Obrigado, Perdão Ajuda-me
domingo, 26 de fevereiro de 2012
‘Coisas que, para um jornalista, são notícia’ por Brad Phillips (agradecimento ‘É o Carteiro’)
6. A oportunidade e a relevância: uma história oportuna, por exemplo acerca de um acontecimento iminente, é geralmente notícia; igualmente notícia são as histórias com relevância para a especialidade de cada organização noticiosa.
Acto de amor
Foto Rádio Renascença |
“No Baptismo e sobretudo na
Confirmação e na Eucaristia torna-se-nos muito claro que o querermos ser cristãos
não é um acto de valentia ou querermos ser diferentes ou querermos resolver
algum problema concreto. Não, é um acto de amor. O Senhor amou-nos, ama-nos, há
de nos amar até ao fim, envolve-nos no Seu projecto de vida, que é sempre um
projecto de salvação”.
(D. José Policarpo, Cardeal Patriarca
de Lisboa in homilia de 26.02.2012)
O esquema fundamental do anúncio cristão “para o exterior” - para os homens que, com suas perguntas andam à procura - acha-se no discurso de São Paulo no Areópago. Neste contexto, tenhamos em conta que o Areópago não era uma espécie de academia, onde as cabeças mais ilustres se encontravam para discutir acerca das coisas sublimes, mas um tribunal que era competente em matéria de religião e devia opor-se à importação de religiões estrangeiras. É precisamente esta a acusação contra Paulo: “Parece que é um pregoeiro de deuses estrangeiros” (Act 17,18). Ao que Paulo replica: “Encontrei um altar com esta inscrição: ‘Ao Deus desconhecido’, Pois bem! O que venerais sem conhecer, é que eu vos anuncio” (cf. 17,23).
«Paulo não anuncia deuses desconhecidos. Anuncia Aquele que os homens ignoram, e todavia conhecem-No: o Ignorado-Conhecido; Aquele que procuram e, no fundo, conhecem, mas que é o Ignorado e o Incognoscível.»
(Bento XVI - Encontro com o mundo da cultura no Collège des Bernardins em Paris a 12.09.2008)
«Paulo não anuncia deuses desconhecidos. Anuncia Aquele que os homens ignoram, e todavia conhecem-No: o Ignorado-Conhecido; Aquele que procuram e, no fundo, conhecem, mas que é o Ignorado e o Incognoscível.»
(Bento XVI - Encontro com o mundo da cultura no Collège des Bernardins em Paris a 12.09.2008)
Responde São Josemaría - Como se insere o Opus Dei no Ecumenismo?
Já contei, no ano passado, a um jornalista francês - e sei que encontrou eco, inclusivamente, em publicações de irmãos separados - o que uma vez disse ao Santo Padre João XXIII, movido pelo encanto afável e paterno do seu trato: “Santo Padre, na nossa Obra, todos os homens, católicos ou não, encontraram sempre um ambiente acolhedor: não aprendi o ecumenismo de Vossa Santidade”. Ele riu-se emocionado, porque sabia que, já desde 1950, a Santa Sé tinha autorizado o Opus Dei a receber como associados Cooperadores os não católicos e até os não cristãos.
São muitos, efectivamente - e entre eles contam-se pastores e até bispos das suas respectivas confissões -, os irmãos separados que se sentem atraídos pelo espírito do Opus Dei e colaboram nos nossos apostolados. E são cada vez mais frequentes - à medida que os contactos se intensificam - as manifestações de simpatia e de cordial entendimento, resultantes de os fiéis do Opus Dei centrarem a sua espiritualidade no simples propósito de viver com sentido de responsabilidade os compromissos e exigências baptismais do cristão.
O desejo de procurar a plenitude da vida cristã e de fazer apostolado, procurando a santificação do trabalho profissional; a vida imersa nas realidades seculares, respeitando a sua própria autonomia, mas tratando-as com espírito e amor de almas contemplativas; a primazia que na organização dos nossos trabalhos concedemos à pessoa, à acção do Espírito nas almas, ao respeito da dignidade e da liberdade que provêm da filiação divina do cristão; a defesa contra a concepção monolítica e institucionalista do apostolado dos leigos, da legítima capacidade de iniciativa, adentro do necessário respeito pelo bem comum: estes e outros aspectos mais, do nosso modo de ser e trabalhar, são pontos de fácil encontro, onde os irmãos separados descobrem - feita vida, experimentada pelos anos - uma boa parte dos princípios doutrinários em que eles e nós, os católicos, pomos fundamentadas esperanças ecuménicas.
