Obrigado, Perdão Ajuda-me
domingo, 5 de fevereiro de 2012
A fé na doença
«a Palavra de Deus ensina-nos que há uma atitude decisiva e de fundo para enfrentar a doença: a fé. Repete-o sempre Jesus às pessoas que cura: A tua fé te salvou.»
(Bento XVI no Angelus de hoje dia 05.02.2012)
Amar a Cristo...
A vida é plena de contradições e às vezes o Senhor indica-nos o caminho, que nós cheios de soberba pomos em causa, só a Fé e o muito amor que Lhe temos, leva-nos a cumprir aquilo que será a Sua vontade tal como pronunciamos na oração que Ele nos ensinou «seja feita a Vossa vontade assim na terra como Céu».
JPR
JPR
Imitação de Cristo, 1,3,3
Quanto mais recolhido for cada um e mais simples de coração, tanto mais sublimes coisas entenderá sem esforço, porque do alto recebe a luz da inteligência. O espírito puro, singelo e constante não se distrai no meio de múltiplas ocupações porque faz tudo para honra de Deus, sem buscar em coisa alguma o seu próprio interesse. Que mais te impede e perturba do que os afetos imortificados do teu coração? O homem bom e piedoso ordena primeiro no seu interior as obras exteriores; nem estas o arrasam
aos impulsos de alguma inclinação viciosa, senão que as submete ao arbítrio da reta razão. Que mais rude combate haverá do que procurar vencer-se a si mesmo? E este deveria ser nosso empenho: vencermo-nos a nós mesmos, tornarmo-nos cada dia mais fortes e progredirmos no bem.
aos impulsos de alguma inclinação viciosa, senão que as submete ao arbítrio da reta razão. Que mais rude combate haverá do que procurar vencer-se a si mesmo? E este deveria ser nosso empenho: vencermo-nos a nós mesmos, tornarmo-nos cada dia mais fortes e progredirmos no bem.
Vinde, ó Deus santificador, eterno e omnipotente
Sê alma de Eucaristia! – Se o centro dos teus pensamentos e esperanças está no Sacrário, filho, que abundantes os frutos de santidade e de apostolado! (Forja, 835)
Falava de corrente trinitária de amor pelos homens. E onde poderá alguém aperceber-se melhor dela do que na Missa? Toda a Trindade actua no santo sacrifício do altar. Por isso agrada-me tanto repetir na colecta, na secreta e na oração depois da comunhão aquelas palavras finais: Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, – dirigimo-nos ao Pai – , que conVosco vive e reina na unidade do Espírito Santo, Deus por todos os séculos dos séculos. Ámen.
Na Santa Missa, a oração ao Pai é constante. O sacerdote é um representante do Sacerdote eterno, Jesus Cristo, que é ao mesmo tempo a Vítima. E a acção do Espírito Santo não é menos inefável nem menos certa. Pela virtude do Espírito Santo, escreve S. João Damasceno, dá-se a conversão do pão no Corpo de Cristo.
Esta acção do Espírito Santo exprime-se claramente, quando o sacerdote invoca a bênção divina sobre a oferenda: Vinde, ó Deus santificador, eterno e omnipotente, e abençoai este sacrifício preparado para o vosso santo nome, o holocausto que dará ao Nome santíssimo de Deus a glória que lhe é devida. A santificação, que imploramos, é atribuída ao Paráclito, que o Pai e o Filho nos enviam. Reconhecemos também essa presença activa do Espírito Santo no sacrifício quando dizemos, pouco antes da comunhão: Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, que, por vontade do Pai, com a cooperação do Espírito Santo, com a vossa morte destes a vida ao mundo.... (Cristo que passa, 85)
Ao Angelus, Papa recorda como Jesus combate o Mal e a doença
É a fé no amor de Deus que vence radicalmente o Mal – sublinhou Bento XVI, ao meio-dia, na Praça de São Pedro, comentando o Evangelho deste domingo, que mostra Jesus curando os doentes. “Os quatro Evangelhos concordam em atestar que a libertação de doenças e enfermidades de todo o género constitui, juntamente com a pregação, a principal atividade de Jesus na sua vida pública”.
