Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quarta-feira, 11 de março de 2020

Recomendações e manual de boas práticas

Tu e eu procedemos como filhos de Deus?

Um filho de Deus não tem medo da vida nem medo da morte, porque o fundamento da sua vida espiritual é o sentido da filiação divina: Deus é meu Pai, pensa, e é o Autor de todo o bem, é toda a Bondade. – Mas tu e eu procedemos, de verdade, como filhos de Deus? (Forja, 987)

A nossa condição de filhos de Deus levar-nos-á – insisto – a ter espírito contemplativo no meio de todas as actividades humanas – luz, sal e levedura, pela oração, pela mortificação, pela cultura religiosa e profissional –, fazendo realidade este programa: quanto mais dentro do mundo estivermos, tanto mais temos de ser de Deus. (Forja, 740)

Quando se trabalha por Deus, é preciso ter "complexo de superioridade" – fiz-te notar. – Mas – perguntavas-me – isso não é uma manifestação de soberba? – Não! É uma consequência da humildade, de uma humildade que me faz dizer: – Senhor, Tu és o que és. Eu sou a negação. Tu tens todas as perfeições: o poder, a fortaleza, o amor, a glória, a sabedoria, o império, a dignidade... Se eu me unir a Ti, como um filho quando se põe nos braços fortes do pai ou no regaço maravilhoso da mãe, sentirei o calor da tua divindade, sentirei as luzes da tua sabedoria, sentirei correr pelo meu sangue a tua fortaleza. (Forja, 342)

São Josemaría Escrivá

Novidades sobre Jesus, Maria e José

Com alguns dias de atraso para terminar as traduções, foi publicada a carta da Congregação para a Doutrina da Fé intitulada «Placuit Deo», que retoma a Declaração «Dominus Iesus» (6 de Agosto de 2000), subscrita pelo então Cardeal Ratzinger, no pontificado de João Paulo II.

No ano 2000, assanharam-se os protestos contra aquele «tremendo retrocesso» da teologia católica. O Papa, que tinha aprovado e mandado publicar a «Dominus Iesus», veio a público defender o Cardeal Ratzinger e o conteúdo da Declaração, mas as palavras claras de João Paulo II serviram de pouco, porque os Meios de Comunicação consideraram que o Papa era ambíguo, com a intenção de se distanciar daquele «passo errado». Hoje, sabe-se que o discurso interpretado como ambíguo foi escrito pelo próprio Cardeal Ratzinger! A Comunicação Social é realmente muito permeável a análises apressadas e pouco rigorosas.

Passados 18 anos, o novo Prefeito da Congregação, o Arcebispo D. Luis Francisco Ladaria, S.I., propôs ao Papa Francisco retomar o assunto. Francisco deu luz verde e considerou muito importante esclarecer os fiéis sobre este aspecto da doutrina da Igreja. Em consequência, a Congregação preparou a nova Carta.

Tanto a «Dominus Iesus» como a «Placuit Deo» são um mosaico da Sagrada Escritura e do Concílio Vaticano II, pelo que é difícil perceber a surpresa de alguns. O tópico principal está logo enunciado nas primeiras linhas da «Placuit Deo», que são uma frase do Concílio Vaticano II construída com frases de S. Paulo e de S. Pedro: em suma, Deus revelou-Se por meio de Cristo e Ele é o mediador e a plenitude dessa revelação.

A «Placuit Deo» acrescenta vários alertas interessantes, nomeadamente contra o perigo do individualismo e o perigo de desconsiderar o corpo. A salvação não é um caminho individual, isolado, realiza-se na Igreja. Para isso Cristo a instituiu! A outra forma de descaracterizar a fé em Jesus, único Salvador universal, é concebê-la como meramente interior, fechada no subjectivismo, como se Nosso Senhor não tivesse Encarnado. Pelo contrário, foi Deus Quem criou o mundo material e o confiou ao nosso cuidado, para que o trabalhássemos.

