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domingo, 25 de setembro de 2011
"Desmundanizar" a Igreja, para a manter fiel à sua missão de estar no mundo sem ser do mundo: Bento XVI aos católicos empenhados na Igreja e na sociedade
O último encontro da viagem à Alemanha foi dedicado por Bento XVI aos “católicos comprometidos na Igreja e na sociedade”,
Por fidelidade à sua missão, a Igreja tem contínua necessidade de mudança e de adaptação aos novos tempos. Mas em que sentido é que a Igreja deve mudar? Não, decerto, por tática. Conforme ao mistério de Cristo, o Deus incarnado, o cristão e a Igreja hão-de estar bem presentes ao mundo e no mundo, mas sem ser do mundo, sem se conformarem com este. Para ser fiel a si mesma, a Igreja há-de esforçar-se incessantemente por “desmundanizar-se”, destacar-se da mundanidade deste mundo (o que não significa retirar-se dele).
Esta, em grandes traços, a mensagem central que Bento XVI quis deixar aos “católicos empenhados na sociedade e na Igreja”, no encontro que com eles teve na Sala de Concertos de Friburgo. A concluir esta sua viagem, este discurso aparece também como que uma síntese do que de mais importante o Papa queria transmitir aos católicos do seu país de origem.
Evocando a progressiva diminuição da prática religiosa e o crescente afastamento duma parte notável de baptizados da vida da Igreja, Bento XVI interrogou-se a Igreja não deverá porventura mudar. Não deverá a Igreja, nos seus serviços e estruturas, adaptar-se ao tempo presente, para chegar às pessoas de hoje que vivem em estado de busca e na dúvida?
Naturalmente – reconheceu – “cada cristão e a comunidade dos crentes são chamados a uma contínua conversão”. A questão é de ver como se há-de configurar concretamente esta mudança. Será porventura uma renovação parecida com a que realiza, por exemplo, um proprietário de uma casa mediante uma reestruturação ou a pintura do seu prédio? Ou trata-se de uma correcção para retomar a rota e percorrer, de modo mais ágil e directo, um caminho? “Certamente – admitiu - têm importância estes e outros aspectos. Mas, no caso da Igreja, o motivo fundamental da mudança é a missão apostólica dos discípulos e da própria Igreja. De facto a Igreja deve verificar incessantemente a sua fidelidade a esta missão”. O que implica certo distanciamento em relação ao meio em que está mergulhada:
“Para cumprir a sua missão, ela deverá continuamente manter a distância do seu ambiente, deve por assim dizer desmundanizar-se.”
Com a incarnação do Filho de Deus, existe um intercâmbio, uma permuta, entre Deus e os homens . Claro que “tal permuta só é possível pela generosidade de Deus que aceita a pobreza do mendigo como riqueza, para tornar suportável o dom divino, que o homem não pode recambiar com nada de equivalente”. “A Igreja insere-se totalmente nesta atenção condescendente do Redentor pelos homens. Ela mesma está sempre em movimento, deve colocar-se continuamente ao serviço da missão que recebeu do Senhor”.
Porém, advertiu Bento XVI, “no desenvolvimento histórico da Igreja manifesta-se também uma tendência contrária, ou seja, a de uma Igreja que se acomoda neste mundo, tornando-se auto-suficiente e adaptando-se aos critérios do mundo. Deste modo, dá uma importância maior, não ao seu chamamento à abertura, mas à organização e à institucionalização”. Há, portanto, que manter sempre um esforço de destaque, de desprendimento...
“Para corresponder à sua verdadeira tarefa, a Igreja deve esforçar-se sem cessar por destacar-se da mundanidade do mundo. Assim fazendo, ela segue as palavras de Jesus: Eles não são do mundo, como também Eu não sou do mundo.”
“Em certo sentido (reconheceu textualmente o Papa), a história vem em ajuda da Igreja com as diversas épocas de secularização, que contribuíram de modo essencial para a sua purificação e reforma interior. De facto, as secularizações (expropriação de bens da Igreja, cancelamento de privilégios, etc) – sempre significaram uma profunda libertação da Igreja de formas de mundanidade: despojava-se, por assim dizer, da sua riqueza terrena e voltava a abraçar plenamente a sua pobreza terrena”.
“Os exemplos históricos mostram que o testemunho missionário de uma Igreja «desmundanizada» refulge de modo mais claro. Liberta do seu fardo material e político, a Igreja pode dedicar-se melhor e de modo verdadeiramente cristão ao mundo inteiro, pode estar verdadeiramente aberta ao mundo”.
Mas esta abertura ao mundo – precisou Bento XVI – não se destina a obter a adesão dos homens a uma instituição com suas próprias pretensões de poder, mas sim a fazê-los reentrar em si mesmos, conduzindo-os deste modo a Deus. “Através deste estilo de abertura da Igreja ao mundo, delineia-se também, ao mesmo tempo, a forma em que se pode realizar, eficaz e adequadamente, a abertura ao mundo por parte do indivíduo cristão.” Não é de modo algum uma táctica oportunista...
“Não se trata de encontrar uma nova táctica para relançar a Igreja. Trata-se, isso sim, de depor tudo aquilo que seja apenas táctica, procurando a plena sinceridade, que não descura nem reprime nada da verdade do nosso hoje, mas realiza a fé plenamente no hoje vivendo-a precisa e totalmente na sobriedade do hoje, levando-a à sua plena identidade, tirando dela aquilo que só na aparência é fé, quando na verdade não passa de convenções e hábitos nossos.”