“De facto – fez notar o Papa – as doenças são um sinal da ação do Mal no mundo e no homem, ao passo que as curas demonstram que o Reino de Deus está próximo. Jesus veio derrotar o Mal pela raiz, e as curas são uma antecipação da sua vitória, alcançada com a sua Morte e Ressurreição”.
A doença é uma condição tipicamente humana, em que fazemos uma forte experiência de não sermos auto-suficientes, mas sim dependentes dos outros – observou ainda Bento XVI. “Neste sentido poderíamos dizer, com um paradoxo, que a doença pode ser um momento salutar em que se pode experimentar a atenção dos outros e prestar atenção aos outros!”
E, contudo – reconheceu o Papa – (a doença) permanece sempre uma provação, que pode até tornar-se longa e difícil. “E quando a cura não acontece e se prolongam os sofrimentos, podemos ficar como que esmagados, isolados, e então a nossa existência deprime-se e desumaniza-se. Como reagir a este ataque do Mal? Naturalmente, com os tratamentos apropriados – e nestas décadas a medicina fez passos de gigante – mas a Palavra de Deus ensina-nos que há uma atitude decisiva e de fundo para enfrentar a doença: a fé. Repete-o sempre Jesus às pessoas que cura: A tua fé te salvou. Mesmo perante a morte, a fé pode tornar possível o que humanamente é impossível. Mas fé em quê? No amor de Deus. Eis a verdadeira resposta, que derrota radicalmente o Mal”.
Como Jesus enfrentar o Maligno com a força do amor que lhe vinha do Pai, assim também nós podemos enfrentar e vencer a prova da doença, mantendo o coração imerso no amor de Deus. Em todo o caso – advertiu o Papa – “na doença, todos temos necessidade de calor humano: para conformar uma pessoa doente, mais do que as palavras, o que conta é a proximidade sincera”.
Recordando, na saudação aos peregrinos de língua francesa, que se celebra sábado próximo, 11 de Fevereiro, a festa de Nossa Senhora de Lourdes e o Dia Mundial dos Doentes, Bento XVI exortou à oração nas situações de sofrimento: “Com todas e todos os que se encontram confrontados com a doença, peçamos a Deus que nos dê a graça do abandono e da paciência confiante! Que com a ajuda de Nossa Senhora de Lourdes e de Santa Bernardete possamos descobrir que só em Deus está a verdadeira felicidade”.
Rádio Vaticano
“De facto – fez notar o Papa – as doenças são um sinal da ação do Mal no mundo e no homem, ao passo que as curas demonstram que o Reino de Deus está próximo. Jesus veio derrotar o Mal pela raiz, e as curas são uma antecipação da sua vitória, alcançada com a sua Morte e Ressurreição”.
A doença é uma condição tipicamente humana, em que fazemos uma forte experiência de não sermos auto-suficientes, mas sim dependentes dos outros – observou ainda Bento XVI. “Neste sentido poderíamos dizer, com um paradoxo, que a doença pode ser um momento salutar em que se pode experimentar a atenção dos outros e prestar atenção aos outros!”
E, contudo – reconheceu o Papa – (a doença) permanece sempre uma provação, que pode até tornar-se longa e difícil. “E quando a cura não acontece e se prolongam os sofrimentos, podemos ficar como que esmagados, isolados, e então a nossa existência deprime-se e desumaniza-se. Como reagir a este ataque do Mal? Naturalmente, com os tratamentos apropriados – e nestas décadas a medicina fez passos de gigante – mas a Palavra de Deus ensina-nos que há uma atitude decisiva e de fundo para enfrentar a doença: a fé. Repete-o sempre Jesus às pessoas que cura: A tua fé te salvou. Mesmo perante a morte, a fé pode tornar possível o que humanamente é impossível. Mas fé em quê? No amor de Deus. Eis a verdadeira resposta, que derrota radicalmente o Mal”.
