Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Estudar exige esforço

Decidir estudar é uma escolha que cada um de nós está chamado a fazer durante toda a sua vida – não só no tempo da escolaridade obrigatória. Se a escolha é entre estudar ou aborrecer-se sem fazer nada, a probabilidade de nos decidirmos a abrir um livro é bastante alta.

No entanto, a dicotomia hodierna não costuma ser esta.

A escolha costuma ser entre estudar, consultar o Instagram, ver a última série de que todos falam ou navegar na internet. Evidentemente que, neste caso, a probabilidade de começar a estudar diminui drasticamente.

Porque estudar exige sempre esforço, e qualquer das outras actividades são muito mais apetecíveis e prazenteiras. E nós substituímos a cultura do esforço pela do gosto e pensámos que tudo continuaria igual!

Como me dizia um aluno universitário noutro dia:
─ Hoje não vou à sala de estudo da Universidade porque preciso mesmo de estudar.
─ Talvez fosse melhor mudar o nome da sala.
─ Não adianta. Já existe uma sala de computadores, mas há por lá demasiada confusão. Todos preferem “navegar” na sala de estudo.
─ Então a solução seria haver uma sala de estudo sem internet.
─ Impossível. Ninguém estuda sem internet. Além de que uma sala na Universidade sem net iria contra os direitos humanos dos alunos.

Estudar requer tempo e sossego ─ dois “luxos asiáticos” na nossa avançada sociedade tecnológica.

Que podemos fazer?

Voltar a recuperar a cultura do esforço que se perdeu devido à síndrome lúdica defendida por muitos pedagogos. «Aprenda a brincar» pode ser um lema válido para os tempos livres, mas nunca para a escola.

Qualquer aprendizagem, que o seja de verdade, requer esforço e estudo sem distrações.

E atenção ao pormenor: vivemos num tempo em que a capacidade para nos distrairmos é assustadoramente grande!
Pe. Rodrigo Lynce de Faria

A Santa Missa é acção divina

Não é estranho que muitos cristãos – pausados e até solenes na vida social (não têm pressa), nas suas pouco ativas atuações profissionais, na mesa e no descanso (também não têm pressa) – se sintam apressados e apressem o Sacerdote na sua ânsia de encurtar, de abreviar o tempo dedicado ao Santíssimo Sacrifício do Altar? (Caminho, 530)

Toda a Trindade está presente no sacrifício do Altar. Por vontade do Pai, com a cooperação do Espírito Santo, o Filho oferece-Se em oblação redentora. Aprendamos a conhecer e a relacionar-nos com a Santíssima Trindade, Deus Uno e Trino, três pessoas divinas na unidade da sua substância, do seu amor e da sua acção eficaz e santificadora.

Logo a seguir ao lavabo, o sacerdote invoca: Recebei, ó Santíssima Trindade, esta oblação que Vos oferecemos em memória da Paixão, Ressurreição e Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo. E, no final da Santa Missa, há outra oração de inflamada reverência ao Deus Uno e Trino: Placeat tibi, Sancta Trinitas, obsequium servitutis meae... agradável Vos, seja, ó Trindade Santíssima, o obséquio da minha vassalagem: fazei que por misericórdia este Sacrifício oferecido por mim, posto que indigno aos olhos da vossa Majestade, Vos seja aceitável, e que para mim e para todos aqueles por quem o ofereci, seja um sacrifício de perdão.

A Santa Missa – insisto – é acção divina, trinitária, não humana. O sacerdote que celebra serve o desígnio divino do Senhor pondo à sua disposição o seu corpo e a sua voz. Não age, porém, em nome próprio, mas in persona et in nomine Christi, na Pessoa de Cristo e em nome de Cristo.

O amor da Trindade pelos homens faz com que, da presença de Cristo na Eucaristia, nasçam para a Igreja e para a humanidade todas as graças. Este é o sacrifício que profetizou Malaquias: desde o nascer do sol até ao poente, o meu nome é grande entre as nações, e em todo o lugar se sacrifica e se oferece ao meu nome uma oblação pura. É o Sacrifício de Cristo, oferecido ao Pai com a cooperação do Espírito Santo, oblação de valor infinito, que eterniza em nós a Redenção, que os sacrifícios da Antiga Lei não conseguiam alcançar. (Cristo que passa, 86)

São Josemaría Escrivá

Acolher Jesus na família, na pessoa dos filhos, do marido, da esposa, dos avós...