Temas actuais do cristianismo, 22
Amar a Cristo...
Senhor neste caminho até à glória da Tua Ressurreição concede-nos o dom de A saber transmitir com humildade e amor àqueles que Nela não acreditam e Te vêem apenas humanizado.
JPR
Quaresma, tempo propicio para reforçar a nossa relação com Deus
A tentação de remover Deus, de sozinhos meter ordem em nós mesmos e no mundo, contando apenas com as própria forças, está sempre presente na história do homem. Afirmou o Papa antes da recitação do Angelus deste domingo comentando o trecho evangélico de Jesus tentado por Satanás no deserto.
Um lugar, o deserto, - disse Bento XVI aos milhares de pessoas congregadas na Praça de S. Pedro - que pode indicar o estado de abandono e de solidão, o lugar da fraqueza do homem onde não existem apoios e seguranças, onde a tentação se faz mais forte.
Mas o deserto – acrescentou o Papa – pode indicar também um lugar de refugio e de abrigo, como o foi para o povo de Israel que fugira da escravidão do Egipto, onde se pode experimentar de maneira particular a presença de Deus.
O episódio Evangélico, para Bento XVI ensina que o homem nunca está completamente isento da tentação até que vive, mas é com a paciência e com a verdadeira humildade que nos tornaremos mais fortes do que qualquer inimigo.
“A paciência e a humildade de seguir dia após dia o Senhor, aprendendo a construir a nossa vida não fora dele ou como se Ele não existisse, mas nele e com Ele, porque é a fonte da verdadeira vida."
Com o convite a ter fé em Deus e a converter cada dia a nossa vida á sua vontade, orientando para o bem todas as nossas acções e pensamentos, Bento XVI sublinhou depois que o tempo da Quaresma é o momento propicio para renovar e tornar mais sólida a nossa relação com Deus, através da oração diária, dos gestos de penitencia, das obras de caridade fraterna.
A concluir o Papa pediu a Maria Santíssima que acompanhe o nosso caminho quaresmal com a sua protecção e nos ajude a imprimir no nosso coração e na nossa vida as palavras de Jesus Cristo para nos converter a Ele. E confiou á oração de todos a semana de Exercícios espirituais que esta tarde vai iniciar com os seus colaboradores da Cúria Romana.
O pregador dos exercícios espirituais da Quaresma em que o Papa e a Cúria Romana vão participar é o cardeal africano D. Laurent Monsengwo Pasinya, de 72 anos.
O arcebispo de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, foi escolhido devido ao seu compromisso com a paz no país e por ter sido uma voz importante na defesa dos direitos humanos.
"A comunhão do cristão com Deus" vai ser o tema das pregações deste especialista na Bíblia que em 2008 foi secretário especial do Sínodo dos bispos sobre a Palavra de Deus, e que em novembro de 2010 foi criado cardeal por Bento XVI.
Durante o período dos exercícios espirituais da Quaresma, de 26 de fevereiro a 3 de março, estão suspensas todas as atividades do Papa, incluindo a audiência geral de quarta-feira, dia 29.
Rádio Vaticano
Vídeos em espanhol e francês
Um lugar, o deserto, - disse Bento XVI aos milhares de pessoas congregadas na Praça de S. Pedro - que pode indicar o estado de abandono e de solidão, o lugar da fraqueza do homem onde não existem apoios e seguranças, onde a tentação se faz mais forte.
Mas o deserto – acrescentou o Papa – pode indicar também um lugar de refugio e de abrigo, como o foi para o povo de Israel que fugira da escravidão do Egipto, onde se pode experimentar de maneira particular a presença de Deus.
O episódio Evangélico, para Bento XVI ensina que o homem nunca está completamente isento da tentação até que vive, mas é com a paciência e com a verdadeira humildade que nos tornaremos mais fortes do que qualquer inimigo.
“A paciência e a humildade de seguir dia após dia o Senhor, aprendendo a construir a nossa vida não fora dele ou como se Ele não existisse, mas nele e com Ele, porque é a fonte da verdadeira vida."
