Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 7 de abril de 2019

A tristeza é a escória do egoísmo

Que ninguém leia tristeza nem dor na tua cara, quando difundes pelo ambiente do mundo o aroma do teu sacrifício. Os filhos de Deus têm de ser sempre semeadores de paz e de alegria. (Sulco, 59)

E se somos filhos de Deus, por que havemos de estar tristes? A tristeza é a escória do egoísmo. Se queremos viver para Nosso Senhor, não nos faltará a alegria, mesmo que descubramos os nossos erros e as nossas misérias. A alegria entra na vida de oração de tal maneira que, a certa altura, não poderemos deixar de cantar: porque amamos, e cantar é próprio de apaixonados.

Se vivermos assim, realizaremos no mundo uma obra de paz; saberemos tornar amável aos outros o serviço a Nosso Senhor, porque Deus ama quem dá com alegria O cristão é uma pessoa igual às outras na sociedade; mas do seu coração transbordará a alegria de quem se propõe cumprir, com a ajuda constante da graça, a Vontade do Pai: e não se sente vítima, nem inferiorizado, nem coagido. Caminha de cabeça erguida, porque é homem e é filho de Deus.

A nossa fé dá todo o seu relevo a estas virtudes, que pessoa alguma deveria deixar de cultivar. Ninguém pode vencer o cristão em humanidade. Por isso, quem segue Cristo é capaz – não por mérito próprio, mas pela graça de Nosso Senhor – de comunicar aos que o rodeiam o que às vezes eles pressentem, embora não consigam compreender: que a verdadeira felicidade, o verdadeiro serviço ao próximo passa pelo Coração do Nosso Redentor; perfectus Deus, perfectus, homo. (Amigos de Deus, 92–93)

São Josemaría Escrivá

Bom Domingo do Senhor!

Tenhamos a inteligência de coração para não acusarmos e condenarmos o próximo como fizeram os fariseus de que nos fala o Evangelho de hoje (Jo 8, 1-11).

Com humildade reconheçamos que ao vermos o pecado no próximo também nós somos pecadores ainda que provavelmente em menor gravidade, mas foi o Senhor que ensinou a Pedro a formula que nos tem absolvido ao longo das nossas vidas “setenta vezes sete”.

Louvado seja Deus Nosso Senhor pela sua infinita misericórdia!

Perdoar e compreender é amar

Uma das grandes deficiências da sociedade atual manifesta-se na dificuldade em perdoar. Pessoas singulares e nações inteiras revolvem uma vez e outra sobre as ofensas recebidas, chapinham nessas memórias como num charco repleto de lixo, e não querem esforçar-se por esquecer e perdoar. Outra é  e muito clara  a mensagem de Nosso Senhor, que resume a história da misericórdia divina com a humanidade nestas palavras: Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia [9].
Temos bem gravadas muitas cenas do Evangelho em que esta atitude de Jesus se manifesta: o Seu perdão à mulher pecadora em casa de Simão o fariseu, a parábola do filho pródigo ou a da ovelha perdida, a Sua clemência com a mulher adúltera... É o caminho que nós, os cristãos, temos de percorrer para nos parecermos com o Mestre. Esse caminho resume-se numa única palavra: amar. Amar é ter o coração grande, sentir as preocupações dos que estão à nossa volta, saber perdoar e compreender: sacrificar-se, com Jesus Cristo, por todas as almas. Se amamos com o coração de Cristo, aprenderemos a servir, e defenderemos a verdade claramente e com amor [10].
[9]. Mt 5, 7.
[10]. S. Josemaria, Cristo que passa, n. 158.
(D. Javier Echevarría excerto da carta do mês de abril de 2016)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

«Quem de vós estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra»

São João Paulo II (1920-2005), papa
Encíclica «Dives in misericordia», §2

«Ninguém jamais viu a Deus», escreve São João para dar maior relevo à verdade segundo a qual «o Filho unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer» (Jo 1,18). [...] A verdade revelada por Cristo a respeito de Deus, «Pai das misericórdias» (2Co 1,3), permite-nos «vê-Lo» particularmente próximo do homem, sobretudo quando este sofre, quando é ameaçado no próprio coração da sua existência e da sua dignidade.

Por este motivo, na atual situação da Igreja e do mundo, muitos homens e muitos ambientes, guiados por vivo sentido de fé, voltam-se quase espontaneamente, por assim dizer, para a misericórdia de Deus. São impelidos a fazê-lo certamente pelo próprio Cristo, o Qual, mediante o Seu Espírito, continua operante no íntimo dos corações humanos. O mistério de Deus «Pai das misericórdias» revelado por Cristo torna-se, no contexto das hodiernas ameaças contra o homem, como que um singular apelo dirigido à Igreja.

Pretendo acolher tal apelo; desejo inspirar-me na linguagem da revelação e da fé, linguagem eterna e ao mesmo tempo incomparável pela sua simplicidade e profundidade, para com ela exprimir, uma vez mais, diante de Deus e dos homens, as grandes preocupações do nosso tempo. A revelação e a fé ensinam-nos, efetivamente, não tanto a meditar de modo abstracto sobre o mistério de Deus, «Pai das misericórdias», quanto a recorrer a esta mesma misericórdia em nome de Cristo e em união com Ele. Cristo não disse, porventura, que o nosso Pai, Aquele que «vê o que é secreto» (Mt6,4), está continuamente à espera, por assim dizer, de que nós, apelando para Ele em todas as necessidades, perscrutemos cada vez mais o Seu mistério: o mistério do Pai e do Seu amor? É meu desejo, portanto, que estas considerações sirvam para aproximar mais de todos tal mistério e se tornem, ao mesmo tempo, um vibrante apelo da Igreja à misericórdia, de que o homem e o mundo contemporâneo tanto precisam. E precisam dessa misericórdia, mesmo sem muitas vezes o saberem.