Recentemente, assisti a um documentário feito pela Netflix que recomendo vivamente: The Social Dilemma.
Este documentário não só reaviva o importante debate sobre os perigos do mau uso das redes sociais, mas também oferece uma abordagem bastante original do tema: manipular as pessoas que utilizam as redes sociais é o fim primário das mesmas.
Isto é dito, com outras palavras, por pessoas que criaram ou trabalharam nessas redes.
A intenção do realizador do documentário, Jeff Orlowski, é bastante clara: mostrar que a manipulação e a adição geradas pelas redes não é um efeito negativo secundário tolerado, mas algo intencional e procurado como modo de ganhar dinheiro.
O verdadeiro produto não é somente o nosso tempo de atenção, mas sim a pequena e quase imperceptível mudança no comportamento de cada um de nós.
Este documentário é uma recordação de uma verdade sempre actual: como é fácil para nós, seres humanos, entregar a nossa liberdade em troca de um pouco de distração!
E como podem ser desastrosas as consequências a médio e longo prazo se prescindirmos da nossa liberdade em troca de um pouco de circo!
É verdade que é preciso estarmos atentos àqueles que podem ser mais vulneráveis a essa manipulação: as crianças e os menores de idade. Mas, seria ingénuo pensar que, no caso dos adultos, esse perigo não existe ou é irrelevante.
A propósito disto, estão muito bem tratados no documentário os fenómenos tão actuais e perigosos da polarização e da radicalização. E são fenómenos que afetam muitas pessoas adultas que se consideram “maduras” e “bem informadas”.
O documentário também aborda um tema de grande importância no mundo actual: as fake news!
Se queremos acabar com este abuso da
liberdade que é propagar notícias falsas, temos de reconhecer que existe a
verdade. A sociedade, desejosa de relativizar toda a informação, não consegue
sobreviver a um relativismo total.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria