Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 10 de junho de 2022

O líder

É difícil encontrar um líder, mas quando temos a sorte de encontrar alguém assim, não restam dúvidas. O Padre João Seabra reconhecia-se à distância.


A liderança dos cabos de guerra é a mais fácil, a do herói militar que galvaniza a tropa até rasgos de heroísmo em que os indivíduos esquecem os perigos da luta.


Gerar à volta liberdade interior, projectos autónomos, personalidades únicas, é um outro nível de liderança, porque é uma liderança paradoxal. O Padre João era assim, descobria protagonistas, suscitava iniciativa e imaginação criadora. Ele próprio, numa entrevista à rádio, tirava mérito à sua acção dizendo uma coisa bem verdadeira: «Sou um padre prático, sempre fui. O que eu fiz foi acompanhar (…) e o que se gerou à minha roda não fui eu que gerei, regra geral foi feito pelos outros». É isto. Descobrir talentos, abraçar cada pessoa, ajudá-a a dar o melhor de si mesma. Liderar sem protagonismo, promover protagonistas.


Muitíssima gente se sente ligada ao Padre João, em variados âmbitos. Porque foi durante muitos anos o carismático capelão da Universidade Católica, um professor brilhante, porque acompanhou durante uma década as equipas de casais de Nossa Senhora, sobretudo porque trouxe para Portugal o movimento Comunhão e Libertação e esteve na origem de uma rede de colégios excelentes na cidade de Lisboa, e ainda pelas suas intervenções públicas, pela sua acção como pároco, etc. Cada um destes capítulos mereceria um livro.


O Padre João vivia rodeado de multidões, onde quer que estivesse, mas tratava cada indivíduo pelo nome e dirigia-se a cada um de maneira diferente. Evidentemente, tinha uma memória fabulosa! Sobretudo, conhecia as particularidades de cada vida e respeitava essa singularidade. A memória ajudava-o, ainda que conhecesse as pessoas para além disso, fruto de uma empatia profunda com cada um, que se prolongava na relação com Deus.


Este último aspecto explica a razão de não se juntarem personalidades iguais, à volta dele. É um facto. Cada um reagia de maneira diferente e avançava na vida por caminhos diferentes. Saboreava-se a liberdade. A dado momento, a diversidade poderia parecer contraditória, mas o Padre João sabia que há lugar para todos no plano de Deus. Também é verdade que Deus lhe deu uns dons invulgares de inteligência e de cultura, que o predispunham a apreciar todo o espectro da riqueza humana e da graça, contudo, em última instância, havia nele a atitude de quem confia nas pessoas e reconhece que Deus sabe mais.


Muitos intelectuais, que concebiam o cristianismo como uma ausência de novidade, foram apanhados de surpresa pelo Padre João e converteram-se. São bastantes os casos conhecidos e muitos mais os pequenos episódios que mudaram vidas. No livro «Não sou dono da verdade, mas sou possuído por ela», estão lá 70 testemunhos a ilustrar pequenas e grandes conversões de pessoas que se cruzaram com o Padre João. O título do livro é um dos aforismos célebres do homenageado, como aquela outra frase de uma sua homilia: «Os nossos olhos vêem e os nossos ouvidos ouvem o que muitos profetas desejaram ver e não viram. Por isso, diante da vida, cada um de nós tem uma responsabilidade, porque vimos uma coisa verdadeira e ouvimos uma palavra que mudou a nossa vida. A novidade absoluta só existe em Jesus».


Sentia-se no Padre João o orgulho de ser cristão, um enorme contentamento por conhecer Jesus e pertencer à Igreja. Esta alegria, que não tinha nada de agressivo, era fé e gratidão pelo dom maravilhoso da Igreja e também o desejo de confrontar todos com a beleza de Deus, para que abrissem a inteligência e o coração ao melhor, ao mais grandioso. As pessoas surpreendiam-se com a segurança e a firmeza do Padre João, mas sentiam-se acolhidas, porque ele próprio não se considerava dono da verdade, era um «sortudo» que desejava partilhar com todos o bem recebido.


Ausência de novidade no cristianismo? Nada! O Padre João era a demonstração viva. Surpreendia continuamente. Também pelo seu humor repentista e o carisma com que deixava o interlocutor a pensar numa pergunta nova, destas que marcam definitivamente, não se esgotam e ajudam a crescer.


Este fascínio de novidade é indissociável do impacto de Luigi Giussani, Fundador do Comunhão e Libertação, na vida de João Seabra. Descobriu na santidade de Giussani o desafio a que Deus o chamava. Foi um suave deslumbramento inesperado, arrebatador, íntimo, um convite à liberdade. Deu-se conta e respondeu. E Deus abençoou a sua vida com bênçãos de fecundidade.


O padre João Seabra morreu no dia 3 de Maio, doente de Parkinson, com 72 anos de uma vida plena.


José Maria C.S. André

Hino ao Anjo da Paz e da Pátria

Os Anjos são para o homem,
Que neste mundo caminha,
Os companheiros e amigos,
Os mensageiros de Deus.

E às nações Deus determina
Seus enviados celestes
Para guiarem o povo
Pelos caminhos da vida.

Anjo da Paz e da Pátria,
As vossas asas se estendam
Por sobre o mar e a terra,
Contra as falanges do mal.

Anjo da Guarda, guardai
O povo que vos invoca,
Para que todos cheguemos
Ao porto da salvação.

Juntemos a nossa voz
À voz dos Anjos, cantando:
Louvor ao Pai, honra ao Filho,
Glória ao Espírito Santo.

(Breviário)

Santo Anjo da Guarda de Portugal

Os Anjos que fazem parte desse mundo invisível, a que se estende também a ação criadora de Deus, vivem inteiramente dedicados ao louvor e ao serviço de Deus. A inteligência humana tem dificuldade em exprimir a natureza dessas criaturas espirituais. A sua missão, porém, é-nos mais conhecida através da Bíblia, que, em tantos passos, dá testemunho acerca da existência dos Anjos.

Mensageiros de Deus, em momentos decisivos da História da Salvação, os Anjos estão encarregados da Guarda dos homens (Mt. 18, 10: At. 12,3) e da proteção da Igreja (Ap. 12, 1-9). A fé cristã crê também que cada nação em particular tem um Anjo encarregado de velar por ela.

Em Portugal a devoção ao Anjo da guarda é muito antiga. Tomou, porém, um incremento especial com as Aparições do Anjo, em Fátima, aos Pastorinhos.

Pio XII mandou inserir esta comemoração no nosso Calendário.

(Fonte: Secretariado Nacional de Liturgia)