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domingo, 28 de setembro de 2014
No Angelus o Papa convida fiéis a rezar pelo Sínodo e recorda o Beato Álvaro del Portillo
Antes da conclusão da Missa o Santo Padre introduziu a oração mariana do Angelus com uma saudação a todos os peregrinos presentes na Praça de S. Pedro, e especialmente os idosos, vindos de muitos Países.
O Papa dirigiu igualmente uma cordial saudação aos participantes na conferência- peregrinação "Cantar a Fé", organizada por ocasião do trigésimo aniversário do coro da diocese de Roma, tendo-lhes agradecido pela presença e por terem animado com o canto a celebração, juntamente com a Capela Sistina, dando-lhes em seguida esta recomendação:
Continuai a realizar com alegria e generosidade o serviço litúrgico nas vossas comunidades!
Em seguida o Papa recordou o Bispo Álvaro del Portillo, proclamado Beato ontem em Madrid, tendo manifestado o desejo que o seu testemunho cristão e sacerdotal possa suscitar em muitos o desejo de aderir sempre mais a Cristo e ao Evangelho.
A propósito da Assembleia Sinodal que inicia no próximo domingo, subordinada ao tema da família, o Papa dirigiu aos fiéis o seguinte convite:
Convido a todos, indivíduos e comunidades, a rezar por este importante evento e confio esta intenção à intercessão de Maria, Salus Populi Romani.
E por último, o Papa convidou aos presentes a rezar juntos o Angelus, dizendo:
Com esta oração invoquemos a protecção de Maria pelos idosos do mundo inteiro, de modo particular por aqueles que vivem em situações de maiores dificuldades.
E como habitualmente o Papa Francisco concluiu com a sua bênção, desejando a todos bom domingo e bom almoço.
Homilia do Santo Padre na Missa com os idosos e avós na Praça de São Pedro
O Evangelho que acabamos de ouvir é acolhido hoje por nós como o Evangelho do encontro entre os jovens e os idosos: um encontro cheio de alegria, cheio de fé e cheio de esperança. Maria é jovem, muito jovem. Isabel é idosa, mas manifestou-se nela a misericórdia de Deus e há seis meses que ela e o marido Zacarias estão à espera de um filho.
Maria, também nesta circunstância, nos indica o caminho: ir encontrar a parente Isabel, estar com ela naturalmente para a ajudar mas também e sobretudo para aprender dela, que é idosa, a sabedoria da vida. A primeira Leitura faz ecoar, através de várias expressões, o quarto mandamento: «Honra o teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias sobre a terra que o Senhor, teu Deus, te dá» (Ex 20, 12). Não há futuro para um povo sem este encontro entre as gerações, sem os filhos receberem, com gratidão, das mãos dos pais o testemunho da vida. E, dentro desta gratidão a quem te transmitiu a vida, entra também a gratidão ao Pai que está nos céus.
Às vezes há gerações de jovens que, por complexas razões históricas e culturais, vivem de forma mais intensa a necessidade de se tornar autónomos dos pais, a necessidade quase de «libertar-se» do legado da geração anterior. Parece um momento de adolescência rebelde. Mas, se depois não se recupera o encontro, se não se volta a encontrar um equilíbrio novo, fecundo entre as gerações, o resultado é um grave empobrecimento para o povo, e a liberdade que prevalece na sociedade é uma liberdade falsa, que se transforma quase sempre em autoritarismo. Chega-nos esta mesma mensagem da exortação que o apóstolo Paulo dirige a Timóteo e, através dele, à comunidade cristã. Jesus não aboliu a lei da família e da passagem entre gerações, mas levou-a à perfeição. O Senhor formou uma nova família, na qual prevalece, sobre os laços de sangue, a relação com Ele e o cumprimento da vontade de Deus Pai. Mas o amor por Jesus e pelo Pai leva à perfeição o amor pelos pais, pelos irmãos, pelos avós, renova as relações familiares com a seiva do Evangelho e do Espírito Santo. E, assim, São Paulo recomenda a Timóteo – que é Pastor e, consequentemente, pai da comunidade – que tenha respeito pelos idosos e os familiares e exorta a fazê-lo com atitude filial: o idoso «como se fosse teu pai», «as mulheres idosas como se fossem mães» (cf. 1 Tim 5, 1). O chefe da comunidade não está dispensado desta vontade de Deus; antes, a caridade de Cristo impele a fazê-lo com um amor maior. Como fez a Virgem Maria, que, apesar de Se ter tornado a Mãe do Messias, sente-Se impelida pelo amor de Deus, que n’Ela Se está fazendo carne, a ir sem demora ter com a sua parente idosa.
