Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 2 de março de 2010

Não nos sobra tempo, mas temos de encontrá-lo para falar com Deus

Jejum e oração de cristãos no Iraque para deter massacre

O Arcebispo caldeu (católico) de Mosul, Dom Louis Sako, organizou ontem, 1 de Março um dia de jejum e oração para deter a massacre de cristãos no Iraque, logo do assassinato de pelo menos oito membros desta comunidade nos últimos dias, o que gerou um massivo êxodo para a Síria e Turquia.

Na sua homilia de ontem, o Prelado assinalou que "o ataque a cristãos inocentes, especialmente nestes dias em Mosul de maneira bárbara, coincidindo com as eleições, é um acto vergonhoso, afecta o intuito de Deus que nos criou diferentes, viola os direitos humanos, golpeia a irmandade nacional e insulta os valores religiosos".

Conforme informa a organização internacional católica Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o Arcebispo denunciou que "eliminar ao Cristianismo da região ou forçá-los a seguir o Islão, só fará que o país se torne mais radical. Por isso decidimos jejuar e rezar em protesta por estes terríveis actos e em solidariedade com nossos irmãos, confiados em que a justiça de Deus é inevitável".

Seguidamente insistiu à reconciliação entre as distintas forças políticas e pediu aos cristãos que permaneçam no Iraque para reconstruir o país. "Nossa posição e nossa decisão é construir nosso futuro com nossos irmãos muçulmanos: árabes, curdos e turcos no sul, centro e norte".

Finalmente o Prelado pediu aos cristãos que não "cedam às pressões ou à escuridão do isolamento. Exigimos ao governo central e às comunidades locais e às partes em Mosul que protejam os cidadãos, especialmente os cristãos que foram atacados mais de uma vez!"

(Fonte: ‘ACI Digital’ com edição de JPR)

Caritas lança petição contra a pobreza (assine online vide s.f.f. link abaixo)

Objectivo é atingir pelo menos 30 mil assinaturas no nosso país

A Caritas Portuguesa promove esta Terça-feira, em Lisboa, o lançamento nacional da Petição “Acabar com a Pobreza Já”, que visa assinalar o Ano Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão Social.

Segundo comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a petição “apela ao fim da pobreza infantil na Europa, propõe a abrangência universal dos sistemas de protecção social, o acesso efectivo a serviços sociais e de saúde, e que se criem condições para que todas e todos possam ter um trabalho digno”.

O objectivo é atingir, em toda a Europa, 1 milhão de assinaturas - pois com a entrada em vigor do Tratado de Lisboa um milhão de cidadãos, de um número significativo de países, podem solicitar à Comissão Europeia que apresente iniciativas nas áreas de competência da UE.

A Caritas, em Portugal, quer alcançar, pelo menos, 30 mil assinaturas (on-line ou papel). A petição estará on-line durante o ano inteiro e poderá ser assinada em www.acabarcomapobrezaja.org.pt

No final do ano, a Cáritas Europa irá organizar um evento no qual irá entregar as assinaturas recolhidas ao Parlamento Europeu.

Mais informações em www.acabarcomapobrezaja.org.pt e www.zeropoverty.org

(Fonte: site Agência Ecclesia)

Carta a Jesus numa terça-feira

Meu querido Jesus

Hoje é Terça-feira e como mais uma vez não sei o que a Igreja evoca neste dia da semana, dedico-o à família.

Obrigado, querido Jesus, por me teres feito nascer numa família tradicional, onde os valores cristãos estavam bem arreigados e onde a oração era ensinada como diálogo importante para a vida.

Quero agradecer-Te, Jesus, pela família que me deste, a minha mulher, os meus filhos e filha, a minha nora e o meu genro, os meus dois netos, e também os meus pais, irmãos e irmãs, cunhados e cunhadas, sobrinhos e sobrinhas, todos enfim.
Obrigado, adorado Jesus, pela graça dos filhos e dos netos e porque colocas em mim uma oração permanente por eles.

Mas perdoa-me, amado Jesus, por todas as vezes que me falta a paciência para os filhos mais novos e me deixo levar pela irritação, que me tolda o entendimento e esconde o amor.
Perdoa-me também por todas as vezes que, conscientemente ou inconscientemente, não abro a minha vida à querida mulher que me deste, e assim não partilhando as minhas tristezas ou preocupações a coloco, ou melhor me coloco fora do Matrimónio que abençoaste.