Deus quer que em toda a família, seja de origem natural ou sobrenatural, reine sempre a generosidade, que é fonte de harmonia e de paz. Assim, recreando dia a dia o ambiente de Nazaré, em cada lar, de cada vez que uma família guarda este mistério, mesmo que esteja na periferia do mundo, o mistério do Filho de Deus, o mistério de Jesus que vem salvar-nos está a atuar. E vem para salvar o mundo. Esta é a grande missão da família: fazer lugar para Jesus que vem, acolher Jesus na família, na pessoa dos filhos, do marido, da esposa, dos avós... porque Jesus está aí. É preciso acolhê-Lo aí, para que cresça espiritualmente nessa família [7] e, analogamente, na grande família da Igreja.

A família baseada nos vínculos naturais tem como fundamento o casamento, situação estável e definitiva entre um homem e uma mulher para cumprirem o mandato de Deus na Criação [8]. Para os batizados, como bem sabemos, o casamento é, além disso, um sacramento: canal por onde chega aos cônjuges a graça específica do seu estado, imagem da união de Cristo com a Igreja [9]. É por isso, escreve o nosso Padre, que penso sempre com esperança e com carinho nos lares cristãos, em todas as famílias que brotaram do Sacramento do Matrimónio, que são testemunhos luminosos desse grande mistério divino – sacramentum magnum! (Ef 5, 32), grande sacramento – da união e do amor entre Cristo e a Sua Igreja. Devemos trabalhar para que estas células cristãs da sociedade nasçam e se desenvolvam com a luta pela santidade, com a consciência de que o sacramento inicial – o Batismo – confere já a todos os cristãos uma missão divina, que cada um deve cumprir no caminho que lhe é próprio [10].

S. Josemaria dava aos esposos uns conselhos nascidos da sua experiência e do seu ministério sacerdotal. Uma vez, respondendo a uma pergunta que lhe fizeram em Buenos Aires, exortava: Amai-vos de verdade! (…). Sobretudo, nunca discutais diante dos filhos. Porque as crianças reparam em tudo e fazem logo o seu juízo. Não sabem que S. Paulo escreveu: qui iúdicat Dóminus est (1 Cor 4, 4), que é o Senhor Quem julga. Erigem-se em senhores, mesmo que tenham 3 ou 4 anos, e pensam: a mãe é má, ou o pai é mau. É uma confusão terrível, pobres criaturas! Não causeis essa tragedia nos corações dos vossos filhos. Esperai, tende paciência, e depois discutireis quando o miúdo estiver a dormir. Mas pouco, sabendo que não tendes razão [11].

Todos podemos fazer nossos estes conselhos que ajudam a salvaguardar o relacionamento fraterno com as outras pessoas. Temos de meter o caráter no bolso – dizia, com bom humor – e, por amor a Jesus Cristo, sorrir e tornar agradável a vida aos que temos junto de nós [12]. Não é nada estranho – somos seres humanos, não puros espíritos – que alguma vez se nos escape uma reação desabrida ou de mau génio, fruto da soberba pessoal, capaz de turvar o convívio com as pessoas. Mas contamos com o remédio ao alcance da mão: saber pedir desculpa, mostrar de uma forma ou de outra que nos dói ter causado um desgosto a alguém. E se alguma vez pensamos que nos ofenderam, expulsemos terminantemente do coração, com a ajuda do Senhor, qualquer ressentimento: não queiramos incubar germes nocivos que podem amargurar as relações com os outros.

O Senhor é muito claro neste ponto, como diz o Evangelho: Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás. Aquele que matar terá de responder em julgamento. Eu, porém, digo-vos: Quem se irritar contra o seu irmão será réu perante o tribunal; quem lhe chamar "imbecil" será réu diante do Conselho e quem lhe chamar "louco" será réu da Geena do fogo. Se fores, portanto, apresentar uma oferta sobre o altar e ali te recordares que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Depois, volta para apresentar a tua oferta [13

[7]. Papa Francisco, Discurso na Audiência geral, 17-XII-2014.
[8]. Cfr. Gn 1, 26-28.
[9]. Cfr. Ef 5, 31-32.
[10]. S. Josemaria, Temas atuais do Cristianismo, n. 91.
[11]. S. Josemaria, Notas de uma reunião familiar, 23-VI-1974.
[12]. S. Josemaria, Notas de uma reunião familiar, 4-VI-1974.
[13]. Mt 5, 21-24.