E, deste modo, voltamos a este «ícone» cheio de alegria e de esperança, cheio de fé, cheio de caridade. Podemos pensar que a Virgem Maria, quando Se encontrava em casa de Isabel, terá ouvido esta e o marido Zacarias rezarem com as palavras do Salmo Responsorial de hoje: «Tu és a minha esperança, ó Senhor Deus, e a minha confiança desde a juventude. (…) Não me rejeites no tempo da velhice, não me abandones, quando já não tiver forças. (…) Agora, na velhice e de cabelos brancos, não me abandones, ó Deus, para que anuncie a esta geração o teu poder, e às gerações futuras, a tua força» (Sal 71/70, 5.9.18). A jovem Maria ouvia e guardava tudo no seu coração. A sabedoria de Isabel e Zacarias enriqueceu o seu espírito jovem; não eram especialistas de maternidade e paternidade, porque para eles também era a primeira gravidez, mas eram especialistas da fé, especialistas de Deus, especialistas da esperança que vem d’Ele: é disto que o mundo tem necessidade, em todo o tempo. Maria soube ouvir aqueles pais idosos e cheios de enlevo, aprendeu com a sabedoria deles, e esta revelou-se preciosa para Ela, no seu caminho de mulher, de esposa, de mãe. Assim, a Virgem Maria indica-nos o caminho: o caminho do encontro entre os jovens e os idosos. O futuro de um povo supõe necessariamente este encontro: os jovens dão a força para fazer caminhar o povo e os idosos revigoram esta força com a memória e a sabedoria popular.
Um homem absolutamente normal
Na mesma altura em que o Papa Francisco decidiu canonizar os Papas João XXIII e João Paulo II, decidiu a beatificação de D. Álvaro del Portillo, o anterior Prelado do Opus Dei. A beatificação ficou marcada para ontem, sábado 27 de Setembro. No momento em que escrevo, centenas de milhares de pessoas, de muitos países, anunciaram a sua participação e esperam-se ainda mais, que vão aparecer – como é normal nestas ocasiões – sem prevenir ninguém.
Álvaro del Portillo foi uma pessoa absolutamente normal, que viveu em circunstâncias únicas, como cada ser humano, com qualidades e traços de personalidade únicos, como todos os seres humanos, mas absolutamente normal. Cada um de nós tem umas impressões digitais irrepetíveis e hoje sabemos que as marcas dos olhos são ainda mais identificativas e que o DNA das células não deixa quaisquer dúvidas. Mas, antes disso, já sabíamos que, da ponta dos cabelos às manias do carácter, não há dois seres humanos iguais. Se multiplicarmos essa variedade pelas peripécias da história individual, compreendemos que a espécie humana é uma colecção de obras-primas. Nenhum de nós é uma cópia. Dito isto, podemos acrescentar que D. Álvaro foi o protótipo de uma pessoa absolutamente normal. Calma, serena, muito acessível, encantadoramente normal.
Cresceu numa família unida, de 8 filhos. Sentiram dificuldades económicas, como acontece com muitas famílias numerosas, mas não perderam tempo com dramatismos. Também isso é uma reacção típica das famílias numerosas. Foi um aluno excelente, coisa absolutamente normal, porque em todas as turmas alguém tem de ser o melhor aluno.
Fez engenharia civil, que na época era um dos cursos mais exigentes. Antes ainda, completou os estudos politécnicos de engenharia civil, para poder começar a trabalhar mais cedo, porque a situação da família não estava fácil.
Trabalhou, fez o curso e arranjou tempo para se empenhar em actividades sociais num bairro pobre. Foi um aluno notável, porque gostava de engenharia e tinha uma inteligência privilegiada.
Aos 22 anos, conheceu o Opus Dei e descobriu, por uma graça nítida de Deus, a sua vocação. Corria o ano de 1935. Pouco depois, desencadeia-se a perseguição aos católicos em Espanha e a Guerra Civil, em 1936. O pai é preso, com a acusação de ser católico (o que era verdade e ele não queria negar). Vários amigos e conhecidos foram presos e mortos pela mesma razão. Ele próprio também foi preso, mas salvou-se de modo imprevisto. Na clandestinidade, Álvaro aprendeu japonês e outras línguas, para poder levar a mensagem do Opus Dei ao Japão e a outros países.
Quando acaba a Guerra Civil espanhola, começa a Guerra Mundial e os sonhos de viajar atrasam-se. Além disso, o Opus Dei precisava de padres e Álvaro e alguns outros fazem os estudos correspondentes para serem ordenados, o que aconteceu em 1944, ainda durante a Guerra Mundial.
O Arcebispo de Madrid, que conhecia muito bem Álvaro e o admirava, comentou-lhe, antes da ordenação: «Hoje, és uma pessoa notável na sociedade, um engenheiro, cheio de prestígio e de estatuto! Mas amanhã passas a ser um simples padre...». Ele respondeu: «Senhor Bispo, há vários anos que eu entreguei o prestígio e o estatuto a Jesus Cristo». O Arcebispo, que contou esta e outras conversas com Álvaro del Portillo, ficou comovido.