Como Jesus enfrentar o Maligno com a força do amor que lhe vinha do Pai, assim também nós podemos enfrentar e vencer a prova da doença, mantendo o coração imerso no amor de Deus. Em todo o caso – advertiu o Papa – “na doença, todos temos necessidade de calor humano: para conformar uma pessoa doente, mais do que as palavras, o que conta é a proximidade sincera”.
Recordando, na saudação aos peregrinos de língua francesa, que se celebra sábado próximo, 11 de Fevereiro, a festa de Nossa Senhora de Lourdes e o Dia Mundial dos Doentes, Bento XVI exortou à oração nas situações de sofrimento: “Com todas e todos os que se encontram confrontados com a doença, peçamos a Deus que nos dê a graça do abandono e da paciência confiante! Que com a ajuda de Nossa Senhora de Lourdes e de Santa Bernardete possamos descobrir que só em Deus está a verdadeira felicidade”.
Rádio Vaticano
Igreja deve recusar o marketing
O diretor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica de Braga (FT-UCB) considerou hoje que a Igreja Católica nunca poderá recuperar fiéis trocando princípios por técnicas de marketing.
"Se transformamos o ritual numa operação de marketing para conquistar fiéis, estamos a enveredar por um caminho completamente errado", disse João Duque, que falava à agência Lusa a propósito das próximas Jornadas de Teologia da Universidade Católica do Porto, centradas na procura de respostas para o decréscimo de crentes.
Na avaliação do diretor da FT-UCB e um dos oradores das jornadas, o ritual religioso deixa de o ser "se não for algo relativamente estável", pelo que "não é possível a qualquer comunidade religiosa inventá-lo permanentemente".
Ainda assim, João Duque admitiu celebrações diferentes para assembleias diferentes, nomeadamente as juvenis, mas sempre com o cuidado de "não entrar em demagogias demasiado fáceis".
Aludiu, a propósito, ao facto de algumas confissões religiosas optarem por rituais "mais sentimentais, que atraem no momento, mas que também bastante depressa provocam a desilusão, quando se começa a perceber onde é que se quer chegar profundamente".
Referindo-se ao recurso às novas tecnologias como forma alternativa e eventualmente mais aliciante de evangelização, o diretor da FT-UCB admitiu-o sobretudo como "primeiro impulso, de promoção de alguma atratividade pela celebração, mas sempre com o intuito de levar as pessoas à celebração presencial, direta".
Na sua leitura, o "diálogo vivo nunca pode ser abandonado por completo na celebração cristã, pois, de outro modo, não estamos a ser fiéis ao próprio cristianismo quanto à sua perspetiva de encarnação".
João Duque alertou, por outro lado, para a necessidade de a Igreja continuar a assumir o apoio aos mais carenciados como "um nervo" da sua atividade, mas sem utilizar esse serviço "como estratégia para convencer ou conquistar as pessoas e até, eventualmente, para ganhar mais poder".
Afirmar a Igreja Católica passa igualmente por credibilizar todos os seus agentes, o que inclui "continuar a exigir alta vigilância" relacionada com os riscos de posturas pedófilas, sublinhou.
Essa vigilância não deve abrandar, mesmo depois de a hierarquia católica ter adotado "uma posição muito clara no sentido de afirmar que isso não pode ser e que não devemos encobrir", realçou.
"Se isto é um assunto grave, não nos podemos descuidar", disse ainda.
Portugal tem mais de nove milhões de católicos, mas dados dos últimos anos dizem que as igrejas estão progressivamente mais vazias, já que o número de fiéis praticantes não ultrapassa os dois milhões, assinala a organização das Jornadas de Teologia da Universidade Católica do Porto.
João Duque referiu a propósito que a fé dos portugueses "mantém-se", embora em moldes diferentes dos de há um século, uma vez que "o leque das ofertas explicitamente religiosas ou parecidas com o religioso é muito mais vasto".
(Fonte: DN online)
Bom Domingo do Senhor!
Sejamos como a sogra de S. Pedro e como nos narra o Evangelho de hoje (Mc 1, 29-39) respondamos às graças recebidas com uma total entrega ao Senhor e ao próximo, disponibilizando-nos a servir com amor e gratidão.
Senhor ajuda-nos a servir-Te com alegria e total entrega!