Antes deste encontro, o Papa tinha-se encontrado com os juízes do Tribunal Constitucional alemão, despedindo-se em seguida de um grupo de benfeitores da Igreja, dos membros do comité organizador da visita e das forças de segurança germânica.
Rádio Vaticano
Por fidelidade à sua missão, a Igreja tem contínua necessidade de mudança e de adaptação aos novos tempos. Mas em que sentido é que a Igreja deve mudar? Não, decerto, por tática. Conforme ao mistério de Cristo, o Deus incarnado, o cristão e a Igreja hão-de estar bem presentes ao mundo e no mundo, mas sem ser do mundo, sem se conformarem com este. Para ser fiel a si mesma, a Igreja há-de esforçar-se incessantemente por “desmundanizar-se”, destacar-se da mundanidade deste mundo (o que não significa retirar-se dele).
Esta, em grandes traços, a mensagem central que Bento XVI quis deixar aos “católicos empenhados na sociedade e na Igreja”, no encontro que com eles teve na Sala de Concertos de Friburgo. A concluir esta sua viagem, este discurso aparece também como que uma síntese do que de mais importante o Papa queria transmitir aos católicos do seu país de origem.
Evocando a progressiva diminuição da prática religiosa e o crescente afastamento duma parte notável de baptizados da vida da Igreja, Bento XVI interrogou-se a Igreja não deverá porventura mudar. Não deverá a Igreja, nos seus serviços e estruturas, adaptar-se ao tempo presente, para chegar às pessoas de hoje que vivem em estado de busca e na dúvida?
Naturalmente – reconheceu – “cada cristão e a comunidade dos crentes são chamados a uma contínua conversão”. A questão é de ver como se há-de configurar concretamente esta mudança. Será porventura uma renovação parecida com a que realiza, por exemplo, um proprietário de uma casa mediante uma reestruturação ou a pintura do seu prédio? Ou trata-se de uma correcção para retomar a rota e percorrer, de modo mais ágil e directo, um caminho? “Certamente – admitiu - têm importância estes e outros aspectos. Mas, no caso da Igreja, o motivo fundamental da mudança é a missão apostólica dos discípulos e da própria Igreja. De facto a Igreja deve verificar incessantemente a sua fidelidade a esta missão”. O que implica certo distanciamento em relação ao meio em que está mergulhada:
“Para cumprir a sua missão, ela deverá continuamente manter a distância do seu ambiente, deve por assim dizer desmundanizar-se.”
Com a incarnação do Filho de Deus, existe um intercâmbio, uma permuta, entre Deus e os homens . Claro que “tal permuta só é possível pela generosidade de Deus que aceita a pobreza do mendigo como riqueza, para tornar suportável o dom divino, que o homem não pode recambiar com nada de equivalente”. “A Igreja insere-se totalmente nesta atenção condescendente do Redentor pelos homens. Ela mesma está sempre em movimento, deve colocar-se continuamente ao serviço da missão que recebeu do Senhor”.
Porém, advertiu Bento XVI, “no desenvolvimento histórico da Igreja manifesta-se também uma tendência contrária, ou seja, a de uma Igreja que se acomoda neste mundo, tornando-se auto-suficiente e adaptando-se aos critérios do mundo. Deste modo, dá uma importância maior, não ao seu chamamento à abertura, mas à organização e à institucionalização”. Há, portanto, que manter sempre um esforço de destaque, de desprendimento...
“Para corresponder à sua verdadeira tarefa, a Igreja deve esforçar-se sem cessar por destacar-se da mundanidade do mundo. Assim fazendo, ela segue as palavras de Jesus: Eles não são do mundo, como também Eu não sou do mundo.”
“Em certo sentido (reconheceu textualmente o Papa), a história vem em ajuda da Igreja com as diversas épocas de secularização, que contribuíram de modo essencial para a sua purificação e reforma interior. De facto, as secularizações (expropriação de bens da Igreja, cancelamento de privilégios, etc) – sempre significaram uma profunda libertação da Igreja de formas de mundanidade: despojava-se, por assim dizer, da sua riqueza terrena e voltava a abraçar plenamente a sua pobreza terrena”.
“Os exemplos históricos mostram que o testemunho missionário de uma Igreja «desmundanizada» refulge de modo mais claro. Liberta do seu fardo material e político, a Igreja pode dedicar-se melhor e de modo verdadeiramente cristão ao mundo inteiro, pode estar verdadeiramente aberta ao mundo”.
Mas esta abertura ao mundo – precisou Bento XVI – não se destina a obter a adesão dos homens a uma instituição com suas próprias pretensões de poder, mas sim a fazê-los reentrar em si mesmos, conduzindo-os deste modo a Deus. “Através deste estilo de abertura da Igreja ao mundo, delineia-se também, ao mesmo tempo, a forma em que se pode realizar, eficaz e adequadamente, a abertura ao mundo por parte do indivíduo cristão.” Não é de modo algum uma táctica oportunista...
“Não se trata de encontrar uma nova táctica para relançar a Igreja. Trata-se, isso sim, de depor tudo aquilo que seja apenas táctica, procurando a plena sinceridade, que não descura nem reprime nada da verdade do nosso hoje, mas realiza a fé plenamente no hoje vivendo-a precisa e totalmente na sobriedade do hoje, levando-a à sua plena identidade, tirando dela aquilo que só na aparência é fé, quando na verdade não passa de convenções e hábitos nossos.”
Antes deste encontro, o Papa tinha-se encontrado com os juízes do Tribunal Constitucional alemão, despedindo-se em seguida de um grupo de benfeitores da Igreja, dos membros do comité organizador da visita e das forças de segurança germânica.
