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segunda-feira, 11 de maio de 2009
Discurso inflamado de muçulmano mancha encontro inter-religioso
Após o discurso de Bento XVI, em que o Papa apelou à convivência pacífica entre as diferentes comunidades, a intervenção de um representante muçulmano incendiou os ânimos, com ataques a Israel.
O clima era de respeito e de amizade entre todos, o discurso do Papa foi aplaudido, até que foi a vez de falar o representante do Grande Mufti de Jerusalém.
Algumas pessoas tentaram abandonar a sala até que o patriarca de Jerusalém se dirigiu ao palanque tentando acalmar o líder muçulmano.
Esta situação foi idêntica àquela que aconteceu em 2000 durante a visita de João Paulo II.
Ficou assim concluído o programa do primeiro dia da visita de Bento XVI a Israel.
CC/Aura Miguel
(Fonte: site RR)
O porta-voz do Vaticano Federico Lombardi criticou o discurso de al-Tamimi. “O discurso do Xeique Taysir Tamimi não estava previsto pelos organizadores do encontro. Numa reunião dedicada ao diálogo, esta intervenção foi uma clara negação daquilo que o diálogo deve ser. Esperamos que este incidente não prejudique a missão do Papa almejando a promoção da paz e também do diálogo inter-religioso”.
O discurso foi proferido em árabe, sem tradução simultânea para inglês, mas após o Papa ter sido informado da natureza política do discurso de al-Tamimi, abandonou a conferência.
(Fonte: site Haaretz em http://www.haaretz.com/hasen/spages/1084738.html com tradução de JPR)
Bento XVI no Yad Yashem
Bento XVI visita memorial das vítimas em cerimónia carregada de simbolismo
Bento XVI prestou homenagem à memória dos milhões de judeus mortos na “tragédia horrenda da Shoah”, na visita ao mausoléu do Yad Vashem de Jerusalém, em memória das vítimas do Holocausto.
O Papa deixou votos para que este sofrimento “não seja nunca negado, diminuído ou esquecido”.
A todas as pessoas de boa vontade, pediu que vigiem para “erradicar do coração do homem tudo o que seja capaz de levar a tragédias semelhantes a esta”.
Numa cerimónia carregada de simbolismo, o Papa lembrou que estas pessoas “perderam a vida, mas não perderam o seu nome, que está inscrito no coração dos que lhes são queridos, dos seus companheiros de prisão”.
“O seu nome, em particular e sobretudo, está inscrito de forma indelével na memória do Deus omnipotente”, acrescentou, condenando os que tecem uma “insidiosa rede de mentiras para convencer os outros de que certos grupos não merecem respeito”.
O Papa pediu que “nunca mais semelhante horror possa desonrar a humanidade”.
Bento XVI agradeceu a oportunidade de ter estado em “silêncio” neste local para “recordar”, para rezar e para “esperar”.
O discurso papal começou com a citação do Livro de Isaías que dá nome ao local: “dar-lhes-ei, no meu templo e dentro das minhas muralhas, um memorial e um nome mais valioso que os filhos e as filhas; dar-lhes-ei um nome eterno que não perecerá” (Is 56, 5).
À chegada, Bento XVI foi recebido por Shimon Peres, pelo presidente do Conselho do Yad Vashem, Rabino Israel Meir Lau e pelo director do Museu do Holocausto, Avner Shalev.
Tal como aconteceu em 2000, com João Paulo II, a visita decorreu na Sala da Memória, em homenagem das seis milhões de vítimas judaicas, onde teve lugar uma cerimónia memorial. Este foi um momento marcado pelos gestos do Papa, que avivou a chama eterna que arde no Yad Vashem, depôs uma coroa de flores brancas e amarelas, ouviu o texto da identificação (que lembra as vítimas e explica o sentido da chama), para além de uma carta de uma das vítimas e uma oração pelas almas, tendo saudado sobreviventes do Holocausto e um “justo entre as nações”, que ajudou judeus a fugirem da perseguição nazi.
