Chegou para nós um dia de salvação, de eternidade. Uma vez mais se ouvem os assobios do Pastor Divino, as suas palavras carinhosas: "Vocavi te nomine tuo". – Chamei-te pelo teu nome. Como a nossa mãe, Ele convida-nos pelo nome. Mais: pelo apelativo carinhoso, familiar. Lá, na intimidade da alma, chama, e é preciso responder: "Ecce ego, quia vocasti me". Aqui estou, porque me chamaste; decidido a que desta vez não passe o tempo como a água sobre os seixos rolados, sem deixar rasto.
(São Josemaría Escrivá - Forja, 7)
Um dia (não quero generalizar; abre o coração ao Senhor e conta-lhe tu a história) talvez um amigo, um cristão normal e corrente como tu, te tenha feito descobrir um panorama profundo e novo e ao mesmo tempo tão antigo como o Evangelho. Sugeriu-te a possibilidade de te empenhares seriamente em seguir Cristo, em ser apóstolo de apóstolos. Talvez tenhas perdido então a tranquilidade e não a terás recuperado, convertida em paz, até que, livremente, "porque muito bem te apeteceu" – que é a razão mais sobrenatural – respondeste a Deus que sim. E veio a alegria, vigorosa, constante, que só desaparece quando te afastas d'Ele.
Não me agrada falar de escolhidos nem de privilegiados. Mas é Cristo quem fala disso, quem escolhe. É a linguagem da escritura: elegit nos in ipso ante mundi constitutionem – diz S. Paulo – ut essemus sancti, escolheu-nos antes da criação do mundo para sermos santos. Eu sei que isto não te enche de orgulho, nem contribui para que te consideres superior aos outros homens. Essa escolha, raiz do teu chamamento, deve ser a base da tua humildade. Costuma levantar-se porventura algum monumento aos pincéis dum grande pintor? Serviram para fazer obras-primas mas o mérito é do artista. Nós – os cristãos – somos apenas instrumentos do Criador do mundo, do Redentor de todos os homens.
(São Josemaría Escrivá - Cristo que passa, 1)
Obrigado, Perdão Ajuda-me
domingo, 28 de novembro de 2010
A nossa "estatura" moral e espiritual pode-se aferir por aquilo que esperamos: Bento XVI, ao Angelus, falando da expectativa e da esperança que caracterizam o tempo litúrgico do Advento
“O homem vive na medida em que espera, na medida em que no seu coração está viva a esperança; é pelas suas expectativas que se reconhece um homem”: considerações de Bento XVI, na alocução do meio-dia, na Praça de São Pedro, neste primeiro domingo do Advento, início de um novo ano litúrgico. O Papa deteve-se a reflectir sobre o tema da “expectativa”, da “espera”. Trata-se – observou – de “um aspecto profundamente humano, em que a fé se torna, por assim dizer, uma só coisa com a nossa carne e o nosso coração”.
“A expectativa, o esperar é uma dimensão que atravessa toda a nossa existência pessoal, familiar e social. A espera está presente em mil situações, desde as mais pequenas e banais, até às mais importantes, que nos afectam totalmente, no mais profundo da nossa existência”. Caso, por exemplo, dos esposos que aguardam o nascimento de um filho; ou de um parente ou amigo que, de longe, nos vem visitar; ou de um jovem que aguarda os resultados de um exame decisivo, ou de um colóquio de trabalho; nas relações afectivas, o aguardar a pessoa amada, a resposta a uma carta, a aceitação de um pedido de perdão…
“Poder-se-ia dizer que o homem está vivo na medida em que espera, se e enquanto no seu coração permanece viva a esperança. É pelas suas expectativas que se reconhece um homem: a nossa estatura moral e espiritual pode-se medir a partir daquilo que nós aguardamos, daquilo em que esperamos”.
“Especialmente neste tempo do Advento, é o caso que cada um se interrogue: O que é que eu espero? Neste momento da minha vida, para onde é que está voltado o meu coração?” A mesma questão deveria ser formulada a nível de cada família, comunidade, nação. “O que é que, conjuntamente, nós esperamos? O que é que une as nossas aspirações, o que é que as irmana?”
No tempo que precedeu o nascimento de Jesus, era fortíssima em Israel a expectativa do Messias, isto é, de um Consagrado, descendente do rei David, que libertaria finalmente o povo de todas as escravidões morais e políticas, instaurando o Reino de Deus…
“Mas nunca teria mais imaginado que o Messias pudesse nascer de uma humilde jovem como Maria, noiva do justo José. Nem sequer ela própria o teria pensado, e contudo no seu coração a expectativa do Salvador era tão grande, a sua fé e esperança eram tão ardentes, que Ele pôde encontrar nela uma digna mãe.”
“Existe uma misteriosa correspondência entre a expectativa de Deus e a de Maria, a criatura cheia de graça, totalmente transparente ao desígnio de amor do Altíssimo. Aprendamos dela, Mulher do Advento, a viver os gestos de cada dia com um espírito novo, com o sentimento de uma profunda expectativa, que só a vinda de Deus pode satisfazer.”