Oh Jesus, perdoa-me por nem sempre ter a coragem necessária para falar de Ti ao filho e filha mais velhos, e sobretudo pelo fraco testemunho que tantas vezes dou da minha fé, confiança e esperança em Ti.
Perdoa-me, querido Jesus, porque sou às vezes tão rápido a dar conselhos à família e tenho tantas vezes os ouvidos e o coração fechado aos reparos que me fazem. Amado Jesus, perdoa-me ainda porque tento evangelizar tanto fora de casa e tantas vezes em casa me coíbo de o fazer.

Perdoa-me Jesus, por fazer tão pouco, enquanto a família como Tu a criaste e desejaste, é tão atacada e escarnecida.

Ensina-me e ajuda-me, Jesus, a dar verdadeiro testemunho de pai, de avô, de filho, de irmão, de tio, segundo a Tua vontade, para que seja o Teu amor, sempre presente, a unir a minha família.
Peço-Te hoje que coloques em mim a graça da entrega que deste a Teu pai na terra, José, para que eu Te saiba ouvir e fazer tudo o que for de Tua vontade.

Intercede junto do Pai para que não cesse de derramar o Seu amor sobre nós, sobre as famílias, e envia o Teu Espírito Santo aos homens e mulheres deste mundo, para que não ataquem mais a família, mas a defendam e protejam como Igreja Doméstica de Oração, como primeira catequese dos jovens.
Pede a Tua Mãe que vele por todas as famílias e também pela minha.

A Tua bênção, Jesus, ao Teu irmão pequenino, que Te quer viver sempre na vida e na vida em família.

11.07.06

Joaquim Mexia Alves
http://www.queeaverdade.blogspot.com/

CONHECER BENTO XVI - Colmatar a brecha entre económico e social

Reproduzimos (Aceprensa) excertos do discurso pronunciado pelo Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado, na apresentação ao Senado italiano da encíclica Caritas in veritate, em 28 de Julho do ano passado

Uma mensagem importante que a Caritas in Veritate nos transmite é o convite a superar a dicotomia já obsoleta entre a esfera económica e a esfera social. A modernidade deixou-nos em herança a ideia segundo a qual para poder operar no campo da economia é indispensável procurar o lucro e mover-se sobretudo pelo próprio interesse; isto equivale a dizer que não se é plenamente empresário si não se perseguir a maximização do lucro. Caso contrário, haveria que contentar-se fazendo parte da esfera social.

Esta conceptualização, que confunde economia de mercado, que é o género, com uma das suas espécies, como é o sistema capitalista, levou a identificar a economia com o lugar da produção da riqueza (ou do rédito) e o social com o lugar da solidariedade para uma distribuição equitativa da mesma.

Outros modos de fazer empresa

A Caritas in Veritate diz-nos, pelo contrário, que se pode fazer empresa também na prossecução de fins de utilidade social e actuando por motivações deste tipo. Esta é uma maneira concreta, embora não única, de colmatar a brecha entre económico e social, dado que uma gestão económica que não incorporasse a dimensão social não seria eticamente aceitável, como também é verdade que uma gestão social meramente redistributiva, que não tenha em conta o vínculo dos recursos, a longo prazo não seria sustentável, pois antes de poder distribuir é necessário produzir.

É de agradecer a Bento XVI de modo especial por ter sublinhado que a gestão económica não é algo de separado e alheio aos princípios fundamentais da doutrina social da Igreja, que são: centralidade da pessoa humana, solidariedade, subsidiariedade e bem comum. É preciso superar a concepção prática segundo a qual os valores da doutrina social da Igreja unicamente deveriam encontrar espaço nas obras de índole social, enquanto que aos especialistas em eficiência corresponderia a tarefa de guiar a economia. Esta encíclica tem o mérito, por certo nada secundário, de contribuir para colmatar essa lacuna, cultural e política ao mesmo tempo.

Ora bem, a Caritas in Veritate proporciona-nos o benefício, bem grande, de tomar em consideração aquela concepção de mercado, típica da tradição de pensamento da economia civil, segundo a qual se pode viver a experiência da sociabilidade humana dentro de uma vida económica normal e não fora dela ou à margem dela. Esta é uma concepção que se poderia designar alternativa, quer em relação à que vê o mercado como lugar da exploração e do atropelo do forte sobre o fraco, quer em relação à que, na linha do pensamento liberal anárquico, o vê como lugar capaz de dar solução a todos os problemas da sociedade.

Este modo de fazer empresa diferencia-se da economia de tradição smithiana, segundo a qual o mercado é a única instituição realmente necessária para a democracia e para a liberdade. A doutrina social da Igreja recorda-nos, pelo contrário, que uma boa sociedade é fruto do mercado e da liberdade, mas que existem exigências, atribuíveis ao princípio de fraternidade, que não se podem iludir nem remeter unicamente para o âmbito privado ou para a filantropia. Propõe antes um humanismo de mais dimensões, em que não se combate ou "controla" o mercado, mas que se contempla como momento importante da esfera pública - esfera que é muito mais ampla que o meramente estatal - que, se for concebida e vivida como lugar aberto também aos princípios de reciprocidade e de dom, pode construir una sadia convivência civil.

Aceprensa

A Igreja ao lado dos ciganos contra racismo e descriminações

Milhões de ciganos na Europa vivem em situação de extrema pobreza. A denúncia parte de D. Agostino Marchetto, secretário do Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, na véspera do encontro dos directores nacionais da Pastoral dos ciganos na Europa, que se realiza a partir desta Terça-feira, dia 2, até ao dia 4 de Março.

Em entrevista à rádio Vaticano, o secretário deste organismo da Santa Sé, indica que a situação de pobreza é agravada pelo clima de tensão e de hostilidade que existe contra esta população. “A Igreja tem a obrigação de trabalhar pela defesa da dignidade deles e dos seus direitos, recordando-lhes, ao mesmo tempo, os seus deveres civis”, refere.

A discriminação que a população cigana sofre por parte da sociedade civil conduz a uma “exclusão das comunidades paroquiais”. D. Agostino Marchetto afirma ser precisa uma “pastoral específica” para esta população. Assinala, no entanto, que “infelizmente, nem todos os bispos e párocos percebem essa urgência”.

O encontro que congrega responsáveis nacionais da Europa tem como tema «Solicitude da Igreja para com os ciganos: situação e perspectivas» e deverá fazer eco do trabalho realizado pela Igreja junto desta população.

Segundo o secretário deste Conselho Pontifício, a Igreja “está presente entre os ciganos com uma pastoral específica, que leva em consideração as suas peculiaridades culturais e respeita a sua identidade e diversidade”, tal como pede o Concílio Ecuménico Vaticano II.

Em França, existem mais de 100 agentes da pastoral, “entre os quais dois sacerdotes, diáconos permanentes, acólitos e leitores de etnia Manouche”, indicou D. Marchetto. “Muitos deles partilham o modo de viver dos ciganos, vivendo nos acampamentos, em caravanas, criando as chamadas «comunidades-pontes», participando nos sofrimentos e preocupações diárias dos ciganos e desenvolvendo laços de solidariedade e comunhão fraterna”.

(Fonte: site Radio Vaticana)

S. Josemaría nesta data em 1952

“A tradição cristã descreve os Anjos da Guarda como grandes amigos, colocados por Deus junto de cada homem para o acompanharem nos seus caminhos. E por isso estimula-nos a ganhar intimidade com eles e a recorrer a eles”, diz àqueles que o escutam nesta mesma data.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Enérgica resposta à campanha dos media que "cospem" no Papa e nos sacerdotes

O Pe. Aldo Trento é um sacerdote missionário italiano que serve no Paraguai há vários anos. De passagem pelo seu país natal escreveu uma carta ao jornal liberal Il Foglio, dirigido pelo agnóstico Giuliano Ferrra, na qual denuncia a campanha dos media e daqueles que "cospem" no Papa Bento XVI e nos sacerdotes "usando a diabólica arma da pedofilia".

O missionário comenta que "este argumento parece interessar mais a alguns jornalistas e às suas fantasias e alucinações que ao público: porque encontrei a milhares de pessoas, sobre tudo jovens, e nenhum deles me fez uma pergunta sobre este assunto. O que significa que embora exista este flagelo no mundo e que afectou também a Igreja, recebendo a dura, clara e forte condenação do Santo Padre, ainda estamos longe daquele fenómeno de massa, como se todos os sacerdotes fossem pedófilos, como querem fazer que acreditemos".