Junto da chama estão escritos o nome dos 22 campos de extermínio. Neste espaço, em forma de tenda, encontram-se ainda as cinzas de algumas das vítimas dos fornos crematórios. Para lembrar as cerca de 1,5 milhões de crianças assassinadas nas câmaras de gás, mais de uma centena de espelhos reflectem a luz de 5 velas.
O memorial oficial de Israel para lembrar as vítimas judaicas do Holocausto foi estabelecido em 1953 pelo Parlamento de Israel. Localizado no sopé do Monte Herzl, no Monte da Recordação (Har HaZikaron), em Jerusalém, o Yad Vashem é um complexo de cerca de 18 hectares que contém o moderno Museu da História do Holocausto, vários memoriais - como o Memorial das Crianças e a Sala da Memória -, o Museu de Arte do Holocausto, esculturas, lugares comemorativos ao ar livrea sinagoga, arquivos, um instituto de pesquisa, biblioteca, uma editora e um centro educacional. Os não-judeus que salvaram judeus durante o período do Holocausto, colocando em risco as próprias vidas, são honrados pelo Yad Vashem como "Justos entre as Nações”, num jardim.
Internacional Octávio Carmo 11/05/2009 16:30 3207 Caracteres 53 Bento XVI - Terra Santa
(Fonte: site Agência Ecclesia)
Um dos aspectos mais importantes da viagem do Papa à Terra Santa é o inter-religioso. As visitas, em programa em Jerusalém no dia 12 de Maio, ao Gran Mufti e ao Rabino Chefe (após as etapas na Cúpula da Rocha e ao Muro das Lamentações) falam do desejo de encontro com a realidade muçulmana e com a judaica. Um desejo de encontro que desta vez adquire um significado todo particular, diante também – provavelmente – dos momentos de dificuldade vividos nos meses passados.
O encontro inter-religioso com o Papa se realizará no primeiro dia da sua chegada a Jerusalém neste dia 11 de Maio, no Notre Dame Center. O auditório do Pontifício Instituto não é novo a esse tipo de encontro… nos últimos, em particular no fim do Ramadão, reuniu cristãos e muçulmanos para o Iftar, a primeira refeição após o jejum islâmico, e também recentemente realizaram-se encontros inter-religiosos. O próprio João Paulo II no dia 23 de Março de 2000 encontrou no auditório de Notre Dame, inaugurado para a ocasião, expoentes judeus, muçulmanos e cristãos.
O encontro é bem definido e será semelhante àquele realizado aqui no ano de 2000 com o Papa João Paulo II. Após a saudação do Patriarca latino de Jerusalém, Sua Beatitude Fouad Twal, que apresentará as várias realidades presentes, falará o Santo Padre. Não serão feitos tantos outros discursos porque queremos manter a linha do respeito e sobretudo da fraternidade. E assim pedimos ao Instituto Magnificat que oferecesse um programa musical. Como se sabe, o Magnificat é um instituto católico mantido pelos franciscanos que de facto é também uma realidade inter-religiosa. Por isso, também através da música esperamos poder comunicar o espírito de um encontro inter-religioso e intercultural. Acolheremos o Papa num clima de recolhimento e de fraternidade e aguardaremos também em um espírito de escuta, as suas palavras. O Santo Padre saberá nos dar ulteriores motivações para continuar o nosso importante compromisso neste campo.