Com o convite a ter fé em Deus e a converter cada dia a nossa vida á sua vontade, orientando para o bem todas as nossas acções e pensamentos, Bento XVI sublinhou depois que o tempo da Quaresma é o momento propicio para renovar e tornar mais sólida a nossa relação com Deus, através da oração diária, dos gestos de penitencia, das obras de caridade fraterna.
A concluir o Papa pediu a Maria Santíssima que acompanhe o nosso caminho quaresmal com a sua protecção e nos ajude a imprimir no nosso coração e na nossa vida as palavras de Jesus Cristo para nos converter a Ele. E confiou á oração de todos a semana de Exercícios espirituais que esta tarde vai iniciar com os seus colaboradores da Cúria Romana.
O pregador dos exercícios espirituais da Quaresma em que o Papa e a Cúria Romana vão participar é o cardeal africano D. Laurent Monsengwo Pasinya, de 72 anos.
O arcebispo de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, foi escolhido devido ao seu compromisso com a paz no país e por ter sido uma voz importante na defesa dos direitos humanos.
"A comunhão do cristão com Deus" vai ser o tema das pregações deste especialista na Bíblia que em 2008 foi secretário especial do Sínodo dos bispos sobre a Palavra de Deus, e que em novembro de 2010 foi criado cardeal por Bento XVI.
Durante o período dos exercícios espirituais da Quaresma, de 26 de fevereiro a 3 de março, estão suspensas todas as atividades do Papa, incluindo a audiência geral de quarta-feira, dia 29.
Rádio Vaticano
Vídeos em espanhol e francês
Imitação de Cristo, 1, 11, 2
Se estivéssemos perfeitamente mortos a nós mesmos e interiormente desimpedidos, poderíamos criar gosto pelas coisas divinas e algo experimentar das doçuras da celeste contemplação. O que principalmente e mais nos impede é o não estarmos ainda livres das nossas paixões e concupiscências, nem nos esforçamos por trilhar o caminho perfeito dos santos. Basta pequeno contratempo para desalentarmos completamente e voltarmos a procurar consolações humanas.
Quero entregar-me a Ti sem reservas!
Pedro diz-Lhe: "Senhor, Tu lavares-me os pés, a mim?!". Responde Jesus: "O que Eu faço, não o compreendes agora; entendê-lo-ás depois". Insiste Pedro: "Tu nunca me lavarás os pés!". Replicou Jesus: "Se Eu não te lavar, não terás parte coMigo". Simão Pedro rende-se: "Senhor, não só os pés, mas também as mãos e a cabeça!". Ao chamamento a uma entrega total, completa, sem vacilações, muitas vezes opomos uma falsa modéstia como a de Pedro... Oxalá fôssemos também homens de coração, como o Apóstolo! Pedro não admite que ninguém ame Jesus mais do que ele. Esse amor leva-o a reagir assim: – Aqui estou! Lava-me as mãos, a cabeça, os pés! Purifica-me de todo, que eu quero entregar-me a Ti sem reservas! (Sulco, 266)
– Está completo o tempo, e aproxima-se o Reino de Deus; fazei penitência, e crede no Evangelho (Mc 1, 15).
– E vinha a Ele todo o povo, e ensinava-o (Mc 2, 13).
Jesus vê aquelas barcas na margem, e sobe para uma delas. Com que naturalidade se mete Jesus na barca de cada um de nós!
Quando te aproximares do Senhor, lembra-te de que Ele está sempre muito perto de ti, dentro de ti: Regnum Dei intra vos est (Lc 17, 21). No teu coração O encontrarás.
Cristo deve reinar, em primeiro lugar, na nossa alma. Para que Ele reine em mim, preciso da sua graça abundante, pois só assim é que o mais imperceptível pulsar do meu coração, a menor respiração, o olhar menos intenso, a palavra mais corrente, a sensação mais elementar se traduzirão num hossana ao meu Cristo Rei.
Duc in altum – Ao largo! – Repele o pessimismo que te torna cobarde. Et laxate retia vestra in capturam – e lança as redes para pescar.
Devemos, confiar nessas palavras do Senhor: meter-se na barca, pegar nos remos, içar as velas e lançar-nos a esse mar do mundo que Cristo nos deixa em herança.
Et regni ejus non erit finis. – O Seu Reino não terá fim!
