Este "mistério" evoca dois importantes acontecimentos:
O início da vida pública de Jesus Cristo que pela primeira vez nos aparece acompanhado de discípulos o que significa que a Sua missão redentora começa por formar o escol, o núcleo central dos Seus seguidores e a instituição formal do matrimónio.
Com a Sua presença Cristo avaliza a união entre um homem e uma mulher.
Evidentemente que não pudemos esquecer o primeiro milagre público que, de certo modo, vem "coroar" o dito antes.
É uma cena comum, familiar e ao mesmo tempo de sociedade. E Cristo está presente como que a demonstrar que não Se alheia da vida comum dos Seus irmãos os homens por mais trivial ou simples que possa ser.
Parece haver como que um "repensar" a resposta que deu à Santíssima Virgem e, de facto, o que se pode concluir é que terá querido de forma clara e iniludível sublinhar o "poder intercessor" da Sua Santíssima Mãe.
Por outro lado, a Santíssima Virgem define de forma lapidar o que, sabe, é o melhor para nós:
«Fazei o que Ele vos disser"!
Assim resume o que realmente deverá ser a nossa postura no caminho da salvação:
Fazer em tudo, a Vontade de Deus!
Nunca estamos entregues a nós mesmos, Jesus Cristo está connosco para nos guiar e conduzir.
E, se acaso, alguma vez não vejamos com suficiente clareza o que fazer bastará perguntar-lhe:
Senhor, agora, nestas circunstâncias, com estas condicionantes que surgiram inopinadamente... que queres que faça?
Sabemos por experiência própria que algumas vezes a vontade de Deus se apresenta como que difusa, pouco clara.
Outras vezes, trava-se uma luta no nosso íntimo entre aquilo que nos apetece fazer e o que sabemos nos convém que façamos.
E, o que nos convém, é sempre actuar com a meridiana certeza que fazemos o melhor que podemos em cada circunstância.
Os desejos, os propósitos têm sempre de estar estreitamente ligados à nossa consciência segura, bem formada que nunca deixará de nos alertar para o desvio, o desleixo, a comodidade.
Temos sempre um último recurso que, aliás é o primeiro:
Pedir à Nossa Mãe do Céu que nos indique e leve por um caminho seguro.
O seu coração de Mãe extremosa não deixará de atender a nossa súplica:
Cor Maria Dulcíssimo iter para tuto!
(ama, Malta, Abril de 2016)
[i] São João Paulo II acrescentou estes “Mistérios” a que chamou da Luz – ou Luminosos– ao Rosário de Nossa Senhora.
Não sei, evidentemente, a razão que terá levado o Santo Pontífice a fazê-lo e alguém poderá questionar o que têm a ver com o Rosário Mariano.
Têm tudo a ver porque a vida de Nossa Senhora está tão intimamente unida à do Seu Filho, nosso Salvador, que me parece muito lógico e adequado.
Os Cinco Mistérios levam-nos a considerar, principalmente, a instituição dos sacramentos que Jesus nos quis deixar como preciosos e imprescindíveis meios para obter a Salvação Eterna que nos ganhou na Cruz.