Já que o Papa visitará em encontros específicos o Gran Rabinato e as demais Autoridades religiosas muçulmanas aqui no Instituto Notre Dame não esperamos os líderes, mas somente os seus representantes. Além do mais estarão presentes todas as demais comunidades religiosas, inclusive as das diversas igrejas cristãs. São muitas as organizações que promovem o diálogo inter-religioso seja entre cristãos e judeus, seja entre cristãos e muçulmanos, como também o diálogo a três pelo qual esta terra é também famosa. Esperamos cerca de 300 representantes dessas diversas organizações. Mas não estarão presentes somente organizações comprometidas especificamente no diálogo inter-religioso. Convidamos também as várias realidades nas quais os cristãos trabalham com os muçulmanos ou com os judeus ou com ambos por uma melhor sociedade, pelo desenvolvimento, pela educação, pelos direitos humanos, pela democracia. É este, de fato, o aspecto mais interessante do diálogo inter-religioso na Terra Santa onde muçulmanos, judeus, cristãos se encontram na vida quotidiana... Nas escolas cristãs, por exemplo, há muitos estudantes muçulmanos, nos hospitais os pacientes são muçulmanos, cristãos e judeus... Estas são as realidades importantes do encontro inter-religioso na Terra Santa.
Creio de sim; certamente um encontro face a face com a pessoa humana do Papa, com a sua importante contribuição em âmbito de pensamento, de reflexão cristã, saberá ajudar nós cristãos da Terra Santa a entender a nossa missão aqui, a nossa vocação, e também no campo do diálogo inter-religioso creio que no futuro poderá se verificar um diálogo mais fácil entre católicos e judeus, entre católicos e muçulmanos e entre católicos e os nossos irmãos e irmãs de outras Igrejas cristãs.
(Fonte: H2O News)
O Papa verá de perto o sofrimento do povo palestiniano
A visita de Bento XVI a Belém (Territórios Palestinianos) é um facto importante e permitirá que o Papa "acompanhe de perto o sofrimento do povo palestiniano" – afirmou o presidente da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), Abu Mazen.
Em entrevista à RAI,( Rádio Televisão Italiana) Mazen mostrou a sua "satisfação" com o programa da viagem do Papa, que inclui Belém, e afirmou que a experiência directa do pontífice se revelará útil e que "esta visita será frutífera".
Sobre o processo de paz com Israel, o líder palestiniano explicou que a ANP não "impôs condições", estas estão descritas "no plano de paz do Quarteto, que prevê a solução de dois Estados para dois povos" e o "fim dos assentamentos (colonatos) israelitas".
O Papa chegará a Belém na quarta-feira (13), onde será recebido no Palácio Presidencial pelo Presidente Mazen.
O programa da visita a Belém é intenso: num único dia, celebrará a missa na Praça da Manjedoura, terá um encontro com os Bispos Ordinários da Terra Santa e com a comunidade dos franciscanos, visitará a Gruta da Natividade, o hospital Caritas Baby e o campo de refugiados de Aida.
(Fonte: site Radio Vaticana)
Frase clara e inequívoca de Bento XVI à chegada a Telavive
(Fonte: site Público)
Infelizmente haverá sempre quem não considere suficiente esta afirmação e venha “exigir”, mais isto e mais aquilo, saibamos imbuídos num espírito de caridade, que o Senhor tão bem nos ensinou, rezar para que em algum momento da sua vida se arrependam das suas posições que têm na sua génese uma forte “Cristofobia”.
(JPR)
Santo Padre já chegou a Telavive
No aeroporto de Telavive, o Papa agradeceu o acolhimento de todos os bispos e católicos, “nesta terra onde Pedro recebeu a sua missão”.
Bento XVI fez votos para que “reais progressos de paz e estabilidade” possam ser conseguidos e destacou o papel que as famílias têm enquanto “veículos de paz”.
Esta é a segunda etapa da viagem que Bento XVI realiza à Terra Santa, até ao próximo dia 15, depois de ter estado na Jordânia.
Esta tarde, o Papa visita o Presidente do Estado de Israel no Palácio Presidencial de Jerusalém. Segue-se a esperada visita ao Memorial de Yad Vashem em Jerusalém, onde o Papa se irá encontrar com seis sobreviventes do Holocausto.
Mais tarde, o Papa encontra-se com as organizações para o diálogo interreligioso no Auditório de Notre Dame no Jerusalem Center.
(Fonte: site Radio Vaticana)
Bento XVI despede-se da Jordânia que tão calorosamente o recebeu
“Quereria encorajar todos os jordanos, cristãos ou muçulmanos, a construírem sobre os alicerces sólidos da tolerância religiosa que permite aos membros de diferentes comunidades viverem juntos em paz e no respeito mútuo”.