Rádio Vaticano
“Não nos deve sobrar o tempo. Nem um segundo.”
Consolaste-te com a ideia de que a vida é gastar-se, é queimá-la no serviço de Deus. Assim, gastando-nos integralmente por Ele, virá a libertação da morte, que nos dará a posse da Vida. (Sulco, 883)
Não nos deve sobrar o tempo. Nem um segundo. E não exagero! Trabalho há sempre. O mundo é grande e são milhões as almas que não ouviram ainda falar claramente da doutrina de Cristo. Dirijo-me a cada um de vós. Se te sobra tempo, medita um pouco: é muito possível que vivas no meio da tibieza, ou que, sobrenaturalmente, sejas um paralítico. Não te mexes, estás parado, estéril, sem realizar todo o bem que deverias comunicar aos que se encontram a teu lado, no teu ambiente, no teu trabalho, na tua família.
Pensemos na nossa vida com valentia. Por que é que às vezes não conseguimos os minutos de que precisamos para terminar amorosamente o trabalho que nos diz respeito e que é o meio da nossa santificação? Por que descuidamos as obrigações familiares? Por que é que se nos mete a precipitação no momento de rezar ou de assistir ao Santo Sacrifício da Missa? Por que nos faltará a serenidade e a calma para cumprir os deveres do nosso estado e nos entretemos sem qualquer pressa nos caprichos pessoais? Podeis responder-me: são coisas pequenas. Sim, com efeito, mas essas coisas pequenas são o azeite, o nosso azeite, que mantém viva a chama e acesa a luz. (Amigos de Deus, 41–42)
São Josemaría Escrivá
O Angelus do dia 25 de Setembro de 2011 (texto e vídeo integral)
Amados irmãos e irmãs,
Queremos agora concluir esta solene Eucaristia com o Angelus. Esta oração faz-nos recordar sempre de novo o início histórico da nossa salvação. O Arcanjo Gabriel apresenta à Virgem Maria o plano de salvação de Deus, segundo o qual Ela deveria tornar-se a Mãe do Redentor. Maria fica perturbada. Mas o Anjo do Senhor diz-Lhe uma palavra de consolação: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus». Deste modo, Maria pode dizer o seu grande «sim». Este «sim» a ser serva do Senhor é a adesão confiante ao plano de Deus e à nossa salvação. E, finalmente, Maria diz este «sim» a todos nós que, junto da Cruz, Lhe fomos confiados como filhos (cf. Jo 19, 27). E nunca mais revoga esta promessa. E é por isso que Ela deve ser chamada feliz, antes bem-aventurada, porque acreditou no cumprimento daquilo que Lhe foi dito da parte do Senhor (cf. Lc 1, 45). Agora, ao rezarmos esta saudação do Anjo, podemos unir-nos a este «sim» de Maria e aderir confiadamente à beleza do plano de Deus e da providência que Ele, na sua graça, reservou para nós. Então, também na nossa vida o amor de Deus tornar-se-á, por assim dizer, carne, tomará progressivamente forma. Não devemos ter medo no meio das nossas preocupações sem fim. Deus é bom. Ao mesmo tempo, podemos sentir-nos apoiados pela comunidade de tantos fiéis que nesta hora rezam o Angelus connosco, em todo o mundo, através da televisão e do rádio.
Queremos agora concluir esta solene Eucaristia com o Angelus. Esta oração faz-nos recordar sempre de novo o início histórico da nossa salvação. O Arcanjo Gabriel apresenta à Virgem Maria o plano de salvação de Deus, segundo o qual Ela deveria tornar-se a Mãe do Redentor. Maria fica perturbada. Mas o Anjo do Senhor diz-Lhe uma palavra de consolação: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus». Deste modo, Maria pode dizer o seu grande «sim». Este «sim» a ser serva do Senhor é a adesão confiante ao plano de Deus e à nossa salvação. E, finalmente, Maria diz este «sim» a todos nós que, junto da Cruz, Lhe fomos confiados como filhos (cf. Jo 19, 27). E nunca mais revoga esta promessa. E é por isso que Ela deve ser chamada feliz, antes bem-aventurada, porque acreditou no cumprimento daquilo que Lhe foi dito da parte do Senhor (cf. Lc 1, 45). Agora, ao rezarmos esta saudação do Anjo, podemos unir-nos a este «sim» de Maria e aderir confiadamente à beleza do plano de Deus e da providência que Ele, na sua graça, reservou para nós. Então, também na nossa vida o amor de Deus tornar-se-á, por assim dizer, carne, tomará progressivamente forma. Não devemos ter medo no meio das nossas preocupações sem fim. Deus é bom. Ao mesmo tempo, podemos sentir-nos apoiados pela comunidade de tantos fiéis que nesta hora rezam o Angelus connosco, em todo o mundo, através da televisão e do rádio.
Homilia de Bento XVI na Esplanada do Aeroporto de Freiburg im Breisgau - Domingo, 25 de Setembro de 2011 (texto integral)
Amados irmãos e irmãs,
É com particular emoção que celebro aqui a Eucaristia, a Acção de Graças, com tanta gente vinda de diversas partes da Alemanha e dos países limítrofes. A nossa acção de graças, queremos dirigi-la sobretudo a Deus, em Quem vivemos, nos movemos e existimos (cf. Act 17, 28); mas quero agradecer também a todos vós pela vossa oração em favor do Sucessor de Pedro, para que ele possa continuar a desempenhar o seu ministério com alegria e segura esperança, confirmando os irmãos na fé.