(Fonte: site Rádio Vaticano)
Respeita, defende, ama e serve a vida, cada vida humana! Unicamente por esta estrada, encontrarás justiça, progresso, verdadeira liberdade, paz e felicidade! Bento XVI na vigília de oração pela vida nascente
Por iniciativa de Bento XVI, a Igreja Católica celebrou neste sábado , em todo o mundo, uma vigília de oração pela “vida nascente”
O próprio Papa assinalou a data, na Basílica de São Pedro, com a celebração das I vésperas do início do Advento, tempo litúrgico que antecede o Natal.
Na homilia Bento XVI agradeceu antes de mais a todos aqueles que aderiram a este convite e a todos aqueles que se dedicam de maneira especial a acolher e guardar a vida humana nas varias situações de fragilidade, em particular no seu inicio e nos seus primeiros passos.
Acreditar em Jesus Cristo – salientou o Papa – exige também que se assuma uma olhar novo sobre o homem, um olhar de confiança, de esperança…O ser humano tem a exigência de ser reconhecido como valor em si mesmo e merece que o escutem sempre com respeito e com amor. Tem o direito de não ser tratado como um objecto que se deve possuir ou como uma coisa que se pode manipular á vontade, de não ser reduzido a simples instrumento em vantagem de outros e dos seus interesses. A pessoa – acrescentou Bento XVI - é um bem em si mesma e é necessário procurar sempre o seu desenvolvimento integral. Depois – acrescentou o Papa – se o amor para com todos é sincero tende espontaneamente a tornar-se atenção preferencial pelos mais débeis e pelos mais pobres. É nesta linha que se coloca a solicitude da Igreja pela vida nascente, a mais frágil, a mais ameaçada pelo egoísmo dos adultos e pelo obscurecimento das consciências .
Na sua homilia durante a celebração das Primeiras Vésperas de Advento, na Basílica de S. Pedro o Papa salientou a existência de tendências culturais que procuram anestesiar as consciências com motivações enganadoras. Acerca do embrião no seio materno, a própria ciência põe em evidencia a autonomia capaz de interacção com a mãe, a coordenação dos processos biológicos, a continuidade do desenvolvimento, a complexidade crescente do organismo. Não se trata – disse o Papa – de um cumulo de material biológico, mas sim de um novo ser vivo, dinâmico e maravilhosamente ordenado, um novo individuo da espécie humana.
Infelizmente – prosseguiu o Papa – também depois do nascimento, a vida das crianças continua a ser exposta ao abandono, á fome, á miséria, á doença, aos abusos, á violência, á exploração. Ás múltiplas violações dos seus direitos que se cometem no mundo ferem dolorosamente a consciência de cada homem de boa vontade. Perante o triste panorama das injustiças cometidas contra a vida do homem, antes e depois do nascimento faço meu - disse Bento XVI – o apelo apaixonado do Papa João Paulo II á responsabilidade de todos e de cada um:” respeita, defende, ama e serve a vida, cada vida humana! Unicamente por esta estrada, encontrarás justiça, progresso, verdadeira liberdade, paz e felicidade!
Exorto os protagonistas da política, da economia e da comunicação social – disse a concluir – a fazerem tudo o que é possível para promover uma cultura sempre respeitosa da vida humana, para procurar condições favoráveis e redes de apoio ao seu acolhimento e desenvolvimento.
(Fonte: site Rádio Vaticano)
S. Josemaría concretizou-se nesta data em 1982
João Paulo II erige o Opus Dei como Prelatura pessoal, figura jurídica desejada por São Josemaría. Em 1962 explica: “Pus-me a trabalhar, e não era fácil: escapavam-se-me as almas como se escapam as enguias na água. Havia também a incompreensão mais brutal: porque o que hoje é já doutrina comum no mundo, então não o era (...). Era necessário criar toda a doutrina teológica e ascética, e toda a doutrina jurídica. Deparei-me com uma solução de continuidade de séculos: não havia nada. A Obra inteira era um enorme disparate aos olhos humanos. Por isso, alguns diziam que eu estava louco e que era um hereje, e tantas outras coisas”.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Estar vivo
Tenho um amigo que já passou há muito a barreira da idade a que se convencionou chamar “a terceira” e que sempre me responde, quando lhe pergunto como está, “Estou vivo”. Este facto, evidente e por isso não merecedor de ser posto em destaque, é, para ele (e para os seus amigos) motivo de júbilo; é com muita alegria que afirma “Estou vivo!”.
Vem isto a propósito de um banal conhecimento, ou seja, o de que a vida é o valor mais alto que existe, por ser o primeiro e a condição necessária para a existência dos outros valores. De facto, a felicidade, a dignidade, a liberdade, a verdade, a coragem, a justiça e tantos outros valores universalmente reconhecidos como fontes de uma vida moral – não poderiam existir se não servissem de luz e farol a quem está vivo. A vida é, reconhecidamente, o primeiro e o mais importante valor e bem. Poucas verdades terão tão ampla, e universal concordância: todos aceitamos esta evidência e quer o ordenamento político das nações, através das respectivas Constituições, quer as instâncias supranacionais (tais como as Nações Unidas, a União Europeia e o Conselho da Europa) reconhecem expressamente o valor único da vida, ao preceituarem o direito à vida (como lapidarmente afirma a Constituição da República Portuguesa, no artigo 25, “a vida humana é inviolável”).