Prece ao Senhor por Bento XVI
Senhor protegei dia e noite o sucessor de Pedro e que o Vosso Espírito continue a iluminá-lo e protegê-lo.
Senhor concedei-lhe toda a Vossa Divina protecção contra os seus detractores, ainda que como Jesus Cristo vosso Filho nos avisou “E vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas aquele que se mantiver firme até ao fim será salvo” (Mat 10, 2).
Senhor continuai a dar-lhe a extraordinária capacidade de guiar a Vossa Santa Madre Igreja com a sua excepcional aptidão de interpretação e divulgação das Sagradas Escrituras.
Senhor enchei o seu coração da Vossa Divina sabedoria para que a sua busca pela unidade dos cristãos seja semente que caia «em terra boa e deram fruto: umas, cem; outras, sessenta; e outras, trinta» (Mat 13, 8).
Senhor dai-lhe a força e o ânimo para prosseguir na estrada que na Vossa infinita sabedoria através do Vosso Espírito para ele haveis traçado.
Senhor fazei com que o Vosso povo encha o seu coração com a suas orações.
Ámen
JPR
Senhor concedei-lhe toda a Vossa Divina protecção contra os seus detractores, ainda que como Jesus Cristo vosso Filho nos avisou “E vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas aquele que se mantiver firme até ao fim será salvo” (Mat 10, 2).
Senhor continuai a dar-lhe a extraordinária capacidade de guiar a Vossa Santa Madre Igreja com a sua excepcional aptidão de interpretação e divulgação das Sagradas Escrituras.
Senhor enchei o seu coração da Vossa Divina sabedoria para que a sua busca pela unidade dos cristãos seja semente que caia «em terra boa e deram fruto: umas, cem; outras, sessenta; e outras, trinta» (Mat 13, 8).
Senhor dai-lhe a força e o ânimo para prosseguir na estrada que na Vossa infinita sabedoria através do Vosso Espírito para ele haveis traçado.
Senhor fazei com que o Vosso povo encha o seu coração com a suas orações.
Ámen
JPR
Os problemas antropológicos do relativismo
Dissemos que o relativismo no campo ético-social se apoia numa motivação de ordem prática: quer permitir fazer algo a quem o deseja, sem produzir dano aos demais, e isto seria uma ampliação da liberdade. Mas o valor dessa motivação é só aparente. A mentalidade relativista comporta uma profunda desordem antropológica, que tem custos pessoais e sociais muito altos. A natureza desta desordem antropológica é bastante complexa e altamente problemática. Aqui vou mencionar só dois problemas.
O primeiro é que a mentalidade medieval está unida a uma excessiva acentuação da dimensão técnica da inteligência humana e dos impulsos ligados à expansão do eu com os quais essa dimensão da inteligência está relacionada, o que leva consigo a depressão da dimensão sapiencial da inteligência e, por conseguinte, das tendências transitivas e transcendentes da pessoa, com as quais esta segunda dimensão da inteligência está aparentada.
O que aqui se chama dimensão técnica da inteligência humana e que outros autores chamam por outros nomes [1] é a evidente e necessária atividade da inteligência que nos permite orientar-nos no meio ambiente, garantindo a subsistência e a satisfação das necessidades básicas. Cunha conceitos, capta relações, conhece a ordem das coisas etc. com a finalidade de dominar e de explorar a natureza, fabricar os instrumentos e obter os recursos que necessitamos. Graças a esta função da inteligência, as coisas e as forças da natureza tornam-se objetos domináveis e manipuláveis para o nosso proveito. Deste ponto de vista, conhecer é poder: poder dominar, poder manipular, poder viver melhor.
A função sapiencial da inteligência visa, pelo contrário, a entender o significado do mundo e o sentido da vida humana. Cunha conceitos não com a finalidade de dominar, mas de alcançar as verdades e as concepções do mundo que possam dar resposta satisfatória à pergunta pelo sentido de nossa existência, resposta que, em longo prazo, nos resulta tão necessária como o pão e a água.