«Ó Deus, que manifestais a vossa omnipotência sobretudo com a misericórdia e o perdão…»: rezamos na colecta de hoje. Na primeira leitura, ouvimos dizer como Deus manifestou o poder da sua misericórdia, na história de Israel. A experiência do exílio babilonense fizera o povo cair numa profunda crise de fé: Por que sucedera aquela desgraça? Seria Deus verdadeiramente poderoso?
Há teólogos que, à vista de todas as coisas terríveis que acontecem hoje no mundo, põem em dúvida se Deus não possa ser realmente omnipotente. Diversamente, nós professamos Deus, o Omnipotente, o Criador do céu e da terra. E sentimo-nos felizes e agradecidos por Ele ser omnipotente; mas devemos, ao mesmo tempo, dar-nos conta de que Ele exerce o seu poder de maneira diferente de como costumamos fazer nós, os homens. Ele próprio impôs um limite ao seu poder, ao reconhecer a liberdade das suas criaturas. Sentimo-nos felizes e agradecidos pelo dom da liberdade; mas, quando vemos as coisas tremendas que sucedem por causa dela, assustamo-nos. Mantenhamos a confiança em Deus, cujo poder se manifesta sobretudo na misericórdia e no perdão. E estejamos certos, amados fiéis, de que Deus deseja a salvação do seu povo. Deseja a nossa salvação, a minha salvação, a salvação de cada um. Sempre, mas sobretudo em tempos de perigo e transtorno, Ele está perto de nós, e o seu coração comove-se por nós, inclina-se sobre nós. Para que o poder da sua misericórdia possa tocar os nossos corações, requer-se a abertura a Ele, é necessária a disponibilidade para abandonar livremente o mal, levantar-se da indiferença e dar espaço à sua Palavra. Deus respeita a nossa liberdade; não nos constrange. Ele aguarda o nosso «sim» e, por assim dizer, mendiga-o.
No Evangelho, Jesus retoma este tema fundamental da pregação profética. Narra a parábola dos dois filhos que são convidados pelo pai para irem trabalhar na vinha. O primeiro filho respondeu: «“Não quero”. Depois, porém, arrependeu-se e foi» (Mt 21, 29). O outro, ao contrário, disse ao pai: «“Eu vou, senhor.” Mas, de facto, não foi» (Mt 21, 30). À pergunta de Jesus sobre qual dos dois cumprira a vontade do pai, os ouvintes justamente respondem: «O primeiro» (Mt 21, 31). A mensagem da parábola é clara: Não são as palavras que contam, mas o agir, os actos de conversão e de fé. Jesus, como ouvimos, dirige esta mensagem aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo de Israel, isto é, aos peritos de religião do seu povo. Estes começam por dizer «sim» à vontade de Deus; mas a sua religiosidade torna-se rotineira, e Deus já não os inquieta. Por isso sentem a mensagem de João Baptista e a de Jesus como um incómodo. E assim o Senhor conclui a sua parábola com estas palavras drásticas: «Os publicanos e as mulheres de má vida vão antes de vós para o Reino de Deus. João Baptista veio ao vosso encontro pelo caminho que leva à justiça, e não lhe destes crédito, mas os publicanos e as mulheres de má vida acreditaram nele. E vós, que bem o vistes, nem depois vos arrependestes, acreditando nele» (Mt 21, 31-32). Traduzida em linguagem de hoje, a frase poderia soar mais ou menos assim: agnósticos que, por causa da questão de Deus, não encontram paz e pessoas que sofrem por causa dos seus pecados e sentem desejo dum coração puro estão mais perto do Reino de Deus de quanto o estejam os fiéis rotineiros, que na Igreja já só conseguem ver o aparato sem que o seu coração seja tocado por isto: pela fé.
Assim, a palavra deve fazer-nos reflectir seriamente; antes, deve abalar a todos nós. Isto, porém, não significa de modo algum que todos quantos vivem na Igreja e trabalham para ela se devam considerar distantes de Jesus e do Reino de Deus. Absolutamente, não! Antes, este é o momento bom para dizer um palavra de profunda gratidão a tantos colaboradores, contratados ou voluntários, sem os quais a vida nas paróquias e na Igreja inteira seria impensável. A Igreja na Alemanha possui muitas instituições sociais e caritativas, onde se cumpre o amor do próximo de forma eficaz, mesmo socialmente e até aos confins da terra. Quero exprimir, neste momento, a minha gratidão e o meu apreço a todos quantos estão empenhados na Cáritas alemã ou noutras organizações, ou então que disponibilizam generosamente o seu tempo e as suas forças para tarefas de voluntariado na Igreja. Tal serviço requer, primariamente, uma competência objectiva e profissional; mas, no espírito do ensinamento de Jesus, exige-se algo mais, ou seja, o coração aberto, que se deixa tocar pelo amor de Cristo, e deste modo é prestado ao próximo, que precisa de nós, mais do que um serviço técnico: o amor, no qual se torna visível ao outro o Deus que ama, Cristo. Neste sentido e a partir do Evangelho de hoje, interroguemo-nos: Como é a minha relação pessoal com Deus na oração, na participação na Missa dominical, no aprofundamento da fé por meio da meditação da Sagrada Escritura e do estudo do Catecismo da Igreja Católica? Queridos amigos, em última análise, a renovação da Igreja só poderá realizar-se através da disponibilidade à conversão e duma fé renovada.
