Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quinta-feira, 20 de abril de 2017

A corrida da Páscoa

São Josemaría Escrivá - Aconteceu nesta data em 1994

Em 1994, D. Javier Echevarría é eleito e nomeado, por João Paulo II, prelado do Opus Dei. Sucede a Dom Álvaro del Portillo, primeiro sucessor do fundador do Opus Dei. Foi um colaborador muito próximo de São Josemaria Escrivá de Balaguer, de quem foi secretário desde 1953 até à sua morte, em 1975.

Diálogo

Tenho por hábito dialogar com Deus, a Santíssima Virgem, o Anjo da minha Guarda... enfim… e, também, com aqueles que me são muito queridos que estão no Céu!

Porque faço isto?

Na verdade não sei. Parece-me que se alguém me escutasse pensaria que estaria na presença de um tonto a falar sozinho!
Mas, isso, não me importa para nada. Sinto-me bem, apetece-me, são conversas que, às vezes, surgem sem aviso como se de repente sentisse uma necessidade imperiosa de falar – em voz alta – de dizer o que me vai cá dentro.

Disse “conversas” e disse bem porque sinto que estabeleço um diálogo algumas vezes comigo próprio, outras com… já o disse acima.

Falo em português, em castelhano, em inglês, em francês…

É estranho???

Não sei nem me importo em saber porque o faço.

Às vezes – é quase inevitável – emociono-me e choro como um “fontanário”, não porque sofra mas porque me emociona “ouvir” as respostas às perguntas que se me vão colocando.

“A imaginação é a louca da casa” dizia Santa Teresa, mas aqui não se trata disso, não imagino nada, não arquitecto coisa nenhuma, não escolho um tema.

E oiço realmente?

Sim, é verdade, oiço.

De alguma forma parece que, algumas vezes, estou a fazer apostolado comigo próprio que é, no fim e ao cabo, um exame exaustivo, profundo, sem reservas nem limites, vou por aí fora pensando – falando – na maravilha que deve ser a morte assistida pela Mãe do Céu, no seu carinho e cuidado, no seu desvelo de Mãe que não perde um filho antes o ganha definitivamente.

Vejo-a no Céu passando tranquilamente entre miríades dos seus filhos, sorrindo tão docemente que não posso deixar de sorrir também.
Vejo à sua volta os Anjos e os Santos admirados com a sua presença tão discreta, tão cheia de simplicidade que a tornam num Magnificat estentóreo que ressoa pelos Céus fora.

Vejo o Seu Filho, complacente e atento ao que ela possa querer sugerir-lhe.

Ele está sempre sentado no Seu trono de Juiz supremo dando “despacho” aos que não param de chegar.

Sendo – como é – Ele próprio a Justiça, não tem nenhuma dúvida ou questão a colocar mas, é verdade, sinto-o, olha sempre para a Sua Mãe como que procurando um pequeno sinal de intervenção.

E imagino que Ela lhe diz quase num sussurro:
‘Olha que o António rezou quase diariamente o Rosário completo!’

E, o Senhor, fica por brevíssimos instantes como que suspenso:
‘Eu, ali à Sua frente, honrava a Sua Santíssima Mãe!’

Bom… isto tem muito “peso”, é um handicap de enormíssima importância que não pode deixar de ter em conta.
Outras vezes:
‘Nunca passava em frente de uma imagem minha – e tinha várias em casa – sem me dar um beijo, até ensinou os netos a fazer o mesmo. Diariamente… quantas vezes beijava a minha imagem?! Não sei… mas eram muitas’.

As Mães não “contabilizam” os beijos que os filhos lhes dão!

Ao lado, também discretamente, o Anjo da Guarda assentia com um sorriso, afinal, ele mesmo era uma testemunha.
E, a Senhora vestida de luz, continua:
‘Monstra te esse Matrem’, repetia-me vezes sem conto, com uma ternura feita esperança e certeza ao mesmo tempo e, eu, não podia mais que aceitar esses pedidos feitos a propósito de tudo e de nada, de coisas importantes como de outras de escasso relevo’.

