Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 7 de setembro de 2019

A maior doação de Deus aos homens

Quando o receberes, diz-lhe: – Senhor, espero em Ti; adoro-te, amo-te, aumenta-me a fé. Sê o apoio da minha debilidade, Tu, que ficaste na Eucaristia, inerme, para remediar a fraqueza das criaturas. (Forja, 832) 

Creio que não vou dizer nada de novo, se afirmar que alguns cristãos têm uma visão muito pobre da Santa Missa e que ela é para muitos um mero rito exterior, quando não um convencionalismo social. Isto acontece, porque os nossos corações, de si tão mesquinhos, são capazes de viver com rotina a maior doação de Deus aos homens. Na Santa Missa, nesta Missa que agora celebramos, intervém de um modo especial, repito, a Trindade Santíssima. Para corresponder a tanto amor, é preciso que haja da nossa parte uma entrega total do corpo e da alma, pois vamos ouvir Deus, falar com Ele, vê-Lo, saboreá-Lo. E se as palavras não forem suficientes, poderemos cantar, incitando a nossa língua – Pange, lingua! – a que proclame, na presença de toda a Humanidade, as grandezas do Senhor.

Viver a Santa Missa é manter-se em oração contínua, convencermo-nos de que, para cada um de nós, este é um encontro pessoal com Deus, em que O adoramos, O louvamos, Lhe pedimos, Lhe damos graças, reparamos os nossos pecados, nos purificamos e nos sentimos uma só coisa em Cristo com todos os cristãos. (Cristo que passa, 87–88)

São Josemaría Escrivá

O Evangelho de Domingo dia 8 de setembro de 2019

Ia com Ele grande multidão de povo. Jesus, voltando-Se, disse-lhes: «Se alguém vem a Mim e não odeia seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, suas irmãs, e até a sua vida, não pode ser Meu discípulo. Quem não leva a sua cruz e não Me segue não pode ser Meu discípulo. Porque qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e ver se tem com que a acabar? Para que, se depois de ter feito as fundações não a puder terminar, não comecem todos os que a virem a troçar dele, dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde terminar. Ou qual é o rei que, estando para entrar em guerra contra outro rei, não se assenta primeiro a considerar se com dez mil homens pode ir enfrentar-se com aquele que traz contra ele vinte mil? Doutra maneira, quando o outro ainda está longe, enviando embaixadores, pede-lhe paz. «Assim pois, qualquer de vós que não renuncia a tudo o que possui não pode ser Meu discípulo.

Lc 14, 25-33

A vergonha que salvou Pedro

Como se sabe, Francisco fala frequentemente do sacramento da Confissão mas, na homilia desta passada quinta-feira, 6 de Setembro, surpreendeu os fiéis ao explicar por que é tão importante experimentar concretamente o «sentimento da vergonha» e a «surpresa de se sentir salvo».

O Evangelho da Missa narrava o episódio da primeira pesca milagrosa. Os barcos estavam em terra e os pescadores lavavam as redes. Jesus subiu para o barco de Pedro e pediu-lhe que se afastasse ligeiramente da margem, para falar à multidão. Quando acabou, disse-lhe que avançasse para o largo e lançasse as redes para a pesca. Tinham labutado toda a noite em vão... «mas, já que o dizes». De repente, as redes enchem-se tão completamente que começam a romper-se. Fazem sinal ao outro barco para os ajudar e a acumulação de peixe foi de tal ordem que os dois barcos quase se afundavam.

Ao ver o sucedido, Simão Pedro lançou-se aos pés de Jesus e disse-Lhe: «Senhor, afasta-Te de mim, que sou um homem pecador». Na verdade, o temor tinha-se apoderado dele e de todos. Jesus disse a Simão: «Não temas. Daqui em diante serás pescador de homens».

Esta pesca, ao início da vida pública de Jesus, está em relação com aquela que ocorreu depois da Ressurreição. «Em ambos os momentos — observou o Papa —, no princípio da vida apostólica de Pedro e no fim, há a unção de Pedro. No primeiro caso, diz-lhe: “Tu serás pescador”. No final diz-lhe: “Vai e apascenta as minhas ovelhas”. Fá-lo pastor».

«Também na última pesca, no milagre final, (...) Pedro se atira de joelhos dizendo: “Senhor, afasta-Te de mim, que sou um homem pecador”».

«O primeiro passo decisivo de Pedro no caminho de discípulo de Jesus é acusar-se a si mesmo: “Sou um pecador”. Foi o primeiro passo de Pedro e é o primeiro passo de cada um de nós, se queremos progredir na vida espiritual».

Não basta acusar-se no início da Missa, ou numa Confissão apressada. «Tu sentes o que Pedro sentiu? O Evangelho diz que “o invadiu um profundo assombro”. Quando te acusas, acusas-te cheio de assombro? Ou dizes “sim, sou pecador, vamos andando...” (...), como quem diz “sou humano”, ou “sou cidadão italiano”. É preciso mais: acusar-se a si mesmo, sentir a própria miséria, sentir-se miserável, paupérrimo, diante do Senhor. O sentimento da vergonha. Não bastam as palavras, é preciso senti-lo no coração, é sempre uma experiência concreta».

«Quando Pedro diz: “afasta-Te de mim, que sou um pecador”, tinha no coração todos os seus pecados e via-os. Sentia-se verdadeiramente pecador. E a seguir sentiu-se salvo. A salvação que nos leva a Jesus necessita desta confissão de pecadores. De uma confissão que brota do coração, de uma confissão sincera, porque a salvação que Jesus nos traz é sincera, chega ao coração». Doutro modo, não se pode experimentar «o assombro de Pedro».

