisse a sua missão pastoral e autorizou-se o regresso da quase totalidade dos nossos Bispos, então exilados pelo poder político.
3. O sinal de Fátima. Queridas famílias cristãs! Neste nosso tempo trava-se uma guerra mundial contra a santidade da vida humana e contra a natureza e dignidade da família e do matrimónio cristão, ignobilmente equiparado a uniões que repugnam até ao mais elementar bom senso! É verdade que poderosíssimas organizações internacionais e não poucos Estados, alguns até de nações com tradição cristã, com a cumplicidade de múltiplos órgãos de comunicação social, estão empenhados em destruir a família e a Igreja. Não vos deixeis contudo desalentar pela vossa fraqueza e exiguidade, nem olheis com temor para o poder de tantos e tão poderosos inimigos, porque o Senhor «dispersa os homens de coração soberbo, depõe do trono os poderosos e eleva os humildes, enche de bens os famintos e aos ricos despede de mãos vazias» (cf Lc 1,51-53).
Agora, como em 1917, ou como há dois mil anos, Deus quer servir-se de vós, como o fez há dois milénios com aquela pobre e humilde virgem de Nazaré (cf Lc 1, 26-27) ou, mais recentemente, com aquelas três crianças que aqui foram as confidentes da Rainha do Céu!
Em pleno Ano Paulino, vem a propósito recordar o ensinamento do Apóstolo das Gentes aos cristãos de Corinto, também eles ínfimos, em quantidade e qualidade, sobretudo se comparados com as hostes que os acossavam e perseguiam: «entre vós – constatava Paulo de Tarso – não há muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos nobres; mas as coisas loucas, segundo o mundo, escolheu-as Deus para confundir os sábios; e as coisas fracas, segundo o mundo, escolheu-as Deus para confundir as fortes; Deus escolheu as coisas vis e desprezíveis segundo o mundo e aquelas que não são nada, para destruir as que são, para que nenhuma criatura se glorie diante d’Ele. É por Ele que estais em Jesus Cristo, a Quem Deus tornou, para nós, em sabedoria, justiça, santificação e redenção» (1Cor 1, 26-30).
Eis o verdadeiro milagre de Fátima: a sabedoria dos ignorantes, a força dos fracos e o poder dos humildes - numa palavra, a eficácia sobreabundante da graça de Deus! Há porventura coisa mais maravilhosa do que o feito daquelas três crianças?! Houve porventura alguém que ganhasse uma tão espantosa batalha como a que os videntes alcançaram com a derrota do totalitarismo que, durante décadas, oprimiu todos as nações da Europa do Leste?!
Conta-se que um poderoso dirigente da Rússia soviética, ao ser advertido da previsível oposição do Papa a uma sua medida contrária à liberdade e à justiça, teria comentado:
- Mas onde estão os exércitos do Papa?!
Se pensava em tanques e em armas de destruição, razão tinha para se rir da diminuta força de segurança que tem a seu cargo a defesa do minúsculo Estado do Vaticano. Mas não são os guardas suíços o exército do Santo Padre, porque o verdadeiro exército do Papa somos nós, todos os cristãos, todos os membros vivos da Igreja militante, cuja principal arma é a oração e o sacrifício, nomeadamente a recitação do terço de Nossa Senhora! Foram estas as divisões e os blindados que venceram o tenebroso regime soviético! Foi a oração dos Pastorinhos, e de quantos seguiram o seu exemplo, a força que venceu o ateísmo e alcançou, imprevisivelmente, a conversão de tantos povos e nações! As nossas balas são as contas que desfiamos ao rezar o terço de Nossa Senhora e é com a força do amor a Deus e a intercessão maternal de Maria que declaramos guerra ao ódio e à injustiça! Porque «esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé!» (1Jo 5, 4).
4. Apelo à conversão. Não é possível vir a Fátima e não ficar gratamente espantado com o espectáculo habitual das multidões ingentes que ininterruptamente acorrem a este santo lugar. Como explicar a sua presença se aqui, na Cova da Iria, não há outros milagres do que a edificante penitência dos peregrinos, nem outra sabedoria do que a das suas singelas preces?! Mas é este, precisamente, o verdadeiro milagre de Fátima, que permanece oculto para os néscios e poderosos, mas que para nós, pela graça de Deus, brilha mais do que o sol dançante daquele 13 de Outubro de 1917!
