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domingo, 20 de dezembro de 2009
Natal - resposta de Deus ao drama da humanidade em busca da verdadeira paz: Bento XVI, por ocasião do Angelus
Vídeo em espanhol
“O Natal não é uma fábula para meninos. É a resposta de Deus ao drama da humanidade em busca da verdadeira paz”. Na alocução do meio-dia, por ocasião do Angelus, na Praça de São Pedro, com um sol radiante, não obstante o frio gélido, Bento XVI recordou o anúncio do profeta Miqueias proposto pela liturgia deste quarto domingo do Advento. A profecia refere Belém, a cidade de David, como a terra onde terá lugar um misterioso nascimento ligado a um tempo de reconciliação e de paz entre os filhos de Israel.
“Existe um projecto divino que compreende e expõe os tempos e lugares da vinda do filho de Deus no mundo. É um projecto de paz, como anuncia ainda o profeta falando do Messias: ‘Levantar-se-á e apascentará com a força do Senhor, com a majestade do nome do Senhor seu Deus… Ele próprio será a paz!”.
E o Papa prosseguiu detendo-se neste “último aspecto da profecia – o que diz respeito à paz messiânica”, ligada ao simbolismo de Belém.
“Belém é também uma cidade - símbolo da paz, na Terra Santa e no mundo inteiro. Infelizmente, nos nossos dias, Belém não representa uma paz alcançada e estável, mas uma paz arduamente procurada e aguardada”.
Em todo o caso, Deus não se resigna a este estado de coisas:
“Também este ano, em Belém e no mundo inteiro, se renovará na Igreja o mistério do Natal, profecia de paz para cada homem, que empenha os cristãos a inserir-se nos bloqueios, nos dramas, muitas vezes desconhecidos e escondidos, e nos conflitos do contexto em que se vive, com os sentimentos de Jesus, para se tornarem por toda a parte instrumentos e mensageiros de paz, para levar amor onde há ódio, perdão onde há ofensa, alegria onde há tristeza e verdade onde há erro, segundo as belas expressões de uma conhecida oração franciscana”.
“Hoje, como nos tempos de Jesus, o Natal não é uma fábula para meninos, mas a resposta de Deus ao drama da humanidade em busca da verdadeira paz. ‘Ele mesmo será a paz!’ – diz o profeta referindo-se ao Messias. Toca a nós abrir, de par em par, as portas, para O acolher”.
(Fonte: site Radio Vaticana)
S. Josemaría Escrivá nesta data em 1924
Recebe o diaconado na igreja de São Carlos, em Saragoça, das mãos de D. Miguel de los Santos Díaz Gómara. Tem 22 anos.
(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/20-12-5)
(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/20-12-5)
S. Domingos de Silos
São Domingos de Silos nasceu em Canhas, pequena cidade da Rioja, Espanha, no ano 1000. Vivia na mais completa solidão há quase 18 anos, quando resolveu procurar Santo Emiliano e tornou-se noviço. Durante a sua caminhada, restaurou o Mosteiro de Silos que havia sido arruinado pelas guerras árabes. Restaurou também o priorado de Santa Maria de Canãs. Foi nomeado prior do convento de São Millán.
García de Nájera perseguiu São Domingos até que o exilou do Mosteiro de São Millán para Burgos, onde foi recebido por Fernando Magno, rei de Castela e de Aragão. Os historiadores contam também que São Domingos libertou muitos escravos cristãos caídos nas mãos dos mouros. Era muito culto, tendo exercido grande influência política e religiosa, fazendo parte dos homens mais versados em ciências e letras. Foi fundador de uma biblioteca, onde se reuniram numerosos manuscritos em caracteres visigóticos.
São Domingos de Silos morreu no dia 20 de Dezembro de 1073, em Silos.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
García de Nájera perseguiu São Domingos até que o exilou do Mosteiro de São Millán para Burgos, onde foi recebido por Fernando Magno, rei de Castela e de Aragão. Os historiadores contam também que São Domingos libertou muitos escravos cristãos caídos nas mãos dos mouros. Era muito culto, tendo exercido grande influência política e religiosa, fazendo parte dos homens mais versados em ciências e letras. Foi fundador de uma biblioteca, onde se reuniram numerosos manuscritos em caracteres visigóticos.