Evocando o “papel muito activo” desenvolvido pelo monarca jordano para a promoção do diálogo inter-religioso, o Papa fez questão de sublinhar o apreço geral que justamente rodeia tal empenho:
“Este espírito de abertura, para além de ajudar os membros das diferentes comunidades étnicas deste país a viverem conjuntamente em paz e concórdia, tem também contribuído para as clarividentes iniciativas políticas visando construir a paz em todo o Médio Oriente”.
Concluindo, o Papa recordou a dimensão de peregrinação que caracteriza a sua viagem, pelo que (sublinhou) os acontecimentos que mais profundamente ficarão na sua memória são, naturalmente, os momentos de oração com os fiéis católicos, encorajando-os todos a permanecerem sempre “fiéis ao compromisso baptismal, recordando que o próprio Cristo recebeu o baptismo nas águas do rio Jordão”.Finalmente, uma bênção a toda a população da Jordânia:
“Rezo para que possais gozar de paz e de prosperidade, agora e nas gerações futuras. Mais uma vez, obrigado. Que Deus vos abençoe a todos!”
(Fonte: site Radio Vaticana)
São Josemaría Escrivá nesta data em 1931
(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/showevent.php?id=1662 )
Bento XVI visita a terra dos “nossos irmãos mais velhos na fé”
Bento XVI empreendeu a sua peregrinação à Terra Santa para rezar nos Lugares Santos, manifestar o seu carinho aos cristãos que vivem momentos difíceis e levar uma mensagem de paz e de reconciliação a todos, israelitas e palestinianos, judeus, muçulmanos, drusos ou cristãos.
Não se trata de um Chefe de Estado em visita de cortesia aos países da zona, aproveitando de passagem a ocasião para fechar dossiers pendentes nas relações bilaterais, como podem ser o tratamento fiscal das propriedades eclesiásticas em Israel, ou a dura política de concessão de vistos a religiosos católicos. Tão pouco é um mediador internacional disposto a entabular uma ronda de conversações com os líderes implicados, em busca de uma solução para o conflito israelo-árabe. O Papa é uma personagem de relevância pública internacional e uma viagem com estas características tem sempre muitas dimensões e está aberta a interpretações e avaliações de todos estes pontos de vista. Mas descobrir o que há de notícia autêntica numa agenda tão carregada de acontecimentos exige um esforço e empenho em captar o importante, sem distracções em questões colaterais.
Manifestações de afecto e proximidade
A viagem de João Paulo II constituiu um marco nas relações entre judeus e cristãos. A notícia da sua chegada ocupava, no dia seguinte, apenas um pequeno espaço nas páginas dos jornais israelitas. Mas a sua figura foi adquirindo tal protagonismo que a despedida acabou por ser o tema principal de todas as primeiras páginas. Que aconteceu? O Papa tinha protagonizado dois gestos que impressionaram e tocaram o coração, manifestou em silêncio a sua consternação pela Shoah no Yad Vashem e deixou numa fresta do Muro Ocidental uma oração em que pedia perdão a Deus pelos sofrimentos padecidos pelo povo judeu. A sua viagem, como a actual de Bento XVI, também se não enquadrava num contexto de estratégia política, mas no clima de oração do grande jubileu do ano 2000, mas deixou uma marca inapagável.
As manifestações de afecto e proximidade por parte da Igreja Católica para com o povo judeu estão a ser objecto de uma particular atenção no pontificado de Bento XVI. Podíamos recordar que um dos seus primeiros actos, passados poucos meses da sua eleição, foi visitar a Sinagoga de Colónia, onde condenou expressamente o regime nazi e onde formulou o compromisso de consolidar os laços de amizade entre a Igreja e os judeus. Na sua viagem posterior à Polónia, esteve no campo de extermínio de Auschwitz e aí destacou o vínculo histórico vital entre o Cristianismo e o Judaísmo. Há poucos meses, no passado dia 26 de Fevereiro, na presença de representantes de organizações judias, recordando a Shoah, orou para que “a memória deste horrível crime fortaleça a nossa determinação de sarar as feridas que durante demasiado tempo mancharam as relações entre cristãos e judeus”.
