Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Maria, mestra de oração

O amor à nossa Mãe será sopro que transforme em lume vivo as brasas de virtude que estão ocultas sob o rescaldo da tua tibieza. (Caminho, 492)

Ama a Senhora. E Ela te obterá graça abundante para venceres nesta luta quotidiana. – E de nada servirão ao maldito essa coisas perversas, que sobem e sobem, fervendo dentro de ti, até quererem sufocar, com a sua podridão bem cheirosa, os grandes ideais, os mandamentos sublimes que o próprio Cristo pôs no teu coração. – "Serviam!" – Servirei! (Caminho, 493)

A Jesus sempre se vai e se "torna a ir" por Maria. (Caminho, 495)

Maria, Mestra da oração.
– Olha como pede a seu Filho em Caná. E como insiste, sem desanimar, com perseverança. – E como consegue.
– Aprende. (Caminho, 502)

Não se pode levar uma vida limpa sem a ajuda divina. Deus quer a nossa humildade, quer que lhe peçamos a sua ajuda, através da nossa Mãe e sua Mãe.

Tens que dizer a Nossa Senhora, agora mesmo, na solidão acompanhada do teu coração, falando sem ruído de palavras: – Minha Mãe, este meu pobre coração rebela-se algumas vezes... Mas se Tu me ajudares... E ajudar-te-á, para que o conserves limpo e continues pelo caminho a que Deus te chamou: Nossa Senhora facilitar-te-á sempre o cumprimento da Vontade de Deus. (Forja, 315)

São Josemaría Escrivá

SALMO DE UM HOMEM CANSADO

Estou cansado,
Senhor.

Não sei de quê,
mas estou cansado.

Não estou cansado de Ti,
que enches o meu viver,
não estou cansado do amor,
que faz de mim melhor,
não estou cansado dos outros,
que colocas à minha volta,
para me ajudar a ser,
não estou cansado da vida,
que me foi dada por Ti.

Talvez esteja cansado de mim,
de querer preferir a certeza,
da minha vontade própria,
à dúvida e incerteza,
de Te querer procurar melhor.

Talvez esteja cansado de mim,
dos pecados repetidos,
da fraqueza,
da falta de interioridade,
dos projectos de santidade,
afinal nunca vencidos.

Estou cansado,
Senhor,
por isso,
refugio-me no Teu amor,
deixo que me tomes pela mão,
me apertes no Teu coração,
me enchas o meu viver,
e abandono-me,
assim,
simplesmente,
ao Teu amoroso querer.

Monte Real, 7 de Maio de 2018

Joaquim Mexia Alves
https://queeaverdade.blogspot.pt/2018/05/salmo-de-um-homem-cansado.html

Terracina e Bonacina

Terracina, praia italiana ao Sul de Roma, é uma terra de plebeus. Bonacina é uma povoação histórica do Norte de Itália, origem de condes, nobres, marqueses e cavaleiros. Como é que uns plebeus Terracina se transformaram em 1944 nos senhores Bonacina? Como ocorreu esta promoção meteórica?

A história começou um ano antes e foi revelada agora por Alberto Terracina, que sentiu o dever de agradecer.

Os Terracina eram judeus e viviam em Roma. A 16 de Outubro de 1943, as tropas alemãs irromperam no bairro judaico e capturaram uma multidão de pessoas, entre eles todos os familiares do lado da mãe. Todos eles foram deportados: avós, tios, primos, o mais novo tinha 8 meses. Do lado do pai, capturaram a tia e duas filhas adolescentes. Todos desapareceram em Auschwitz. Alberto Terracina, hoje septuagenário, conta: «eu tinha dois anos, o meu irmão Leo tinha quatro. Salvámo-nos porque um de nós estava doente e a família não quis sair de casa; na altura, morávamos fora de Roma. Durante três dias, ficámos escondidos num alçapão em casa de amigos e depois, por iniciativa de Mons. Giovanni Battista Montini (futuro Paulo VI, na época principal colaborador do Papa Pio XII) que conhecia o meu pai, acolheram-nos no edifício da Propaganda Fide, junto à casa pontifícia de Castel Gandolfo, e arranjaram-nos documentação falsa».

Alguns judeus refugiados em Castel Gandolfo
Os Terracina permaneceram em Castel Gandolfo com mais 12000 pessoas até ao dia 10 Fevereiro de 1944. Nesse dia, as fortalezas voadoras americanas e inglesas, confundindo os refugiados com soldados alemães, bombardearam a zona e mataram mais de 500 pessoas. Muitos dos sobreviventes fugiram. Os Terracina ficaram alojados alguns dias no Vaticano, durante os quais receberam documentação falsa e o apelido Terracina se transformou em Bonacina. «A seguir – conta Alberto (Bonacina) – viajámos com outros refugiados, na caixa aberta de um camião. Durante o trajecto, contaram-me os meus pais, passámos, pelo menos, por três postos de controlo alemães, mas escapámos graças aos documentos falsos. No entanto, a certa altura o condutor entrou em pânico e deixou-nos em plena noite gelada na praça central de Todi. Na manhã seguinte, foi uma verdadeira competição de solidariedade entre diversas pessoas da cidade para nos trazerem bebidas quentes e cobertores».

