Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 25 de abril de 2020

Não te apoquentes por verem as tuas faltas

Quanto mais me exaltarem, meu Jesus, humilha-me mais no meu coração, fazendo-me saber o que tenho sido e o que serei, se Tu me deixares. (Caminho, 591)

Não te esqueças de que és... o depósito do lixo. – Por isso, se porventura o Jardineiro – divino lança mão de ti, e te esfrega e te limpa... e te enche de magníficas flores..., nem o aroma nem a cor que embelezam a tua fealdade devem pôr-te orgulhoso.

– Humilha-te; não sabes que és o caixote do lixo? (Caminho, 592)

Quando te vires como és, há-de parecer-te natural que te desprezem. (Caminho, 593)

Não és humilde quando te humilhas, mas quando te humilham e o aceitas por Cristo. (Caminho, 594)

Não te apoquentes por verem as tuas faltas. A ofensa a Deus e a desedificação que podes ocasionar, isso é que te deve doer.

– De resto, que saibam como és e te desprezem. – Não tenhas pena de seres nada, porque assim Jesus tem que pôr tudo em ti. (Caminho, 596)

São Josemaría Escrivá

O Evangelho de Domingo dia 26 de abril de 2020

No mesmo dia, caminhavam dois deles para uma aldeia, chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. Iam falando sobre tudo o que se tinha passado. Sucedeu que, quando eles iam conversando e discorrendo entre si, aproximou-Se deles o próprio Jesus e caminhou com eles. Os seus olhos, porém, estavam como que fechados, de modo que não O reconheceram. Ele disse-lhes: «Que palavras são essas que trocais entre vós pelo caminho?». Eles pararam cheios de tristeza. Um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Serás tu o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que ali se passou nestes dias?». Ele disse-lhes: «Que foi?». Responderam: «Sobre Jesus Nazareno, que foi um profeta, poderoso em obras e em palavras diante de Deus e de todo o povo; e de que maneira os príncipes dos sacerdotes e os nossos chefes O entregaram para ser condenado à morte, e O crucificaram. Ora nós esperávamos que Ele fosse o que havia de libertar Israel; depois de tudo isto, é já hoje o terceiro dia, depois que estas coisas sucederam. É verdade que algumas mulheres, das que estavam entre nós, nos sobressaltaram porque, ao amanhecer, foram ao sepulcro e, não tendo encontrado o Seu corpo, voltaram dizendo que tinham tido a aparição de anjos que disseram que Ele está vivo. Alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam que era assim como as mulheres tinham dito; mas a Ele não O encontraram». Então Jesus disse-lhes: «Ó estultos e lentos do coração para crer tudo o que anunciaram os profetas! Porventura não era necessário que o Cristo sofresse tais coisas, para entrar na Sua glória?». Em seguida, começando por Moisés e discorrendo por todos os profetas, explicava-lhes o que d'Ele se encontrava dito em todas as Escrituras. Aproximaram-se da aldeia para onde caminhavam. Jesus fez menção de ir para mais longe. Mas os outros insistiram com Ele, dizendo: «Fica connosco, porque faz-se tarde e o dia já declina». Entrou para ficar com eles. Estando com eles à mesa, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o, e lho deu. Abriram-se os seus olhos e reconheceram-n'O; mas Ele desapareceu da vista deles. Disseram então um para o outro: «Não é verdade que nós sentíamos abrasar-se-nos o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?». Levantando-se no mesmo instante, voltaram para Jerusalém. Encontraram juntos os onze e os que estavam com eles, que diziam: «Na verdade o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão». E eles contaram também o que lhes tinha acontecido no caminho, e como O tinham reconhecido ao partir o pão.

Lc 24, 13-35

ESTADO DE EMERGÊNCIA CRISTÃ

Uma proposta diária de oração pessoal e familiar.

38º Dia. Sábado da segunda semana da Páscoa, 25 de Abril de 2020. São Marcos.

Meditação da Palavra de Deus (Mc 16, 15-20)

Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho

Naquele tempo, Jesus apareceu aos Onze e disse-lhes: ‘Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura’.