Momentos difíceis
No entanto, não faltaram neste tempo tensões entre algumas instâncias de Israel e do povo judeu com a Santa Sé, devidas, em grande parte, a que algumas actuações pontifícias saltaram precipitadamente para os meios de comunicação social, sem a precisão e o rigor necessários para que fossem captadas na sua verdadeira realidade. Refiro-me, por exemplo, às reacções suscitadas pela autorização em Julho de 2007 de um uso mais estendido da versão tradicional da Missa Latina de acordo com o Missal romano de 1962. O motivo é que no ritual de Sexta-feira Santa desse Missal há uma oração pela conversão dos judeus, que muitos líderes hebreus consideram contrária à compreensão e respeito mútuos que se vinham a manifestar entre ambas as comunidades nos últimos anos. A versão revista dessa oração que Bento XVI fez publicar em 4 de Fevereiro de 2008 também não conseguiu que se superassem os receios surgidos.
Outro momento particularmente difícil viveu-se no passado mês de Janeiro motivado pelo levantamento da excomunhão a quatro Bispos da Fraternidade Sacerdotal de São Pio X, entre os quais Richard Williamson, que numa entrevista tinha posto em dúvida a magnitude do extermínio judeu levada a cabo pelo regime nazi. No entanto, o levantamento da excomunhão nada tinha ver com essas declarações.
Uma sólida base para construir uma convivência respeitosa e pacífica
Não obstante, no diálogo entre cristãos e judeus conseguiu-se avançar muito, a partir da linha marcada pela Declaração Nostra aetate do Concílio Vaticano II, por parte da Igreja católica e de algumas manifestações colectivas relevantes como a Declaração judia sobre os cristãos e o cristianismo Dabru emet do ano 2002. Os avanços continuam, passo a passo, apesar de escolhos ocasionais como os mencionados.
A partir do rico património espiritual comum, pôde-se reflectir e encontrar pontos de convergência acerca de temas tão variados como a santidade da vida, os valores da família, a justiça social e a conduta ética, a importância da Palavra de Deus expressa nas Sagradas Escrituras para a sociedade e a educação, a relação entre as autoridades civis e religiosas e a liberdade de religião e de consciência.
Mas restam ainda pontos de desencontro no âmbito doutrinal. Penso que o problema teológico mais relevante é o que se refere ao valor salvífico universal de Cristo e o modo de o compatibilizar com a manutenção em vigor da aliança de Deus com o povo judeu. Ligado estreitamente a esta questão, também se coloca a relativa a se Jesus Cristo quis fundar a Igreja, ou se ela é fruto do desenvolvimento histórico de um ramo do judaísmo, que tem como referência a pregação de Jesus e que, com o decorrer do tempo e as vicissitudes históricas do século I, se separou desse tronco e entrou em conflito com ele. Não falta quem tenha esperança de que se possam encontrar fórmulas de convergência assumidas por ambas as partes acerca destas questões, que dêem solidez a um reconhecimento mútuo mais fraterno.
Bento XVI está convencido de que o afecto mais autêntico e cordial é o que nasce de relações sinceras construídas sobre a verdade, alcançada com tranquilidade e sem precipitações de política cultural. Por isso, no passado dia 12 de Março afirmava que “a Igreja reconhece que os começos da sua fé se fundam na histórica intervenção divina na vida do povo judeu e aqui se funda a nossa relação única. O povo judeu, que foi escolhido como povo eleito, comunica a toda a família humana o conhecimento e a fidelidade ao Deus uno, único e verdadeiro. Os cristãos reconhecem de bom grado que as nossas próprias raízes se encontram na própria revelação de Deus, de que se nutre a experiência religiosa dos judeus”. Temos, pois, uma sólida base para construir uma convivência respeitosa e pacífica de modo estável.