São Domingos de Silos morreu no dia 20 de Dezembro de 1073, em Silos.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Natal “esterilizado”
Chegámos àquele momento do ano em que os sentimentos de “correcção política” vêm mais à superfície.
Nas empresas, nos lugares públicos, nos cartões de boas festas, as referências natalícias são cada vez menos frequentes. Não porque as pessoas não sejam cristãs ou não se reconheçam na celebração do nascimento de Jesus.
Não: o motivo para a “esterilização” do Natal é que – dizem – tratando-se de uma festa cristã, manifestar a sua origem é uma ofensa aos não cristãos, um atentado contra a liberdade religiosa.
Num país maioritariamente católico, com uma tradição fortemente cristã desde a sua fundação, é de esperar que se encontrem referências à celebração do Natal – também num contexto público. Não é um atentado à liberdade dos não crentes – que não são obrigados a partilhar os sentimentos da maioria – mas sim uma das (muitas) manifestações da cultura do país.
Caso contrário, não será a exibição pública da imagem do Infante D. Henrique ofensiva para quem os Descobrimentos foram um erro na História de Portugal? E as referências públicas à selecção nacional de futebol – que dirão os que pensam que o futebol é o “ópio do povo”?
Precisamos de um pouco mais de bom senso e um pouco menos de “complexo de incorrecção política”.
Uma árvore de Natal ou um presépio num local público não tornam a nação num estado confessional. Pelo contrário, o combate desenfreado a toda a manifestação pública da religião maioritária do país entra na categoria das “purgas estalinistas”: pode ser “politicamente correcto” mas certamente não é correcto.
Luis Cabral – Professor do IESE Business School
(Fonte: ‘Página 1’, grupo Renascença, na sua edição de 18.12.2009)
Nas empresas, nos lugares públicos, nos cartões de boas festas, as referências natalícias são cada vez menos frequentes. Não porque as pessoas não sejam cristãs ou não se reconheçam na celebração do nascimento de Jesus.
Não: o motivo para a “esterilização” do Natal é que – dizem – tratando-se de uma festa cristã, manifestar a sua origem é uma ofensa aos não cristãos, um atentado contra a liberdade religiosa.
Num país maioritariamente católico, com uma tradição fortemente cristã desde a sua fundação, é de esperar que se encontrem referências à celebração do Natal – também num contexto público. Não é um atentado à liberdade dos não crentes – que não são obrigados a partilhar os sentimentos da maioria – mas sim uma das (muitas) manifestações da cultura do país.
Caso contrário, não será a exibição pública da imagem do Infante D. Henrique ofensiva para quem os Descobrimentos foram um erro na História de Portugal? E as referências públicas à selecção nacional de futebol – que dirão os que pensam que o futebol é o “ópio do povo”?
Precisamos de um pouco mais de bom senso e um pouco menos de “complexo de incorrecção política”.
Uma árvore de Natal ou um presépio num local público não tornam a nação num estado confessional. Pelo contrário, o combate desenfreado a toda a manifestação pública da religião maioritária do país entra na categoria das “purgas estalinistas”: pode ser “politicamente correcto” mas certamente não é correcto.
Luis Cabral – Professor do IESE Business School
(Fonte: ‘Página 1’, grupo Renascença, na sua edição de 18.12.2009)
O Nascimento de Jesus
Foi promulgado um édito de César Augusto ,que manda recensear toda a gente. (Lc 2, 1-5). Para isso cada pessoa tem de ir à terra dos seus antepassados. – Como José é da casa e da família de David, vai com a Virgem Maria de Nazaré à cidade chamada Belém, na Judeia. E, quando eles ali se encontravam, completaram-se os dias de ela dar à luz, e teve o seu filho primogénito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoira, por não haver para eles lugar na hospedaria. Na mesma região, havia uns pastores que pernoitavam nos campos e faziam a guarda nocturna do seu rebanho. Apareceu-lhes então o Anjo do Senhor e a glória do Senhor cercou-os de luz, e eles tiveram muito medo. Disse-lhes o Anjo: Não temais, pois vos anuncio uma grande alegria, para todo o povo: nasceu-vos hoje na cidade de David um Salvador que é o Messias Senhor! Isto vos servirá de sinal: encontrareis um Menino envolto em panos e deitado numa manjedoira.
De súbito juntou-se ao Anjo uma multidão dos exércitos celestes, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas alturas, e paz na Terra entre os homens do Seu agrado. (Lc 2, 1-14).