"Sou Sacerdote há 40 anos, estive em diversas partes do mundo, vivi em orfanatos, escolas, internatos para Crianças e nunca vi a um colega culpado deste delito. Não só isso, senão que vivi com sacerdotes e religiosos que deram a vida para que estes pequenos também a tenham".

Depois de relatar algo de sua intensa vida de serviço em meio de "prostitutas, homossexuais, travestis, doentes de SIDA/AIDS, recolhidos nas ruas, na imundície", o sacerdote critica duramente a quem "cospe" contra a Igreja.

"Faz-me sofrer este cuspir no prato em que, se Deus quiser, inclusive alguns jornalistas mórbidos, encontrar-se-ão amanhã comendo, porque se alguém se equivoca não quer dizer que a Igreja seja assim. Esta Igreja é o alento do mundo", assinala.

Seguidamente questiona os jornalistas que atacam os sacerdotes e o Papa: "Não se perguntam que coisa seria deste mundo sem este porto de esperança segura para todo homem, incluídos vocês que nestes dias como corvos ferozes se divertem sadicamente cuspindo sobre seu Castro Rosto? Venham ao terceiro mundo para entender que coisa quer dizer que milhares de sacerdotes e irmãs morrem dando sua vida pelas Crianças".

Seguidamente recorda-lhes que na hora de sua morte, "esta Igreja, esta mãe sobre a qual aprenderam a cuspir, acolhê-los-á, abraçá-los-á e perdoar-lhes-á. Esta mãe, que há 2000 anos é cuspida, ofendida e acusada, há 2000 anos diz a todos os que o pedem: ‘eu te absolvo dos teus pecados, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo’".

"Não percamos o tempo ante os delírios de alguns jornalistas que usam certos execráveis casos de pedofilia para atacar o Acontecimento cristão, para pôr em discussão a pérola do celibato, e olhemos para as milhares de pessoas, jovens em particular, que procuram, acreditam e perguntam à Igreja o por quê, o sentido último da vida e que vêem nela a única resposta".

O Pe. Trento expressa depois a sua preocupação pela "ausência de santidade em nós sacerdotes que outras coisas por graves e dolorosas que sejam. Preocupa-me mais uma Igreja que se envergonha de Cristo, em vez de pregá-lo desde os tetos. Preocupa-me não encontrar sacerdotes nos confessionários pelo qual o pecador que vive na tortura de seu pecado não encontra um confessor que o absolva".

"Às acusações infames destes últimos dias – continua o sacerdote – urge responder com a santidade de nossa vida e com uma ordem total a Cristo e aos homens necessitados, como nunca, de certeza e esperança".

À pedofilia, prossegue "deve-se responder como o Papa nos ensina. Mas só anunciando a Cristo se sai deste horrível cenário porque só Cristo salva totalmente o homem. Mas se Cristo já não é mais o coração da vida, então qualquer perversão é possível. A única defesa que temos são nossos olhos apaixonados por Cristo".

Finalmente o Pe. Trento reconhece que "a dor é maior, mas a segurança granítica: o ‘Eu venci ao mundo’ (de Cristo) é imensamente superior".

(Fonte: ‘ACI Digital’ com edição e adaptação de JPR)

A Quaresma e as calças

Quando Luísa viu aquele par de calças, foi amor à primeira vista. Acabara de assistir à Missa dominical e, cumprindo uma antiga rotina, fora tomar a bica do costume no café da praxe, ali mesmo no centro comercial, a meio caminho entre a sua casa e a igreja paroquial.

Na homilia, por sinal, o Padre Sérgio tinha falado da Quaresma, aconselhando a prática da mortificação cristã, nomeadamente o jejum na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira santa, e a abstinência todas as sextas-feiras. Incomodara-a aquela abordagem, que lhe pareceu anacrónica e até um pouco disparatada: que tem Deus a ver com a ementa do almoço ou do jantar?! Que relação há entre o bem da alma e a qualidade do menu?! Na realidade, parecia-lhe tão improcedente o convite à penitência como lhe resultaria despropositado que, por absurdo, o seu médico lhe receitasse duas Avé Marias antes de cada refeição!

O namoro com aquele trapo de estimação não durou muito pois, com medo de que qualquer eventual cliente se lhe antecipasse, Luísa foi logo no dia seguinte à boutique comprar aquelas calças que a tinham fascinado. É verdade que o preço não era convidativo, mas era um investimento – desculpou-se – pois, decerto, mais tarde seriam ainda mais caras. Voltou para casa tão satisfeita consigo mesmo que nem reparou no mendigo que lhe estendera a mão, numa atitude de humilde súplica, e que, ao contrário de outras vezes, não teve a esmola costumeira, nem outra resposta do que a indiferença da sua precipitação.