Mas… eu penso na morte? Na minha morte?

Claro que penso como não haveria de pensar se estou vivo?

Detenho-me um pouco e acendo um cigarro. Não é falta de respeito ou de consideração, Ela sabe muito bem que eu fumo porque haveria de se importar que fume quando falo com ela?

E… o Senhor? Importa-se?

Também não, pois se Ele está sempre comigo me vê e me ouve que Lhe pode importar que eu fume um cigarro só porque estou a falar com Ele?

Quando falo, por exemplo, em castelhano, sorri como se achasse graça.

Ele sabe quem estou a tentar imitar!

Y le cuento sencillamente cuanto me va dentro del alma, le pido que desanude el nudo en mi garganta y qué me haga fuerte, sencillo, humilde, y, sobretodo, grato!

Raramente tenho medo, ou melhor, receio de me “escalpelizar” demais ao ponto de ficar reduzido a nada.

Sei que, de facto, sou só um bocadinho mais – pequeno, ínfimo – de nada porque o Senhor não quer um nada, para quê o quereria?
O que faria com um nada!
Não!
Ele quer algo – talvez uns escassos cinco peixes e dois pães para alimentar uns largos milhares de bocas famintas – portanto, esta é a minha convicção, eu valho qualquer coisa; aliás, Ele próprio o disse, «muito mais que muitos passarinhos».

E com uma familiaridade que Ele me permite – sei que me permite e até gosta – digo-lhe francamente:

‘Olha para mim, Senhor!

Vê o triste estado em que me encontro; como me debato comigo próprio avaliando e “pesando” os meus projectos e sonhos, a minha vontade e desejos de melhorar, de ser SANTO e chego a esta conclusão que tanto me dói: fico-me por aqui, sentado, imóvel, à espera que a santidade venha ter comigo!’

A verdade, é que sinto que “consegui” captar a Tua atenção e num acto súbito de perfeito Amor sugeres-me que deite o meu olhar à imagem da Nossa Mãe Santíssima e… é o que faço!

Sinto – imediatamente – os olhos úmidos e uma vontade irreprimível de a beijar pela enésima vez.

E que paz!

Que tranquilidade!

A minha alma agiganta-se e o meu coração, ao invés, torna-se pequeno, tão pequenino que o posso colocar aos seus pés para que o guarde.

Y ahora! 

No puedo más que decir repetidamente: Te amo! Te amo! Te amo!

Y luego añadir: 

Gratias tibi! Gratias tibi! Gratias tibi!


E o diálogo termina finalmente! Vou deitar-me e sei que vou dormir tranquilamente e em paz!

(AMA, Abril, 2016)

O Evangelho do dia 20 de abril de 2017

E eles contaram também o que lhes tinha acontecido no caminho, e como O tinham reconhecido ao partir o pão. Enquanto falavam nisto, apresentou-Se Jesus no meio deles e disse-lhes: «A paz seja convosco!». Mas eles, turbados e espantados, julgavam ver algum espírito. Jesus disse-lhes: «Porque estais turbados, e porque se levantaram dúvidas nos vossos corações? Olhai para as Minhas mãos e os Meus pés, porque sou Eu mesmo; apalpai e vede, porque um espírito não tem carne, nem ossos, como vós vedes que Eu tenho». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. Mas, estando eles, por causa da alegria, ainda sem querer acreditar e estupefactos, disse-lhes: «Tendes aqui alguma coisa que se coma?». Eles apresentaram-Lhe uma posta de peixe assado. Tendo-o tomado comeu-o à vista deles. Depois disse-lhes: «Isto é o que Eu vos dizia quando ainda estava convosco; que era necessário que se cumprisse tudo o que de Mim estava escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos». Então abriu-lhes o entendimento, para compreenderem as Escrituras, e disse-lhes: «Assim está escrito que o Cristo devia padecer e ressuscitar dos mortos ao terceiro dia, e que em Seu nome havia de ser pregado o arrependimento e a remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas destas coisas. 

Lc 24, 35-48