E em Belém nasce o nosso Deus, Jesus Cristo! Não há lugar na pousada; num estábulo. – E sua Mãe envolve-O nos paninhos e reclina-O no presépio (Lc 2, 7).
Frio. – Pobreza. – Sou um escravozinho de José. – Que bom é José! Trata-me como um pai a um filho. – Até me perdoa, se estreito o Menino entre os meus braços, e fico, horas e horas, a dizer-Lhe coisas doces e ardentes!...
E beijo-O – beija-O tu – e bailo com ele e canto para Ele e chamo-lhe Rei, Amor, meu Deus, meu Único, meu Tudo!...Que lindo é o Menino…e que curta a dezena!
S. Josemaría Escrivá - Santo Rosário, 3º Mistério gozoso, O Nascimento de Jesus
«Jesus Christus, Deus Homo, Jesus Cristo, Deus-Homem! Act 2, 11) Eis uma das magnalia Dei, uma das maravilhas de Deus em que temos de meditar e que temos de agradecer a este Senhor que veio trazer a paz na Terra aos homens de boa vontade, a todos os homens que querem unir a sua vontade à Vontade boa de Deus. Não só aos ricos, nem só aos pobres! A todos os homens, a todos os irmãos! Pois irmãos somos todos em Jesus; filhos de Deus, irmãos de Cristo. Sua Mãe é nossa Mãe.
Na terra há apenas uma raça; a raça dos filhos de Deus. Todos devemos falar a mesma língua: a que o nosso Pai que está nos Céus nos ensina; a língua dos diálogos de Jesus com o seu Pai; a língua que se fala com o coração e com a cabeça; a que estais a usar agora na vossa oração. É a língua das almas contemplativas, dos homens espirituais por se terem dado conta da sua filiação divina; uma língua que se manifesta em mil moções da vontade, em luzes vivas do entendimento, em afectos do coração, em decisões de rectidão de vida, de bem-fazer, de alegria, de paz.
É preciso ver o Menino, nosso Amor, no seu berço. Olhar para Ele, sabendo que estamos perante um mistério. Precisamos de aceitar o mistério pela fé, aprofundar o seu conteúdo. Para isso necessitamos das disposições humildes da alma cristã: não pretender reduzir a grandeza de Deus aos nossos pobres conceitos, às nossas explicações humanas, mas compreender que esse mistério, na sua obscuridade, é uma luz que guia a vida dos homens».
S. Josemaría Escrivá - Cristo que passa, 13
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá AQUI)
De súbito juntou-se ao Anjo uma multidão dos exércitos celestes, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas alturas, e paz na Terra entre os homens do Seu agrado. (Lc 2, 1-14).
E em Belém nasce o nosso Deus, Jesus Cristo! Não há lugar na pousada; num estábulo. – E sua Mãe envolve-O nos paninhos e reclina-O no presépio (Lc 2, 7).
Frio. – Pobreza. – Sou um escravozinho de José. – Que bom é José! Trata-me como um pai a um filho. – Até me perdoa, se estreito o Menino entre os meus braços, e fico, horas e horas, a dizer-Lhe coisas doces e ardentes!...
E beijo-O – beija-O tu – e bailo com ele e canto para Ele e chamo-lhe Rei, Amor, meu Deus, meu Único, meu Tudo!...Que lindo é o Menino…e que curta a dezena!
S. Josemaría Escrivá - Santo Rosário, 3º Mistério gozoso, O Nascimento de Jesus
«Jesus Christus, Deus Homo, Jesus Cristo, Deus-Homem! Act 2, 11) Eis uma das magnalia Dei, uma das maravilhas de Deus em que temos de meditar e que temos de agradecer a este Senhor que veio trazer a paz na Terra aos homens de boa vontade, a todos os homens que querem unir a sua vontade à Vontade boa de Deus. Não só aos ricos, nem só aos pobres! A todos os homens, a todos os irmãos! Pois irmãos somos todos em Jesus; filhos de Deus, irmãos de Cristo. Sua Mãe é nossa Mãe.
Na terra há apenas uma raça; a raça dos filhos de Deus. Todos devemos falar a mesma língua: a que o nosso Pai que está nos Céus nos ensina; a língua dos diálogos de Jesus com o seu Pai; a língua que se fala com o coração e com a cabeça; a que estais a usar agora na vossa oração. É a língua das almas contemplativas, dos homens espirituais por se terem dado conta da sua filiação divina; uma língua que se manifesta em mil moções da vontade, em luzes vivas do entendimento, em afectos do coração, em decisões de rectidão de vida, de bem-fazer, de alegria, de paz.
