Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Um tempo de meditação diária

Se és tenaz para assistires diariamente a umas aulas, só porque nelas adquires certos conhecimentos... muito limitados, como é que não tens constância para frequentares o Mestre, sempre desejoso de te ensinar a ciência da vida interior, de sabor e conteúdo eternos? (Sulco, 663)

Que vale o homem, ou o maior galardão do mundo, comparados com Jesus Cristo, que está sempre à tua espera? (Sulco, 664)

Um tempo de meditação diária (união de amizade com Deus) é próprio de pessoas que sabem aproveitar rectamente a sua vida; de cristãos conscientes, coerentes. (Sulco, 665)

Os namorados não sabem dizer adeus; acompanham-se sempre.

Tu e eu amamos assim o Senhor? (Sulco, 666)

Não vês como muitos dos teus colegas sabem demonstrar grande delicadeza e sensibilidade no trato com as pessoas que amam: a namorada, a mulher, os filhos, a família?...

Diz-lhes (e exige-o a ti mesmo!) que o Senhor não merece menos. Que O tratem assim! E recomenda-lhes, além disso, que continuem com essa delicadeza e sensibilidade, mas vividas com Ele e por Ele; e alcançarão uma felicidade nunca sonhada, mesmo já aqui na Terra. (Sulco, 676)

São Josemaría Escrivá

Jesus é o caminho, A verdade e a vida. (breviário)

Porque Ele está connosco,
Enquanto o tempo é tempo,
Ninguém espere, para O encontrar,
O fim dos dias...
Abrindo os olhos,
Busquemos o seu rosto e a sua imagem.
Busquemo-l’O na vida, sempre oculto
No íntimo do mundo, como um fogo.

Porque Ele está connosco
Nesta hora de violência,
Pensemos que Ele vive, fala e sente
Em quem padece.
Alerta, ó almas!
Volvamos para Ele os nossos passos.
Sigamos os seus gestos com que acena
Aos homens, sobre a cruz das grandes dores.

Porque Ele está connosco
Nos dias de fraqueza,
Ninguém espere conservar o alento
Sem O chamar...
De mãos ao alto,
Gritemos para Ele a nossa angústia.
Prostremo-nos, orando, aos pés d’Aquele
Que apaga em nós as manchas do pecado.

Porque Ele está connosco,
Tal como na manhã
De Páscoa, não faltemos ao banquete
Do sangue derramado,
Comamos do seu pão,
Bebamos do seu cálice divino,
Sinal do seu amor até ao fim!

Uma guerra mundial (com muita calma)

Nesta semana (2016), em Tbilisi, na Georgia, o Papa Francisco voltou a dizer que há uma guerra mundial para destruir a família: «Não é com as armas, mas com as ideias. É uma colonização ideológica». E apontou o dedo: «um dos grandes inimigos [da humanidade e da família] é a teoria do género».

A notícia não é nova, mas é grave. De repente, lembrei-me de outro contexto.

A poucos dias de a Prússia e a Áustria sucumbirem na Primeira Guerra Mundial, o comentarista Karl Kraus descrevia a gravidade do momento: «Em Berlim, a situação é séria mas não é desesperada; em Viena é desesperada mas não é séria». As duquesas e os duques de Viena continuavam a frequentar os salões, a população discutia ópera e culinária, os soldados morriam na frente de batalha e, em poucos dias, o império Austro-húngaro capitulava e desaparecia para sempre. A Áustria ria-se muito com os trocadilhos de Kraus, mas foi esta frase que alcançou maior ressonância mundial. Ainda hoje se repete. Por exemplo, no filme «Situation hopeless – but not serious», uma comédia hilariante situada na Segunda Guerra Mundial, com Alec Guinness no papel principal.

Parece que muitos cristãos ainda não repararam na luta mundial contra a família, situação que lembra uma máxima do velho comunista, Leon Trotsky, que se costuma citar com a palavra «dialéctica» substituída por «guerra»: «Você pode não estar interessado na guerra, mas a guerra está interessada em si».

Os avisos do Papa Francisco acerca da destruição da família não são novos.

O Papa João Paulo II perspectivava toda a história do mundo actual como um combate muito concreto contra a família. Convalescente pela segunda vez das balas de Ali Agca, explicava o porquê do ataque «precisamente porque ameaçam a família, porque a atacam. O Papa deve ser atacado, o Papa deve sofrer, para que todas as famílias e o mundo inteiro vejam que há um Evangelho, por assim dizer, superior: o Evangelho do sofrimento, com o qual é preciso construir o futuro, o terceiro milénio das famílias, de cada família e de todas as famílias» (29 de Maio de 1994).

João Paulo II repetiu com frequência o mesmo alerta de Francisco. Por exemplo, no livro «Memória e Identidade», queixa-se «das fortes pressões do Parlamento Europeu para que as uniões homossexuais sejam reconhecidas como uma alternativa de família, inclusivamente com o direito de adoptarem crianças. É lícito e até necessário perguntarmo-nos se isto não é fruto de uma ideologia do mal, talvez mais subtil e encoberta, que tenta servir-se dos direitos do homem contra o homem e contra a família».

