Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 19 de abril de 2020

“A união com o Papa é união com Pedro”

Ama, venera, reza, mortifica-te – cada dia com mais amor – pelo Romano Pontífice, pedra basilar da Igreja, que prolonga entre todos os homens, ao longo dos séculos e até ao fim dos tempos, aquele trabalho de santificação e governo que Jesus confiou a Pedro. Forja, 134)

A suprema potestade do Romano Pontífice e a sua infalibilidade, quando fala ex cathedra, não são uma invenção humana, pois baseiam-se na explícita vontade fundacional de Cristo. Que pouco sentido tem enfrentar o governo do Papa com o dos bispos, ou reduzir a validade do Magistério pontifício ao consentimento dos fiéis! Nada mais alheio à Igreja do que o equilíbrio de poderes; não nos servem esquemas humanos, por mais atractivos ou funcionais que sejam. Ninguém na Igreja goza por si mesmo de potestade absoluta, enquanto homem; na Igreja não há outro chefe além de Cristo; e Cristo quis constituir um Vigário seu – o Romano Pontífice – para a sua Esposa peregrina nesta terra. (…)


Contribuímos para tornar mais evidente essa apostolicidade aos olhos de todos, manifestando com requintada fidelidade a união com o Papa, que é união com Pedro. O amor ao Romano Pontífice há-de ser em nós uma formosa paixão, porque nele vemos a Cristo. Se tivermos intimidade com o Senhor na nossa oração, caminharemos com um olhar desanuviado que nos permitirá distinguir, mesmo nos acontecimentos que às vezes não compreendemos ou que nos causam pranto ou dor, a acção do Espírito Santo. 
(Amar a Igreja; n 13)

Bom Domingo do Senhor!

Hoje a Igreja celebra a Festa da Divina Misericórdia, certos dela entreguemo-nos totalmente na mão de Deus e renovemos os nossos propósitos de ser bons filhos Seus e imitadores dos Santos e Santas.

No Evangelho de hoje (Jo 20, 19-31) o Senhor, na sua infinita misericórdia, através do Espírito Santo conferiu aos apóstolos o dom de perdoar os pecados, saibamos pois nós ser dignos dela e fujamos a qualquer tentação de não acreditar n'Ele, como fez Tomé, que precisou de ver para crer.

Glória e gratidão a Jesus Cristo Nosso Senhor pelos séculos dos séculos!

O negativo resplandecente

Há 121 anos, o advogado Secondo Pia fotografou um extenso lençol, de 4,5 metros por 1,5 metros de largura, guardado na catedral de Turim como uma relíquia. Ao cabo de atribuladas vicissitudes históricas, o lençol ficou na posse da Casa de Sabóia e, quando a capital desse ducado se transferiu para Turim, no século XVI, a peça foi também levada para lá.

Secondo Pia instalou a sua caixa fotográfica diante do lençol e focou as lentes. Trabalhando no escuro, colocou na caixa uma placa de vidro coberta com uma emulsão fotoquímica e, depois de tudo preparado, destapou as lentes. A luz reflectida pelo lençol irrompeu através do conjunto das lentes, focou-se na lâmina de vidro e queimou a emulsão. Ao fim do tempo de exposição adequado para a emulsão ficar queimada nas zonas de luz, a lâmina foi retirada, de novo às escuras, para ser lavada com produtos químicos e se tornar a partir daí insensível à luz.

Até há poucos anos, as fotografias faziam-se assim, em duas fases. Primeiro, a película fotográfica escurecia por efeito da luz e dava um «negativo», isto é, uma imagem com as cores invertidas: as partes luminosas escuras e as partes negras claras. Na segunda etapa, produzia-se o «negativo do negativo», recuperando a imagem que se pretendia captar. O resultado da dupla inversão era o «positivo» e a película usada na etapa intermédia era o «negativo».

Quando Secondo Pia observou o resultado da primeira etapa, descobriu, para sua surpresa, que já tinha diante de si a imagem natural, o «positivo»! Isso significava que a imagem do lençol era um «negativo».