É preciso ver o Menino, nosso Amor, no seu berço. Olhar para Ele, sabendo que estamos perante um mistério. Precisamos de aceitar o mistério pela fé, aprofundar o seu conteúdo. Para isso necessitamos das disposições humildes da alma cristã: não pretender reduzir a grandeza de Deus aos nossos pobres conceitos, às nossas explicações humanas, mas compreender que esse mistério, na sua obscuridade, é uma luz que guia a vida dos homens».
S. Josemaría Escrivá - Cristo que passa, 13
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá AQUI)
A maior beatificação da história da Igreja
Avança a maior beatificação da história: cerca de 900 mártires assassinados durante a perseguição religiosa que teve lugar durante a Guerra Civil espanhola, que teve início em Julho de 1936.
“Bem-aventurados os perseguidos pela causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus", é o que se lê ao se abrir o site www.persecucionreligiosa.es, encarregado da difusão da causa de canonização desses mártires.
O seu postulador, sacerdote Jorge López Teulón do arcebispado de Toledo, explica o processo:
Em 24 de Janeiro de 2005 no Registo da Congregação das Causas dos Santos foram inscritos os nomes do Eustaquio Nieto e de outros 900 possíveis mártires. O padre López Teulón destaca a importância desta causa:
"Começamos em 2000, quando teve lugar aquela celebração tão importante no Coliseu de Roma, de reconhecimento de todos os mártires cristãos. O Papa, anos antes, em 97, pediu que se concluísse a as listas dos mártires, que se buscasse com mais exactidão quantos eram os mártires".
"É a primeira vez na história da Igreja que se faz uma causa como província eclesiástica. (...) Ou seja, que é um grupo muito grande de mártires e presidido por um bispo, o primeiro bispo que foi assassinado na perseguição religiosa no anos de 1936".
(Fonte: H2O News com adaptação de JPR)
Do Natal cristão às festas pagãs nazis
Exposição evocativa em Colónia
A tentativa de despojar o Natal da sua essência cristã para o transformar em mera festa secular não é nova. A propaganda nazi também quis transformar o Natal numa celebração pagã.
"Da mesma maneira que a influência perniciosa dos astrólogos e demais charlatães é reprimida pelo Estado, também é necessário eliminar totalmente as possibilidades de influência da Igreja. Só quando isso tiver sucedido, é que a direcção do Estado terá uma influência completa sobre cada um dos componentes do povo". Assim escreveu em 1942, numa nota oficial, Martin Bormann, secretário de Hitler. Existem bastantes testemunhos de que o nazismo considerou a Igreja católica como um dos seus principais inimigos.
O nacional-socialismo foi, mais que uma ideologia política, uma autêntica religião secular. Não só perseguiu a Igreja (no campo de concentração de Dachau estiveram presos 2.579 padres de 24 países, dos quais 1.034 foram assassinados), mas também quis substituir o cristianismo, que considerava uma "seita do judaísmo", por uma "religião germânica". Por exemplo, nos castelos destinados à formação dos corpos dirigentes do nazismo instalaram "lugares de culto germânico".
Festa do solstício de inverno
Outra das estratégias destinadas a tal política foi apoderar-se do Natal, transformando o Natal cristão num "Natal alemão", "Festa de Yule" ou "Festa do solstício de inverno". Assim o demonstra uma exposição muito documentada, patente na EL-DE-Haus de Colónia, o prédio onde teve a sede (e as suas masmorras) a Gestapo na cidade e que está transformado em museu sobre a perseguição durante o nacional-socialismo.
Depois do capítulo dedicado ao "Natal no Kaiserreich", que se centra particularmente nos Natais durante a Primeira Guerra Mundial, a exposição documenta a tentativa de transformar as festas cristãs numa festa pagã. Por exemplo, a coroa do Advento, que na Alemanha tem grande tradição e simboliza os quatro domingos do Advento, passou a representar as "quatro estações". Além disso, em lugar da coroa clássica de ramos de abeto que serve de apoio às quatro velas, foram impostas "formas alternativas" como a roda do sol ou decorações vikings que simbolizavam a origem germânica; noutros casos foi usada uma base em forma da cruz gamada.
