Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 4 de abril de 2020

Faz o que deves e está no que fazes

Queres deveras ser santo? – Cumpre o pequeno dever de cada momento faz o que deves e está no que fazes. (Caminho, 815)

A santidade "grande" consiste em cumprir os "pequenos deveres" de cada instante. (Caminho, 817)

Dizes-me: quando se apresentar a ocasião de fazer algo de grande... então sim! – Então! Pretendes fazer-me crer, e crer tu seriamente, que poderás vencer na Olimpíada sobrenatural, sem a preparação diária, sem treino? (Caminho, 822)

Viste como ergueram aquele edifício de grandeza imponente? – Um tijolo, e outro. Milhares. Mas um a um. – E sacos de cimento, um a um. E blocos de pedra, que pouco representam na mole do conjunto. – E pedaços de ferro. – E operários que trabalham, dia a dia, as mesmas horas... Viste como levantaram aquele edifício de grandeza imponente?... À força de pequenas coisas! (Caminho, 823)

Não tens reparado em que "ninharias" está o amor humano? – Pois também em "ninharias" está o Amor divino.  (Caminho, 824)

São Josemaría Escrivá

O Evangelho de Domingo dia 5 de abril de 2020 - Domingo de Ramos

Então um dos doze, que se chamava Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes, e disse-lhes: «Que me quereis dar e eu vo-l'O entregarei?». Eles prometeram-lhe trinta moedas de prata. E desde então buscava oportunidade para O entregar. No primeiro dia dos ázimos, aproximaram-se de Jesus os discípulos, dizendo: «Onde queres que Te preparemos o que é necessário para comer a Páscoa?». Jesus disse-lhes: «Ide à cidade, a casa de um tal, e dizei-lhe: “O Mestre manda dizer: O Meu tempo está próximo, quero celebrar a Páscoa em tua casa com os Meus discípulos”». Os discípulos fizeram como Jesus tinha ordenado e prepararam a Páscoa. Ao entardecer, pôs-se Jesus à mesa com os doze. Enquanto comiam, disse-lhes: «Em verdade vos digo que um de vós Me há-de trair». Eles, muito tristes, cada um começou a dizer: «Porventura sou eu, Senhor?» Ele respondeu: «O que mete comigo a mão no prato, esse é que Me há-de trair. O Filho do Homem vai certamente, como está escrito d'Ele, mas ai daquele homem por quem será entregue o Filho do Homem! Melhor fora a tal homem não ter nascido». Judas, o traidor, tomou a palavra e disse: «Porventura, sou eu, Mestre?». Jesus respondeu-lhe: «Tu o disseste». Enquanto comiam, tomou Jesus o pão, pronunciou a bênção, e partiu-o, e deu-o aos Seus discípulos, dizendo: «Tomai e comei, isto é o Meu corpo». Tomando depois o cálice, deu graças, e deu-lho, dizendo: «Bebei dele todos. Porque isto é o Meu sangue, o sangue da nova aliança, que será derramado por todos para remissão dos pecados. Digo-vos, porém: desta hora em diante não beberei mais deste fruto da videira, até àquele dia em que o beberei de novo convosco no reino de Meu Pai». Depois do canto dos salmos, saíram para o monte das Oliveiras. Então Jesus disse-lhes: «A todos vós serei esta noite uma ocasião de escândalo, porque está escrito: “Ferirei o pastor e as ovelhas do rebanho se dispersarão”. Porém, depois de Eu ressuscitar, irei diante de vós para a Galileia». Pedro respondeu-Lhe: «Ainda que todos se escandalizem a Teu respeito, eu nunca me escandalizarei». Jesus disse-lhe: «Em verdade te digo que esta noite, antes que o galo cante, negar-Me-ás três vezes». Pedro disse: «Ainda que eu tenha de morrer contigo, não Te negarei». Do mesmo modo falaram todos os discípulos. Então foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsemani, e disse-lhes: «Sentai-vos aqui, enquanto Eu vou acolá orar». E, tendo tomado consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-Se e a angustiar-Se. Disse-lhes então: «A Minha alma está numa tristeza mortal; ficai aqui e vigiai comigo». Adiantando-Se um pouco, prostrou-Se com o rosto em terra, e fez esta oração: «Meu Pai, se é possível, passe de Mim este cálice! Todavia, não se faça como Eu quero, mas sim como Tu queres». Depois foi ter com os Seus discípulos, encontrou-os a dormir, e disse a Pedro: «Então não pudeste vigiar uma hora comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. O espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca». Retirou-Se de novo pela segunda vez, e orou assim: «Meu Pai, se este cálice não pode passar sem que Eu o beba, faça-se a Tua vontade». Foi novamente e encontrou-os a dormir, porque os seus olhos estavam carregados de sono. Deixando-os, foi de novo, e orou terceira vez, dizendo as mesmas palavras. Depois foi ter novamente com os discípulos, e disse-lhes: «Dormi agora e descansai, eis que chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos, vamos. Eis que se aproxima aquele que Me há-de entregar». Estando Ele ainda a falar, eis que chega Judas, um dos doze, e com ele uma grande multidão com espadas e varapaus, enviada pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos do povo. O traidor tinha-lhes dado este