Até à invenção da fotografia, ninguém tivera a ideia de pintar a luz ao contrário, tornando as imagens irreconhecíveis. A técnica fotográfica primitiva é que criou a essa etapa instrumental, antes de se obter a imagem correcta. Como é que se formou num lençol de linho com quase dois mil anos de história, guardado e disputado com tanto empenho ao longo dos séculos, uma imagem negativa que só a fotografia dos nossos dias conseguiu revelar?

A figura deste lençol é o cadáver de um homem forte, com 1,83 m de altura, coberto de feridas. A cabeça marcada por agulhas, os joelhos e o nariz ensanguentados, como quem sofreu uma queda violenta. Uma ferida enorme no peito, os pulsos e os pés trespassados por pregos, as costas flageladas por vergastadas e os ombros macerados, como quem transportou a trave pesada de uma cruz. Esta fotografia faz-nos recuar dois mil anos, ao momento em que José de Arimateia e outros pediram a Pilatos o Corpo morto de Jesus e, tendo-O despregado da Cruz, O envolveram num lençol de linho fino e depuseram num sepulcro novo, escavado na rocha. Os judeus montaram guarda mas, três dias depois, no Domingo, muito de madrugada, quando os primeiros chegaram ao sepulcro, o corpo já não estava.

A Ressurreição de Jesus revela-nos o que a sua Morte não nos permitia ainda ver. Como um negativo resplandecente, como o triunfo da verdade.

José Maria C.S. André

ESTADO DE EMERGÊNCIA CRISTÃ

Uma proposta diária de oração pessoal e familiar.

32º Dia. Segundo Domingo da Páscoa (Divina Misericórdia), 19 de Abril de 2020.

Meditação da Palavra de Deus (Jo 20, 19-31)

Meu Senhor e meu Deus!

“Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: ‘A paz esteja convosco’.” Foi assim a primeira aparição de Cristo ressuscitado aos apóstolos que, naquela ocasião, eram só dez: Judas já não fazia parte do grupo e Tomé estava ausente. Por isso, quando este chegou, os outros contaram-lhe que O tinham visto, “mas ele respondeu-lhes: ‘Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter a dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei’.”

A incredulidade de Tomé não era apenas uma manifestação de falta de fé, era também uma ofensa aos outros apóstolos. Com efeito, dizer a alguém que não se acredita na sua palavra, é pôr em causa a sua pessoa e honra. Se ele também tivesse estado presente e nada tivesse visto, ser-lhe-ia lícito duvidar mas, mesmo nesse caso, deveria prevalecer a opinião contrária de todos os restantes. Mas, se nem sequer estava lá quando o Senhor apareceu, com que direito punha em causa o que os outros apóstolos viram?! Aliás, mesmo que estes nada tivessem visto, deveriam ter acreditado, mesmo sem ver, na ressurreição do Senhor, não apenas pelo facto das mulheres O terem já visto, ou o sepulcro estar inexplicavelmente vazio, mas porque o próprio Senhor o tinha dito, tantas vezes.

Deus permitiu a incredulidade de Tomé, para que fosse mais firme a nossa fé na ressurreição de Jesus. A dúvida de José está, para a encarnação de Jesus, com a dúvida de Tomé está para a sua ressurreição. Porque ele duvidou, já ninguém mais tem direito a duvidar: na sua dúvida ficou satisfeita a nossa curiosidade, como curada também a nossa incredulidade.

Não obstante a sua impertinência, o Senhor satisfez o seu pedido, uma semana depois da Páscoa. Pedir sinais extraordinários é um grave pecado: tentar a Deus. Nunca o devemos fazer, mas, naquele caso, Jesus, na sua infinita misericórdia, quis conceder o que o apóstolo incrédulo exigiu. Não em vão São João Paulo II instituiu, este dia da oitava da Páscoa, como domingo da divina misericórdia.