Não te dá alegria trabalhar por um reinado assim? (Santo Rosário, mistérios Luminosos: ‘O anúncio do Reino de Deus’)
Bom Domingo do Senhor!
Para
acreditarmos no Evangelho, como o Senhor nos recomenda na leitura de hoje (Mc 1, 12-15), procuremos ler diariamente
breves trechos e ao fazê-lo e repetindo ao longo do tempo estaremos a
consolidar a nossa fé e cada vez mais O compreenderemos e amaremos melhor.
Senhor ilumina a nossa mente para nos arrependermos
dos nossos pecados e aumentarmos a nossa fé!
S. Josemaría Escrivá nesta data em 1966
Sai de Nápoles com D. Álvaro del Portillo rumo à Grécia. Em Atenas e Corinto visitarão os lugares onde, segundo a tradição São Paulo pregou: “o sítio pode ser ou não aquele; nada se ganha ou se perde se o não for. Mas, ao fim e ao cabo, fica a ganhar aquele que sabe aproveitar essa ocasião para se aproximar mais de Deus. Ali rezámos uma comunhão espiritual, orámos por todo o futuro trabalho na Grécia. Se nesse lugar concreto São Paulo esteve, muito bem; se não esteve, muito bem; isso é o que menos importa”.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
“Pobreza em espírito”
«Bem-aventurados os pobres em espírito» (Mt 5, 3). As bem-aventuranças revelam uma ordem de felicidade e de graça, de beleza e de paz. Jesus celebra a alegria dos pobres, aos quais o Reino pertence desde já:
«O Verbo chama "pobreza em espírito" à humildade voluntária do espírito humano e à sua renúncia; e o Apóstolo dá-nos como exemplo a pobreza de Deus, quando diz: «Ele fez-Se pobre por nós (2 Cor 8, 9)».
(Catecismo da Igreja Católica § 2.546)
Que melhor lição de humildade nos poderia dar o Senhor ao fazer nascer o Seu Filho num estábulo e pôr a Virgem Maria e S. José a deitá-Lo numa manjedoura, quando O podia ter feito nascer num Palácio em berço de ouro.
Sigamos o Seu exemplo e não olhemos «para as coisas visíveis, senão para as invisíveis; é que as visíveis são passageiras, ao passo que as invisíveis são eternas» (2 Cor 4,18), ou seja, cultivemos de coração contrito e humilde a nossa fé na Santíssima Trindade, na Imaculada Conceição e na Santa Madre Igreja, que são a nossa maior riqueza e neste período da Quaresma meditemos na Paixão do Senhor enquanto nosso Redentor e Salvador.
JPR
«O Verbo chama "pobreza em espírito" à humildade voluntária do espírito humano e à sua renúncia; e o Apóstolo dá-nos como exemplo a pobreza de Deus, quando diz: «Ele fez-Se pobre por nós (2 Cor 8, 9)».
(Catecismo da Igreja Católica § 2.546)
Que melhor lição de humildade nos poderia dar o Senhor ao fazer nascer o Seu Filho num estábulo e pôr a Virgem Maria e S. José a deitá-Lo numa manjedoura, quando O podia ter feito nascer num Palácio em berço de ouro.
Sigamos o Seu exemplo e não olhemos «para as coisas visíveis, senão para as invisíveis; é que as visíveis são passageiras, ao passo que as invisíveis são eternas» (2 Cor 4,18), ou seja, cultivemos de coração contrito e humilde a nossa fé na Santíssima Trindade, na Imaculada Conceição e na Santa Madre Igreja, que são a nossa maior riqueza e neste período da Quaresma meditemos na Paixão do Senhor enquanto nosso Redentor e Salvador.
JPR
«Vendo Jesus a fé daqueles homens»
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia, seguidamente Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja
Homilias soltas, Sobre o paralítico
Este paralítico tinha fé em Jesus Cristo. Prova disso é a maneira como foi apresentado a Cristo. Desceram-no pelo tecto da casa. [...] Sabeis que os doentes estão num abatimento tão grande e de tão mau humor, que frequentemente os bons cuidados que lhes são prestados os entristecem. [...] Mas este paralítico está contente por ser retirado do seu quarto e por ser visto publicamente, atravessando com a sua miséria as praças e as ruas. [...]