Infelizmente, e contra toda a lógica, esta formidável fortaleza da protecção e do respeito pela vida humana, abriu fendas consideráveis nos últimos anos. Em Portugal, como em outros países, a lei autorizou o abortamento em determinadas e restritivas condições, assistindo-se ao estranho malabarismo jurídico – intelectual de um Tribunal Constitucional chegar à conclusão (por maioria de um voto) de que a legalização do abortamento não ofendia a norma constitucional. A teoria do plano inclinado, segundo a qual o que se permite excepcionalmente rapidamente se torna usual, aplica-se claramente ao abortamento: inicialmente tolerado em situações especiais, tornou-se acessível a qualquer mulher nas primeiras dez semanas (e já há quem clame por um alongamento deste período) e viu alargados os prazos nas chamadas indicações.
No outro extremo da vida humana, na velhice, há sinais que levam a admitir como provável a proposta de leis que legalizem a eutanásia e o suicídio assistido (que para já apenas são tolerados em 2 países e 1 estado americano). O testamento vital, já em discussão na Assembleia da República, pode ser o cavalo de Tróia que permita a disfarçada introdução da eutanásia por omissão na nossa realidade nacional.
Assim, a vida, supremo valor, como tal reconhecida por todos, começa a ser ofendida, desprestigiada, negada. É indispensável, é necessário que todas as pessoas de boa vontade examinem estes problemas e se proclamem defensoras da vida, independentemente das suas convicções políticas ou da presença ou ausência de um credo religioso. Só assim podemos garantir a vida, a saúde, a dignidade, o bem das nossas crianças e dos nossos velhos. Para que possamos afirmar, em plena alegria, que estamos vivos.
(Fonte: agenciaecclesia.pt)
Walter Osswald, Professor catedrático aposentado (da Faculdade de Medicina do Porto) - Conselheiro do Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa
Vem isto a propósito de um banal conhecimento, ou seja, o de que a vida é o valor mais alto que existe, por ser o primeiro e a condição necessária para a existência dos outros valores. De facto, a felicidade, a dignidade, a liberdade, a verdade, a coragem, a justiça e tantos outros valores universalmente reconhecidos como fontes de uma vida moral – não poderiam existir se não servissem de luz e farol a quem está vivo. A vida é, reconhecidamente, o primeiro e o mais importante valor e bem. Poucas verdades terão tão ampla, e universal concordância: todos aceitamos esta evidência e quer o ordenamento político das nações, através das respectivas Constituições, quer as instâncias supranacionais (tais como as Nações Unidas, a União Europeia e o Conselho da Europa) reconhecem expressamente o valor único da vida, ao preceituarem o direito à vida (como lapidarmente afirma a Constituição da República Portuguesa, no artigo 25, “a vida humana é inviolável”).
Infelizmente, e contra toda a lógica, esta formidável fortaleza da protecção e do respeito pela vida humana, abriu fendas consideráveis nos últimos anos. Em Portugal, como em outros países, a lei autorizou o abortamento em determinadas e restritivas condições, assistindo-se ao estranho malabarismo jurídico – intelectual de um Tribunal Constitucional chegar à conclusão (por maioria de um voto) de que a legalização do abortamento não ofendia a norma constitucional. A teoria do plano inclinado, segundo a qual o que se permite excepcionalmente rapidamente se torna usual, aplica-se claramente ao abortamento: inicialmente tolerado em situações especiais, tornou-se acessível a qualquer mulher nas primeiras dez semanas (e já há quem clame por um alongamento deste período) e viu alargados os prazos nas chamadas indicações.
No outro extremo da vida humana, na velhice, há sinais que levam a admitir como provável a proposta de leis que legalizem a eutanásia e o suicídio assistido (que para já apenas são tolerados em 2 países e 1 estado americano). O testamento vital, já em discussão na Assembleia da República, pode ser o cavalo de Tróia que permita a disfarçada introdução da eutanásia por omissão na nossa realidade nacional.
Assim, a vida, supremo valor, como tal reconhecida por todos, começa a ser ofendida, desprestigiada, negada. É indispensável, é necessário que todas as pessoas de boa vontade examinem estes problemas e se proclamem defensoras da vida, independentemente das suas convicções políticas ou da presença ou ausência de um credo religioso. Só assim podemos garantir a vida, a saúde, a dignidade, o bem das nossas crianças e dos nossos velhos. Para que possamos afirmar, em plena alegria, que estamos vivos.
(Fonte: agenciaecclesia.pt)
Walter Osswald, Professor catedrático aposentado (da Faculdade de Medicina do Porto) - Conselheiro do Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa
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