Ao Arcebispo e a todos surpreendia a maturidade espiritual de Álvaro, desde o princípio, apesar de a dispersão da Guerra Civil tornar difícil a formação. Álvaro percebeu imediatamente, que o espírito do Opus Dei era um dom do Espírito Santo à Igreja e não uma ideia feliz do Fundador.
Também chama a atenção a sua capacidade de perdoar. De perdoar aquela gente enlouquecida pelo ódio, que matava cristãos como quem mata baratas. Mais tarde, aqueles que não percebiam a novidade evangélica do espírito do Opus Dei e se achavam no dever de organizar calúnias.
A vida de D. Álvaro passou-se quase toda em Roma. O Fundador encarregou-o de explicar o Opus Dei ao Papa (na altura Pio XII), que o admirou muito. Nessa mesma viagem conheceu Mons. Montini, que viria a ser o Papa Paulo VI. João XXIII nomeou-o para cargos importantes no Concílio Vaticano II. Em 1975, D. Álvaro foi eleito para suceder ao Fundador como Presidente Geral do Opus Dei. Acabou por ficar em Roma toda a vida.
É conhecida a estima que tinham por ele Paulo VI e depois João Paulo I e João Paulo II, que o nomeou Prelado do Opus Dei, quando erigiu a Obra em Prelatura Pessoal, e depois o ordenou Bispo.
O processo de beatificação e canonização de D. Álvaro começou no final do pontificado de João Paulo II mas as principais etapas decorreram já com Bento XVI. Pouco depois de ser eleito, o Papa Francisco decidiu a beatificação, para que fosse difundido «o seu exemplo precioso de vida». Para que, diz também o Papa Francisco, nós todos «imitássemos a sua vida humilde, feliz, escondida, silenciosa, e também o seu testemunho decidido da perene novidade do Evangelho».
Dou muitas graças a Deus porque conheci pessoalmente e falei bastantes vezes com este homem que foi beatificado ontem, modelo extraordinário de normalidade. Uma pessoa de uma profundíssima vida de oração e de uma confiança total em Deus.
José Maria C. S. André
Bom Domingo do Senhor!
Mesmo que num primeiro momento Lhe tenhamos dito que não, como fez o primeiro filho do Evangelho de hoje (Mt 21, 28-32), tenhamos a humildade como ele de reconhecer a nossa falta de amor filial e demos seguimento aos Seus pedidos, porque vindos Dele são certamente para nosso bem, mesmo que momentaneamente não o consigamos perceber.
Louvado seja Deus Nosso Senhor e nosso Pai!
Sofrimento humano e mistério da cruz
Costumamos pensar no sofrimento como algo que deve ser evitado a todo o custo, E não há nada que irrite mais determinadas sociedades do que a ideia cristã de que se deveria suportar a dor e o sofrimento, e mesmo entregar-se a eles, a fim de superá-los. Sofrer, dizia João Paulo II, é parte do mistério de ser homem. Por que é assim?
Hoje, o que se pretende é eliminar o sofrimento da face da terra. Para o indivíduo, isso significa evitar a todo o custo a dor. No entanto, precisamos enxergar também que é precisamente dessa forma que o mundo se torna muito duro e muito frio. A dor é parte do ser humano.
Quem quisesse realmente livrar-se do sofrimento, antes de mais nada teria que livrar-se do amor; não há amor sem sofrimento, pois o amor sempre exige certa dose de sacrifício: diante das diferenças de temperamento e dos dramas humanos, sempre trará consigo renúncia e dor.
Quando sabemos que o caminho do amor - esse êxodo, esse sair de si mesmo - é o verdadeiro caminho pelo qual o homem se torna humano, compreendemos também que o sofrimento é o processo pelo qual amadurecemos. Quem aceita interiormente o sofrimento torna-se mais maduro e mais compreensivo com as fraquezas dos outros: mais humano. Quem evita com pertinácia o sofrimento não é capaz de entender os outros: torna-se duro e egoísta. O próprio amor é uma paixão, isto é, algo que acontece connosco. No amor, a primeira experiência é uma alegria, um sentimento geral de alegria; mas, por outro lado, vejo-me arrancado à minha confortável tranquilidade em tenho que deixar-me reformular.
Se compreendermos que o sofrimento é o "lado de dentro" do amor, entenderemos também como é importante aprender a sofrer - e veremos por que, em sentido inverso, a fuga de todo o sofrimento torna a pessoa incapaz de lidar com a vida: cairia num estado de vazio existencial, que só pode estar associado à amargura, à rejeição, e já não permite nenhuma aceitação interior nem nenhum progresso na direção da maturidade.