sinal: «Aquele a quem eu beijar, é esse; prendei-O». Aproximando-se logo de Jesus, disse: «Salve, Mestre!». E deu-Lhe um beijo.Jesus disse-lhe: «Amigo, a que vieste?». Então avançaram, lançaram mãos a Jesus, e prenderam-n'O. E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão desembainhou a sua espada, e, ferindo um servo do Sumo Sacerdote, cortou-lhe uma orelha. Jesus disse-lhe: «Mete a tua espada no seu lugar, porque todos os que pegarem na espada morrerão à espada. Julgas porventura que Eu não posso rogar a Meu Pai e que poria já ao Meu dispor mais de doze legiões de anjos? Mas, como se cumprirão as Escrituras segundo as quais assim deve suceder?». Depois, Jesus disse à multidão: «Vós viestes armados de espadas e varapaus para Me prender, como se faz a um ladrão. Todos os dias estava Eu sentado entre vós a ensinar no templo, e não Me prendestes». Mas tudo isto aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas. Então todos os discípulos O abandonaram e fugiram. Os que tinham prendido Jesus levaram-n'O a casa de Caifás, Sumo Sacerdote, onde os escribas e os anciãos se tinham reunido. Pedro seguia-O de longe, até ao átrio do príncipe dos sacerdotes. E, tendo entrado, sentou-se com os servos para ver o fim de tudo isto. Entretanto os príncipes dos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam algum falso testemunho contra Jesus, a fim de O entregarem à morte, e não o encontravam, embora se tivessem apresentado muitas testemunhas falsas. Por último, chegaram duas testemunhas, que declararam: «Este homem disse: “Posso destruir o templo de Deus e reedificá-lo em três dias”». Levantando-se, o Sumo Sacerdote disse-Lhe: «Nada respondes ao que estes depõem contra Ti?». Jesus, porém, mantinha-Se calado. E o Sumo Sacerdote disse-Lhe: «Eu Te conjuro, por Deus vivo, que nos digas se és o Cristo, o Filho de Deus». Jesus respondeu-lhes: «Tu o disseste. Digo-vos mais, que haveis de ver o Filho do Homem sentado à direita do poder de Deus, e vir sobre as nuvens do céu». Então o Sumo Sacerdote rasgou as vestes, dizendo: «Blasfemou; que necessidade temos de mais testemunhas? Vedes, acabais de ouvir a blasfémia. Que vos parece?». Eles responderam: «É réu de morte!». Então cuspiram-Lhe no rosto e feriram-n'O a punhadas. Outros deram-Lhe bofetadas, dizendo: «Adivinha, Cristo: Quem é que Te bateu?». Entretanto, Pedro estava sentado fora, no átrio. Aproximou-se dele uma criada, dizendo: «Também tu estavas com Jesus, o Galileu». Mas ele negou diante de todos, dizendo: «Não sei o que dizes». Saindo ele à porta, viu-o outra criada e disse aos que ali se encontravam: «Este também andava com Jesus Nazareno». Novamente negou ele com juramento, dizendo: «Não conheço tal homem». Pouco depois aproximaram-se de Pedro os que ali estavam, e disseram: «Certamente também tu és deles, porque até a tua fala te dá a conhecer». Então começou a dizer imprecações e a jurar que não conhecia tal homem. Imediatamente cantou um galo. Pedro lembrou-se da palavra que Jesus lhe dissera: «Antes de cantar o galo, três vezes Me negarás». E, saindo para fora, chorou amargamente. Ao romper da manhã, todos os príncipes dos sacerdotes e anciãos do povo tiveram conselho contra Jesus, para O entregarem à morte. Em seguida, manietado, levaram-n'O e entregaram-n'O ao governador Pôncio Pilatos. Então Judas, o traidor, vendo que Jesus fora condenado, tocado pelo remorso, tornou a levar as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: «Pequei, entregando sangue inocente». Mas eles disseram: «Que nos importa? Isso é contigo!». Então, tendo atirado as moedas de prata para o templo, retirou-se e foi-se enforcar. Os príncipes dos sacerdotes, tomando as moedas de prata, disseram: «Não é lícito deitá-las na arca das esmolas, porque são preço de sangue». E, tendo consultado entre si, compraram com elas o Campo do Oleiro para sepultura dos estrangeiros. Por esta razão aquele campo foi chamado até ao dia de hoje “campo de sangue”. Então se cumpriu o que foi anunciado pelo profeta Jeremias: “Tomaram as trinta moedas de prata, custo d'Aquele cujo preço foi avaliado pelos filhos de Israel, e deram-nas pelo Campo do Oleiro, como o Senhor me ordenou”. Jesus foi apresentado diante do governador, que O interrogou, dizendo: «És Tu o Rei dos Judeus?». Jesus respondeu-lhe: «Tu o dizes». Mas, sendo acusado pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. Então Pilatos disse-Lhe: «Não ouves de quantas coisas Te acusam?». E não lhe respondeu a palavra alguma, de modo que o governador ficou muito admirado. O governador costumava, por ocasião da festa da Páscoa, soltar aquele preso que o povo quisesse. Naquela ocasião tinha ele um preso famoso, que se chamava Barrabás.1Estando eles reunidos, perguntou-lhes Pilatos: «Qual quereis vós que eu vos solte? Barrabás ou Jesus, que se chama Cristo?». Porque sabia que O tinham entregado por inveja. Enquanto ele estava sentado