A sistemática fuga ou evasão do plano da verdade, que estamos chamando mentalidade relativista, comporta um desequilíbrio destas duas funções da inteligência e das tendências que a ela estão ligadas. O predomínio da função técnica significa o predomínio, em nível pessoal e cultural, dos impulsos voltados aos valores vitais (o prazer, o bem estar, a ausência de sacrifício e de esforço), através dos quais se afirma e se expande o eu individual. A depressão da função sapiencial da inteligência comporta a inibição das tendências transitivas, isto é, das tendências sociais e altruístas e, sobretudo, uma diminuição da capacidade de auto-transcendência, em razão do que a pessoa fica encerrada nos limites do individualismo egoísta. Em termos mais simples: o afã ansioso de ter, de triunfar, de subir, de descansar e de se divertir, de levar uma vida fácil e prazenteira, prevalece com sobras sobre o desejo de saber, de refletir, de dar um sentido ao que se faz, de ajudar os demais com o próprio trabalho, de transcender o reduzido âmbito dos nossos interesses vitais imediatos. Fica quase bloqueada a transcendência horizontal (voltada aos demais e à coletividade) e também a vertical (voltada aos valores ideais absolutos, voltada a Deus).
O segundo problema está estreitamente vinculado ao primeiro. A falta de sensibilidade para com a verdade e para com as questões relativas ao sentido do viver leva consigo a deformação – quando não a corrupção – da ideia e da experiência da liberdade; da própria liberdade, em primeiro lugar. Não pode estranhar que a consolidação social e legal dos modos de vida congruentes com a desordem antropológica de que estamos falando se fundamentem sempre invocando a liberdade, realidade certamente sacrossanta, mas que é preciso entender em seu verdadeiro sentido. Invoca-se a liberdade como liberdade de abortar, liberdade de ignorar, liberdade de não saber falar senão com palavras soezes, liberdade de não dever dar razão das próprias convicções, liberdade de incomodar e, antes de tudo e sobretudo, liberdade de impor aos demais uma filosofia relativista, que todos teríamos que aplaudir como filosofia da liberdade. Quem lhe negar o aplauso será submetido a um processo de linchamento social e cultural muito difícil de aguentar. Penso que estas considerações podem ajudar a entender em que sentido Bento XVI tem falado de “ditadura do relativismo”.
Tudo isto também tem muito a ver, negativamente, com a fé cristã. Quem pensa que existe uma verdade e que essa verdade pode ser alcançada com certeza mesmo em meio de muitas dificuldades, quem pensa que nem tudo pode ser de outra maneira, isto é, quem pensa que a nossa capacidade de modelar culturalmente o amor, o casamento, a geração, a ordenação da convivência no Estado etc. tem limites que não se podem superar, pensa, em definitiva, que existe uma inteligência mais alta do que a humana. É a inteligência do Criador, que determina o que as coisas são e os limites do nosso poder de transformá-las. O relativista pensa o contrário. O relativismo parece um agnosticismo. Quem o puder pensar até o final verá muito mais afim o ateísmo prático. Não me parece compatível a convicção de que Deus criou o homem e a mulher com a ideia de que pode existir um casamento entre pessoas do mesmo sexo. Isto só será possível se o casamento fosse simplesmente uma criação cultural: nós o estruturamos, há séculos, de um modo, e agora somos livres para estruturá-lo de outro modo.
O relativismo responde a uma concepção profunda da vida que trata de impor. O relativista pensa que o modo de alcançar a maior felicidade possível de se conseguir neste pobre mundo nosso – que sempre é uma felicidade fragmentada e limitada – é evadir o problema da verdade, que seria uma complicação inútil e nociva, causa de tantas quebra-cabeças. Mas esta concepção se encontra com o problema de que os homens, além de desejarem ser felizes, de quererem gozar, de aspirarem a carecer de vínculos para se moverem à vontade, têm também uma inteligência e desejam conhecer o sentido do seu viver. Aristóteles iniciou a sua Metafísica dizendo que todo homem, por natureza, deseja saber [2]. E Cristo acrescentou que «não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus» [3].