Imagem não corresponde à ocasião relatada
Há semanas, Francisco tinha relatado aos jornalistas uma conversa recente com Bento XVI, em que os dois falavam do mundo: exactamente o mesmo diagnóstico. Não é, aliás, a opinião recente de nenhum deles. Descrevendo o panorama mundial à Cúria Romana, Bento XVI alongou-se na descrição desta guerra, que classificou como «atentado contra a humanidade»: «O homem nega a sua própria natureza. (...) A manipulação da natureza, que deploramos hoje a respeito do meio ambiente, converteu-se na opção de fundo do homem relativamente a si próprio». E mais adiante: «Na luta pela família está em jogo o próprio homem. E torna-se evidente que onde Deus é negado, também se dissolve a dignidade do homem. Quem defende Deus, defende o homem» (21 de Dezembro de 2012).

Francisco considera que esta guerra terrível, que ameaça o homem e a comunidade humana no seu mais íntimo, não vai ser ganha por heróis valentes, mas pelo Deus misericordioso. Não vai ser ganha conquistando terrenos, mas enchendo o mundo de felicidade. O adversário não é um inimigo, mas justamente o amigo que se pretende salvar.

Uma guerra estranha, mas bem concreta. Uma luta sem tréguas contra o próprio egoísmo. O heroísmo de dar a vida pelos outros. Nada de aconchego e descanso.

Os Evangelhos registam a posição de Cristo: «Quem não está comigo está contra Mim» (Mateus 12,30; Lucas 11,23), ou, como vem em S. Marcos, «quem não está contra nós, está connosco» (Marcos 9,40).

José Maria C.S. André
Spe Deus
9-X-2016

Nossa Senhora do Monte

Nossa Senhora do Monte é padroeira principal da cidade do Funchal e padroeira secundária da diocese. Dos primórdios desta devoção fala-nos o Elucidário Madeirense no texto que a seguir se transcreve:
A origem desta paróquia vem da fazenda povoada que ali tinha Adão Gonçalves Ferreira, o primeiro homem que nasceu nesta ilha e que era filho de Gonçalo Aires Ferreira (V. pag. 21), o mais distinto companheiro de Zargo na descoberta do arquipélago. Como geralmente acontecia, era uma pequena capela o centro em torno do qual se agrupavam os primeiros povoadores, tendo Adão Ferreira levantado ali pelos anos de 1470 uma modesta ermida, que parece ter tido o nome primitivo de Nossa Senhora da Incarnação, passando depois a chamar-se Nossa Senhora do Monte, devido certamente às condições orograficas do local, que bem justificavam a nova e apropriada denominação. Outros afirmam que a milagrosa aparição da imagem da Santissima Virgem, que logo começaram a chamar Nossa Senhora do Monte, é que deu origem a que a capela tomasse este nome, que se transmitiu ao sítio e mais tarde a toda a paróquia.

A lenda dessa aparição miraculosa vem narrada, nos seguintes termos, no verso das gravuras que representam a pequenina e veneranda imagem: «Há mais de 300 anos, no Terreiro da Luta, cerca de 1 quilómetro acima da igreja de N.ª S.ª do Monte, uma Menina, de tarde, brincou com certa pastorinha, e deu-lhe merenda. Esta cheia de júbilo, refere o facto à sua família, que lhe não deu crédito, por lhe parecer impossivel que naquela mata erma e tão arredada da povoação aparecesse uma Menina. Na tarde seguinte, reiterou-se o facto e a pastorinha o recontou. No dia imediato, à hora indicada pela pastorinha, o pai desta, ocultamente, foi observar a scena, e viu sôbre uma pedra uma pequena Imagem de Maria Santissima, e à frente desta a inocente pastorinha, que a seu pai inopinadamente aparecido, afirmava ser aquela Imagem a Menina de quem lhe falava. O pastor, admirado, não ousou tocar a imagem, e participou o facto à autoridade que mandou colocá-la na capela da Incarnação, próxima da actual igreja de «N.ª S.ª do Monte», nome que desde então foi dado aquela veneranda Imagem.» Esta narrativa não difere essencialmente duma descrição manuscrita, que possuímos, do meado do século XVIII, a qual por sua vez se baseava numa ininterrupta tradição oral. Nessa descrição se encontra o seguinte interessante pormenor: «No dia seguinte amanheceu a S.ª fora da Hermida, na fonte a ella vezinha sobre hua pedra na qual se vem ainda hoje alguns caracteres antigos que mal se percebem...» Esta pedra preciosissima, diz o padre Joaquim Plácido Pereira, ficou soterrada no fundo do Ribeiro de Nossa Senhora, quando a Câmara Municipal do Funchal mandou ampliar o Largo da Fonte, em 1896.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Evangelho do dia 9 de outubro de 2019

Estando Ele a fazer oração em certo lugar, quando acabou, um dos Seus discípulos disse-Lhe: «Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos». Ele respondeu-lhes: «Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o Teu nome. Venha o Teu reino. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todos os que nos ofendem; e não nos deixes cair em tentação».

Lc 11, 1-4