Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 13 de novembro de 2018

OBRIGADO JOÃO

Ontem estive na Missa e apresentação do livro sobre o Padre João Seabra, que conheço desde os bancos da escola primária e ao qual me liga uma amizade desde esse tempo, embora seja uma amizade afastada pelo tempo, pela distância, por tantas coisas que se vão colocando de permeio nas nossas vidas.
Mas há amizades que são assim.
Não precisam de se ver constantemente, (mesmo durante anos, como é o nosso caso), para se sentirem, para se viverem, mesmo à distância.

Poderia dizer imensas coisas sobre o fim de tarde extremamente emotivo que ontem vivi, mas fico-me mais por agradecer a Deus pelo João.

Agradecer pela sua inteligência que colocou inteiramente ao serviço de Deus.
Agradecer pela sua frontalidade, por vezes rija e dura, mas sempre cheia de um coração cheio.
Agradecer pela sua fé inquebrantável, que mesmo ao longe para mim, nos anima a querer conhecer mais e melhor Deus, para melhor O amar, amando os outros.
Agradecer pelo dom da sua vida, numa vocação sacerdotal levada à entrega total.

Ah, e sobretudo agradecer a Deus por me ter dado amigos como este, porque com amigos assim, como poderia eu continuar a resistir, como poderia eu continuar a fugir de Deus, que corria atrás de mim de todas as maneiras, com certeza, sem dúvida, também na vida destes amigos que me deu!

Obrigado ao seu sobrinho José Maria Seabra Duque por me ter dado esta alegria imensa de fazer parte deste momento da vida do seu tio João.
Obrigado ao João, por ser o Padre João Seabra!
Obrigado a Deus por tudo, sempre!

Joaquim Mexia Alves

'Educação do carácter'

Ouvi falar de um livro que conta a história de um grupo de rapazes que são os únicos sobreviventes de um acidente aéreo. Sem a ajuda de nenhum adulto, devem organizar a sua vida numa ilha deserta paradisíaca. Tudo parece fácil no começo. No entanto, em pouco tempo, comprovam que conviver uns com os outros não é uma tarefa nada simples.

Surgem conflitos, faltas de entendimento e acaba por aparecer a violência e uma guerra aberta entre eles. Fica claro que, apesar da tendência que todos temos para o bem, a maldade está misteriosamente presente no coração humano. Sem uma aprendizagem séria dos valores acumulados pela Humanidade com o passar dos anos ― valores cívicos, morais, de respeito mútuo ― os rapazes encontram-se indefesos diante das suas más tendências. Não sabem como dirigi-las ou dominá-las. Consideram tudo o que procede do coração como natural e, por esse motivo, bom. A bondade confunde-se com a espontaneidade.

É verdade que possuímos um desejo inato de fazer o bem. Mas também é verdade que a nossa natureza está “ferida” e necessita de muitos cuidados ― uma formação esmerada ― para funcionar correctamente. Aprender matemática e português é muito mais fácil do que aprender a ser boa pessoa, a conviver com os outros e a semear a paz à nossa volta. Este segundo tipo de conhecimento ― teórico e prático ao mesmo tempo ― também deve ser transmitido na escola. No entanto, em primeiro lugar, deve ser assimilado em casa com os pais e os irmãos no ambiente familiar.

É uma ingenuidade atroz muito difundida pensar que o progresso científico e económico da sociedade leva consigo obrigatoriamente um progresso moral. Que o digam muitos professores de escolas secundárias com quem tenho falado ultimamente. Dizem-me que, hoje em dia, existem meios técnicos para transmitir os conhecimentos como nunca houve no passado. No entanto, muitas vezes, falta essa educação básica de saber comportar-se e de respeitar os outros que arruína o bom ambiente na sala de aulas.

São palavras recentes de um professor: «Por muito que tente e me esforce, não consigo dar a matéria. A maior parte das minhas energias gasto-as a ensinar os alunos a estarem atentos, a comportarem-se bem, a respeitarem-se uns aos outros. Aquilo que antes se aprendia em casa com os pais, agora tenho de tentar ensinar na escola».

Por muito progresso que alcancemos, nunca será fácil educar moralmente as pessoas. Além disso, não se trata de uma educação “acumulativa” ― como acontece com os conhecimentos científicos ― mas de uma educação que deve, de algum modo, começar do zero em cada geração. Em matéria de educação moral e formação do carácter é imprescindível o convencimento da parte dos pais e dos educadores da importância primordial que ela possui. Que adianta ter muitos conhecimentos científicos se depois não se sabe conviver pacificamente com os outros respeitando-os? As notas escolares não são a única indicação para os pais ― nem muitas vezes a mais importante ― de que os filhos estão a progredir na sua formação pessoal.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

Evangelho do dia 13 de novembro de 2018

«Quem de vós, tendo um servo a lavrar ou a guardar gado, lhe dirá quando ele voltar do campo: Vem depressa, põe-te à mesa? Não lhe dirá antes: Prepara-me a ceia, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois comerás tu e beberás? Porventura, fica o senhor obrigado àquele servo, por ter feito o que lhe tinha mandado? Assim também vós, depois de terdes feito tudo o que vos foi mandado, dizei: Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer».

Lc 17, 7-10