O desejo de saber e a fome da palavra que procede da boca de Deus são inextinguíveis, e nenhum aparato comunicativo ou coercitivo poderá fazê-los desaparecer da vida humana. Por isso, estou convencido de que a hora atual é uma hora cheia de esperança e de que o futuro é muito mais promissor do que parece. Com as presentes reflexões, que não querem ser negativas, só se pretendeu expor com seriedade e realismo o aspecto da presente conjuntura que Bento XVI tem chamado relativismo, bem como a sua incidência na prática e na difusão da fé cristã no mundo atual.
Ángel Rodríguez Luño, Doutor em Filosofia e Educação, e professor de Teologia Moral da Pontificia Università della Santa Croce (Roma)
O primeiro é que a mentalidade medieval está unida a uma excessiva acentuação da dimensão técnica da inteligência humana e dos impulsos ligados à expansão do eu com os quais essa dimensão da inteligência está relacionada, o que leva consigo a depressão da dimensão sapiencial da inteligência e, por conseguinte, das tendências transitivas e transcendentes da pessoa, com as quais esta segunda dimensão da inteligência está aparentada.
O que aqui se chama dimensão técnica da inteligência humana e que outros autores chamam por outros nomes [1] é a evidente e necessária atividade da inteligência que nos permite orientar-nos no meio ambiente, garantindo a subsistência e a satisfação das necessidades básicas. Cunha conceitos, capta relações, conhece a ordem das coisas etc. com a finalidade de dominar e de explorar a natureza, fabricar os instrumentos e obter os recursos que necessitamos. Graças a esta função da inteligência, as coisas e as forças da natureza tornam-se objetos domináveis e manipuláveis para o nosso proveito. Deste ponto de vista, conhecer é poder: poder dominar, poder manipular, poder viver melhor.
A função sapiencial da inteligência visa, pelo contrário, a entender o significado do mundo e o sentido da vida humana. Cunha conceitos não com a finalidade de dominar, mas de alcançar as verdades e as concepções do mundo que possam dar resposta satisfatória à pergunta pelo sentido de nossa existência, resposta que, em longo prazo, nos resulta tão necessária como o pão e a água.
A sistemática fuga ou evasão do plano da verdade, que estamos chamando mentalidade relativista, comporta um desequilíbrio destas duas funções da inteligência e das tendências que a ela estão ligadas. O predomínio da função técnica significa o predomínio, em nível pessoal e cultural, dos impulsos voltados aos valores vitais (o prazer, o bem estar, a ausência de sacrifício e de esforço), através dos quais se afirma e se expande o eu individual. A depressão da função sapiencial da inteligência comporta a inibição das tendências transitivas, isto é, das tendências sociais e altruístas e, sobretudo, uma diminuição da capacidade de auto-transcendência, em razão do que a pessoa fica encerrada nos limites do individualismo egoísta. Em termos mais simples: o afã ansioso de ter, de triunfar, de subir, de descansar e de se divertir, de levar uma vida fácil e prazenteira, prevalece com sobras sobre o desejo de saber, de refletir, de dar um sentido ao que se faz, de ajudar os demais com o próprio trabalho, de transcender o reduzido âmbito dos nossos interesses vitais imediatos. Fica quase bloqueada a transcendência horizontal (voltada aos demais e à coletividade) e também a vertical (voltada aos valores ideais absolutos, voltada a Deus).
O segundo problema está estreitamente vinculado ao primeiro. A falta de sensibilidade para com a verdade e para com as questões relativas ao sentido do viver leva consigo a deformação – quando não a corrupção – da ideia e da experiência da liberdade; da própria liberdade, em primeiro lugar. Não pode estranhar que a consolidação social e legal dos modos de vida congruentes com a desordem antropológica de que estamos falando se fundamentem sempre invocando a liberdade, realidade certamente sacrossanta, mas que é preciso entender em seu verdadeiro sentido. Invoca-se a liberdade como liberdade de abortar, liberdade de ignorar, liberdade de não saber falar senão com palavras soezes, liberdade de não dever dar razão das próprias convicções, liberdade de incomodar e, antes de tudo e sobretudo, liberdade de impor aos demais uma filosofia relativista, que todos teríamos que aplaudir como filosofia da liberdade. Quem lhe negar o aplauso será submetido a um processo de linchamento social e cultural muito difícil de aguentar. Penso que estas considerações podem ajudar a entender em que sentido Bento XVI tem falado de “ditadura do relativismo”.
