Ontem os meus netos, Diogo e Leonor, almoçaram comigo.
Mas a curiosidade deste facto é que a minha neta Leonor trazia com ela, umas pequenas esferas magnéticas com as quais ia fazendo diversos objectos, anéis, etc., e, claro, tais esferas tornaram-se a dado momento no nosso foco de atenção.
A certa altura a Leonor, separou as esferas umas das outras e colocou-as suficientemente longe para que não se atraíssem e assim ficassem todas separadas.
Depois pegou numa só, e com essa foi unindo todas as outras até que se tornaram numa só “esfera/bola” maior.
Hoje de madrugada acordei e recordei aquela brincadeira, que entretanto me fez pensar no simbolismo que dali podia retirar para a minha vivência cristã.
Cada esfera separada não pode por si só fazer qualquer construção, qualquer objecto, ter qualquer função, digamos assim.
E cada esfera separada fica ali quieta, sem se mover, sem avançar, nem recuar, sem movimento.
Cada um de nós, somos um pouco assim, ou seja, permanecendo sós nada podemos construir, e, embora possamos andar, sozinhos não encontramos direcção, nem sentido para a vida.
Obviamente que penso naqueles que como eu acreditam em Deus, ou querem, ou desejam acreditar em Deus e ter uma vivência cristã.
Mas depois, uma só esfera, (e podia ser qualquer uma), levada junto das outras une-se a elas, e acabam por formar uma só forma maior, mantendo no entanto cada uma a sua própria forma e dimensão.
Se temos em nós a presença de Jesus Cristo, nos deixamos tocar pelo amor do Pai e nos deixamos conduzir pelo Espírito Santo, então, sendo testemunhas disso mesmo, somos cada um de nós como cada uma daquelas esferas, ou seja, somos, (ou deveríamos ser), união para os outros e dos outros connosco, passando a constituir uma só forma, a Igreja, mas mantendo cada um de nós a sua individualidade, embora a mesma se esbata no bem comum que é o sermos um com Ele, que é o sermos Igreja na unidade, com a sua própria diversidade.
Por isso é tão importante a Igreja, porque sós, nada podemos, nem somos, mas unidos em Igreja temos caminho, fazemos caminho e ajudamo-nos a caminhar.
Aquelas esferas têm a particularidade de serem magnéticas, terem ímã, e é por isso mesmo que se atraem, unem e permanecem unidas.
Assim é para nós também, porque é em Igreja que vamos buscar o “ímã” que atrai, que nos atrai e se faz presente em nós e nos outros, cada vez que celebramos unidos, cada vez que O comungamos, sendo assim nós próprios comunhão com Ele, nEle e por Ele, para os outros e nos outros.
E esse “íman” é, obviamente, Jesus Cristo, que se entregou por nós e que permanentemente nos chama à união em Igreja, no amor de Deus, para nos amarmos uns aos outros como Ele nos ama.
Marinha Grande, 16 de Janeiro de 2017
Joaquim Mexia Alves