Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

A luta contra a soberba há-de ser constante

“Grande coisa é saber-se nada diante de Deus, porque é assim mesmo” (Sulco, 260)

O outro inimigo, escreve S. João, é a concupiscência dos olhos, uma avareza de fundo que nos leva a valorizar apenas o que se pode tocar. Os olhos ficam como que pegados às coisas terrenas e, por isso mesmo, não sabem descobrir as realidades sobrenaturais. Podemos, portanto, socorrer-nos desta expressão da Sagrada Escritura para nos referirmos à avareza dos bens materiais e, além disso, àquela deformação que nos leva a observar o que nos rodeia - os outros, as circunstâncias da nossa vida e do nosso tempo - só com visão humana.

Os olhos da alma embotam-se; a razão crê-se auto-suficiente para compreender todas as coisas, prescindindo de Deus. É uma tentação subtil, que se apoia na dignidade da inteligência, da inteligência que o nosso Pai, Deus, deu ao homem para que O conheça e O ame livremente. Arrastada por essa tentação, a inteligência humana considera-se o centro do universo, entusiasma-se de novo com a falsa promessa da serpente, sereis como deuses, e, enchendo-se de amor por si mesma, volta as costas ao amor de Deus.

(...) A luta contra a soberba há-de ser constante, pois não se disse já, dum modo tão gráfico, que essa paixão só morre um dia depois da morte da pessoa? É a altivez do fariseu, a quem Deus se mostra renitente em justificar por encontrar nele uma barreira de auto-suficiência. É a arrogância que conduz a desprezar os outros homens, a dominá-los, a maltratá-los, porque, onde houver soberba aí haverá também ofensa e desonra(Cristo que passa, 6).

São Josemaría Escrivá

Preparação para o Natal

Começámos o Advento com estas semanas ditosas e impacientes de preparação para o Natal. Uma vez mais, me vêm à memória palavras de S. Josemaria, nos últimos meses do seu caminhar pela Terra, a propósito desta grande solenidade cristã. Ao contemplar os planos redentores de Deus, patentes já em Belém e em Nazaré, levava-nos a considerar que Deus ensina cada um a abandonar-se por completo. Vede bem como é o ambiente em que Cristo nasce. Tudo ali nos insiste nesta entrega sem condições (…).
Seria suficiente recordar aquelas cenas para que nos enchêssemos de vergonha e de santos propósitos. Precisamos de absorver esta lógica nova, que Deus inaugurou descendo à Terra. Em Belém, ninguém reserva nada para si. Lá, não se ouve falar da minha honra, nem do meu tempo, nem do meu trabalho, nem das minhas ideias, nem dos meus gostos, nem do meu dinheiro. Ali, põe-se tudo ao serviço do grandioso jogo de Deus com a humanidade, que é a Redenção. Rendida a nossa soberba, declaramos ao Senhor, com todo o amor de um filho: ego servus tuus, ego servus tuus, et fílius ancíllae tuae (Sl 115, 16): Eu sou o Teu servo, sou o Teu servo, filho da Tua escrava, Maria. Ensina-me a servir-Te [1].
Este amor infinito de Deus pela humanidade, volta a apresentar-se também de forma especial no Ano da Misericórdia, que o Papa vai inaugurar no próximo dia 8, Solenidade da Imaculada Conceição. Apressemos o passo nestes últimos dias, para que a abertura do Porta Santa, símbolo da indulgência divina, nos encontre bem preparados para acolher nos nossos corações tantos dons de Deus. Imitemos a devoção e a necessidade com que S. Josemaria, desde muito jovem, se refugiava no amor e na proximidade de Deus com as Suas criaturas.
A Encarnação e o Nascimento de Cristo acendem uma grande luz sobre o destino da humanidade, chamada à união mais íntima com Deus. A instituição da família, em cujo seio o Senhor decidiu nascer, mostra um claro reflexo da íntima comunhão das três Pessoas da Santíssima Trindade na unidade de um só Deus verdadeiro. S. Paulo afirma que toda a família, nos Céus e na Terra, recebe o nome de Deus Pai [2]. A Santíssima Trindade eleva-se como o Modelo sublime da união que deve reinar entre os homens, também em cada família. Para nos facilitar e incentivar a cuidar desta união, decidiu abrir-nos um caminho concreto, com a Sagrada Família de Belém, para nele caminharmos diariamente. Não vos parece admirável a ternura de Deus com os seus filhos? Poderia ter-se revelado de mil maneiras diferentes, mas escolheu aquela que mostra com mais destaque a ternura do Seu Coração. Como diz o livro dos Provérbios, já desde antes da Criação, a Sabedoria divina estava com Ele e era o seu encanto todos os dias, jogando sobre o orbe da Terra, e as minhas delícias eram estar com os filhos dos homens [3].
A luz do nascimento de Jesus traz consigo a força para dissipar as trevas deste nosso mundo que, de tantas formas, luta por se afastar de Deus. Lembra-nos o esplendor anunciado pelo profeta, que nada nem ninguém será capaz de obscurecer: o povo que caminhava nas trevas viu uma grande luz. Aos que habitavam na região de sombras da morte, apareceu uma grande luz [4]. Essa grande luz continua agora a brilhar em toda a sua bondade, mesmo no meio dos trágicos acontecimentos que ocorrem em muitas partes do mundo, como recentemente lamentámos. Ilumina-nos com a mesma clareza diáfana que iluminou a noite em Belém, há dois mil anos. A liturgia da Noite Santa torna-nos esse facto particularmente presente em cada ano, com o Natal, concedendo­‑nos paz e serenidade, mesmo nos momentos que podem parecer mais obscuros. A presença do Senhor no meio do seu povo – pregava o Papa Francisco – cancela o peso da derrota e a tristeza da escravidão e restabelece o júbilo e a alegria.
Também nós, nesta noite abençoada, viemos à casa de Deus, atravessando as trevas que envolvem a Terra, mas guiados pela chama da fé, que ilumina os nossos passos, e animados pela esperança de encontrar a «grande luz». Abrindo o nosso coração, temos, também nós, a possibilidade de contemplar o milagre daquele Menino-Sol que, surgindo do alto, ilumina o horizonte [5].