no tribunal, sua mulher mandou-lhe dizer: «Não te metas com esse justo, porque fui hoje muito atormentada em sonhos por causa d'Ele». Mas os príncipes dos sacerdotes e os anciãos persuadiram o povo a que pedisse Barrabás e que fizesse morrer Jesus. O governador, tomando a palavra, disse-lhes: «Qual dos dois quereis que vos solte?». Eles responderam: «Barrabás!». Pilatos disse-lhes: «Que farei então de Jesus, que se chama Cristo?». Disseram todos: «Seja crucificado!». O governador disse-lhes: «Mas que mal fez Ele?». Eles, porém, gritavam mais alto: «Seja crucificado!». Pilatos, vendo que nada conseguia, mas que cada vez o tumulto era maior, tomando água, lavou as mãos diante do povo, dizendo: «Eu sou inocente do sangue deste justo; a vós pertence toda a responsabilidade!». Todo o povo respondeu: «O Seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos». Então soltou-lhes Barrabás. Quanto a Jesus, depois de O ter mandado flagelar, entregou-O para ser crucificado.2Então os soldados do governador, conduzindo Jesus ao Pretório, juntaram em volta d'Ele toda a coorte. Depois de O terem despido, lançaram sobre Ele um manto escarlate. Em seguida, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-Lha na cabeça, e na mão direita uma cana. E, dobrando o joelho diante d'Ele, O escarneciam, dizendo: «Salve, ó rei dos Judeus!». Cuspindo-Lhe, tomavam a cana e batiam-Lhe com ela na cabeça. Depois que O escarneceram, tiraram-Lhe o manto, revestiram-n'O com os Seus vestidos e levaram-n'O para O crucificar. Ao saírem, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, ao qual obrigaram a levar a cruz de Jesus. Tendo chegado ao lugar chamado Gólgota, isto é, “lugar da Caveira”, deram-Lhe a beber vinho misturado com fel. Tendo-o provado, não quis beber. Depois que O crucificaram, repartiram entre si os Seus vestidos, lançando sortes. E, sentados, O guardavam. Puseram por cima da Sua cabeça uma inscrição indicando a causa da Sua condenação: «Este é Jesus, o Rei dos Judeus». Ao mesmo tempo foram crucificados com Ele dois ladrões: um à direita e outro à esquerda. Os que passavam, movendo as suas cabeças, ultrajavam-n'O, dizendo: «Ó Tu, que destróis o templo e o reedificas em três dias, salva-Te a Ti mesmo. Se és Filho de Deus, desce da cruz!». Igualmente, também os príncipes dos sacerdotes com os escribas e os anciãos, insultando-O, diziam: «Ele salvou outros e a Si mesmo não se pode salvar. Se é rei de Israel, desça agora da cruz e acreditaremos n'Ele. Confiou em Deus: Se Deus O ama, que O livre agora; porque Ele disse: “Eu sou o Filho do Deus”». Do mesmo modo O insultavam os ladrões que estavam crucificados com Ele. Desde a hora sexta até à hora nona, houve trevas sobre toda a terra. Perto da hora nona, exclamou Jesus com voz forte: «Eli, Eli, lemá sabachtani?», isto é: «Meu Deus, Meu Deus, porque Me abandonaste?». Ao ouvir isto, alguns dos que ali estavam, diziam: «Ele chama por Elias». Imediatamente, um deles, a correr, tomou uma esponja, ensopou-a em vinagre, pô-la sobre uma cana, e dava-Lhe de beber. Porém, os outros diziam: «Deixa; vejamos se Elias vem livrá-l'O». Jesus, soltando de novo um alto grito, expirou. E eis que o véu do templo se rasgou em duas partes, de alto a baixo, a terra tremeu, as rochas fenderam-se, as sepulturas abriram-se, e muitos corpos de santos, que tinham adormecido, ressuscitaram, e saindo das sepulturas depois da ressurreição de Jesus, foram à cidade santa e apareceram a muitos. O centurião e os que com ele estavam de guarda a Jesus, vendo o terramoto e as coisas que aconteciam, tiveram grande medo, e diziam: «Na verdade Este era Filho de Deus!». Estavam também ali, olhando de longe, muitas mulheres, que tinham seguido Jesus servindo-O desde a Galileia. Entre elas estava Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu. Ao cair da tarde, veio um homem rico de Arimateia, chamado José, que era também discípulo de Jesus. Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Pilatos mandou então que lhe fosse dado o corpo. José, tomando o corpo, envolveu-O num lençol limpo, e depositou-O no seu sepulcro novo, que tinha mandado abrir numa rocha. Depois rolou uma grande pedra para diante da boca do sepulcro, e retirou-se. Maria Madalena e a outra Maria estavam lá, sentadas diante do sepulcro. No outro dia, que é o seguinte à Preparação, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus foram juntos ter com Pilatos, e disseram-lhe: «Senhor, lembramo-nos que aquele impostor, quando ainda vivia, disse: “Depois de três dias ressuscitarei”. Ordena, pois, que seja guardado o sepulcro até ao terceiro dia, para que não venham os discípulos, O roubem, e digam ao povo: “Ressuscitou dos mortos”. E assim, o último embuste seria pior do que o primeiro». Pilatos respondeu-lhes: «Tendes guardas; ide, guardai-O como entenderdes». Foram, e tomaram bem conta do sepulcro, selando a pedra e pondo lá guardas

