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segunda-feira, 4 de agosto de 2014
Deo gratias!
Escrevo-vos da América Central, durante a viagem pastoral que estou a fazer por estes seis países em que o trabalho do Opus Dei está estabelecido. E compreendo bem que o nosso Padre dissesse: penso na Obra e fico ‘assombrado’.
Por isso, a primeira coisa que me vem ao coração é uma rendida ação de graças a Deus, pelos frutos apostólicos nestas queridíssimas regiões. Desde a Guatemala até ao Panamá, vou contemplando, com todas e todos, uma maravilhosa floração de vida espiritual, que se manifesta na vida de pessoas de todas as raças, de muitas línguas, pois nestes países, além do castelhano, falam-se várias línguas autóctones. Perante este panorama, também me lembrei da expressão que S. Josemaria repetiu vezes sem conta: Na Terra há apenas uma raça: a raça dos filhos de Deus. Todos devemos falar a mesma língua (…): a língua do diálogo de Jesus com Seu Pai, a língua que se fala com o coração e com a cabeça, a que estais a usar agora na vossa oração. É a língua das almas contemplativas [1]. Porque Jesus, explicava o nosso Padre noutra homilia, veio trazer a paz, a boa nova, a vida a todos os homens. Não só aos ricos, nem só aos pobres; não só aos sábios, nem só à gente simples. A todos, aos irmãos, pois somos irmãos, já que somos filhos de um mesmo Pai, Deus [2].
Vou ficar mais uma semana nesta encantadora zona da Terra: continuai a acompanhar-me com a vossa oração e os vossos sacrifícios, com o oferecimento do vosso trabalho profissional e dos momentos de descanso que muitos de vós estareis a aproveitar nestes dias. Assim, os frutos espirituais serão abundantes. Rezai sempre pelo Santo Padre. Neste mês, uni-vos a ele de forma especial durante a sua viagem à Coreia, onde o esperam tantos católicos e não poucas outras pessoas de boa vontade.
[1]. S. Josemaria, Cristo que passa, n. 13.
[2]. S. Josemaria, Cristo que passa, n. 106.
(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de agosto de 2014)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei
O crer exprime-se como resposta...
É impossível crer sozinhos. A fé não é só uma opção individual que se realiza na interioridade do crente, não é uma relação isolada entre o « eu » do fiel e o « Tu » divino, entre o sujeito autónomo e Deus; mas, por sua natureza, abre-se ao « nós », verifica-se sempre dentro da comunhão da Igreja. Assim no-lo recorda a forma dialogada do Credo, que se usa na liturgia baptismal. O crer exprime-se como resposta a um convite, a uma palavra que não provém de mim, mas deve ser escutada; por isso, insere-se no interior de um diálogo, não pode ser uma mera confissão que nasce do indivíduo: só é possível responder « creio » em primeira pessoa, porque se pertence a uma comunhão grande, dizendo também « cremos ». Esta abertura ao « nós » eclesial realiza-se de acordo com a abertura própria do amor de Deus, que não é apenas relação entre o Pai e o Filho, entre « eu » e « tu », mas, no Espírito, é também um « nós », uma comunhão de pessoas. Por isso mesmo, quem crê nunca está sozinho; e, pela mesma razão, a fé tende a difundir-se, a convidar outros para a sua alegria. Quem recebe a fé, descobre que os espaços do próprio « eu » se alargam, gerando-se nele novas relações que enriquecem a vida. Assim o exprimiu vigorosamente Tertuliano ao dizer do catecúmeno que, tendo sido recebido numa nova família « depois do banho do novo nascimento », é acolhido na casa da Mãe para erguer as mãos e rezar, juntamente com os irmãos, o Pai Nosso.[34]
[34] Cf. De Baptismo, 20, 5: CCL 1, 295.
Lumen Fidei, 39
«Salva-me, Senhor!»
São Tomás Moro (1478-1535), estadista inglês, mártir
Carta escrita no cárcere a sua filha, 1534 (trad. Breviário, 22/6, rev.)
Carta escrita no cárcere a sua filha, 1534 (trad. Breviário, 22/6, rev.)