Chegar a casa e experimentar a compra foi tudo um: desembrulhou com cuidado o presente que magnanimamente se concedera, retirou as etiquetas e vestiu finalmente as calças. O tecido era macio e parecia de boa qualidade, a altura era a ideal e a cor não podia ser mais o seu género. Mas, quando tentou abotoar as calças, não o conseguiu. Repetiu a operação uma e outra vez, contraindo-se o mais que podia, mas a verdade é que a cintura estava muito apertada e, por mais que se esforçasse, o botão fugia à respectiva casa com uma teimosia tão irritante que Luísa impacientou-se. A diferença era apenas de 1,5 centímetros, mas era o suficiente para que as calças não lhe servissem e, como na loja não havia nenhum número maior, resignou-se à rigorosa dieta que se impunha: para grandes males, grandes remédios!

Foram dias a fio de sacrifícios, alimentando-se apenas de sopas, frutas, legumes e iogurtes magros, mas cada milímetro a menos pesava uma tonelada de dolorosas privações, que Luísa padecia estoicamente, por amor às calças.

Foi num dia de chuva que, ao atravessar a rua apressadamente, Luísa foi colhida por um táxi a grande velocidade. A brutalidade do choque, que a projectou a vários metros de distância, teve o efeito imediato de lhe produzir um sério traumatismo craniano, que a induziu num estado comatoso. Era confusa a sua percepção: sentia dores, mas parecia-lhe que não eram dela, embora fossem do seu organismo. Notou vagamente a azáfama dos populares, polícias, maqueiros, enfermeiros e médicos à sua volta, mas o torpor do seu corpo desfeito foi progressivamente alienando-a de tudo o que a rodeava e que lhe parecia cada vez mais longínquo. O seu último pensamento foi para as suas calças novas, que estreava.

Depois, viu-se definitivamente desprendida da sua materialidade e atraída pela misteriosa luz de um outro mundo. Mas quando se dispôs a cruzar o limiar da eternidade, Luísa não o conseguiu: por 1,5 centímetros a sua alma não coube na porta estreita que conduz à Vida.

Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada

Chopin - Valentina Igoshina - Nocturne in C Minor

Viver os Domingos de São José

São José é um dos Santos de maior devoção na Igreja. É lógico que assim seja uma vez que Deus o escolheu para fazer de pai para o seu Filho Jesus. Com São José poderia aplicar-se aquilo que se afirma sobre Nossa Senhora: Deus podia dar-lhe muitas graças em ordem à missão que lhe ia confiar, convinha que as desse, e por isso deu.

A sua festa celebra-se a 19 de Março, que é também o Dia do Pai, e nos sete Domingos anteriores a Igreja convida-nos a considerar a sua vida ao longo de sete dores e sete alegrias pelas quais passou. Ao olharmos para esses episódios da sua vida podemos pedir-lhe que nos ajude nalgum aspecto da nossa existência cristã.

A primeira dor foi o conhecimento da gravidez de Maria, a sua esposa. Admiramos a caridade de São José. Em nenhum momento admitiu a suspeita sobre a conduta d'Ela e resolveu deixá-la para assumir ele o peso da difamação. Podemos pedir a São José que nos ajude a não pensar nunca mal de ninguém.

A segunda dor foi a carência absoluta de meios para oferecer a Jesus um sítio digno onde nascer em Belém. Admiramos a sua conformidade e paciência para suportar a pobreza. Podemos pedir a São José que nunca nos falte a confiança em Deus, se nos suceder algo de semelhante.

A terceira dor foi a circuncisão de Jesus, oito dias depois de ter nascido, de acordo com a Lei de Deus. Admiramos a sua fidelidade que o leva ao cumprimento da Lei apesar de lhe causar um incómodo tão grande e podemos pedir-lhe que nos ajude a ser fiéis aos nossos compromissos mesmo que eles nos acarretem sacrifícios.

A quarta dor foi a espada que iria atravessar a alma de Maria, anunciada por Simeão, quando apresentaram o Menino no Templo. Admiramos a sua humildade ao saber que ele não teria parte na paixão da Mãe e do Filho e podemos pedir a São José que nos ensine a passar ocultos.