O Evangelho segundo São Marcos, talvez o mais antigo dos quatro que a Igreja reconhece como Palavra de Deus, conclui com este mandato apostólico universal. Não só devemos ir a todo o mundo como essa missão é também de todos os cristãos: ser cristão é ser, sempre e em qualquer lugar, apóstolo e missionário.

Nalguns caso, o cumprimento desta missão universal levou os homens e mulheres cristãos a partirem para lugares distantes, onde propagaram a Boa Nova de Jesus Cristo Nosso Senhor. Essas longínquas paragens eram as chamadas ‘terras de missão’, e os que eram destinados a aí divulgarem o Evangelho, eram chamados ‘missionários’. Na realidade, hoje em dia todos os lugares são terras de missão e todos os cristãos, qualquer que seja a sua idade ou condição, estão igualmente aptos para levar a mensagem de Cristo a todo o mundo.

Não é preciso sonhar com desconhecidas tribos de indígenas na Polinésia porque, muito provavelmente, também a nosso lado, há quem não conheça Cristo porque, se O não ama, é porque o não conhece verdadeiramente, pois não é possível conhecer Jesus e não ficar apaixonado por Ele. Por isso também, há quem pense que conhece Cristo, mas, na realidade O não conhece verdadeiramente: também estes devem ser destinatários da nossa missão apostólica.

Santa Teresinha do Menino Jesus, uma carmelita descalça que nunca saiu do seu convento, em Lisieux, França, é a padroeira dos missionários. Mesmo não tendo deixado o seu país, também ela foi, pela sua oração e mortificação, missionária nas terras de missão.

Estas são as ferramentas do missionário: primeiro, a oração; depois, o sacrifício, em terceiro lugar, a acção. Por esta ordem: não em vão, a primeira alma que Santa Teresinha conquistou foi a de um assassino que nunca viu, nem a quem nunca falou, mas que converteu com a sua oração e sacrifício.

Eles partiram a pregar por toda a parte, e o Senhor cooperava com eles, confirmando a sua palavra com os milagres que a acompanhavam”. Foi assim há dois mil anos, e é assim agora também. Cristo é que faz a sua Igreja e nós, fiéis, mais não somos do que instrumentos nas Suas mãos.

Intenções para os mistérios gozosos do Santo Rosário de Nossa Senhora:

1º - A anunciação do Anjo a Nossa Senhora. O Evangelho é, até etimologicamente, uma boa nova, também quando nos pede sacrifícios e renúncias. Senhora, ensina-me a amar sempre a Vontade de Deus!

2º - A visitação de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel. Maria foi com pressa a casa de sua prima Santa Isabel, porque levava já consigo, no seu ventre virginal, a Jesus. Senhor, incendeia-me no teu amor, para que eu socorra os que mais me necessitam! 

3º - O nascimento de Jesus em Belém. O burro e a vaca nada percebiam do que aconteceu naquela gruta, mas decerto que se enterneceram ao ver Jesus. Senhor, não me peças que Te compreenda, mas dá-me a graça de Te amar!

4º - A apresentação de Jesus no templo e a purificação de Nossa Senhora. A Simeão tinha sido prometido que não morreria sem antes ver Cristo, o Senhor. Peçamos a Deus a graça de reconhecer e amar Jesus nos nossos irmãos.    

5º - O Menino Jesus perdido e achado no templo. Quando sentires que perdeste Jesus, porque O não vês, nem ouves, não O procures fora de ti, mas no templo do teu coração. Senhor Jesus, confio em Ti!

Para ler, meditar e partilhar! Obrigado e até amanhã, se Deus quiser!

Com amizade,
P. Gonçalo Portocarrero de Almada

O poder

Ao ler uma homilia do então Cardeal Ratzinger sobre Santo Henrique (974-1024), Imperador romano-germânico que colocou o seu poder ao serviço da Igreja, da verdade e do bem, embora e conforme nos relembra o autor da homilia, para a grande maioria dos seres humanos não se trata tanto de saber como colocar o poder ao serviço do bem comum, mas antes encontrarmos uma solução para a nossa impotência perante o mesmo.

Recorda-nos Joseph Ratzinger, que o poder é uma graça concedida por Deus, ao que acrescentaria que a podemos usar para fazer o bem ou, usando a liberdade que Ele nos concedeu, desbaratá-la fazendo o mal.