Este paralítico não sofre de amor-próprio. A multidão cerca a casa onde está o Salvador, todas as passagens estão fechadas, a entrada pejada. Pouco importa! Será introduzido pelo tecto, está contente: o amor é tão hábil, a caridade tão engenhosa! «Quem procura, encontra; e ao que bate, hão-de abrir» (Mt 7, 8) Este paciente não perguntará aos amigos que o transportam: «O que vão fazer? Porquê tanta perturbação? Porque este ardor? Esperem que a casa fique vazia e que partam todos. Então poderemos apresentar-nos a Jesus quando estiver quase só...» Não, o paralítico não pensa nada de semelhante; é uma glória para ele haver um grande número de testemunhas da sua cura.
Homilias soltas, Sobre o paralítico
Este paralítico tinha fé em Jesus Cristo. Prova disso é a maneira como foi apresentado a Cristo. Desceram-no pelo tecto da casa. [...] Sabeis que os doentes estão num abatimento tão grande e de tão mau humor, que frequentemente os bons cuidados que lhes são prestados os entristecem. [...] Mas este paralítico está contente por ser retirado do seu quarto e por ser visto publicamente, atravessando com a sua miséria as praças e as ruas. [...]
Este paralítico não sofre de amor-próprio. A multidão cerca a casa onde está o Salvador, todas as passagens estão fechadas, a entrada pejada. Pouco importa! Será introduzido pelo tecto, está contente: o amor é tão hábil, a caridade tão engenhosa! «Quem procura, encontra; e ao que bate, hão-de abrir» (Mt 7, 8) Este paciente não perguntará aos amigos que o transportam: «O que vão fazer? Porquê tanta perturbação? Porque este ardor? Esperem que a casa fique vazia e que partam todos. Então poderemos apresentar-nos a Jesus quando estiver quase só...» Não, o paralítico não pensa nada de semelhante; é uma glória para ele haver um grande número de testemunhas da sua cura.
«PEGA NO TEU CATRE E ANDA» por Joaquim Mexia Alves
Evangelho segundo S. Marcos 2, 1-12.
Quando Jesus entrou de novo em Cafarnaúm e se soube que estava em casa,
Juntou-se tanta gente que nem mesmo à volta da porta havia lugar, e anunciava-lhes a Palavra.
Vieram, então, trazer-lhe um paralítico, transportado por quatro homens.
Como não podiam aproximar-se por causa da multidão, descobriram o tecto no sítio onde Ele estava, fizeram uma abertura e desceram o catre em que jazia o paralítico.
Vendo Jesus a fé daqueles homens, disse ao paralítico: «Filho, os teus pecados estão perdoados.»
Ora estavam lá sentados alguns doutores da Lei que discorriam em seus corações:
«Porque fala este assim? Blasfema! Quem pode perdoar pecados senão Deus?»
Jesus percebeu logo, em seu íntimo, que eles assim discorriam; e disse-lhes: «Porque discorreis assim em vossos corações?
Que é mais fácil? Dizer ao paralítico: 'Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: 'Levanta-te, pega no teu catre e anda’?
Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar os pecados,
Eu te ordeno disse ao paralítico: levanta-te, pega no teu catre e vai para tua casa.»
Ele levantou-se e, pegando logo no catre, saiu à vista de todos, de modo que todos se maravilhavam e glorificavam a Deus, dizendo: «Nunca vimos coisa assim!»
No Domingo passado foi-nos dado ler e meditar nesta passagem tão conhecida do Evangelho de São Marcos, que nos é referida também em São Mateus (Mt 9, 1-8), em São Lucas (Lc 5, 17-26) e, de uma forma diferente, em São João (Jo 5, 1-18).
Procurando algo mais do que tudo aquilo que eu já tinha reflectido e meditado nesta passagem, (porque a Palavra de Deus é viva e sempre nova), detive-me no pormenor do “catre”, e no facto de Jesus dizer àquele homem para levar o “catre” consigo.
Em Marcos três vezes é feita menção à ordem de Jesus «pega no teu catre e anda», em Mateus apenas uma vez, em Lucas duas vezes e em João nada menos do que cinco vezes.
Fiquei a meditar no que queria dizer para mim, para a minha vida, este pormenor tantas vezes repetido nestes Evangelhos?
O “catre” significou então para mim, não só os pecados daquele homem, mas também aquilo que o prendia e não o deixava andar, falando espiritualmente, claro.