Tudo isto também tem muito a ver, negativamente, com a fé cristã. Quem pensa que existe uma verdade e que essa verdade pode ser alcançada com certeza mesmo em meio de muitas dificuldades, quem pensa que nem tudo pode ser de outra maneira, isto é, quem pensa que a nossa capacidade de modelar culturalmente o amor, o casamento, a geração, a ordenação da convivência no Estado etc. tem limites que não se podem superar, pensa, em definitiva, que existe uma inteligência mais alta do que a humana. É a inteligência do Criador, que determina o que as coisas são e os limites do nosso poder de transformá-las. O relativista pensa o contrário. O relativismo parece um agnosticismo. Quem o puder pensar até o final verá muito mais afim o ateísmo prático. Não me parece compatível a convicção de que Deus criou o homem e a mulher com a ideia de que pode existir um casamento entre pessoas do mesmo sexo. Isto só será possível se o casamento fosse simplesmente uma criação cultural: nós o estruturamos, há séculos, de um modo, e agora somos livres para estruturá-lo de outro modo.
O relativismo responde a uma concepção profunda da vida que trata de impor. O relativista pensa que o modo de alcançar a maior felicidade possível de se conseguir neste pobre mundo nosso – que sempre é uma felicidade fragmentada e limitada – é evadir o problema da verdade, que seria uma complicação inútil e nociva, causa de tantas quebra-cabeças. Mas esta concepção se encontra com o problema de que os homens, além de desejarem ser felizes, de quererem gozar, de aspirarem a carecer de vínculos para se moverem à vontade, têm também uma inteligência e desejam conhecer o sentido do seu viver. Aristóteles iniciou a sua Metafísica dizendo que todo homem, por natureza, deseja saber [2]. E Cristo acrescentou que «não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus» [3].
O desejo de saber e a fome da palavra que procede da boca de Deus são inextinguíveis, e nenhum aparato comunicativo ou coercitivo poderá fazê-los desaparecer da vida humana. Por isso, estou convencido de que a hora atual é uma hora cheia de esperança e de que o futuro é muito mais promissor do que parece. Com as presentes reflexões, que não querem ser negativas, só se pretendeu expor com seriedade e realismo o aspecto da presente conjuntura que Bento XVI tem chamado relativismo, bem como a sua incidência na prática e na difusão da fé cristã no mundo atual.
Ángel Rodríguez Luño, Doutor em Filosofia e Educação, e professor de Teologia Moral da Pontificia Università della Santa Croce (Roma)
[1] Philipp Lersch a chama função intelectual e denomina função espiritual da inteligência a que nós chamamos função sapiencial. Cf. Lersch, Ph. La estrutuctura de la personalidad, 4ª ed. Barcelona : Scientia, 1963, pp. 399-404.
[2] Cf. Aristóteles. Metafísica, I, 1: 980 a 1.
[3] Mt 4, 4
(Fonte: excerto retirado do site do Opus Dei – Brasil AQUI)
'Oração' de Patrícia Reis
Patrícia Reis |
Não me ajudes hoje
Deixa-me só e triste
Dá-me só o amanhã
A certeza da Tua mão
A voz que chegará a mim
Senhor
Não me ajudes hoje
Não Te digo nada
Não apresento queixas
Amanhã saberás apagá-las e apaziguar-me
Com os outros
Comigo
Contigo
Senhor
Dá-me hoje apenas o teu colo
Sem perguntas nem certezas
Um colo apenas
Um ventre protegido das coisas que batalham
Em mim
De mim
Por mim
Senhor
No teu colo serei egoísta e centrada
Na minha dor de hoje
Amanhã, Senhor
O teu amor terá o poder apagar a dor
E voltarei ao meu caminho
Senhor
Hoje o teu colo
Apenas isso
Amanhã serei melhor
Lisboa, 5 de Fevereiro de 2009
(Patrícia Reis em http://vaocombate.blogspot.com/2009/02/oracao.html)
S. Josemaría Escrivá - Aconteceu nesta data em 1981
O Papa João Paulo II confirma a abertura do processo de beatificação de Josemaría Escrivá. Na homilia do dia 17 de Maio de 1992, na Praça de São Pedro, dirá. «A vida espiritual do novo Beato esteve fundamentada em saber-se, pela fé, filho de Deus em Cristo. Dessa fé se alimentava o seu amor ao Senhor, o seu ímpeto evangelizador, a sua alegria constante, mesmo nas grandes provas e dificuldades que teve de suportar. “Ter a cruz é encontrar a felicidade, a alegria, – diz-nos numa das suas meditações – ter a cruz é identificar-nos com Cristo, é ser Cristo e, por isso, ser filho de Deus”».