«Depois de um breve acolhimento provisório arranjado pelo pároco de Santa Maria, os Bonacina ficámos a morar em casa de Leopoldo Marri, que tinha uma tabacaria e libertou um dos quartos dos filhos para nos instalar. O meu pai e a minha mãe revelaram-lhe logo a nossa verdadeira identidade, mas o tio Leopoldo – como lhe chamávamos o meu irmão e eu – não nos mandou embora apesar do perigo que corria. Nem lhe passou pela cabeça que os alemães pagavam 10000 liras por adulto e 5000 por cada criança».

Alberto Terracina com a mãe e um soldado aliado
(Todi, Junho de 1944)
Um dia, Alberto adoeceu e os pais tiveram de o levar ao médico, o Dr. Paolo Orsini. «Ao ver que eu estava circuncidado, percebeu imediatamente, mas não disse nada. Só no final da guerra, abraçando os meus pais, lhes revelou que tinha percebido». Por ser médico, se alguém o tivesse denunciado, Orsini tinha sido fuzilado.

Finalmente, em Junho de 1944, Todi foi libertada pelo exército Aliado e os Terracina voltaram a Roma, onde souberam que todo o resto da família tinha morrido. Depois da guerra, mantiveram uma amizade muito próxima com os Marri, em casa de quem tinham vivido. Os contactos com o Dr. Paolo Orsini foram esporádicos, até que ele faleceu em 1964.

Recentemente, Alberto Terracina, achou que não tinha agradecido suficientemente e recorreu à televisão italiana para contactar os parentes de Orsini, conseguindo encontrar alguns sobrinhos. A verdade é que Alberto era muito pequeno na altura e «não me lembro do Dr. Orsini, mas penso nele como um homem de grande humanidade. Um homem justo numa época trágica. Pareceu-me que tinha o dever de dar um abraço pelo menos a alguém da família. Tenho pena de não os ter procurado há mais anos». Gaetano Vallini conta mais pormenores numa reportagem do «Osservatore Romano».

Agora, acerte o relógio: às 16h00 do dia 12 de Maio, o Papa Francisco aterra no aeroporto perto de Fátima.
José Maria C.S. André
07-V-2017
Spe Deus

Santo Rosário - Mistérios da Luz - Bodas de Caná

MISTÉRIOS DA LUZ ([i])

Este "mistério" evoca dois importantes acontecimentos:

O início da vida pública de Jesus Cristo que pela primeira vez nos apa­rece acompanhado de discípulos o que significa que a Sua missão re­dentora começa por formar o escol, o núcleo central dos Seus seguido­res e a instituição formal do matrimónio.

Com a Sua presença Cristo avaliza a união entre um homem e uma mulher.

Evidentemente que não pudemos esquecer o primeiro milagre público que, de certo modo, vem "coroar" o dito antes.

É uma cena comum, familiar e ao mesmo tempo de sociedade. E Cristo está presente como que a demonstrar que não Se alheia da vida co­mum dos Seus irmãos os homens por mais trivial ou simples que possa ser.

Parece haver como que um "repensar" a resposta que deu à Santíssima Virgem e, de facto, o que se pode concluir é que terá querido de forma clara e iniludível sublinhar o "poder intercessor" da Sua Santíssima Mãe.

Por outro lado, a Santíssima Virgem define de forma lapidar o que, sabe, é o melhor para nós:

«Fazei o que Ele vos disser"!

Assim resume o que realmente deverá ser a nossa postura no caminho da salvação:

Fazer em tudo, a Vontade de Deus!

Nunca estamos entregues a nós mesmos, Jesus Cristo está connosco para nos guiar e conduzir.
E, se acaso, alguma vez não vejamos com suficiente clareza o que fazer bastará perguntar-lhe:

Senhor, agora, nestas circunstâncias, com estas condicionantes que surgiram inopinadamente... que queres que faça?

Sabemos por experiência própria que algumas vezes a vontade de Deus se apresenta como que difusa, pouco clara.

Outras vezes, trava-se uma luta no nosso íntimo entre aquilo que nos apetece fazer e o que sabemos nos convém que façamos.

E, o que nos convém, é sempre actuar com a meridiana certeza que fazemos o melhor que podemos em cada circunstância.

Os desejos, os propósitos têm sempre de estar estreitamente ligados à nossa consciência segura, bem formada que nunca deixará de nos alertar para o desvio, o desleixo, a comodidade.

Temos sempre um último recurso que, aliás é o primeiro:

Pedir à Nossa Mãe do Céu que nos indique e leve por um caminho seguro.

O seu coração de Mãe extremosa não deixará de atender a nossa sú­plica:

Cor Maria Dulcíssimo iter para tuto!

(ama, Malta, Abril de 2016)


[i] São João Paulo II acrescentou estes “Mistérios” a que chamou da Luz – ou Luminosos– ao Rosário de Nossa Senhora.

Não sei, evidentemente, a razão que terá levado o Santo Pontífice a fazê-lo e alguém poderá questionar o que têm a ver com o Rosário Mariano.

Têm tudo a ver porque a vida de Nossa Senhora está tão intimamente unida à do Seu Filho, nosso Salvador, que me parece muito lógico e adequado.

Os Cinco Mistérios levam-nos a considerar, principalmente, a instituição dos sacramentos que Jesus nos quis deixar como preciosos e imprescindíveis meios para obter a Salvação Eterna que nos ganhou na Cruz.