Uma proposta diária de oração pessoal e familiar.
32º Dia. Segundo Domingo da Páscoa (Divina Misericórdia), 19 de Abril de 2020.
Meditação da Palavra de Deus (Jo 20, 19-31)
Meu Senhor e meu Deus!
“Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: ‘A paz esteja convosco’.” Foi assim a primeira aparição de Cristo ressuscitado aos apóstolos que, naquela ocasião, eram só dez: Judas já não fazia parte do grupo e Tomé estava ausente. Por isso, quando este chegou, os outros contaram-lhe que O tinham visto, “mas ele respondeu-lhes: ‘Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter a dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei’.”
A incredulidade de Tomé não era apenas uma manifestação de falta de fé, era também uma ofensa aos outros apóstolos. Com efeito, dizer a alguém que não se acredita na sua palavra, é pôr em causa a sua pessoa e honra. Se ele também tivesse estado presente e nada tivesse visto, ser-lhe-ia lícito duvidar mas, mesmo nesse caso, deveria prevalecer a opinião contrária de todos os restantes. Mas, se nem sequer estava lá quando o Senhor apareceu, com que direito punha em causa o que os outros apóstolos viram?! Aliás, mesmo que estes nada tivessem visto, deveriam ter acreditado, mesmo sem ver, na ressurreição do Senhor, não apenas pelo facto das mulheres O terem já visto, ou o sepulcro estar inexplicavelmente vazio, mas porque o próprio Senhor o tinha dito, tantas vezes.
Deus permitiu a incredulidade de Tomé, para que fosse mais firme a nossa fé na ressurreição de Jesus. A dúvida de José está, para a encarnação de Jesus, com a dúvida de Tomé está para a sua ressurreição. Porque ele duvidou, já ninguém mais tem direito a duvidar: na sua dúvida ficou satisfeita a nossa curiosidade, como curada também a nossa incredulidade.
Não obstante a sua impertinência, o Senhor satisfez o seu pedido, uma semana depois da Páscoa. Pedir sinais extraordinários é um grave pecado: tentar a Deus. Nunca o devemos fazer, mas, naquele caso, Jesus, na sua infinita misericórdia, quis conceder o que o apóstolo incrédulo exigiu. Não em vão São João Paulo II instituiu, este dia da oitava da Páscoa, como domingo da divina misericórdia.
Nesta sua aparição, Jesus convidou Tomé a pôr a mão nas suas chagas, prova evidente de que aquele Corpo era o mesmo que tinha sido crucificado e, depois de morto, ressuscitara. “Tomé respondeu-Lhe: ‘Meu Senhor e meu Deus!’.” Nesta exclamação, está contida toda a doutrina católica sobre Jesus, perfeito homem e Deus perfeito. Por isso, pode e deve ser adorado, nomeadamente na sagrada Eucaristia, em que está real, verdadeira e substancialmente presente.
Na condenação da incredulidade da fé de Tomé, estava escondida uma bênção para todos nós: “Porque Me viste, acreditaste; felizes os que acreditam sem terem visto.” Embora nos pareça que teríamos sido mais afortunados se nos tivesse sido dada a graça que foi concedida a Tomé e aos outros apóstolos, na verdade somos mais bem-aventurados do que eles, que creram porque viram, enquanto nós cremos sem ver ou, melhor dizendo, porque eles viram e cremos no seu testemunho.
Intenções para os mistérios gloriosos do Santo Rosário de Nossa Senhora:
1º - A Ressurreição de Nosso Senhor. Crer em Cristo ressuscitado é sabê-Lo vivo, realmente presente no Céu, como está também na Eucaristia e na nossa alma em graça. Adoremo-Lo, como Tomé, dizendo: Meu Senhor e meu Deus!
2º - A Ascensão de Jesus aos Céus. Jesus subiu ao Céu, para aí interceder por nós, junto de Deus Pai. Que o Espírito Santo nos sopre o que Lhe devemos pedir!
3º - A vinda do Espírito Santo. A sua vinda não só consolou os apóstolos, como lhes deu alento para se dedicarem à missão. Que o Espírito Santo incendeie os nossos corações!
4º - A Assunção de Nossa Senhora. Porque nossa Mãe, Maria tudo nos quer dar; porque nossa Rainha, tudo nos pode dar! Rogai por nós!
5º - A coroação de Maria Santíssima. Nossa Senhora é refúgio e salvação dos pecadores. Socorrei, Senhora, as benditas almas do Purgatório!
Para ler, meditar e partilhar! Obrigado e até amanhã, se Deus quiser!
Com amizade,
P. Gonçalo Portocarrero de Almada