(D. Javier Echevarría na carta do mês de fevereiro de 2015)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

A decisão mais importante

Que faço por Deus? Que faço pelos outros?
Qual é a decisão mais importante na vida?

Talvez seja o que é que vamos fazer com ela.

Nós não nos demos a vida. Ela foi-nos entregue. É um presente enigmático e maravilhoso ao mesmo tempo.

Mas, apesar de não nos termos dado a vida, estamos chamados a responder à pergunta (não de um modo teórico, mas profundamente prático): o que é que eu vou fazer com a vida que me foi dada?

E a resolução mais importante parece ser: vou centrar a minha vida em mim ou nos outros?

Claro que um cristão sabe que para centrar a vida nos outros tem antes de a centrar no Outro, que nos deu a vida, e que nos pedirá contas de como a aproveitámos. Esta opção – centrar a vida em nós ou nos outros – é a que mais condicionará o resultado global da nossa fugaz existência.

É a velha dicotomia expressada por Santo Agostinho há mil e seiscentos anos: dois amores diferentes constroem duas cidades diversas. O amor de Deus até à capacidade de dizer não a si próprio: a cidade celestial. O amor próprio desordenado até à triste capacidade de dizer não a Deus e aos outros: a cidade terrena.

Encontrar alguém generoso ao nosso lado pode ser uma óptima ocasião para pensar com calma: há neste mundo pessoas que se sacrificam por Deus e pelos outros. E eu? Que estou a fazer neste mundo? Que faço por Deus? Que faço pelos outros?

Tenho presente que a decisão mais importante da minha vida devo renová-la, uma vez e outra, todos os dias?

Não basta fazer coisas boas. Isso já é algo – mas é pouco. É preciso fazê-las por amor a Deus e ao próximo. Não por egoísmo ou auto-afirmação.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

Santos Paulo Miki, Pedro Batista e companheiros mártires †1597

O Japão recebeu a fé cristã por meio de São Francisco Xavier, entre 1549-51. Após algumas décadas de cristianismo, o número de fiéis atingia 300000. Essa rápida expansão deveu-se a dois factores: o respeito que os missionários jesuítas tinham para com o modo de vida dos japoneses e as crenças nipónicas que não eram de todo opostas ao cristianismo. Foi preciosa a colaboração dos elementos nativos.

Paulo Miki, nascido em 1564, de uma família abastada, tornou-se catequista. Admitiram a sua ordenação sacerdotal, pois a única diocese de Fusai ainda não havia recebido seu bispo. O imperador Toyotomi Hideyoshi (1587) de simpatizante tornou-se adversário dos missionários por causa da conquista da Coreia tendo então decretado a sua expulsão.

Alguns missionários, porém, não saíram. Ficaram escondidos. Alguns franciscanos espanhóis, guiados pelo padre Pedro Baptista, chegaram ao Japão através das Filipinas e foram bem acolhidos pelo imperador. Mas, pouco depois, por animosidade para com os espanhóis e os ocidentais deu-se a rutura. No dia 9 de dezembro de 1596 foram presos seis Franciscanos. Em seguida alguns terciários e catequistas (Paulo Suzuki) tiveram a mesma sorte.

Todos estes foram expostos a humilhações e arrastados de Meaco a Nagasaki para serem alvo de zombaria por parte do povo. Eram vinte e seis. O povo admirou a coragem que demonstravam. Foram crucificados sobre uma colina de Nagasaki no dia 5 de Fevereiro de 1597. Particularmente emocionantes foram as palavras de perdão e de testemunho evangélico pronunciadas por Paulo Miki, a serenidade e coragem de Luís Ibaraki (de 11 anos), de António (13 anos) e de Tomás Cosaki (14 anos) que morreram entoando o salmo: "Meninos louvai ao Senhor..."

(Fonte: Evangelho Quotidiano)