É a partir daqui que gostaria de compartilhar convosco uma curta reflexão, pois embora não sejamos Imperadores, todos temos alguma ou múltiplas formas de poder, que numa expressão indigna de um ser humano, que tente viver de uma forma justa e correcta, poderá chegar ao da coacção e condicionamento psicológico dos outros, e.g., o mais pobre que opte por não aceitar ajuda, tem o poder, certamente de uma forma inconsciente, de nos fazer preocupar por ele e pelo seu bem-estar, ou um simples ato de teimosia e capricho é um ato de poder egocêntrico, perante o qual somos impotentes.

Ora, é precisamente a esse estágio de poder e na sua vasta e múltipla variedade de expressões, que me permito dizer, que um bom cristão deverá sempre refletir se as suas atitudes poderão constituir atos de poder que não visam o bem, mas tão-somente a sua vaidade ou cobardia de enfrentar a realidade, no fundo, não conformes às mais elementares regras de respeito pelo próximo e consequentemente com Deus.

Somos muitas vezes confrontados com atitudes que nos desgostam, tentam condicionar e chantagear, porque quem as toma num ato de absoluto egoísmo, muitas vezes irrefletido, está a exercer um ato de “poder”, saibamos à nossa dimensão e escala seguir Santo Henrique e usar todos os poderes que o Senhor nos concedeu para honra e glória do Seu nome, e desde logo sabemos que não o estamos a desperdiçar.

JPR

REFLEXÕES SOBRE A PESTE DE 2020 (VI) Luís Filipe Thomaz

A história do homem que morreu por o não abranger o cinto sugere-nos que, antes de rematar estes considerandos, façamos uma reflexão mais, que na situação atual se impõe: a fé não pode jamais ser uma desculpa fácil para que não tomemos as precauções se impõem, pois Deus não socorre a quem se deita a dormir. Os antigos Padres consideravam nomeadamente que não tomar medicamentos é um sinal de orgulho, pois corresponde à presunção estulta de que Deus fará por nós o que não faz pelos demais, como se a nossa pessoa fosse algo de especial.
              A esse propósito vale a pena recordar a historieta reportada por S. João Cassiano (Conferências, I, ii, 6) entre os ensinamentos do abade Moisés, um dos mestres espirituais do deserto de Scetê, no Baixo Egito:

Que direi daqueles dois irmãos que, como vivessem para lá do deserto da Tebaida, onde outrora estivera o bem-aventurado Antão, movidos de uma indiscrição incauta ao internarem-se na extensa vastidão do ermo decidiram não tomar alimento algum a não ser o que o Senhor por Si próprio lhes facultasse. E como errando pelo deserto, já a desfalecer de fome, os vissem de longe uns Mazices [berberes nómadas considerados muito cruéis] e, contra a sua feroz natureza, os socorressem com pães, um deles, sobrevindo-lhe a discrição, recebeu com alegria e ação de graças os que lhe estendiam, como vindos do Senhor, considerando que sem Deus não sucederia que gente sempre ávida de sangue humano, quando faltos de tudo já desfaleciam, liberalmente lhes dessem o sustento. O outro, porém, recusando o alimento como oferecido por mão de homem, à míngua e à fome se finou. E assim, conquanto ambos de início tenham partido de uma persuasão repreensível, um deles, sobrevindo-lhe a discrição, emendou o que incauta e temerariamente concebera, ao passo que o outro, perseverando na sua estulta persuasão, profundamente falto de discrição, tornou-se culpado de sua própria morte, que o Senhor quis evitar, não querendo crer que tivesse sido por inspiração divina que ferozes bárbaros, esquecidos da própria ferocidade lhe tivessem estendido pães em lugar de espadas.

              É por estarmos cônscios de que tudo vem da mão de Deus, mas que tal consciência nos não exclui do número dos filhos de Adão — que, como reza a Anáfora de S. Basílio, o Senhor com justiça, expulsou do Paraíso para este mundo, fazendo-o voltar à terra donde tinha sido tirado — que devemos aceitar com resignação a situação presente, com todas as suas implicações. E dessas não é a menor uma Páscoa no isolamento, privada da consolação da liturgia, a que para o bem de todos somos forçados a renunciar.

(continua, são no total VII reflexões)