Se nos enaltece a recordação das aparições de Nossa Senhora e nos anima a generosa resposta dos Pastorinhos e de quantos aqui reencontraram o caminho do Céu, não esqueçamos que também nós, aqui e agora, somos interpelados por Deus, através de Maria: «Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a Minha voz e Me abrir a porta, entrarei em sua morada, cearei com ele e ele comigo» (Ap 3, 20).
Esta é a conversão que agora importa, mais do que a conversão de longínquos Estados ou nações: o milagre da nossa conversão pessoal, o milagre da nossa fé em Deus, o milagre sempre renovado da nossa esperança filial em Maria, o milagre do amor que se abre à vida e se dá sem condições, como Nossa Senhora neste dia da Anunciação: «Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1, 38).
Naquela hora bendita da encarnação do Verbo, tudo mudou na realidade, mas quase ninguém se apercebeu da chegada do Rei do Universo, já feito homem verdadeiro no seio virginal de sua Mãe. Na aparente monotonia da vida sempre igual daquela pequena localidade da Galileia, quase ninguém foi capaz de compreender que as tão desejadas promessas messiânicas já se tinham cumprido, não ao jeito de um novo império terreno, como alguns erradamente pensavam, mas na discreta intimidade da alma e do bendito ventre da «cheia de graça» (Lc 1, 28), a virgem, desposada com São José, que concebe do Espírito Santo o Filho unigénito de Deus e em cuja família, humana e divina, se inicia a salvação da humanidade! Só Aquela que, pela graça de Deus, se entregou ao mistério e nele viveu pela fé, pela esperança e pela caridade, viveu a experiência daquele Amor que em si tudo renova.
5. Conclusão.
Família cristã, sê fiel à grandeza da tua vocação!
Sê fiel ao desígnio de Deus que, na unidade da sua única essência e na trindade das suas Pessoas é a família por excelência, o paradigma da verdadeira comunhão de vida e de amor!
Família cristã, sê fiel à tua missão evangelizadora e grita a beleza do verdadeiro amor, que se realiza na doação a Deus e aos outros até ao fim, e não na mentira precária do prazer, que mais não é do que expressão do mais cruel egoísmo.
Família cristã, sê fiel à tua condição de igreja doméstica, santuário da civilização do amor, segundo o bendito exemplo de Jesus, Maria e José, a Sagrada Família de Nazaré!
Família cristã, converte-te e consagra-te ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria, que será o teu refúgio e o caminho que te levará até Deus!
Famílias cristãs, em nome de Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo, eu vos abençoo, porque vós sois verdadeiramente o «sal da terra» e a «luz do mundo»! (cf. Mt 5, 13.14).
Benditas sejais!
Homília na Basílica do Santuário de Fátima, na Solenidade da Anunciação do Senhor - 25 de Março de 2009
Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada
(Fonte: Infovitae)
Reflexões teológicas sobre o tema do sínodo (3)
3. A justiça do Reino
44. A justiça que Jesus Cristo nos convida a procurar é antes de mais a do Reino (cf. Mt 6,33). Esta justiça é aquela que ilustra José, chamado «o justo» (Mt 1,19), porque escutou a sua consciência habitada pela Palavra de Deus, e ofereceu a Maria, sua esposa e ao menino em seu seio, o que lhes era devido: a protecção da vida. Esta justiça maior do Reino ultrapassa a da Lei; ela também é virtude. Não nega a justiça humana, mas integra-a e transcende-a. É por isso que ela se torna uma via que conduz ao perdão, à reconciliação verdadeira e que restaura a comunhão.
45. A Igreja Família habitada por Cristo, Palavra do Pai, sente-se interpelada a servir a justiça do Reino. Deve, ante de mais, viver a justiça no seu seio, nos seus membros, para que os nossos irmãos e irmãs em África vejam o caminho árduo da redenção e por ele enveredem. Com efeito, a cada pessoa é devido, em justiça, o respeito pela sua dignidade de filho ou filha de Deus. Ora, no cenário do continente Africano, «os homens […] mantêm a verdade prisioneira da injustiça» (Rom 1,18). É preciso libertá-la. E «em virtude da redenção realizada em Cristo Jesus» (Rom 3,24), como discípulos de Cristo ao serviço da justiça, «nós também devemos dar a nossa vida pelos irmãos» e irmãs (1 Jo 3, 16). Assim, nossa terra viverá, também ela, pacificada: «a paz é o fruto da justiça (cf. Is 32, 17)».