Um caso extremo da introdução de símbolos pagãos é o "Julleuchter". Esse castiçal de barro, decorado com runas germânicas, estava relacionado com a "festa do solstício de inverno". Mesmo tratando-se dum símbolo antigo, o nazismo apoderou-se dele: Heinrich Himmler ordenou a sua produção entre 1935 e 1945 para "prendas de Natal" aos membros das SS. Precisamente, a estreita relação entre este símbolo pagão e a falange de terror do nazismo levou à sua quase destruição depois de 1945. Contudo, na exposição pode ver-se o original "castiçal de Jule" . Surpreendentemente, talvez devido aos esforços actuais para desvirtuar o espírito cristão do Natal, os referidos castiçais tornam a fabricar-se.
Canções de Natal sem sentido cristão
Entre as medidas tomadas pelos nazis para tornar o Natal uma festa pagã - e disso dá testemunho a exposição de Colónia - está a selecção de canções de Natal (vilancicos), e despojados de todo o sentido cristão. Textos como "Hohe Nacht der klaren Sterne" ("Noite sublime de estrelas claras") louvam mais os fenómenos da Natureza que o nascimento do Filho de Deus. Certo é que a representação do presépio não era bem vista pelos nazis, que substituíram o Menino Jesus no presépio por uma " história da criancinha em berço de ouro".
Neste contexto resulta especialmente emotiva uma tosca representação do Presépio feita por um sacerdote em Estalinegrado, onde as tropas alemãs passaram o Natal de 1942 envolvidas no movimento em tenaz do Exército Vermelho. Milagrosamente, esse Presépio consegui ser salvo com os últimos que conseguiram sair de Estalinegrado e pode ver-se na exposição.
Outra decoração para a árvore de Natal
A árvore de Natal estava fortemente enraizada na cultura popular alemã para poder ser proibida; contudo, os nazis esforçaram-se por lhe mudar o significado. Num documento de 1937 pode ler-se: "O símbolo sem o qual não podemos imaginar uma festa de Natal alemã é, sem dúvida a árvore. O pinheiro ou o abeto sempre verdes, decorados com velas, maçãs ou nozes, tornaram-se essenciais nos nossos costumes natalícios. Para nós é tão inimaginável que a festa de Natal tenha um profundo conteúdo relacionado com uma religião aparecida no Oriente como um abeto alemão pode ter alguma coisa a ver com a manjedoura na gruta de Belém" (Friedrich Rehm, 1937).
As estrelas, as figuras com anjinhos e ainda as bolas da árvore eram mal vistas... o que levou um comerciante imaginativo a fabricar bolas com a cruz gamada e outros símbolos "germânicos". Entre os nazis foi muito divulgada como decoração para árvore de Natal a "roda de sol", que se assemelhava à suástica. Em vez do Presépio que as famílias cristãs põem aos pés da árvore de Natal, os nazis introduziram um "jardim de Natal".
A exposição do EL-DE-Haus de Colónia reúne um grande conjunto de testemunhos de como o nazismo tentou apoderar-se das festas de Natal para as substituir pela sua própria ideologia. Um exemplo ilustrativo numa época em que se volta a tentar despojar o Natal do seu sentido cristão.
José M. García Pelegrín
Aceprensa
A tentativa de despojar o Natal da sua essência cristã para o transformar em mera festa secular não é nova. A propaganda nazi também quis transformar o Natal numa celebração pagã.
"Da mesma maneira que a influência perniciosa dos astrólogos e demais charlatães é reprimida pelo Estado, também é necessário eliminar totalmente as possibilidades de influência da Igreja. Só quando isso tiver sucedido, é que a direcção do Estado terá uma influência completa sobre cada um dos componentes do povo". Assim escreveu em 1942, numa nota oficial, Martin Bormann, secretário de Hitler. Existem bastantes testemunhos de que o nazismo considerou a Igreja católica como um dos seus principais inimigos.
O nacional-socialismo foi, mais que uma ideologia política, uma autêntica religião secular. Não só perseguiu a Igreja (no campo de concentração de Dachau estiveram presos 2.579 padres de 24 países, dos quais 1.034 foram assassinados), mas também quis substituir o cristianismo, que considerava uma "seita do judaísmo", por uma "religião germânica". Por exemplo, nos castelos destinados à formação dos corpos dirigentes do nazismo instalaram "lugares de culto germânico".