O “catre” era assim também o passado daquele homem, um passado de pecado e paralisia que não o deixava ser verdadeiramente livre.
Porquê então a necessidade de, depois de curado, levar consigo o “catre” e “andar”?
Deus não quer apagar o nosso passado, nem nós devemos querer apagar o nosso passado, ou tentar fazer que ele deixe de existir.
O nosso passado, com o que teve de bom, mas também com o que teve de mau, faz parte de nós e não o podemos apagar, porque a nossa vida seria então incompleta.
O nosso passado deve então ser vivido como um ensinamento permanente daquilo que fizemos bem e tudo aquilo que devemos evitar porque fizemos mal.
Pela graça de Deus, «os teus pecados estão perdoados», o nosso passado está perdoado, mas não deixa de fazer parte da nossa vida, apenas que, pelo perdão de Deus, já não nos magoa, já nem sequer nos deve envergonhar, mas apenas ser uma memória que nos ensina o que evitar para não voltar a pecar.
Sei, por experiência própria, o que é viver isto mesmo que agora aqui reflicto.
Com efeito, nos muitos anos em que andei afastado de Deus, da Fé, da Igreja, também “ganhei” um “catre”, um pesado “catre”, que não me deixava ser livre, que não me deixava caminhar na vida ao encontro de Deus, o Único que nos dá a vida completa, a «vida em abundância», e que nos faz inteiramente livres.
Durante algum tempo foi muito difícil carregar o “catre”, porque ele pesava muito, e por isso eu queria deixá-lo, queria apagá-lo da minha vida.
E pedi muito a Deus que me ajudasse a esquecê-lo, que me ajudasse a libertar dele, para que me sentisse livre para caminhar.
Até que um dia, em adoração e suplicando mais uma vez a graça de me ver livre do meu “catre”, percebi intimamente, por graça de Deus, que eu só poderia ser livre quando aceitasse o meu “catre” com tudo aquilo que ele tinha de mau, mas aceitando-o com a certeza de que ele já não me poderia pesar, pois Deus no Seu perdão, o tinha aliviado desse peso do pecado.
Mas mais do que isso, teria de o carregar, já não como um peso, mas como um ensinamento de tudo o que deveria evitar na minha vida, para não mais paralisar a minha caminhada.
E mais ainda, que esse “catre” deveria servir também para eu dar testemunho a outros, de como o perdão de Deus é infinito, como o encontro pessoal com Ele muda as nossas vidas, e como não há nada que Deus não perdoe, perante o nosso sincero arrependimento.
Percebi então como era importante aquele homem, nós homens, transportarmos os nossos “catres”: nós somos um todo com o nosso passado, com o nosso presente, com o nosso futuro.
Mesmo quando no passado, por qualquer razão nos afastámos de Deus, Ele não deixou de nos amar, de estar connosco, e até de carregar o nosso “catre” connosco.
Perdoados os pecados, ficamos curados da paralisia espiritual e podemos então caminhar livres, com tudo aquilo que fomos e somos, pois o “catre” já não nos pesa, pela graça do perdão de Deus.
Marinha Grande, 22 de Fevereiro de 2012
Joaquim Mexia Alves AQUI
Quando Jesus entrou de novo em Cafarnaúm e se soube que estava em casa,
Juntou-se tanta gente que nem mesmo à volta da porta havia lugar, e anunciava-lhes a Palavra.
Vieram, então, trazer-lhe um paralítico, transportado por quatro homens.
Como não podiam aproximar-se por causa da multidão, descobriram o tecto no sítio onde Ele estava, fizeram uma abertura e desceram o catre em que jazia o paralítico.
Vendo Jesus a fé daqueles homens, disse ao paralítico: «Filho, os teus pecados estão perdoados.»
Ora estavam lá sentados alguns doutores da Lei que discorriam em seus corações:
«Porque fala este assim? Blasfema! Quem pode perdoar pecados senão Deus?»
Jesus percebeu logo, em seu íntimo, que eles assim discorriam; e disse-lhes: «Porque discorreis assim em vossos corações?
Que é mais fácil? Dizer ao paralítico: 'Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: 'Levanta-te, pega no teu catre e anda’?
Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar os pecados,
Eu te ordeno disse ao paralítico: levanta-te, pega no teu catre e vai para tua casa.»