Uma viagem muito oportuna
Neste contexto, com as suas luzes e sombras, a viagem do Papa a Israel e à Terra Santa apresenta-se como muito oportuna. Do ponto de vista cristão, porque constitui uma ocasião excelente de manifestar o reconhecimento devido aos “nossos irmãos mais velhos na fé”, como João Paulo II denominou os judeus, e de partilhar com eles um sincero desejo de paz. Na perspectiva do povo judeu, espera-se que a presença do Papa em Israel possa contribuir para fortalecer esse diálogo fraterno que sirva para erradicar os preconceitos anti judaicos, ainda presentes em certos círculos cristãos.
“A minha intenção – declarou Bento XVI – é pedir especialmente o precioso dom da paz e da unidade tanto na região como em toda a família humana. (…) Oxalá que a minha visita ajude a aprofundar o diálogo da Igreja com o povo judeu, de maneira a que judeus e cristãos e também muçulmanos possam viver em paz e harmonia nesta Terra Santa”. As palavras e os gestos em que se concretizará esse propósito e as adesões que suscitará essa mensagem de paz são as melhores notícias que cabe esperar desta viagem.
Francisco Varo, Professor Agregado de Antigo Testamento (Universidade de Navarra)
(Fonte site da Opus Dei – Portugal em http://www.opusdei.pt/art.php?p=33646 )
Bento XVI em Auschwitz (convém recordar)
O lugar no qual nos encontramos é um lugar da memória, é o lugar do Holocausto. O passado nunca é apenas passado. Ele refere-se a nós e indica-nos os caminhos que não devem ser percorridos e os que o devem ser.
Como João Paulo II, percorri o caminho ao longo das lápides que, nas várias línguas, recordam as vítimas deste lugar. Todas estas lápides comemorativas falam de dor humana, deixam-nos intuir o cinismo daquele poder que tratava os homens como material e não os reconhecia como pessoas, nas quais resplandece a imagem de Deus. Algumas lápides convidam a uma comemoração particular. Há uma em língua hebraica. Os poderosos do Terceiro Reich queriam esmagar o povo judeu na sua totalidade; eliminá-lo do elenco dos povos da terra.
Então as palavras do Salmo: "estamos todos os dias expostos à morte; tratam-nos como ovelhas para o matadouro", verificam-se de modo terrível. No fundo, aqueles criminosos violentos, com a aniquilação deste povo, pretendiam matar aquele Deus que chamou Abraão, que falando no Sinai estabeleceu os critérios orientadores da humanidade que permanecem válidos para sempre. Se este povo, simplesmente com a sua existência, constitui um testemunho daquele Deus que falou ao homem e o assumiu, então aquele Deus devia finalmente estar morto e o domínio devia pertencer apenas ao homem àqueles que se consideravam os fortes que tinham sabido apoderar-se do mundo.
(Fonte: H2O News)
Que o Senhor proteja e guia o Santo Padre na dificílima etapa da sua viagem que hoje tem início
Está na hora de redobrarmos as nossas orações pelo Papa, toda a ambiência e alguns casos minoritários de fundamentalismos são o terreno ideal e fértil para o atacar e denegrir.
Não nos esqueçamos, pois por vezes encontro-me com pessoas, que embora dizendo-se católicas não têm ou não querem ter a noção que o Papa, seja ele qual for, é o vigário de Jesus Cristo Nosso Senhor, pelo que ao atacá-lo em última análise visam atacar Jesus Cristo e a nossa fé.
Estejamos portanto em alerta, seja na nossa vida corrente, seja na oração, pedindo neste mês de Maria, a sua intercessão e protecção ao Santo Padre.