Mt 26, 14-75.27, 1-66

ESTADO DE EMERGÊNCIA CRISTÃ

Uma proposta diária de oração pessoal e familiar.

17º Dia. Sábado da V Semana da Quaresma, 4 de Abril de 2020.

Meditação da Palavra de Deus (Jo 11, 45-56)

Faltam milagres?

A ressurreição de Lázaro foi um milagre tão portentoso que teve dois efeitos diametralmente opostos. Por um lado, “muitos dos judeus que tinham ido visitar Maria e Marta, vendo o que Jesus fizera, creram nele”. Mas também houve outros que, “desde aquele dia, tomaram a resolução de O matar”, os mesmos, por sinal, que reconheceram que “este homem faz muitos milagres”.

Às vezes pensamos que, se Deus fizesse um grande milagre, todos se converteriam. Foi esse o pedido do rico que, condenado ao inferno, queria que o pobre Lázaro – que não era o irmão de Marta e Maria – ressuscitasse e aparecesse à sua família, para que se convertesse e não fosse também parar àquele lugar de tormento eterno. Santa Jacinta Marto, confidente de Nossa Senhora em Fátima, também pensava que um grande milagre levaria todos os descrentes à fé.

Na realidade, o milagre que o tal rico e a vidente de Fátima tanto desejavam, já aconteceu. Aconteceram até milhões de milagres, mas, mesmo assim, há quem não creia, não por falta de razões para crer – não foram os próprios fariseus que reconheceram que Jesus “faz muitos milagres” ?! – mas porque não querem crer. A sua descrença não é uma impossibilidade racional, porque a própria razão deveria levá-los a crer, porque é racional atribuir a efeitos sobrenaturais uma causa transcendente. A sua descrença é fruto da sua má vontade: não querem crer e, por isso, mesmo que abundem os milagres, não acreditarão.