No Evangelho deste domingo, como vimos, fala-se de dois filhos, mas misteriosamente por detrás deles há um terceiro. O primeiro filho diz «não», mas depois cumpre a vontade do pai. O segundo filho diz «sim», mas não faz o que lhe foi ordenado. O terceiro filho diz «sim» e faz também o que lhe foi ordenado. Este terceiro filho é o Filho Unigénito de Deus, Jesus Cristo, que aqui nos reuniu a todos. Ao entrar no mundo, Ele disse: «Eis que venho (…) para fazer, ó Deus, a vossa vontade» (Heb 10, 7). Este «sim», Ele não se limitou a pronunciá-lo, mas cumpriu-o e sofreu até a morte. Diz-se no hino cristológico da segunda leitura: «Ele, que era de condição divina, não quis ter a exigência de ser posto ao nível de Deus. Antes, a Si próprio Se despojou, tomando a condição de escravo, ficando semelhante aos homens. Tido no aspecto como simples homem, ainda mais Se humilhou a Si mesmo, obedecendo até à morte e morte na cruz» (Flp 2, 6-8). Em humildade e obediência, Jesus cumpriu a vontade do Pai, morreu na cruz pelos seus irmãos e irmãs – por nós – e redimiu-nos da nossa soberba e obstinação. Agradeçamos-Lhe pelo seu sacrifício, ajoelhemos diante do seu Nome e, juntamente com os discípulos da primeira geração, proclamemos: «Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai» (Flp 2, 11).
A vida cristã deve medir-se continuamente pela de Cristo: «Tende entre vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus» (Flp 2, 5) – escreve São Paulo ao introduzir o hino cristológico. E, alguns versículos antes, já nos exorta: «Se há em Cristo alguma consolação, algum conforto na caridade; se existe alguma participação nos dons do Espírito Santo, alguns sentimentos de ternura e misericórdia, então completai a minha alegria, mantendo-vos unidos nos mesmos sentimentos: conservai a mesma caridade, uma alma comum, um mesmo e único sentir» (Flp 2, 1-2). Assim como Cristo estava totalmente unido ao Pai e era-Lhe obediente, assim também os seus discípulos devem obedecer a Deus e manter entre si um mesmo sentir. Queridos amigos, com Paulo ouso exortar-vos: Tornai plena a minha alegria, permanecendo firmemente unidos em Cristo! A Igreja na Alemanha vencerá os grandes desafios do presente e do futuro e continuará a ser fermento na sociedade, se os sacerdotes, as pessoas consagradas e os leigos que acreditam em Cristo, na fidelidade à vocação específica de cada um, colaborarem em unidade; se as paróquias, as comunidades e os movimentos se apoiarem e enriquecerem mutuamente; se os baptizados e os crismados, em união com o Bispo, mantiverem alta a chama de uma fé intacta e, por ela, deixarem iluminar a riqueza dos seus conhecimentos e capacidades. A Igreja na Alemanha continuará a ser uma bênção para a comunidade católica mundial, se permanecer fielmente unida aos Sucessores de São Pedro e dos Apóstolos, se tiver a peito de variados modos a cooperação com os países de missão e se nisto se deixar «contagiar» pela alegria na fé das jovens Igrejas.
Com a exortação da unidade, Paulo associa o apelo à humildade. Diz: «Não façais nada por rivalidade, nem por vanglória; mas, por humildade, considerai os outros superiores a vós mesmos, sem olhar cada um aos seus próprios interesses, mas aos interesses dos outros» (Flp 2, 3-4). A vida cristã é uma «existência-para»: um viver para o outro, um compromisso humilde a favor do próximo e do bem comum. Amados fiéis, a humildade é uma virtude que no mundo de hoje e, de modo geral, de todos os tempos, não goza de grande estima. Mas os discípulos do Senhor sabem que esta virtude é, por assim dizer, o óleo que torna fecundos os processos de diálogo, possível a colaboração e cordial a unidade. Humilitas, a palavra latina donde deriva «humildade», tem a ver com humus, isto é, com a aderência à terra, à realidade. As pessoas humildes vivem com ambos os pés na terra; mas sobretudo escutam Cristo, a Palavra de Deus, que ininterruptamente renova a Igreja e cada um dos seus membros.
Peçamos a Deus a coragem e a humildade de prosseguirmos pelo caminho da fé, de nos saciarmos na riqueza da sua misericórdia e de mantermos o olhar fixo em Cristo, a Palavra que faz novas todas as coisas, que é para nós «o caminho, a verdade e a vida» (Jo 14, 6), que é o nosso futuro. Amen.
É com particular emoção que celebro aqui a Eucaristia, a Acção de Graças, com tanta gente vinda de diversas partes da Alemanha e dos países limítrofes. A nossa acção de graças, queremos dirigi-la sobretudo a Deus, em Quem vivemos, nos movemos e existimos (cf. Act 17, 28); mas quero agradecer também a todos vós pela vossa oração em favor do Sucessor de Pedro, para que ele possa continuar a desempenhar o seu ministério com alegria e segura esperança, confirmando os irmãos na fé.
«Ó Deus, que manifestais a vossa omnipotência sobretudo com a misericórdia e o perdão…»: rezamos na colecta de hoje. Na primeira leitura, ouvimos dizer como Deus manifestou o poder da sua misericórdia, na história de Israel. A experiência do exílio babilonense fizera o povo cair numa profunda crise de fé: Por que sucedera aquela desgraça? Seria Deus verdadeiramente poderoso?