Acusando os próprios pecados no sacramento da Confissão, «que cada um de nós, diante do Senhor, viva a vergonha e depois o assombro de ser salvo». O comentário final do Papa foi uma oração: «que hoje o Senhor nos dê a graça de nos encontrarmos diante dEle com este assombro que é fruto da sua presença e com a graça de nos sentirmos pecadores, de modo concreto, para dizermos como Pedro “Afasta-Te de mim, que sou pecador”. Assim cresceu a vida de Pedro, até àquela outra pesca final, quando Jesus o fez pastor do seu rebanho».

Partilho um desabafo, pensando na necessidade de rezar mais pelo Papa e por todos. É doloroso ver a agressividade de alguém contra o Papa, amplificada por alguma comunicação social. A acusação de que os últimos Papas, sobretudo o actual, tenham sido condescendentes com os crimes de pedofilia choca com a evidência, mas o ponto fundamental nem é essa visão distorcida dos factos. A Igreja assenta numa Rocha escolhida pelo próprio Cristo: para onde resvalamos se nos esquecemos de amar o Papa como Cristo o ama?
José Maria C.S. André

Aproximarmo-nos da Cruz e subi-la

Dou muitas graças a Deus porque, na Obra, aprendemos do nosso Padre este espírito. É preciso meter o nosso caráter no bolso, dizia, e, por amor de Jesus Cristo, sorrir e tornar a vida agradável aos que temos perto de nós[6]. E aos esposos – conselho que se pode aplicar a outras relações interpessoais – dizia-lhes: como somos criaturas humanas, alguma vez podemos discutir, mas pouco. E depois, os dois hão de reconhecer que têm culpa e dizer um ao outro: desculpa, e dar-se um belo abraço… E para a frente! Mas que se note que não voltais a ter discussões durante muito tempo[7].

Volto ao princípio destas linhas. Temos de ser homens e mulheres de fé. Muitos se mostram às vezes carentes de princípios e necessitados portanto de amar a Cruz, situação que não nos deve desanimar mesmo que trabalhemos num canto escondido, mesmo que mal saiamos do nosso sítio, lembremo-nos que o nosso esforço por exaltar Cristo nos nossos sentidos e potências, na nossa alma e no nosso corpo, tem uma projeção inimaginável: porque é Ele Quem vivificará o nosso mundo, servindo-se destes pobres instrumentos que somos cada um de nós. Não nos alheemos, minhas filhas e filhos, desta tarefa. Chegou a hora, como o nosso Padre dizia, de nos aproximarmos da Cruz em cada dia e de pedir com força aquilo que S. Josemaria suplicava ao Senhor com frequência, ao beijar o crucifixo: Senhor, desce da Cruz, está na hora de eu subir.

Esperemos que venha muitas vezes à nossa mente: Que faria Jesus, agora? Como Se entregaria? Estou certo de que a nossa pequena cruz, a tua e a minha, levada com determinação, com alegria, contentes com esse achado, se torna remédio para as feridas do mundo atual. Não há aqui nada de pessimismo. Com Cristo temos sede de dar o sabor de Deus aos que se encontram longe d’Ele. E assim contribuímos para melhorar a sociedade e para a recuperação da instituição familiar, que com tanta confiança pedimos à Virgem Santíssima, especialmente no dia 8, em que celebramos o seu nascimento.

[6]. S. Josemaria, Notas de uma reunião familiar, 4-VI-1974.[7]. S. Josemaria, Notas de uma reunião familiar, 4-VI-1974.

(D. Javier Echevarría na carta do mês de agosto de 2015)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

Do sofrimento das injúrias e quem é provado verdadeiro paciente

A alma: Tornai-me, Senhor, possível, pela graça, o que me parece impossível pela natureza. Vós bem sabeis quão pouco sei sofrer, e que logo fico desanimado com a menor contrariedade. Tornai-me amável e desejável qualquer prova e aflição, por vosso amor, porque o padecer e penar por vós é muito proveitoso à minha alma.

(Imitação de Cristo, 3, 19,5)

Sofrimento

«A todos os que sofrem e estão sós, dai sempre um sorriso de alegria. Não lhes proporciones apenas os vossos cuidados, mas também o vosso coração»

(Santa Teresa de Calcutá)

«É certo que devemos fazer tudo o que pudermos para aliviar o sofrimento e impedir a injustiça resultante do sofrimento dos inocentes. No entanto, também devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que os homens possam descobrir o sentido do sofrimento e assim consigam aceitá-lo e uni-lo ao sofrimento de Cristo. Deste modo, o sofrimento funde-se com o amor redentor e transforma-se numa força contra os males do mundo»

(Bento XVI - Discurso à Cúria Romana em 22/XII/2005)

Evangelho do dia 7 de setembro de 2019

Num sábado, passando Jesus pelas searas, os Seus discípulos colhiam espigas e debulhando-as nas mãos, as comiam. Alguns dos fariseus disseram-lhes: «Porque fazeis o que não é permitido aos sábados?». Jesus respondeu-lhes: «Não lestes o que fez David, quando teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, tomou os pães da proposição, comeu deles e deu aos seus companheiros, embora não fosse permitido comer deles senão aos sacerdotes?». Depois acrescentou: «O Filho do Homem é Senhor também do sábado».

Lc 6, 1-5