Festa do solstício de inverno
Outra das estratégias destinadas a tal política foi apoderar-se do Natal, transformando o Natal cristão num "Natal alemão", "Festa de Yule" ou "Festa do solstício de inverno". Assim o demonstra uma exposição muito documentada, patente na EL-DE-Haus de Colónia, o prédio onde teve a sede (e as suas masmorras) a Gestapo na cidade e que está transformado em museu sobre a perseguição durante o nacional-socialismo.
Depois do capítulo dedicado ao "Natal no Kaiserreich", que se centra particularmente nos Natais durante a Primeira Guerra Mundial, a exposição documenta a tentativa de transformar as festas cristãs numa festa pagã. Por exemplo, a coroa do Advento, que na Alemanha tem grande tradição e simboliza os quatro domingos do Advento, passou a representar as "quatro estações". Além disso, em lugar da coroa clássica de ramos de abeto que serve de apoio às quatro velas, foram impostas "formas alternativas" como a roda do sol ou decorações vikings que simbolizavam a origem germânica; noutros casos foi usada uma base em forma da cruz gamada.
Um caso extremo da introdução de símbolos pagãos é o "Julleuchter". Esse castiçal de barro, decorado com runas germânicas, estava relacionado com a "festa do solstício de inverno". Mesmo tratando-se dum símbolo antigo, o nazismo apoderou-se dele: Heinrich Himmler ordenou a sua produção entre 1935 e 1945 para "prendas de Natal" aos membros das SS. Precisamente, a estreita relação entre este símbolo pagão e a falange de terror do nazismo levou à sua quase destruição depois de 1945. Contudo, na exposição pode ver-se o original "castiçal de Jule" . Surpreendentemente, talvez devido aos esforços actuais para desvirtuar o espírito cristão do Natal, os referidos castiçais tornam a fabricar-se.
Canções de Natal sem sentido cristão
Entre as medidas tomadas pelos nazis para tornar o Natal uma festa pagã - e disso dá testemunho a exposição de Colónia - está a selecção de canções de Natal (vilancicos), e despojados de todo o sentido cristão. Textos como "Hohe Nacht der klaren Sterne" ("Noite sublime de estrelas claras") louvam mais os fenómenos da Natureza que o nascimento do Filho de Deus. Certo é que a representação do presépio não era bem vista pelos nazis, que substituíram o Menino Jesus no presépio por uma " história da criancinha em berço de ouro".
Neste contexto resulta especialmente emotiva uma tosca representação do Presépio feita por um sacerdote em Estalinegrado, onde as tropas alemãs passaram o Natal de 1942 envolvidas no movimento em tenaz do Exército Vermelho. Milagrosamente, esse Presépio consegui ser salvo com os últimos que conseguiram sair de Estalinegrado e pode ver-se na exposição.
Outra decoração para a árvore de Natal
A árvore de Natal estava fortemente enraizada na cultura popular alemã para poder ser proibida; contudo, os nazis esforçaram-se por lhe mudar o significado. Num documento de 1937 pode ler-se: "O símbolo sem o qual não podemos imaginar uma festa de Natal alemã é, sem dúvida a árvore. O pinheiro ou o abeto sempre verdes, decorados com velas, maçãs ou nozes, tornaram-se essenciais nos nossos costumes natalícios. Para nós é tão inimaginável que a festa de Natal tenha um profundo conteúdo relacionado com uma religião aparecida no Oriente como um abeto alemão pode ter alguma coisa a ver com a manjedoura na gruta de Belém" (Friedrich Rehm, 1937).
As estrelas, as figuras com anjinhos e ainda as bolas da árvore eram mal vistas... o que levou um comerciante imaginativo a fabricar bolas com a cruz gamada e outros símbolos "germânicos". Entre os nazis foi muito divulgada como decoração para árvore de Natal a "roda de sol", que se assemelhava à suástica. Em vez do Presépio que as famílias cristãs põem aos pés da árvore de Natal, os nazis introduziram um "jardim de Natal".
A exposição do EL-DE-Haus de Colónia reúne um grande conjunto de testemunhos de como o nazismo tentou apoderar-se das festas de Natal para as substituir pela sua própria ideologia. Um exemplo ilustrativo numa época em que se volta a tentar despojar o Natal do seu sentido cristão.
José M. García Pelegrín
Aceprensa
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