INSTRUMENTUM LABORIS III, 1, 44-45
(Fonte: site da Santa Sé)
44. A justiça que Jesus Cristo nos convida a procurar é antes de mais a do Reino (cf. Mt 6,33). Esta justiça é aquela que ilustra José, chamado «o justo» (Mt 1,19), porque escutou a sua consciência habitada pela Palavra de Deus, e ofereceu a Maria, sua esposa e ao menino em seu seio, o que lhes era devido: a protecção da vida. Esta justiça maior do Reino ultrapassa a da Lei; ela também é virtude. Não nega a justiça humana, mas integra-a e transcende-a. É por isso que ela se torna uma via que conduz ao perdão, à reconciliação verdadeira e que restaura a comunhão.
45. A Igreja Família habitada por Cristo, Palavra do Pai, sente-se interpelada a servir a justiça do Reino. Deve, ante de mais, viver a justiça no seu seio, nos seus membros, para que os nossos irmãos e irmãs em África vejam o caminho árduo da redenção e por ele enveredem. Com efeito, a cada pessoa é devido, em justiça, o respeito pela sua dignidade de filho ou filha de Deus. Ora, no cenário do continente Africano, «os homens […] mantêm a verdade prisioneira da injustiça» (Rom 1,18). É preciso libertá-la. E «em virtude da redenção realizada em Cristo Jesus» (Rom 3,24), como discípulos de Cristo ao serviço da justiça, «nós também devemos dar a nossa vida pelos irmãos» e irmãs (1 Jo 3, 16). Assim, nossa terra viverá, também ela, pacificada: «a paz é o fruto da justiça (cf. Is 32, 17)».
INSTRUMENTUM LABORIS III, 1, 44-45
(Fonte: site da Santa Sé)
Comentário ao Evangelho do dia feito por:
São João da Cruz (1542-1591), Carmelita, Doutor da Igreja Cântico Espiritual, estrofe 1 (a partir da trad. OC, Cerf 1990, p. 1218)
«Procuravam, então, prendê-Lo, mas ninguém Lhe deitou a mão»
Onde Te escondeste, meu Bem-Amado,Deixando-me num gemido constante?Fugiste, qual veado,Havendo-me ferido; Por tiClamando, eu fui. Ah, em vão Te segui!
«Onde Te escondeste?» É como se a alma dissesse: «Verbo, Esposo meu, mostra-me o lugar da Tua morada.» O que equivale a pedir-Lhe que manifeste a Sua divina essência, porque «o lugar da morada do Filho de Deus», diz-nos São João, «está no seio do Pai» (Jo 1,18) ou, falando noutros termos, é a essência divina, invisível a todo o olhar mortal, impenetrável a todo o entendimento humano. Isaías, dirigindo-se a Deus, diz-Lhe: «Na verdade Vós sois um Deus escondido» (Is 45, 15).
Por isso, é de notar que, por muito íntimas que sejam as comunicações, por muito sublime que possa ser o conhecimento que uma alma tenha de Deus nesta vida, o que ela percebe não é a essência de Deus e nada tem de comum com Ele. Na realidade, Deus está sempre escondido da nossa alma. Quaisquer que sejam as maravilhas que lhe sejam desveladas, a alma deve sempre tê-Lo por escondido e procurá-Lo em sua morada, dizendo: «Onde Te escondeste?» De facto, nem a comunicação sublime nem a presença sensível são testemunho seguro da favorável presença de Deus numa alma, nem a secura e a carência de tais dons serão um indício da Sua ausência. É o que nos diz o profeta Job: «Passa diante de mim e eu não O vejo, afasta-Se de mim e não me apercebo» (Job 9, 11).
Devemos daqui tirar um ensinamento. Se uma alma for favorecida com sublimes comunicações, conhecimentos e sentimentos espirituais, não deve nunca persuadir-se de que possui a Deus ou que vê clara e essencialmente a Deus, nem que esses dons signifiquem ter mais a Deus ou estar mais em Deus do que os outros; da mesma forma, se todas estas comunicações sensíveis e espirituais vierem a faltar-lhe deixando-a na aridez, nas trevas e no desamparo, não deve ela nunca pensar que nesse estado Deus lhe falta [...]. O principal intento da alma, neste verso, não é pois pedir devoção afectuosa e sensível, que não dá certeza nem evidência da posse do Esposo nesta vida: ela reclama a presença e a clara visão da Sua essência, que quer fruir, de maneira firme e segura, na outra vida.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
«Procuravam, então, prendê-Lo, mas ninguém Lhe deitou a mão»
Onde Te escondeste, meu Bem-Amado,Deixando-me num gemido constante?Fugiste, qual veado,Havendo-me ferido; Por tiClamando, eu fui. Ah, em vão Te segui!