Há teólogos que, à vista de todas as coisas terríveis que acontecem hoje no mundo, põem em dúvida se Deus não possa ser realmente omnipotente. Diversamente, nós professamos Deus, o Omnipotente, o Criador do céu e da terra. E sentimo-nos felizes e agradecidos por Ele ser omnipotente; mas devemos, ao mesmo tempo, dar-nos conta de que Ele exerce o seu poder de maneira diferente de como costumamos fazer nós, os homens. Ele próprio impôs um limite ao seu poder, ao reconhecer a liberdade das suas criaturas. Sentimo-nos felizes e agradecidos pelo dom da liberdade; mas, quando vemos as coisas tremendas que sucedem por causa dela, assustamo-nos. Mantenhamos a confiança em Deus, cujo poder se manifesta sobretudo na misericórdia e no perdão. E estejamos certos, amados fiéis, de que Deus deseja a salvação do seu povo. Deseja a nossa salvação, a minha salvação, a salvação de cada um. Sempre, mas sobretudo em tempos de perigo e transtorno, Ele está perto de nós, e o seu coração comove-se por nós, inclina-se sobre nós. Para que o poder da sua misericórdia possa tocar os nossos corações, requer-se a abertura a Ele, é necessária a disponibilidade para abandonar livremente o mal, levantar-se da indiferença e dar espaço à sua Palavra. Deus respeita a nossa liberdade; não nos constrange. Ele aguarda o nosso «sim» e, por assim dizer, mendiga-o.
No Evangelho, Jesus retoma este tema fundamental da pregação profética. Narra a parábola dos dois filhos que são convidados pelo pai para irem trabalhar na vinha. O primeiro filho respondeu: «“Não quero”. Depois, porém, arrependeu-se e foi» (Mt 21, 29). O outro, ao contrário, disse ao pai: «“Eu vou, senhor.” Mas, de facto, não foi» (Mt 21, 30). À pergunta de Jesus sobre qual dos dois cumprira a vontade do pai, os ouvintes justamente respondem: «O primeiro» (Mt 21, 31). A mensagem da parábola é clara: Não são as palavras que contam, mas o agir, os actos de conversão e de fé. Jesus, como ouvimos, dirige esta mensagem aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo de Israel, isto é, aos peritos de religião do seu povo. Estes começam por dizer «sim» à vontade de Deus; mas a sua religiosidade torna-se rotineira, e Deus já não os inquieta. Por isso sentem a mensagem de João Baptista e a de Jesus como um incómodo. E assim o Senhor conclui a sua parábola com estas palavras drásticas: «Os publicanos e as mulheres de má vida vão antes de vós para o Reino de Deus. João Baptista veio ao vosso encontro pelo caminho que leva à justiça, e não lhe destes crédito, mas os publicanos e as mulheres de má vida acreditaram nele. E vós, que bem o vistes, nem depois vos arrependestes, acreditando nele» (Mt 21, 31-32). Traduzida em linguagem de hoje, a frase poderia soar mais ou menos assim: agnósticos que, por causa da questão de Deus, não encontram paz e pessoas que sofrem por causa dos seus pecados e sentem desejo dum coração puro estão mais perto do Reino de Deus de quanto o estejam os fiéis rotineiros, que na Igreja já só conseguem ver o aparato sem que o seu coração seja tocado por isto: pela fé.
Assim, a palavra deve fazer-nos reflectir seriamente; antes, deve abalar a todos nós. Isto, porém, não significa de modo algum que todos quantos vivem na Igreja e trabalham para ela se devam considerar distantes de Jesus e do Reino de Deus. Absolutamente, não! Antes, este é o momento bom para dizer um palavra de profunda gratidão a tantos colaboradores, contratados ou voluntários, sem os quais a vida nas paróquias e na Igreja inteira seria impensável. A Igreja na Alemanha possui muitas instituições sociais e caritativas, onde se cumpre o amor do próximo de forma eficaz, mesmo socialmente e até aos confins da terra. Quero exprimir, neste momento, a minha gratidão e o meu apreço a todos quantos estão empenhados na Cáritas alemã ou noutras organizações, ou então que disponibilizam generosamente o seu tempo e as suas forças para tarefas de voluntariado na Igreja. Tal serviço requer, primariamente, uma competência objectiva e profissional; mas, no espírito do ensinamento de Jesus, exige-se algo mais, ou seja, o coração aberto, que se deixa tocar pelo amor de Cristo, e deste modo é prestado ao próximo, que precisa de nós, mais do que um serviço técnico: o amor, no qual se torna visível ao outro o Deus que ama, Cristo. Neste sentido e a partir do Evangelho de hoje, interroguemo-nos: Como é a minha relação pessoal com Deus na oração, na participação na Missa dominical, no aprofundamento da fé por meio da meditação da Sagrada Escritura e do estudo do Catecismo da Igreja Católica? Queridos amigos, em última análise, a renovação da Igreja só poderá realizar-se através da disponibilidade à conversão e duma fé renovada.
No Evangelho deste domingo, como vimos, fala-se de dois filhos, mas misteriosamente por detrás deles há um terceiro. O primeiro filho diz «não», mas depois cumpre a vontade do pai. O segundo filho diz «sim», mas não faz o que lhe foi ordenado. O terceiro filho diz «sim» e faz também o que lhe foi ordenado. Este terceiro filho é o Filho Unigénito de Deus, Jesus Cristo, que aqui nos reuniu a todos. Ao entrar no mundo, Ele disse: «Eis que venho (…) para fazer, ó Deus, a vossa vontade» (Heb 10, 7). Este «sim», Ele não se limitou a pronunciá-lo, mas cumpriu-o e sofreu até a morte. Diz-se no hino cristológico da segunda leitura: «Ele, que era de condição divina, não quis ter a exigência de ser posto ao nível de Deus. Antes, a Si próprio Se despojou, tomando a condição de escravo, ficando semelhante aos homens. Tido no aspecto como simples homem, ainda mais Se humilhou a Si mesmo, obedecendo até à morte e morte na cruz» (Flp 2, 6-8). Em humildade e obediência, Jesus cumpriu a vontade do Pai, morreu na cruz pelos seus irmãos e irmãs – por nós – e redimiu-nos da nossa soberba e obstinação. Agradeçamos-Lhe pelo seu sacrifício, ajoelhemos diante do seu Nome e, juntamente com os discípulos da primeira geração, proclamemos: «Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai» (Flp 2, 11).