(JPR)
Comentário ao Evangelho do dia feito por:
«Meu Pai o amará, e Nós viremos a ele e nele faremos morada»
Cristo permanece na Sua Igreja: nos seus sacramentos, na sua liturgia, na sua pregação, em toda a sua actividade. De modo especial, Cristo continua presente entre nós nessa entrega diária que é a Sagrada Eucaristia. Por isso, a missa é o centro e a raiz da vida cristã. Em todas as missas está sempre presente o Cristo total, Cabeça e Corpo. «Por Cristo, com Cristo e em Cristo». Porque Cristo é o Caminho, o Mediador. Nele tudo encontramos; fora Dele, a nossa vida torna-se vazia. [...]
Cristo vive nos cristãos. A fé diz-nos que o homem, em estado de graça, está endeusado. Somos homens e mulheres; não somos anjos. Seres de carne e osso, com coração e paixões, com tristezas e alegrias; mas a divinização envolve o homem todo, como antecipação da ressurreição gloriosa. «Cristo ressuscitou de entre os mortos, como primícias dos que morreram. Porque, assim como por um homem veio a morte, também veio por um homem a ressurreição. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também, em Cristo todos são vivificados» (1Cor 15, 20-22).
A vida de Cristo é a nossa vida, segundo o que prometera aos Seus Apóstolos no dia da Última Ceia: «Se alguém Me tem amor, há-de guardar a Minha palavra; e o Meu Pai o amará, e Nós viremos a ele e nele faremos morada» (Jo 14, 23). O cristão deve, pois, viver segundo a vida de Cristo, tornando seus os sentimentos de Cristo, de tal modo que possa exclamar com São Paulo: «Não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim» (Gal 12, 20).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Comentário Jo 14, 21-26 «O Espírito Santo [...] vos ensinará tudo, e há-de recordar-vos tudo o que Eu vos disse.»
São Gregório Magno (c. 540-604), papa e doutor da Igreja
Homilias sobre os Evangelhos, nº 30, 3.5
O Senhor promete justamente que o Espírito «há-de recordar-vos tudo o que Eu vos disse.» Porque, se este Espírito não tocar o coração dos que escutam, vã é a palavra dos que ensinam. Portanto, que ninguém atribua àquele que ensina o que a boca do professor lhe fez compreender: se não houver Alguém que nos ensine por dentro, a língua do que ensina trabalha no vazio.
Vós todos os que aqui estais, escutais a minha voz da mesma maneira; e, no entanto, não entendeis da mesma maneira o que escutais. [...] Quer dizer que a voz não instrui, se a alma não receber a unção do Espírito. A palavra do pregador é vã se não for capaz de acender o fogo do amor nos corações. Os discípulos que diziam: «Não nos ardia o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?» (Lc 24,32) tinham recebido esse fogo da própria boca da Verdade. Quando se ouvem tais palavras, o coração abrasa-se, o torpor frio abandona-o, o espírito já não consegue encontrar repouso e dá por si a desejar os bens do Reino dos céus. O amor verdadeiro que o preenche arranca-lhe lágrimas [...] Como fica feliz por escutar esse ensinamento que vem do alto e esses mandamentos que, em nós, se transformam numa tocha que nos inflama [...] de amor interior. A palavra chega ao nosso ouvido e o nosso espírito, transformado, consome-se numa doce chama interior.
O Evangelho do dia 11 de Maio de 2009
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Se alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre,
esse realmente Me ama.
E quem Me ama será amado por meu Pai
e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele».
Disse-Lhe Judas, não o Iscariotes:
«Senhor, como é que Te vais manifestar a nós
e não ao mundo?»
Jesus respondeu-lhe:
«Quem Me ama guardará as minhas palavras
e meu Pai o amará;
Nós viremos a ele
e faremos nele a nossa morada.
Quem Me não ama não guarda as minhas palavras.
Ora a palavra que estais a ouvir não é minha,
mas do Pai que Me enviou.
Disse-vos estas coisas, enquanto estava convosco.
Mas o Paráclito, o Espírito Santo,
que o Pai enviará em meu nome,
vos ensinará todas as coisas
e vos recordará tudo o que Eu vos disse».