Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Conta-lhe tudo o que te acontece, honra-a

Deves ter uma intensa devoção à nossa Mãe. Ela sabe corresponder com finura aos obséquios que Lhe fizermos. Além disso, se rezares o Terço todos os dias com espírito de fé e de amor, Nossa Senhora encarregar-se-á de te levar muito longe pelo caminho do seu Filho. (Sulco, 691)

Quanto cresceriam em nós as virtudes sobrenaturais se conseguíssemos verdadeira devoção a Maria, que é Nossa Mãe! Não nos importemos de lhe repetir durante todo o dia - com o coração, sem necessidade de palavras - pequenas orações, jaculatórias. A devoção cristã reuniu muitos desses elogios carinhosos na Ladainha que acompanha o Santo Rosário. Mas cada um de nós tem a liberdade de os aumentar, dirigindo-lhe novos louvores, dizendo-lhe o que - por um santo pudor que Ela entende e aprova - não nos atreveríamos a pronunciar em voz alta.
Aconselho-te (...) que faças, se o não fizeste ainda, a tua experiência particular do amor materno de Maria. Não basta saber que Ela é Mãe, considerá-la deste modo, falar assim d'Ela. É tua Mãe e tu és seu filho; quer-te como se fosses o seu único filho neste mundo. Trata-a de acordo com isso: conta-lhe tudo o que te acontece, honra-a, ama-a. Ninguém o fará por ti, tão bem como tu, se tu não o fizeres. (Amigos de Deus, 293)
São Josemaria Escrivá

MISTÉRIOS DO EVANGELHO Quinto Mistério

Escolha do Colégio apostólico ou dos Doze

“Impressiona a simplicidade de algo tão transcendente com é o chamamento dos quatro primeiros Apóstolos. Não há um discurso, uma explicação o traçar de um plano de acção. O Senhor, que sabe tudo, sabia que a resposta seria pronta, imediata, completa total. Há com certeza algum conhecimento prévio da pessoa de Jesus, os quatro irmãos deveriam ter falado disso com detalhe, mas, não obstante, estariam longe de supor que este convite inopinado lhes seria feito.
As pessoas simples, de espírito aberto e coração puro, abraçam sem titubear os convites que reconhecem instantaneamente como sendo algo radical que mudará as suas vidas para sempre porque, também de imediato, reconhecem em Quem os convida, uma autoridade e grandeza a que não podem resistir. Não “jogam, portanto, no escuro”, mas com a certeza e confiança que estão fazendo o que de facto lhes convém.” (ama, comentário sobre Mt 4, 18) Depois seguir-se-ão mais “convites”, mais “escolhas” até completar o que poderíamos chamar: os Doze do Colégio Apostólico.
Doze!
Porquê doze? Não eram doze as Tribos de Israel? Pois Jesus Cristo tem uma intenção que revelará mais tarde: "Sentar-vos eis em doze tronos para julgar as Doze Tribos de Israel". (Cfr. Mt 19, 28)
Mas, pergunto: Não deveria ter escolhido gente competente, ilustrada, culta que desse melhores "garantias" de sucesso na missão? Seria, talvez, o nosso critério. Mas, os "critérios" de Jesus, sendo humanos são, também, divinos e são estes que prevalecem. E, como não podia deixar de ser, a escolha é acertadissima. 
Dos Doze, apenas um se revelou indigno da "escolha", o que O veio a trair. Não compreendemos este aparente "engano" do Senhor. Nem nos compete julgar ou, sequer, avaliar o aparente "fracasso". Um dia «tudo será revelado». (Cfr. Jo 6, 64)
São gente comum, anónima, sem proeminência. ‘Não valiam absolutamente nada no seu tempo; não eram ricos, nem cultos, nem heróis do ponto de vista humano. Jesus lança sobre os ombros deste punhado de discípulos uma tarefa imensa, divina’. (Cfr. São Josemaria, Amar a Igreja 12)
‘A humanidade inteira deve a Pedro e aos outros seus companheiros, saber quem é Jesus e, sabendo-o, ter a oportunidade através dos Evangelhos, de chegar a conhecê-Lo intimamente. Conhecer Jesus Cristo é conhecer Deus Uno e Trino, Criador e Senhor de toda a criação. Sem estes homens, simples, um pouco rudes, cheios de defeitos e debilidades mas sentindo um amor incomensurável pelo Mestre por Quem a maior parte deu a própria vida, não teríamos essa ventura. E devemos, todos, estar-lhes muito gratos e, como são pessoas comuns como nós, imitá-los em tudo mas, sobretudo, nesse Amor com A grande por Nosso Senhor Jesus Cristo.’ (ama, comentário sobre Mt 16, 13-20)
Os Apóstolos, homens correntes.
‘A mim, anima-me muito considerar um precedente, narrado passo a passo, nas páginas do Evangelho: a vocação dos primeiros doze. Vamos meditá-la devagar, pedindo a essas santas testemunhas do Senhor que saibamos seguir Cristo como eles o fizeram. Aqueles primeiros doze apóstolos - a quem tenho grande devoção e carinho - eram, segundo os critérios humanos, bem pouca coisa. Quanto à posição social, com excepção de Mateus - que com certeza ganhava bem a vida e deixou tudo quando Jesus lhe pediu - eram pescadores; viviam do dia-a-dia, trabalhando até de noite para poderem alcançar o seu sustento. Mas a posição social é o de menos. Não eram cultos, nem sequer muito inteligentes, pelo menos no que diz respeito às realidades sobrenaturais. Até os exemplos e as comparações mais simples lhes eram incompreensíveis e pediam ao Mestre: «Domine, edissere nobis parabolam», Senhor, explica-nos a parábola. Quando Jesus, com uma imagem, alude ao fermento dos fariseus, supõem que os está a recriminar por não terem comprado pão. Pobres, ignorantes. E nem sequer eram simples, humildes. Dentro das suas limitações, eram ambiciosos. Muitas vezes discutem sobre quem seria o maior, quando - segundo a sua mentalidade - Cristo instaurasse na terra o reino definitivo de Israel. Discutem e excitam-se até naquela hora sublime em que Jesus está prestes a imolar-se pela humanidade, na intimidade do Cenáculo. Fé? Pouca. O próprio Jesus Cristo o diz. Viram ressuscitar mortos, curar todo o tipo de doenças, multiplicar o pão e os peixes, acalmar tempestades, expulsar demónios. Pois S. Pedro, escolhido como cabeça, é o único que sabe responder com prontidão: Tu és o Cristo, Filho de Deus vivo. Mas é uma fé que ele interpreta à sua maneira; por isso atreve-se a enfrentar Jesus Cristo, a fim de que Ele não se entregue pela redenção dos homens. E Jesus tem de responder-lhe: Retira-te de mim, Satanás; tu serves-me de escândalo, porque não tens a sabedoria das coisas de Deus mas das coisas dos homens. Pedro raciocinava humanamente, comenta S. João Crisóstomo, e concluía que tudo aquilo (a Paixão e a Morte) era indigno de Cristo, reprovável. Por isso Jesus repreende-o e diz-lhe: não, sofrer não é coisa indigna de Mim; tu pensas assim porque raciocinas com ideias carnais, humanas. Em que sobressaem então aqueles homens de pouca fé? Talvez no amor a Cristo? Sem dúvida que O amavam, pelo menos de palavra. Chegam até a deixar-se arrebatar pelo entusiasmo: Vamos nós também e morramos com Ele. Mas à hora da verdade, todos hão-de fugir, excepto João, que O amava com obras e de verdade. Só este adolescente, o mais jovem dos Apóstolos, permanece junto da cruz. Os outros não sentiam esse amor tão forte como a morte. Eram estes os discípulos escolhidos pelo Senhor; assim os escolhe Cristo; assim se comportavam antes de, cheios do Espírito Santo, se tornassem colunas da Igreja. São homens correntes, com defeitos, com debilidades, com palavras maiores do que as suas obras. E, contudo, Jesus chama-os para fazer deles pescadores de homens, corredentores, administradores da graça de Deus. (Cfr. São Josemaria, Cristo que Passa, 2)