Não vou deixar de ter confiança, Meg, na bondade de Deus, por mais receio que tenha de, com medo, poder vacilar. Mas lembro-me sempre de São Pedro que, à primeira rajada de vento, começou a afundar-se por causa da sua pouca fé; se tal me vier a acontecer, farei como ele: gritar por Cristo e pedir-Lhe que me ajude. E assim espero que Ele estenda a Sua mão para me segurar e me salvar das águas tumultuosas, impedindo que me afogue.
E se Ele permitir que a minha semelhança com Pedro vá mais longe, ao ponto de me precipitar e cair totalmente, jurando e abjurando (que de tal coisa Deus me livre na sua infinita misericórdia e que, se assim for, dessa queda me venha antes mal do que bem), ainda assim espero que o Senhor me dirija, tal como fez a Pedro, um olhar cheio de compaixão (Lc 22,61) e me levante de novo para que possa outra vez confessar a verdade da minha consciência e suportar aqui o castigo e a vergonha da minha anterior negação.
Por fim, querida filha, estou plenamente convencido de que, sem culpa própria, Deus não me abandonará. Por isso, com toda a certeza e esperança me entrego nas suas mãos. […] Assim, minha querida filha, fica tranquila e não te preocupes comigo, seja o que for que me aconteça neste mundo. Nada pode acontecer-me que Deus não queira. E seja o que for que Ele queira, por muito mau que nos pareça, é na verdade o melhor.
E se Ele permitir que a minha semelhança com Pedro vá mais longe, ao ponto de me precipitar e cair totalmente, jurando e abjurando (que de tal coisa Deus me livre na sua infinita misericórdia e que, se assim for, dessa queda me venha antes mal do que bem), ainda assim espero que o Senhor me dirija, tal como fez a Pedro, um olhar cheio de compaixão (Lc 22,61) e me levante de novo para que possa outra vez confessar a verdade da minha consciência e suportar aqui o castigo e a vergonha da minha anterior negação.
Por fim, querida filha, estou plenamente convencido de que, sem culpa própria, Deus não me abandonará. Por isso, com toda a certeza e esperança me entrego nas suas mãos. […] Assim, minha querida filha, fica tranquila e não te preocupes comigo, seja o que for que me aconteça neste mundo. Nada pode acontecer-me que Deus não queira. E seja o que for que Ele queira, por muito mau que nos pareça, é na verdade o melhor.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 4 de agosto de 2014
Imediatamente Jesus obrigou os Seus discípulos a subir para a barca e a passarem antes d'Ele à outra margem do lago, enquanto despedia a multidão. Despedida esta, subiu a um monte para orar a sós. Quando chegou a noite, achava-Se ali só. Entretanto a barca no meio do mar era batida pelas ondas, porque o vento era contrário. Ora, na quarta vigília da noite, Jesus foi ter com eles, andando sobre o mar. Os discípulos, quando O viram andar sobre o mar, assustaram-se e disseram: «É um fantasma». E, com medo, começaram a gritar. Mas Jesus falou-lhes imediatamente dizendo: «Tende confiança: sou Eu, não temais». Pedro, tomando a palavra, disse: «Senhor, se és Tu, manda-me ir até onde estás por sobre as águas». Ele disse: «Vem!». Descendo Pedro da barca, caminhava sobre as águas para ir ter com Jesus. Vendo, porém, que o vento era forte, teve medo e, começando a afundar-se, gritou, dizendo: «Senhor salva-me!». Imediatamente Jesus, estendendo a mão, segurou-o e disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?». Depois que subiram para a barca, o vento cessou. Os que estavam na barca prostraram-se diante d'Ele, dizendo: «Verdadeiramente Tu és o Filho de Deus». Tendo atravessado o lago, foram para a terra de Genesaré. Tendo-O reconhecido o povo daquele lugar, mandaram prevenir toda aquela região, e apresentaram-Lhe todos os doentes. Estes rogavam-Lhe que os deixasse tocar, ao menos, a orla do Seu vestido. E todos os que a tocaram ficaram curados.
Mt 14, 22-36
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