A vida cristã deve medir-se continuamente pela de Cristo: «Tende entre vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus» (Flp 2, 5) – escreve São Paulo ao introduzir o hino cristológico. E, alguns versículos antes, já nos exorta: «Se há em Cristo alguma consolação, algum conforto na caridade; se existe alguma participação nos dons do Espírito Santo, alguns sentimentos de ternura e misericórdia, então completai a minha alegria, mantendo-vos unidos nos mesmos sentimentos: conservai a mesma caridade, uma alma comum, um mesmo e único sentir» (Flp 2, 1-2). Assim como Cristo estava totalmente unido ao Pai e era-Lhe obediente, assim também os seus discípulos devem obedecer a Deus e manter entre si um mesmo sentir. Queridos amigos, com Paulo ouso exortar-vos: Tornai plena a minha alegria, permanecendo firmemente unidos em Cristo! A Igreja na Alemanha vencerá os grandes desafios do presente e do futuro e continuará a ser fermento na sociedade, se os sacerdotes, as pessoas consagradas e os leigos que acreditam em Cristo, na fidelidade à vocação específica de cada um, colaborarem em unidade; se as paróquias, as comunidades e os movimentos se apoiarem e enriquecerem mutuamente; se os baptizados e os crismados, em união com o Bispo, mantiverem alta a chama de uma fé intacta e, por ela, deixarem iluminar a riqueza dos seus conhecimentos e capacidades. A Igreja na Alemanha continuará a ser uma bênção para a comunidade católica mundial, se permanecer fielmente unida aos Sucessores de São Pedro e dos Apóstolos, se tiver a peito de variados modos a cooperação com os países de missão e se nisto se deixar «contagiar» pela alegria na fé das jovens Igrejas.
Com a exortação da unidade, Paulo associa o apelo à humildade. Diz: «Não façais nada por rivalidade, nem por vanglória; mas, por humildade, considerai os outros superiores a vós mesmos, sem olhar cada um aos seus próprios interesses, mas aos interesses dos outros» (Flp 2, 3-4). A vida cristã é uma «existência-para»: um viver para o outro, um compromisso humilde a favor do próximo e do bem comum. Amados fiéis, a humildade é uma virtude que no mundo de hoje e, de modo geral, de todos os tempos, não goza de grande estima. Mas os discípulos do Senhor sabem que esta virtude é, por assim dizer, o óleo que torna fecundos os processos de diálogo, possível a colaboração e cordial a unidade. Humilitas, a palavra latina donde deriva «humildade», tem a ver com humus, isto é, com a aderência à terra, à realidade. As pessoas humildes vivem com ambos os pés na terra; mas sobretudo escutam Cristo, a Palavra de Deus, que ininterruptamente renova a Igreja e cada um dos seus membros.
Peçamos a Deus a coragem e a humildade de prosseguirmos pelo caminho da fé, de nos saciarmos na riqueza da sua misericórdia e de mantermos o olhar fixo em Cristo, a Palavra que faz novas todas as coisas, que é para nós «o caminho, a verdade e a vida» (Jo 14, 6), que é o nosso futuro. Amen.
Bento XVI na Missa em Freiburg, com apelos à unidade e à humildade, em obediência a Cristo
Neste domingo de manhã, dezenas de milhares de fiéis participaram na Missa celebrada no aeroporto turístico de Friburgo, nos arredores da cidade. Comentando o Evangelho do dia, com o caso dos dois filhos a quem o pai pedem que vão trabalhar na vinha, Bento XVI indicou o sentido da parábola: “Não são as palavras que contam, mas o agir, os atos de conversão e de fé”. O perigo é o de uma “religiosidade rotineira”, em que “Deus já não inquieta”. Ora – segundo as palavras de Jesus, traduzidas em linguagem do nosso tempo - “os fiéis rotineiros, que na Igreja já só conseguem ver o aparato, sem que o seu coração seja tocado pela fé” estão mais longe do Reino de Deus do que “agnósticos que se mantêm inquietos por causa da questão de Deus” e do que “pessoas que sofrem por causa dos nossos pecados e sentem desejo dum coração puro”. É importante que a palavra de Jesus nos “abale” a todos, considera o Papa.
“Em última análise, a renovação da Igreja só poderá realizar-se através da disponibilidade à conversão e duma fé renovada”.
Misteriosamente, por detrás dos dois filhos da parábola do Evangelho deste dia, perfila-se um terceiro filho – observou sugestivamente o Papa, referindo Jesus, “o Filho Unigénito de Deus, que aqui nos reuniu a todos”. Como tão bem exprime a Leitura aos Filipenses, em humildade e obediência, Jesus cumpriu a vontade do Pai, morreu na cruz pelos seus irmãos e irmãs e redimiu-nos da nossa soberba e obstinação”. É Jesus o ponto de referência para todos os cristãos, o critério permanente para a Igreja. “A vida cristã deve medir-se continuamente pela de Cristo: Tende entre vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus”. “Assim como Cristo estava totalmente unido ao Pai e Lhe era obediente, assim também os seus discípulos devem obedecer a Deus e manter entre si um mesmo sentir”.