Nesta sua aparição, Jesus convidou Tomé a pôr a mão nas suas chagas, prova evidente de que aquele Corpo era o mesmo que tinha sido crucificado e, depois de morto, ressuscitara. “Tomé respondeu-Lhe: ‘Meu Senhor e meu Deus!’.” Nesta exclamação, está contida toda a doutrina católica sobre Jesus, perfeito homem e Deus perfeito. Por isso, pode e deve ser adorado, nomeadamente na sagrada Eucaristia, em que está real, verdadeira e substancialmente presente.

Na condenação da incredulidade da fé de Tomé, estava escondida uma bênção para todos nós: “Porque Me viste, acreditaste; felizes os que acreditam sem terem visto.” Embora nos pareça que teríamos sido mais afortunados se nos tivesse sido dada a graça que foi concedida a Tomé e aos outros apóstolos, na verdade somos mais bem-aventurados do que eles, que creram porque viram, enquanto nós cremos sem ver ou, melhor dizendo, porque eles viram e cremos no seu testemunho.

Intenções para os mistérios gloriosos do Santo Rosário de Nossa Senhora:

1º - A Ressurreição de Nosso Senhor. Crer em Cristo ressuscitado é sabê-Lo vivo, realmente presente no Céu, como está também na Eucaristia e na nossa alma em graça. Adoremo-Lo, como Tomé, dizendo: Meu Senhor e meu Deus!

2º - A Ascensão de Jesus aos Céus. Jesus subiu ao Céu, para aí interceder por nós, junto de Deus Pai. Que o Espírito Santo nos sopre o que Lhe devemos pedir!

3º - A vinda do Espírito Santo. A sua vinda não só consolou os apóstolos, como lhes deu alento para se dedicarem à missão. Que o Espírito Santo incendeie os nossos corações!

4º - A Assunção de Nossa Senhora. Porque nossa Mãe, Maria tudo nos quer dar; porque nossa Rainha, tudo nos pode dar! Rogai por nós!

5º - A coroação de Maria Santíssima. Nossa Senhora é refúgio e salvação dos pecadores. Socorrei, Senhora, as benditas almas do Purgatório!

Para ler, meditar e partilhar! Obrigado e até amanhã, se Deus quiser!

Com amizade,
P. Gonçalo Portocarrero de Almada

Irradiar optimismo

Provavelmente, é um relato inventado. Há uns anos atrás, andou a circular pelo ciberespaço. Confortou umas pessoas, encheu outras de esperança, animou alguns ― coisa que sempre se agradece! O conteúdo da história era mais ou menos o seguinte: «Sempre estava de bom humor e as suas palavras eram positivas e animadoras. Motivava aqueles que tínhamos a sorte de estar ao seu lado. Irradiava optimismo e, por isso, era muito agradável trabalhar com ele. Se alguém tinha alguma dificuldade, animava aquele que a padecia a ver o lado positivo da situação.

«Certo dia, sem meia tinta, perguntei-lhe abruptamente: “Como é possível que estejas sempre optimista? Como consegues ver a realidade constantemente de um modo tão positivo? Onde vais buscar essa alegria que irradias à tua volta?”. A sua resposta ― que me ficou gravada na memória ― ainda hoje tem influência no meu modo de encarar a vida: “Todos os dias, quando me levanto de manhã, digo a mim próprio que tenho duas opções para esse dia: deixar-me levar pelo mau humor ou, pelo contrário, esforçar-me por estar de bom humor. Como sou livre, escolho conscientemente a segunda opção”.

«Quando me acontece algo de mal durante o dia, digo a mim próprio que tenho duas opções: escolher o papel de vítima ou, pelo contrário, esforçar-me por aprender alguma coisa com aquilo que me aconteceu. Como sou livre, escolho conscientemente a segunda opção. Quando ouço alguém a queixar-se da vida, digo a mim próprio que tenho duas opções: associar-me às suas lamentações ou, pelo contrário, esforçar-me por ver o lado positivo de cada situação. Como sou livre, escolho conscientemente a segunda opção.