É verdade que temos que estar sempre prontos para dar razão da nossa esperança, na feliz expressão de São Pedro, mas não basta: é preciso tocar o coração do descrente. Como fazê-lo? Nós não podemos, mas Deus sim, se Lho pedirmos. Que não lhes falte, pois, a nossa oração, nem a nossa caridade que, por ser manifestação do próprio amor de Cristo, é um fogo capaz de fazer ceder até o ferro mais duro.

Intenções para os mistérios gozosos do Santo Rosário de Nossa Senhora:

1º - A anunciação do Anjo a Nossa Senhora. A vida humana começa no momento da concepção, mas quantos seres humanos são eliminados antes de nascerem! Peçamos perdão a Deus por este silencioso holocausto.

2º - A visitação de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel. Rezemos por todas as crianças, para que, como a Jesus, não lhes falte a fortaleza de um pai, como São José, nem o carinho de uma Mãe, como Nossa Senhora!

3º - O nascimento de Jesus em Belém. Recém-nascido, Jesus correu perigo de morte. As almas de muitos adolescentes estão em perigo, porque tentadas pelo demónio, pelo mundo e pela carne. Que os seus Anjos os protejam e não lhes falte a nossa oração.

4º - A apresentação de Jesus no templo e a purificação de Nossa Senhora. Na força da vida, Maria e José cumprem com as suas obrigações religiosas. Rezemos pelos fiéis que não rezam, nem cumprem com o preceito da eucaristia dominical.

5º - O Menino Jesus perdido e achado no templo. Às vezes, os mais velhos sentem-se como perdidos, num mundo que já não conhecem, nem reconhece o seu valor e dignidade. Peçamos por todas as pessoas de idade, para que nunca se sintam sós.

Para ler, meditar e partilhar! Obrigado e até amanhã, se Deus quiser!

Com amizade,
P. Gonçalo Portocarrero de Almada

A importância dos sacramentos no caminhar das famílias cristãs

Seguindo a orientação que tracei para mim nestes meses marianos, proponho considerar agora a importância dos sacramentos no caminhar das famílias cristãs, e que brote a nossa gratidão diária à Trindade Beatíssima por estes mistérios salvíficos, que nos tornam possível a participação nas riquezas divinas.

Todos podemos e devemos ajudar na tarefa de evangelização da família, do modo mais apropriado às nossas circunstâncias individuais. Foge-me o pensamento para os que trabalham em escolas, públicas ou particulares, em contacto direto com pais e mães, com tantas e tantos jovens que frequentam essas aulas, com professores com quem compartilham a responsabilidade educativa. Recordo a todos que a vossa tarefa, de primordial importância, não se deve limitar a transmitir uns conhecimentos que preparem os alunos para o futuro; ocupai-vos – sei que o fazeis – com a formação integral das crianças e dos adolescentes nos diferentes aspetos – humanos, espirituais, religiosos –, tão próprios da educação cristã.
Em primeiro lugar, é primordial o papel dos pais e das mães e, de certo modo, também dos restantes elementos da família: irmãos, avós, etc. Os pais, ou quem fizer as suas vezes, são os primeiros responsáveis pela educação dos filhos. Ao falar dos diversos membros da família, o Romano Pontífice disse: Vós, crianças e jovens, sois os frutos da árvore que é a família: sois frutos bons quando a árvore tem boas raízes – que são os avós – e um bom tronco – que são os pais. Jesus dizia que cada árvore boa dá bons frutos; toda a árvore má dá maus frutos (cfr. Mt 7, 17). A grande família humana é como uma floresta, onde as árvores boas trazem solidariedade, comunhão, confiança, apoio, segurança, sobriedade feliz, amizade. A presença das famílias numerosas é uma esperança para a sociedade. E por isso é muito importante a presença dos avós: uma presença preciosa quer pela ajuda prática quer sobretudo pela contribuição educativa. Os avós conservam em si os valores de um povo, de uma família, e ajudam os pais a transmiti-los aos filhos [1]. Insisto em que os casais a quem Deus não concede descendência também podem desempenhar um papel importante, enriquecedor, na formação cristã de outras famílias.

