Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 6 de julho de 2014

«Vinde a mim»

Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e eu vos darei descanso. O Senhor tem diante dos olhos as pessoas que encontra todos os dias, pessoas simples, pobres, doentes, pecadores, marginalizados:

Estas pessoas sempre foram atrás d'Ele para ouvir a sua palavra – uma palavra que dava esperança! As palavras de Jesus sempre dão esperança! – e também para tocar mesmo que somente a orla de sua veste. Jesus mesmo buscava essas multidões enfraquecidas como ovelhas sem pastor (cfr Mt 9,35-36): assim diz Ele, e as buscava para anunciar-lhes o Reino de Deus e para curar muitos no corpo e no espírito. Chama todos a si: «Vinde a mim», e lhes promete alívio e restabelecimento.

Papa Francisco - Excerto Ângelus 06-07-2014


Bom Domingo do Senhor!

Correspondamos ao apelo do Senhor como nos fala o Evangelho de hoje (Mt 11, 25-30) e imitando Maria juntemo-nos a Ele submetendo-nos ao seu jugo porque o Senhor é doce, manso e humilde de coração.

Louvado seja Jesus Cristo Nosso Senhor!

Idolatria

(...) Em vez da fé em Deus, prefere-se adorar o ídolo, cujo rosto se pode fixar e cuja origem é conhecida, porque foi feito por nós. Diante do ídolo, não se corre o risco de uma possível chamada que nos faça sair das próprias seguranças, porque os ídolos « têm boca, mas não falam » (Sal 115, 5). Compreende-se assim que o ídolo é um pretexto para se colocar a si mesmo no centro da realidade, na adoração da obra das próprias mãos. Perdida a orientação fundamental que dá unidade à sua existência, o homem dispersa-se na multiplicidade dos seus desejos; negando-se a esperar o tempo da promessa, desintegra-se nos mil instantes da sua história. Por isso, a idolatria é sempre politeísmo, movimento sem meta de um senhor para outro. A idolatria não oferece um caminho, mas uma multiplicidade de veredas que não conduzem a uma meta certa, antes se configuram como um labirinto. Quem não quer confiar-se a Deus, deve ouvir as vozes dos muitos ídolos que lhe gritam: «Confia-te a mim!» A fé, enquanto ligada à conversão, é o contrário da idolatria: é separação dos ídolos para voltar ao Deus vivo, através de um encontro pessoal. Acreditar significa confiar-se a um amor misericordioso que sempre acolhe e perdoa, que sustenta e guia a existência, que se mostra poderoso na sua capacidade de endireitar os desvios da nossa história. A fé consiste na disponibilidade a deixar-se incessantemente transformar pela chamada de Deus. Paradoxalmente, neste voltar-se continuamente para o Senhor, o homem encontra uma estrada segura que o liberta do movimento dispersivo a que o sujeitam os ídolos.

Lumen Fidei, 13

Vamos para férias, mas não ponhamos Deus no cabide do esquecimento

Julho sabe a férias, tempo de descanso e de preparação do próximo ano laboral.

As suas características especiais fazem-nos lembrar de que há momentos de pausa que devem ser muito bem aproveitados para pôr a nossa vida em ordem.

E isto não é possível sem nos fixarmos em quem devemos lembrar antes de qualquer outra realidade. Para o efeito, recordemos o 1º Mandamento da Lei de Deus: “Adorar e amar a Deus sobre todas as coisas”.

Somos criaturas de Deus. O que significa que a Deus tudo devemos. Não há nada que com Ele não se relacione ou que d’Ele seja autónomo. Por isso, este tempo de descanso e de pausa não terá qualquer significado coerente se não for aproveitado para alcançarmos um melhor relacionamento com Ele, rectificando o que está menos bem – ou mal – e dando graças por tudo aquilo que fizemos de acordo com o que Ele deseja. Fazer a vontade de Deus é sempre fazer o melhor que se pode fazer, porque é cumprir um desejo amoroso de Quem é perfeito em tudo, incluindo naquilo que pede aos outros para levar a cabo.

Tudo o que Deus quer que façamos é orientado pela sua caridade, ou seja, pelo seu amor perfeito pelas criaturas. Inclui a justiça: Deus não nos pede o que não podemos – “Ninguém é tentado acima das suas próprias forças” (1 Cor 10, 13), diz-nos S. Paulo – ou que não é bom para nós – os desígnios de Deus sempre e apenas visam o nosso maior bem. E inclui a misericórdia: Deus compreende as nossas debilidades e é capaz de perdoar, assim como sempre nos ajuda com a sua graça a realizar as tarefas de que nos incumbe. Às vezes podem tornar-se árduas e, aparentemente, inacessíveis às nossas forças e, sobretudo, aos nossos gostos. S. Paulo também sofreu tribulações desse tipo e queixou-se. Interiormente, porém, ouviu uma voz divina que lhe garantia: “Basta-te a minha graça!” (2 Cor 12, 9).