(AMA, 2019)

Uma profecia de São João Paulo II

A Igreja do terceiro milénio tem o dever de conter esta nova invasão muçulmana. Não com as armas, mas com a fé vivida integralmente.

Quando o jovem sacerdote Karol Wojtyla foi chamado à nunciatura, para que lhe fosse comunicada a sua nomeação episcopal, fez uma pergunta inédita ao núncio:

– Um bispo pode fazer esqui?

O representante diplomático do Papa ficou surpreendido com a questão, que nunca até então lhe tinha sido feita por nenhum outro candidato ao episcopado. Mas não lhe faltou presença de espírito quando respondeu ao futuro São João Paulo II:

– É a primeira vez que alguém me faz esta pergunta, mas uma coisa posso-lhe assegurar: um bispo não pode fazer mal esqui!

A verdade é que Karol Wojtyla veio a ser um óptimo bispo esquiador, um excelente cardeal esquiador e, até, um santo papa esquiador!

Eleito vigário de Cristo com 58 anos e uma óptima saúde, João Paulo II procurava, quando as suas obrigações lho permitiam, fazer uma escapadela para praticar esqui numa estância não muito longe de Roma, perto de Áquila. Para o efeito, costumava pernoitar na sede de verão do seminário internacional da prelatura do Opus Dei, que era posta à sua disposição para esse efeito. Aí, sem outras presenças que não fossem os membros da sua reduzida comitiva, bem como o pessoal que assegurava o serviço doméstico e cuja descrição era absoluta, João Paulo II podia descansar e esquiar à vontade, sem ser importunado pelos ‘paparazzi’, nem pelo fervor dos fiéis.

Um jovem economista italiano, Mauro Longhi, também esquiador, acompanhou São João Paulo II nessas excursões, que aconteceram quatro ou cinco vezes por ano, de 1985 até 1995. Mais tarde, foi ordenado sacerdote e nomeado membro da congregação vaticana para o clero. Actualmente exerce o ministério sacerdotal no norte de Itália.