Ele levantou-se e, pegando logo no catre, saiu à vista de todos, de modo que todos se maravilhavam e glorificavam a Deus, dizendo: «Nunca vimos coisa assim!»
No Domingo passado foi-nos dado ler e meditar nesta passagem tão conhecida do Evangelho de São Marcos, que nos é referida também em São Mateus (Mt 9, 1-8), em São Lucas (Lc 5, 17-26) e, de uma forma diferente, em São João (Jo 5, 1-18).
Procurando algo mais do que tudo aquilo que eu já tinha reflectido e meditado nesta passagem, (porque a Palavra de Deus é viva e sempre nova), detive-me no pormenor do “catre”, e no facto de Jesus dizer àquele homem para levar o “catre” consigo.
Em Marcos três vezes é feita menção à ordem de Jesus «pega no teu catre e anda», em Mateus apenas uma vez, em Lucas duas vezes e em João nada menos do que cinco vezes.
Fiquei a meditar no que queria dizer para mim, para a minha vida, este pormenor tantas vezes repetido nestes Evangelhos?
O “catre” significou então para mim, não só os pecados daquele homem, mas também aquilo que o prendia e não o deixava andar, falando espiritualmente, claro.
O “catre” era assim também o passado daquele homem, um passado de pecado e paralisia que não o deixava ser verdadeiramente livre.
Porquê então a necessidade de, depois de curado, levar consigo o “catre” e “andar”?
Deus não quer apagar o nosso passado, nem nós devemos querer apagar o nosso passado, ou tentar fazer que ele deixe de existir.
O nosso passado, com o que teve de bom, mas também com o que teve de mau, faz parte de nós e não o podemos apagar, porque a nossa vida seria então incompleta.
O nosso passado deve então ser vivido como um ensinamento permanente daquilo que fizemos bem e tudo aquilo que devemos evitar porque fizemos mal.
Pela graça de Deus, «os teus pecados estão perdoados», o nosso passado está perdoado, mas não deixa de fazer parte da nossa vida, apenas que, pelo perdão de Deus, já não nos magoa, já nem sequer nos deve envergonhar, mas apenas ser uma memória que nos ensina o que evitar para não voltar a pecar.
Sei, por experiência própria, o que é viver isto mesmo que agora aqui reflicto.
Com efeito, nos muitos anos em que andei afastado de Deus, da Fé, da Igreja, também “ganhei” um “catre”, um pesado “catre”, que não me deixava ser livre, que não me deixava caminhar na vida ao encontro de Deus, o Único que nos dá a vida completa, a «vida em abundância», e que nos faz inteiramente livres.
Durante algum tempo foi muito difícil carregar o “catre”, porque ele pesava muito, e por isso eu queria deixá-lo, queria apagá-lo da minha vida.
E pedi muito a Deus que me ajudasse a esquecê-lo, que me ajudasse a libertar dele, para que me sentisse livre para caminhar.
Até que um dia, em adoração e suplicando mais uma vez a graça de me ver livre do meu “catre”, percebi intimamente, por graça de Deus, que eu só poderia ser livre quando aceitasse o meu “catre” com tudo aquilo que ele tinha de mau, mas aceitando-o com a certeza de que ele já não me poderia pesar, pois Deus no Seu perdão, o tinha aliviado desse peso do pecado.
Mas mais do que isso, teria de o carregar, já não como um peso, mas como um ensinamento de tudo o que deveria evitar na minha vida, para não mais paralisar a minha caminhada.
E mais ainda, que esse “catre” deveria servir também para eu dar testemunho a outros, de como o perdão de Deus é infinito, como o encontro pessoal com Ele muda as nossas vidas, e como não há nada que Deus não perdoe, perante o nosso sincero arrependimento.
Percebi então como era importante aquele homem, nós homens, transportarmos os nossos “catres”: nós somos um todo com o nosso passado, com o nosso presente, com o nosso futuro.
Mesmo quando no passado, por qualquer razão nos afastámos de Deus, Ele não deixou de nos amar, de estar connosco, e até de carregar o nosso “catre” connosco.
Perdoados os pecados, ficamos curados da paralisia espiritual e podemos então caminhar livres, com tudo aquilo que fomos e somos, pois o “catre” já não nos pesa, pela graça do perdão de Deus.
Marinha Grande, 22 de Fevereiro de 2012
Joaquim Mexia Alves AQUI
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