“A Igreja na Alemanha vencerá os grandes desafios do presente e do futuro e continuará a ser fermento na sociedade, se os padres, as pessoas consagradas e os leigos que acreditam em Cristo, na fidelidade à vocação específica de cada um, colaborarem em unidade; se as paróquias, as comunidades e os movimentos se apoiarem e enriquecerem mutuamente; se os baptizados e os crismados, em união com o Bispo, mantiverem alta a chama de uma fé intacta e, por ela, deixarem iluminar a riqueza dos seus conhecimentos e capacidades.
A Igreja na Alemanha continuará a ser uma bênção para a comunidade católica mundial, se permanecer fielmente unida aos Sucessores de São Pedro e dos Apóstolos, se tiver a peito de variados modos a cooperação com os países de missão e se nisto se deixar «contagiar» pela alegria na fé das jovens Igrejas.”
E o Papa concluiu, referindo outro apelo de São Paulo aos Filipenses, à humildade. “A vida cristã – sublinhou - é uma «existência-para»: um viver para o outro, um compromisso humilde a favor do próximo e do bem comum”.
“Amados fiéis, a humildade é uma virtude que hoje não goza de grande estima. Mas os discípulos do Senhor sabem que esta virtude é, por assim dizer, o óleo que torna fecundos os processos de diálogo, fácil a colaboração e cordial a unidade. Humilitas, a palavra latina donde deriva «humildade», tem a ver com humus, isto é, com a aderência à terra, à realidade. As pessoas humildes vivem com ambos os pés na terra; mas sobretudo escutam Cristo, a Palavra de Deus, que ininterruptamente renova a Igreja e cada um dos seus membros”.
Rádio Vaticano
“Em última análise, a renovação da Igreja só poderá realizar-se através da disponibilidade à conversão e duma fé renovada”.
Misteriosamente, por detrás dos dois filhos da parábola do Evangelho deste dia, perfila-se um terceiro filho – observou sugestivamente o Papa, referindo Jesus, “o Filho Unigénito de Deus, que aqui nos reuniu a todos”. Como tão bem exprime a Leitura aos Filipenses, em humildade e obediência, Jesus cumpriu a vontade do Pai, morreu na cruz pelos seus irmãos e irmãs e redimiu-nos da nossa soberba e obstinação”. É Jesus o ponto de referência para todos os cristãos, o critério permanente para a Igreja. “A vida cristã deve medir-se continuamente pela de Cristo: Tende entre vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus”. “Assim como Cristo estava totalmente unido ao Pai e Lhe era obediente, assim também os seus discípulos devem obedecer a Deus e manter entre si um mesmo sentir”.
“A Igreja na Alemanha vencerá os grandes desafios do presente e do futuro e continuará a ser fermento na sociedade, se os padres, as pessoas consagradas e os leigos que acreditam em Cristo, na fidelidade à vocação específica de cada um, colaborarem em unidade; se as paróquias, as comunidades e os movimentos se apoiarem e enriquecerem mutuamente; se os baptizados e os crismados, em união com o Bispo, mantiverem alta a chama de uma fé intacta e, por ela, deixarem iluminar a riqueza dos seus conhecimentos e capacidades.
A Igreja na Alemanha continuará a ser uma bênção para a comunidade católica mundial, se permanecer fielmente unida aos Sucessores de São Pedro e dos Apóstolos, se tiver a peito de variados modos a cooperação com os países de missão e se nisto se deixar «contagiar» pela alegria na fé das jovens Igrejas.”
E o Papa concluiu, referindo outro apelo de São Paulo aos Filipenses, à humildade. “A vida cristã – sublinhou - é uma «existência-para»: um viver para o outro, um compromisso humilde a favor do próximo e do bem comum”.
“Amados fiéis, a humildade é uma virtude que hoje não goza de grande estima. Mas os discípulos do Senhor sabem que esta virtude é, por assim dizer, o óleo que torna fecundos os processos de diálogo, fácil a colaboração e cordial a unidade. Humilitas, a palavra latina donde deriva «humildade», tem a ver com humus, isto é, com a aderência à terra, à realidade. As pessoas humildes vivem com ambos os pés na terra; mas sobretudo escutam Cristo, a Palavra de Deus, que ininterruptamente renova a Igreja e cada um dos seus membros”.
Rádio Vaticano
Bom Domingo do Senhor!
Mesmo que num primeiro momento Lhe tenhamos dito que não, como fez o primeiro filho do Evangelho de hoje (Lc 21, 28-32), tenhamos a humildade como ele de reconhecer a nossa falta de amor filial e demos seguimento aos Seus pedidos, porque vindos Dele são certamente para nosso bem, mesmo que momentaneamente não o consigamos perceber.
Louvado seja Deus Nosso Senhor e nosso Pai!
S. Josemaría Escrivá nesta data em 1938
Começa um retiro. Uns dias depois anota: “Mosteiro de São Domingos de Silos, véspera da Dedicação de São Miguel Arcanjo, 28 de Set. de 1938. Já passaram três dias de retiro… e não fiz nada (…) Serão estéreis estes dias? E, contudo, a minha Mãe é minha Mãe, e Jesus é – atrever-me-ei? – o meu Jesus!”.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Do Catecismo da Igreja Católica (CIC)
§1678. Entre os sacramentais, as bênçãos ocupam um lugar importante. Compreendem, ao mesmo tempo, o louvor de Deus pelas suas obras e a intercessão da Igreja para que os homens possam fazer uso dos dons de Deus segundo o espírito do Evangelho.
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