A novidade em relação a Nossa Senhora é o anúncio de que a memória da Santíssima Virgem, Mãe da Igreja, passa a celebrar-se todos os anos, como memória obrigatória no calendário litúrgico do rito latino.

A polémica remonta a antes do Concílio Vaticano II. O Papa João XXIII falou várias vezes de Maria como Mãe da Igreja e Paulo VI queria que esse título fosse proclamado nos textos conciliares. Um capítulo da Constituição dogmática «Lumen gentium» estava para intitular-se «sobre a Santíssima Virgem Maria, Mãe da Igreja», mas a comissão de redacção apagou as palavras «Mãe da Igreja». Paulo VI voltou à carga, repetidamente, até que, no solene discurso final da Terceira Sessão, avançou sozinho, contra a opinião dos assessores: «Para glória da Virgem e por nossa disposição, proclamamos Maria Santíssima Mãe da Igreja». A multidão dos Padres conciliares levantou-se num aplauso uníssono, prolongado e forte: afinal, o Papa não estava sozinho...

João Paulo II usou muito este título de Nossa Senhora, por exemplo, acrescentando à ladainha do Terço a invocação «Mãe da Igreja, rogai por nós» e colocando na praça de S. Pedro uma elegante imagem de Maria com esta inscrição.

Bento XVI seguiu a mesma linha até que, agora, Francisco decidiu que a memória litúrgica de Maria, Mãe da Igreja, passará a ser celebrada todos os anos na segunda-feira depois de Pentecostes.

A última notícia ainda não é oficial, mas está confirmada: no próximo 19 de Março, festa de S. José, o Papa assina uma Exortação apostólica dedicada à santidade no meio do mundo. O chamamento à santidade é para todos, sem exclusão. Não se trata de fazer coisas inusitadas, mas de ser fiel à graça no heroísmo do quotidiano, como S. José, protótipo do homem fiel. A santidade não é só para os momentos de oração, mas para cada instante da nossa vida. No contexto da amizade, a vida cristã autêntica torna-se testemunho evangelizador. Todos são chamados a assumir esta responsabilidade de levar o Evangelho até aos últimos recantos da sociedade.

Está previsto que a Exortação seja assinada no dia 19, festa de S. José e aniversário do pontificado, mas o texto só se tornará público passado alguns dias, para dar tempo a preparar as várias traduções.
José Maria C.S. André
11-III-2018
Spe Deus

Os "maus bocados" - Aproveitar a bonança

Doença, dificuldades, aborrecimentos passageiros ou preocupações duradoiras... Os maus bocados são uma experiência comum, podem-se santificar?, são ocasião ou obstáculo na vida de um cristão.

Agora, a maioria de vós sois jovens; atravessais essa etapa formidável de plenitude de vida, que transborda de energias. Mas o tempo passa e começa a notar-se inexoravelmente o desgaste físico; vêm depois as limitações da idade madura e, por último, os achaques da velhice. Aliás, qualquer de nós, em qualquer momento pode adoecer ou sofrer algum transtorno corporal.

Só se aproveitarmos com retidão - cristãmente - as épocas de bem-estar físico, os bons tempos, aceitaremos também com alegria sobrenatural os acontecimentos que habitualmente são considerados maus. Sem descer a demasiados pormenores, quero transmitir-vos a minha experiência pessoal. Quando estamos doentes, podemos ser impertinentes: não me atendem bem, ninguém se preocupa comigo, não me tratam como mereço, ninguém me compreende... O demónio, que anda sempre à espreita, ataca por qualquer flanco. E, na doença, a sua tática consiste em fomentar uma espécie de psicose que nos afaste de Deus, que azede o ambiente ou que destrua esse tesouro de méritos, que, para bem de todas as almas, se alcança quando aceitamos a dor com otimismo sobrenatural - com amor. Portanto, se é da vontade de Deus que nos atinja o aguilhão do sofrimento, aceitemo-lo como sinal de que nos considera maduros para nos associar mais estreitamente à sua cruz redentora.

Amigos de Deus, 124