Foi a propósito da última festa litúrgica de São João Paulo II que Monsenhor Longhi proferiu uma conferência sobre Karol Wojtyla, no ‘Eremo dei Santi Pietro e Paolo’, em Bienno, no norte de Itália. Nessa ocasião, revelou uma surpreendente profecia de São João Paulo II, que lhe foi referida pelo próprio, durante uma pausa de uma dessas excursões: “Vejo a Igreja do terceiro milénio afligida para uma praga mortal. Chama-se Islão. Invadirão a Europa”.

Esta impressionante confidência do Papa que veio do Leste teve lugar em Março de 1993, quando nada fazia ainda prever a avalanche de muçulmanos que, entretanto, entraram na Europa, tendo já uma presença dominante em muitas cidades e regiões do Ocidente. Não é por acaso que Maomé foi, entre os recém-nascidos em Bruxelas, o nome masculino mais vezes registado no ano transacto.

Ainda a propósito desta visão, Mons. Longhi disse que, nessa ocasião, o último Papa a ser canonizado, afirmou: “Invadirão a Europa, a Europa será arruinada, uma sombra do que foi outrora. Vocês, Igreja do terceiro milénio, têm o dever de conter esta invasão. Mas não com as armas, que não serão suficientes, mas com a fé vivida integralmente.”

Não é novidade para ninguém que São João Paulo II era um místico. Desde jovem sacerdote, foi protagonista de fenómenos extraordinários, que eram apenas do conhecimento de poucas pessoas. Uma delas era um seu compatriota e grande amigo, o cardeal Andrzej Maria Deskur que, em conversa com Mons. Longhi, disse que São João Paulo II falava com Jesus e via também o rosto de sua Mãe, Maria. Segundo a mesma fonte, essa graça foi-lhe concedida na sua primeira Missa, no dia 2 de Novembro de 1946, quando o recém-ordenado Padre Karol Wojtyla celebrou a Eucaristia, em sufrágio pela alma de seu pai, na cripta de São Leonardo, na catedral de Wawel, em Cracóvia, a diocese de que era arcebispo e cardeal quando foi eleito bispo de Roma.

Mons. Longhi também foi testemunha de algumas graças especiais concedidas a São João Paulo II, durante as suas breves estadias na modesta casa em que se alojava sempre que ia esquiar: às vezes ficava, “ajoelhado, horas a fio, num desconfortável banco de madeira, em frente ao sacrário” da capela. Nalguma ocasião, Longhi surpreendeu-o de noite, falando em voz alta com Jesus e com Nossa Senhora.

São João Paulo II, não obstante o seu inicial vigor físico, perdeu depois muitas das suas faculdades motoras, embora tenha mantido até ao fim uma extraordinária lucidez. Numa ocasião em que a sua mão tremia – era já um sintoma da doença de Parkinson – disse, resignado:

– Meu caro Mauro, é a velhice!

Longhi, tirando importância à tremura, quis ser simpático com João Paulo II:

– Não, Santo Padre! Vossa Santidade ainda é jovem!

Wojtyla era muito realista e não gostava de ser adulado e, por isso, retorquiu:

– Não é verdade! Se digo que estou velho é porque estou velho!

O Papa Wojtyla era um lutador e um resistente, que fez frente à ditadura comunista no seu país. Foi também o principal artífice da pacífica libertação dos países de Leste, mas não era, de modo nenhum, partidário de guerras santas, nem muito menos de uma nova cruzada contra o Islão. Foi, precisamente, São João Paulo II quem teve a iniciativa de reunir, em Assis, os representantes de todas as religiões, muçulmanos incluídos, para os comprometer com a causa da paz.

São João Paulo II é também o Papa do terceiro segredo de Fátima, que nele se cumpriu, tal como, muitos anos antes, tinha sido dito aos três videntes. Em 1917, Nossa Senhora disse também que “em Portugal, conservar-se-á sempre o dogma da fé”. Se Maria o disse como algo excepcional, que apenas acontecerá no nosso país, é porque no resto da Europa não será assim. Estaria a ‘Senhora mais brilhante do que o Sol’ a aludir à profecia de São João Paulo II, em relação aos outros países europeus?! A história, a seu tempo, o dirá.

Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada in Observador

Ajoelhar-se

Existem ambientes, não pouco influentes, que tentam convencer-nos de que não há necessidade de ajoelhar-se. Dizem que é um gesto que não se adapta à nossa cultura (mas, a qual se adapta então?); que não é conveniente para o homem maduro, que vai ao encontro de Deus e se apresenta erguido. [...] Pode ser que a cultura moderna não compreenda o gesto de ajoelhar-se, na medida em que é uma cultura que se afastou da fé e já não conhece Aquele diante de quem ajoelhar-se é o único gesto adequado, e, mais ainda, um gesto interiormente necessário. Quem aprende a crer também aprende a ajoelhar-se. Uma fé ou uma liturgia que não conhecessem o ato de pôr-se de joelhos  estariam doentes num ponto central.

(Cardeal Joseph Ratzinger em Introdução a ‘El espíritu de Ia liturgia’, cit. por Alfa e Omega, 18.10.2001)