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
«Jesus aproximou-Se dela e tomou-a pela mão»
São Vicente de Paulo (1581-1660), presbítero, fundador de comunidades religiosas
Instrução de 16/08/1656 a duas irmãs enviadas a Arras
É muito bom lermos o que se conta sobre a sogra de São Pedro no Evangelho. Esta boa mulher, sofrendo de uma doença grave, ouvira dizer que o Senhor estava em Cafarnaum, que fazia grandes milagres, curava os doentes, expulsava o demónio dos possessos e outras maravilhas. Ela sabia que o genro acompanhava o Filho de Deus e podia dizer a São Pedro: «Meu filho, o teu mestre é poderoso e tem o poder de me curar desta doença.» Algum tempo depois, eis que o Senhor veio até sua casa. Mas ela não mostrou impaciência com a sua doença; não se queixou, não intercedeu junto do genro nem mesmo do Senhor. Mas poderia ter-Lhe dito: «Sei que tens o poder de curar todo o tipo de doenças, Senhor; tem compaixão de mim.» No entanto não proferiu tais palavras. O Senhor, vendo a sua quietude, ordenou à febre que a deixasse e, nesse mesmo instante, ela ficou curada.
Não nos lamentemos de todas as coisas más que nos acontecem, deixemos tudo isso à Providência; seja suficiente para nós que o Senhor nos veja e saiba o que suportamos por Seu amor e para imitar os bons exemplos que Ele nos deu, em particular no Jardim das Oliveiras, quando aceitou o cálice. [...] Porque, embora tivesse pedido que, se fosse possível, ele passasse sem que Ele o bebesse, logo acrescentou que a vontade de Seu Pai fosse feita (Mt 26,42).
Instrução de 16/08/1656 a duas irmãs enviadas a Arras
É muito bom lermos o que se conta sobre a sogra de São Pedro no Evangelho. Esta boa mulher, sofrendo de uma doença grave, ouvira dizer que o Senhor estava em Cafarnaum, que fazia grandes milagres, curava os doentes, expulsava o demónio dos possessos e outras maravilhas. Ela sabia que o genro acompanhava o Filho de Deus e podia dizer a São Pedro: «Meu filho, o teu mestre é poderoso e tem o poder de me curar desta doença.» Algum tempo depois, eis que o Senhor veio até sua casa. Mas ela não mostrou impaciência com a sua doença; não se queixou, não intercedeu junto do genro nem mesmo do Senhor. Mas poderia ter-Lhe dito: «Sei que tens o poder de curar todo o tipo de doenças, Senhor; tem compaixão de mim.» No entanto não proferiu tais palavras. O Senhor, vendo a sua quietude, ordenou à febre que a deixasse e, nesse mesmo instante, ela ficou curada.
Não nos lamentemos de todas as coisas más que nos acontecem, deixemos tudo isso à Providência; seja suficiente para nós que o Senhor nos veja e saiba o que suportamos por Seu amor e para imitar os bons exemplos que Ele nos deu, em particular no Jardim das Oliveiras, quando aceitou o cálice. [...] Porque, embora tivesse pedido que, se fosse possível, ele passasse sem que Ele o bebesse, logo acrescentou que a vontade de Seu Pai fosse feita (Mt 26,42).
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