«Onde Te escondeste?» É como se a alma dissesse: «Verbo, Esposo meu, mostra-me o lugar da Tua morada.» O que equivale a pedir-Lhe que manifeste a Sua divina essência, porque «o lugar da morada do Filho de Deus», diz-nos São João, «está no seio do Pai» (Jo 1,18) ou, falando noutros termos, é a essência divina, invisível a todo o olhar mortal, impenetrável a todo o entendimento humano. Isaías, dirigindo-se a Deus, diz-Lhe: «Na verdade Vós sois um Deus escondido» (Is 45, 15).
Por isso, é de notar que, por muito íntimas que sejam as comunicações, por muito sublime que possa ser o conhecimento que uma alma tenha de Deus nesta vida, o que ela percebe não é a essência de Deus e nada tem de comum com Ele. Na realidade, Deus está sempre escondido da nossa alma. Quaisquer que sejam as maravilhas que lhe sejam desveladas, a alma deve sempre tê-Lo por escondido e procurá-Lo em sua morada, dizendo: «Onde Te escondeste?» De facto, nem a comunicação sublime nem a presença sensível são testemunho seguro da favorável presença de Deus numa alma, nem a secura e a carência de tais dons serão um indício da Sua ausência. É o que nos diz o profeta Job: «Passa diante de mim e eu não O vejo, afasta-Se de mim e não me apercebo» (Job 9, 11).
Devemos daqui tirar um ensinamento. Se uma alma for favorecida com sublimes comunicações, conhecimentos e sentimentos espirituais, não deve nunca persuadir-se de que possui a Deus ou que vê clara e essencialmente a Deus, nem que esses dons signifiquem ter mais a Deus ou estar mais em Deus do que os outros; da mesma forma, se todas estas comunicações sensíveis e espirituais vierem a faltar-lhe deixando-a na aridez, nas trevas e no desamparo, não deve ela nunca pensar que nesse estado Deus lhe falta [...]. O principal intento da alma, neste verso, não é pois pedir devoção afectuosa e sensível, que não dá certeza nem evidência da posse do Esposo nesta vida: ela reclama a presença e a clara visão da Sua essência, que quer fruir, de maneira firme e segura, na outra vida.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 27 de Março de 2009
São João 7, 1-2.10.25-30
Naquele tempo,
Jesus percorria a Galileia,
evitando andar pela Judeia,
porque os judeus procuravam dar-Lhe a morte.
Estava próxima a festa dos Tabernáculos.
Quando os seus parentes subiram a Jerusalém, para irem à festa,
Ele subiu também, não às claras, mas em segredo.
Diziam então algumas pessoas de Jerusalém:
«Não é este homem que procuram matar?
Vede como fala abertamente e não Lhe dizem nada.
Teriam os chefes reconhecido que Ele é o Messias?
Mas nós sabemos de onde é este homem,
e, quando o Messias vier, ninguém sabe de onde Ele é».
Então, em alta voz, Jesus ensinava no templo, dizendo:
«Vós Me conheceis e sabeis de onde Eu sou!
No entanto, Eu não vim por minha própria vontade
e é verdadeiro Aquele que Me enviou
e que vós não conheceis.
Mas Eu conheço-O,
porque d’Ele venho e foi Ele que Me enviou».
Procuravam então prender Jesus,
mas ninguém Lhe deitou a mão,
porque ainda não chegara a sua hora.
Naquele tempo,
Jesus percorria a Galileia,
evitando andar pela Judeia,
porque os judeus procuravam dar-Lhe a morte.
Estava próxima a festa dos Tabernáculos.
Quando os seus parentes subiram a Jerusalém, para irem à festa,
Ele subiu também, não às claras, mas em segredo.
Diziam então algumas pessoas de Jerusalém:
«Não é este homem que procuram matar?
Vede como fala abertamente e não Lhe dizem nada.
Teriam os chefes reconhecido que Ele é o Messias?
Mas nós sabemos de onde é este homem,
e, quando o Messias vier, ninguém sabe de onde Ele é».
Então, em alta voz, Jesus ensinava no templo, dizendo:
«Vós Me conheceis e sabeis de onde Eu sou!
No entanto, Eu não vim por minha própria vontade
e é verdadeiro Aquele que Me enviou
e que vós não conheceis.
Mas Eu conheço-O,
porque d’Ele venho e foi Ele que Me enviou».
Procuravam então prender Jesus,
mas ninguém Lhe deitou a mão,
porque ainda não chegara a sua hora.
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