«Mas isso não é tão fácil assim ― respondi-lhe. “Também não é tão difícil como parece” ― foi a sua contestação imediata. E continuou: A vida é uma escolha constante. As atitudes que tomamos diante dela também o são. É uma decisão de cada um de nós escolher como viver a nossa vida. E também é uma decisão de cada um de nós escolher a atitude que vamos ter diante daquilo que nos acontece na nossa vida. Como somos livres, temos de escolher conscientemente a melhor opção».

É verdade que esta história é demasiadamente idílica. No entanto, é um relato que nos faz pensar em que a nossa vida é, de algum modo, uma escolha constante. Um cristão está chamado por Deus a irradiar um verdadeiro optimismo à sua volta. Um optimismo que procede da fé ― não de uma simples escolha livre da melhor opção.

Não façamos tragédias por tudo e por nada! A vida não é tão má como às vezes gostamos de a pintar! Se há coisas que não nos correm bem, também há outras que são maravilhosas e que nem nos damos conta disso. Ao olhar para o mundo que nos rodeia, não nos esqueçamos dessa bondade natural que possui por ter sido criado por Deus. Se a aceitarmos, desaparecerão muitos desânimos no nosso viver quotidiano, mesmo no meio das dificuldades. E as pessoas à nossa volta agradecer-nos-ão que lhes contagiemos essa alegria de viver.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

O escárnio dos deficientes

Quando se chegou ao consenso de que uma criança, que se supõe nascerá com deficiências, deve ser abortada para poupar, a ele e às outras pessoas, o peso da sua existência, está-se a fazer um escárnio a todos os deficientes: está-se a dizer-lhes que só existem porque a ciência não tinha ainda alcançado o progresso atual.

(Joseph Ratzinger, Cristianismo y Democracia Pluralista, in Scripta Theologica 16, 1984/3)

«Recebei o Espírito Santo»

São João Paulo II (1920-2005), papa
Encíclica «Dominum et vivificantem» §2

Os eventos pascais — a paixão, a morte e a ressurreição de Cristo — são também o tempo da nova vinda do Espírito Santo, como Paráclito e Espírito da verdade (Jo 14,16-17). Eles constituem o tempo do «novo princípio» da comunicação de Si mesmo da parte de Deus uno e trino à humanidade, no Espírito Santo, por obra de Cristo Redentor. Este novo princípio é a Redenção do mundo: «Com efeito, Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o Seu Filho unigénito». (Jo 3,16). Ao «dar» o Filho, no dom do Filho, já se exprime a essência mais profunda de Deus, o qual, sendo Amor, é uma fonte inexaurível de generosidade. No dom concedido pelo Filho completam-se a revelação e a prodigalidade do Amor eterno: o Espírito Santo, que nas profundezas imperscrutáveis da divindade é uma Pessoa-Dom, por obra do Filho, isto é, mediante o mistério pascal de Cristo, é dado de uma maneira nova aos Apóstolos e à Igreja e, por intermédio deles, à humanidade e ao mundo inteiro.

A expressão definitiva deste mistério surge no dia da Ressurreição. Neste dia, Jesus de Nazaré, «nascido da descendência de David segundo a carne» — como escreve o apóstolo São Paulo —, é «constituído Filho de Deus com todo o poder, segundo o Espírito de santificação, mediante a ressurreição dos mortos» (Rm 1,3-4).  Pode dizer-se, assim, que a «elevação» messiânica de Cristo no Espírito Santo atingiu o auge na Ressurreição, quando Ele Se revelou como Filho de Deus, «cheio de poder». E este poder, cujas fontes jorram da imperscrutável comunhão trinitária, manifesta-se, antes de mais nada, pelo duplo feito de Cristo Ressuscitado: realizar, por um lado, a promessa de Deus já expressa pela boca do Profeta: «Dar-vos-ei um coração novo. [...] Porei dentro de vós um espírito novo, o Meu espírito»; (Ez 36,26-27), e cumprir, por outro lado, a Sua própria promessa, feita aos Apóstolos com estas palavras: «Quando Eu for, vo-Lo enviarei» (Jo 16,7). É Ele: o Espírito da verdade, o Paráclito enviado por Cristo Ressuscitado para nos transformar e fazer de nós a própria imagem do Ressuscitado.