Quanto bem fazem os pais que tomam a sério esta missão! Por isso, a primeira necessidade concretiza-se na presença habitual do casal e dos filhos no lar, com a persuasão de que essa casa pode e deve ser "sala de espera" do Céu e escola de caridade, porque as alegrias e as penas de um são penas e alegrias dos outros membros da família.

S. Josemaria transmitiu-nos esta doutrina tão clara, também fruto da sua experiência pessoal. Numa ocasião, recordando como o Senhor o foi preparando para a sua missão de fundar a Obra, comentava: fez-me nascer num lar cristão, como costumam ser os do meu país, de pais exemplares que praticavam e viviam a sua fé, dando-me uma liberdade muito grande desde pequeno, vigiando-me ao mesmo tempo com atenção. Procuravam dar-me uma formação cristã, e ali a adquiri mais do que no colégio, embora desde os três anos me tenham levado a um colégio de religiosas, e desde os sete a um de religiosos [2].

Em casa dos Avós, aprendeu a comportar-se de um modo autenticamente cristão, adaptado em cada momento às circunstâncias da sua idade; e agradecia-o profundamente a Deus no fim dos seus dias, quando vinham à sua memória acontecimentos, grandes ou pequenos, daqueles primeiros tempos da infância e da juventude. Da sua própria situação, e da sua ampla experiência sacerdotal, provinham os conselhos que dava a pais e mães de família.

Interessa-me destacar concretamente a sua insistência em sublinhar a importância do bom exemplo. Desde o primeiro momento, comentava, os filhos são testemunhas inexoráveis da vida dos pais. Não dais conta, mas julgam tudo, e às vezes, julgam-vos mal. De modo que as coisas que acontecem em casa influenciam para bem ou para mal as vossas crianças. Procurai dar-lhes bom exemplo, procurai não esconder a vossa piedade, procurar ser limpos no vosso comportamento: assim aprenderão, e serão a coroa da vossa maturidade e da vossa velhice. Para eles, sois como um livro aberto [3].

É muito importante que os pais – o pai também, não só a mãe – ensinem aos filhos as primeiras orações. Não os obrigueis a grandes rezas: pouquinhas, mas todos os dias, aconselhava S. Josemaria. Quando são muito pequeninos, pegas na mão de cada um e és tu que os ensinas a benzer-se, com a mãozinha deles. Isso nunca se esquece. A vossa delicadeza e a vossa piedade, com a piedade dos vossos maridos, dos nossos pais, permanece no fundo da alma [4]. Com muita graça, acrescentava noutras ocasiões: que os vossos filhos não se deitem como cachorrinhos. Gosto de o dizer assim, porque fica muito claro e consigo fazer-me entender. Os cachorrinhos aninham-se num canto, e pronto. Os vossos filhos, não: têm que fazer o sinal da cruz antes de ir para a cama, e dizer umas palavras à Santíssima Virgem e a Deus Nosso Senhor, mesmo quando a alma não esteja totalmente limpa [5].

Reconhecia com santo orgulho que nunca deixou, nem de manhã, nem à noite, as orações vocais aprendidas na infância: poucas, breves, piedosas. De maneira que lembrar-me dos meus pais leva-me a Deus, e faz-me sentir muito unido, ao mesmo tempo que à minha própria família, àquela outra família que havia em Nazaré – Jesus, Maria e José –, e a essa família do Céu, o Deus único que é trino em pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo[6].

[1]. Papa Francisco, Discurso à Associação nacional de famílias numerosas de Itália, 28-XII-2014.
[2]. S. Josemaria, Notas de uma meditação, 14-II-1964.
[3]. S. Josemaria, Notas de uma reunião familiar, 12-XI-1972.
[4]. S. Josemaria, Notas de uma reunião familiar, 4-VI-1974.
[5]. S. Josemaria, Notas de uma reunião familiar, 18-X-1972.
[6]. S. Josemaria, Notas de uma reunião familiar, 28-X-1972.

(D. Javier Echevarría na carta do mês de abril de 2015)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

Formação dos jovens

«A chamada permissividade dos costumes assenta numa concepção errónea da liberdade humana; para se edificar, esta precisa de se deixar educar previamente pela lei moral. Deve pedir-se aos responsáveis pela educação que ministrem à juventude um ensino respeitador da verdade, das qualidades do coração e da dignidade moral e espiritual do homem»

(Catecismo da Igreja Católica § 2526)