(Cardeal Joseph Ratzinger in ‘Dios y el mundo’)
OBRIGADO JESUS, OBRIGADO!
Lentamente
deixo que o coração se abra
e o teu Nome tome conta dele.
Que bom ter no coração impresso,
o teu Nome,
Jesus.
Alcança-me a tua Cruz
e eu deixo-me tomar por Ela.
É Santa a tua Cruz,
Jesus,
e é n’Ela que Te encontro
em cada momento de dor,
e é por Ela e n’Ela
que em cada um desses momentos
Tu de “desfazes” em amor.
Nasces para chegar à Cruz,
Jesus,
porque na Cruz,
nos fazes nascer de novo,
na vida que vem do Alto,
e que nunca mais tem fim,
nasces para todos,
e até nasces para mim!
Lentamente
deixo que o coração se abra,
e em cada momento rezado,
a minha oração é assim:
obrigado Jesus, obrigado!
Marinha Grande, 20 de Dezembro de 2013
Joaquim Mexia Alves
deixo que o coração se abra
e o teu Nome tome conta dele.
Que bom ter no coração impresso,
o teu Nome,
Jesus.
Alcança-me a tua Cruz
e eu deixo-me tomar por Ela.
É Santa a tua Cruz,
Jesus,
e é n’Ela que Te encontro
em cada momento de dor,
e é por Ela e n’Ela
que em cada um desses momentos
Tu de “desfazes” em amor.
Nasces para chegar à Cruz,
Jesus,
porque na Cruz,
nos fazes nascer de novo,
na vida que vem do Alto,
e que nunca mais tem fim,
nasces para todos,
e até nasces para mim!
Lentamente
deixo que o coração se abra,
e em cada momento rezado,
a minha oração é assim:
obrigado Jesus, obrigado!
Marinha Grande, 20 de Dezembro de 2013
Joaquim Mexia Alves
«Os cobradores de impostos e as meretrizes vão preceder-vos no Reino de Deus»
São Clemente de Alexandria (150-c. 215), teólogo
Homilia «Que rico será salvo?», 39-40
Homilia «Que rico será salvo?», 39-40
As portas estão abertas a todo aquele que, em sinceridade e de todo o coração, se voltar para Deus, e é com alegria que o Pai recebe um filho verdadeiramente arrependido. Qual é o sinal do arrependimento verdadeiro? Não voltar a cair em velhos erros e arrancar do coração, pela raiz, os pecados que nos punham em perigo de morte; quando estes estiverem apagados, Deus virá habitar-nos. Porque, como diz a Escritura, um pecador que se converte e se arrepende dará ao Pai e aos anjos do céu uma imensa e incomparável alegria (Lc 15,10). Foi por isso que o Senhor disse: «Eu quero a misericórdia e não os sacrifícios» (Os 6, 6; Mt 9,13); «Não tenho prazer na morte do ímpio, mas sim na sua conversão» (Ez 33,11); «Mesmo que os vossos pecados sejam como escarlate, tornar-se-ão brancos como a neve. Mesmo que sejam vermelhos como a púrpura, ficarão brancos como a lã» (Is 1, 18).
Só Deus, de facto, pode remir os pecados e não imputar erros, ainda que o Senhor Jesus nos exorte a perdoar, em cada dia, aos irmãos que se arrependem. E se nós, que somos maus, sabemos dar coisas boas aos outros (Mt 7,11), quanto não será capaz de dar «o Pai das misericórdias» (2Cor 1,3)? O Pai de toda a consolação, que é bom, cheio de compaixão, de misericórdia e de paciência por natureza, espera os que se convertem. E a verdadeira conversão supõe que deixemos de pecar e que não olhemos mais para trás […]. Lamentemos amargamente, pois, os erros cometidos e peçamos ao Pai que os esqueça. Ele pode, na sua misericórdia, desfazer o que foi feito e, com o orvalho do Espírito, apagar as nossas faltas passadas.
Só Deus, de facto, pode remir os pecados e não imputar erros, ainda que o Senhor Jesus nos exorte a perdoar, em cada dia, aos irmãos que se arrependem. E se nós, que somos maus, sabemos dar coisas boas aos outros (Mt 7,11), quanto não será capaz de dar «o Pai das misericórdias» (2Cor 1,3)? O Pai de toda a consolação, que é bom, cheio de compaixão, de misericórdia e de paciência por natureza, espera os que se convertem. E a verdadeira conversão supõe que deixemos de pecar e que não olhemos mais para trás […]. Lamentemos amargamente, pois, os erros cometidos e peçamos ao Pai que os esqueça. Ele pode, na sua misericórdia, desfazer o que foi feito e, com o orvalho do Espírito, apagar as nossas faltas passadas.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
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