[1]. S. Josemaria, Carta 14-II-1974, n. 2.
[2]. Ef 3, 15.
[3]. Pr 8, 30-3l.
[4]. Is 9, 1.
[5]. Papa Francisco, Homilia, 24-XII-2014.

(D. Javier Echevarría na carta do mês de dezembro de 2015)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

Deus é exigente…

... mas infinitamente misericordioso e ama-nos mais do que nós na nossa pequena dimensão terrena conseguimos imaginar, ainda assim, se Lhe remetermos todas as graças que nos concede, poderemos vislumbrar uma ínfima parte da Sua bondade e generosidade, tudo quanto Lhe oferecermos e dedicarmos será sempre pouco, mas Ele, apesar disso, compreende as nossas fraquezas e debilidades e continua a amar-nos.

JPR

Não vos contenteis com uma religiosidade externa. Deus não Se contenta com um povo que O venera com os lábios. Ele quer o coração e, em troca, dá-nos a sua graça, desde que não nos afastemos ou separemos d’Ele

(Bento XVI - Discurso aos Bispos da Áustria em visita ‘ad limina’ – 02/XI/2005)

São Francisco Xavier †1552

Francisco nasceu no castelo de Xavier, na Espanha, a 7 de Abril de 1506, e sofreu com a guerra, onde aprendeu a nobreza e a valentia; com 18 anos foi para Paris estudar, tornando-se doutor e professor.

Vaidoso e ambicioso, buscava a glória de si até conhecer Inácio de Loyola, com quem fez amizade, e que sempre repetia ao novo amigo: “Francisco, que adianta o homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua alma?” Com o tempo, e intercessão de Inácio, o coração de Francisco foi cedendo ao amor de Jesus, até que entrou no verdadeiro processo de conversão. E tornou-se com Santo Inácio co-fundador da Companhia de Jesus.

A Igreja, que na sua essência é missionaria, teve no século XV e XVI um grande impulso do Espírito Santo para evangelizar a América e o Oriente. Já como padre, e empenhado no caminho da santidade, São Francisco Xavier foi designado por Inácio a ir em missão para o Oriente. Na Índia, fez frutuoso trabalho de evangelização que abrangeu todas as classes e idades; ao avançar para o Japão, submeteu-se a aprender a língua e os seus costumes, a fim de anunciar Cristo Vivo e Ressuscitado. Foi de tal modo o seu zelo missionário, que ficou conhecido como o “S. Paulo do Oriente”. Veio a falecer a caminho da China que sonhava evangelizar. Entrou no Céu com quarenta e seis anos de idade, com dez anos de apostolado, e tornou-se o Patrono Universal das Missões ao lado de Santa Teresinha.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)