Vamos para férias, mas não ponhamos Deus no cabide do esquecimento, mais ou menos voluntário. Preparemos estes dias com calma e peçamos ajuda ao Senhor para que não só não O esqueçamos, como andemos mais acompanhados por Ele em todas as circunstâncias. Sobretudo, deixemos que Ele entre com facilidade no nosso coração. Levemos connosco algum bom livro de formação, que nos anime a percebê-Lo melhor e a não termos receio de que Ele se abeire de nós. Falemos com Deus como seus filhos que somos, isto é, com inteira confiança e como desejo de ganhar maior intimidade com a sua realidade.

À partida, não devemos ir para férias, escolhendo um local duvidosamente honesto ou onde não sejamos capazes de cumprir o preceito de ouvir Missa inteira aos domingos e nos dias de preceito. Como alguém dizia, pôr de lado Deus neste tempo é esquecer que Ele é omnipresente, ou seja, está em toda a parte e em toda a parte Se pôe à nossa disposição. A questão é que queiramos encontrá-Lo. E haverá lugar mais adequado do que o silêncio de uma igreja, onde Ele, dia e noite, com uma disponibilidade total, se deixa acercar por todos os que O procuram no Sacrário?

Como vemos, é só uma questão de boa vontade. Apliquemo-la. Não façamos das nossas férias um espaço sem sentido, onde o egoísmo se contrapõe e sobrepõe a tudo o que é digno na nossa condição de filhos de Deus, que mereceu que a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade dignificasse a nossa natureza com a sua Encarnação. E não de uma forma etérea ou confusa. Cristo foi um de nós, exactamente igual – salvo no pecado. Exceptuando a sua concepção miraculosa, por obra do Espírito Santo, cresceu no seio materno de Nossa Senhora como qualquer bebé. Nasceu ao fim do tempo de gravidez habitual. E teve de ser tratado pelos seus pais de forma carinhosa e constante, nos primeiros anos da sua vida, sob pena de não poder sobreviver como toda a criança que dá os primeiros passos aqui na terra. Deus fez-Se homem verdadeiro para nos dizer que vale a pena ser homem! Mas só o vale se, como Jesus Cristo, nós pudermos dizer – decerto com uma veemência muito mais frouxa: “O meu alimento é fazer a vontade de meu Pai”!

(Pe. Rui Rosas da Silva – Prior da Paróquia de Nossa Senhora da Porta Céu em Lisboa in Boletim Paroquial de Julho de 2010, título da responsabilidade do autor do blogue)

Não sou eu que me faço cristão

2ª CONSEQUÊNCIA – NÃO SOMOS NÓS QUE NOS FAZEMOS CRISTÃOS 

Uma segunda consequência daquilo que eu disse é que nós não nos fazemos cristãos.  

Tornar-se cristão não é algo que deriva de uma minha decisão: «Agora faço-me cristão». 

Sem dúvida, também a minha decisão é necessária, mas é sobretudo uma acção de Deus comigo: não sou eu que me faço cristão, mas eu sou assumido por Deus, guiado pela mão por Deus e assim, dizendo «sim» a esta acção de Deus, torno-me cristão.

Tornar-se cristão, num certo sentido, é passivo: eu não me faço cristão, mas é Deus quem me faz um homem seu, é Deus quem me toma pela mão e realiza a minha vida numa nova dimensão.  

Do mesmo modo como não sou eu que me faço viver a mim mesmo, mas é a vida que me é dada; nasci não porque me fiz homem, mas nasci porque o ser homem me foi dado. 

E este facto do passivo, de não nos fazermos cristãos sozinhos, mas de termos sido feitos cristãos por Deus, já inclui um pouco o mistério da Cruz: só morrendo para o meu egoísmo, saindo de mim mesmo, posso ser cristão.

CONGRESSO ECLESIAL DA DIOCESE DE ROMA
"LECTIO DIVINA" DO PAPA BENTO XVI
Basílica de São João de Latrão
Segunda-feira, 11 de Junho de 2012
[Vídeo- Improviso 

(Fonte: site da Santa Sé - texto completo em português AQUI)