A quinta dor foi a fuga para o Egipto por ameaça de morte do rei Herodes. Admiramos a sua fortaleza ao actuar com prontidão e com inteligência (outro destino poderia ter sido fatal) e pedimos que também nós saibamos ser rijos sem ser irreflectidos quando as circunstâncias nos obrigarem a tomar uma decisão mais difícil.

A sexta dor foi a sua ida para Nazaré, uma terra minúscula da Galileia, habitada por gente muito limitada, que não podia trazer boa fama ao Messias. Admiramos a prudência de São José que soube evitar o perigo de habitar na Judeia e pedimos-lhe que nos faça prudentes, sabendo ponderar os elementos a favor e contra perante as várias alternativas possíveis.

A sétima foi a perda de Jesus em Jerusalém. Foi talvez a dor mais intensa. Deus pedia a São José que ele aceitasse talvez o martírio de Jesus sem a sua protecção. Embora não tivesse culpa nesta perda São José aceitou-a como coisa justa em reparação dos pecados. Podemos pedir-lhe que nos faça penitentes.

(Fonte: Boletim Paroquial de Março da paróquida de Nossa Senhora da Porta do Céu em Lisboa)

Meditação de Francisco Fernández Carvajal

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Santa Catarina de Sena (1347-1380), terciária dominicana, doutora da Igreja, co-padroeira da Europa
Diálogos, cap. 4 (a partir da trad. Limiar 1953, p. 37 rev)

«Quem se humilhar será exaltado»

[Santa Catarina ouviu Deus dizer-lhe:] Tu pedes-me para Me conhecer e para Me amar, a Mim, a Verdade suprema. Eis a via para quem quer chegar a conhecer-Me plenamente e a apreciar-Me, a Mim, a Verdade eterna: não saias nunca do conhecimento de ti e, abaixada no vale da humildade, em ti mesma Me conhecerás. É a este conhecimento irás buscar tudo o que te falta, tudo o que te é necessário. Nenhuma virtude tem vida em si própria se a não tira da caridade; ora a humildade é a ama e a governanta da caridade. No conhecimento de ti mesma tornar-te-ás humilde, dado que verás que não és nada por ti e que o teu ser vem de Mim, uma vez que Eu vos amei antes mesmo de terdes existido. É devido a este amor inefável que tenho por vós que, querendo recriar-vos pela graça, vos lavei e recriei no sangue derramado pelo Meu único Filho com um tão grande fogo de amor.

Só este sangue dá a conhecer a verdade àquele que tenha dissipado a nuvem do amor-próprio através do conhecimento de si próprio. É então que, com este conhecimento de Mim mesmo, a alma se abrasa de um amor inefável, e é devido a este amor que experimenta uma dor contínua. Não uma dor que a aflige ou a seca (longe de tal, pelo contrário, fecunda-a) mas, uma vez que conheceu a Minha verdade, as suas próprias faltas, a ingratidão e a cegueira do próximo, sente uma dor intolerável. Aflige-se apenas porque Me ama, porque se não Me amasse não se afligiria.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 2 de Março de 2010

São Mateus 23,1-12

Então, Jesus falou assim à multidão e aos seus discípulos:
«Os doutores da Lei e os fariseus instalaram-se na cátedra de Moisés.
Fazei, pois, e observai tudo o que eles disserem, mas não imiteis as suas obras, pois eles dizem e não fazem.
Atam fardos pesados e insuportáveis e colocam-nos aos ombros dos outros, mas eles não põem nem um dedo para os deslocar.
Tudo o que fazem é com o fim de se tornarem notados pelos homens. Por isso, alargam as filactérias e alongam as orlas dos seus mantos.
Gostam de ocupar o primeiro lugar nos banquetes e os primeiros assentos nas sinagogas.
Gostam das saudações nas praças públicas e de serem chamados 'mestres’ pelos homens.
Quanto a vós, não vos deixeis tratar por 'mestres’, pois um só é o vosso Mestre, e vós sois todos irmãos.
E, na terra, a ninguém chameis 'Pai’, porque um só é o vosso 'Pai’: aquele que está no Céu.
Nem permitais que vos tratem por 'doutores’, porque um só é o vosso 'Doutor’: Cristo.
O maior de entre vós será o vosso servo.
Quem se exaltar será humilhado e quem se humilhar será exaltado.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)