Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 30 de novembro de 2021

O primeiro a ser chamado, o primeiro a dar testemunho

«Como é bom, como é agradável, viverem os irmãos em unidade» (Sl 132, 1). [...] Depois de ter estado com Jesus (Jo 1, 39), e de ter aprendido muitas coisas, André não guardou esse tesouro para si: apressou-se a ir ter com seu irmão, Simão Pedro, para partilhar com ele os bens que recebera. [...] Repara no que ele diz ao irmão: «Encontrámos o Messias (que quer dizer Cristo)» (Jo 1, 41). Estás a ver o fruto daquilo que ele tinha aprendido há tão pouco tempo? Isto é uma prova, a um tempo, da autoridade do Mestre que ensinou os Seus discípulos e, desde o princípio, do zelo com que estes queriam conhecê-Lo.

A pressa de André, o zelo com que difunde imediatamente uma tão grande boa nova, dá a conhecer uma alma que ardia por ver cumpridas todas as profecias respeitantes a Cristo. Partilhar assim as riquezas espirituais é prova de uma amizade verdadeiramente fraterna, de um afecto profundo e de uma natureza cheia de sinceridade. [...] «Encontrámos o Messias», diz ele; não está a referir-se a um messias qualquer, mas ao verdadeiro Messias, Àquele que esperavam.

São João Crisóstomo (c. 345-407), bispo de Antioquia, depois de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilias sobre o evangelho de João 19, 1

Santo André, apóstolo

Os gregos chamam a este ousado apóstolo "Protókletos", que significa: o primeiro chamado. Ele foi um dos afortunados que viram Jesus na verde planície de Jericó. Ele passava. O Batista indicou-o com o dedo de Precursor e disse: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo". André e João foram atrás d'Ele. Não se atreveram a falar-Lhe até que Jesus se virou para trás e perguntou: "Que procurais?" - Mestre, onde habitas? - "Vinde e vede". A Igreja deve muito a Santo André. Terá sido martirizado numa cruz em forma de aspa ou X, que é conhecida pelo nome de cruz de Santo André.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Novena da Imaculada Conceição com textos de São Josemaría Escrivá - 30 de novembro

Maria, a cheia de graça

Amigos de Deus, 292 É a cheia de graça, a suma de todas as perfeições; e é Mãe. Com o seu poder diante de Deus conseguirá o que lhe pedirmos; como Mãe, quer conceder-no-lo. E, também como Mãe, entende e compreende as nossas fraquezas, anima-nos, desculpa-nos, facilita o caminho, tem sempre o remédio preparado, mesmo quando parece que já nada é possível.

Amigos de Deus, 292 Talvez agora algum de vós possa pensar que o dia ordinário, o habitual ir e vir da nossa vida, não se presta muito a manter o coração numa criatura tão pura como Nossa Senhora. Convidar-vos-ia a reflectir um pouco. Que procuramos sempre, mesmo sem especial atenção, em tudo o que fazemos? Quando nos move o amor de Deus e trabalhamos com rectidão de intenção, procuramos o que é bom, o que é limpo, o que dá paz à consciência e felicidade à alma. Também cometemos muitos erros? Sim, mas precisamente reconhecer esses erros é descobrir com maior clareza que a nossa meta é esta: uma felicidade que não passe, profunda, serena, humana e sobrenatural.

Amigos de Deus, 292 Existe uma criatura que conseguiu nesta terra essa felicidade, porque é a obra-prima de Deus: a Nossa Mãe Santíssima, Maria. Ela vive e protege-nos; está junto do Pai e do Filho e do Espírito Santo, em corpo e alma. É Aquela mesma que nasceu na Palestina, que se entregou ao Senhor desde menina, que recebeu a anunciação do Arcanjo Gabriel, que deu à luz o Nosso Salvador, que esteve junto d’Ele ao pé da Cruz.

Santo Rosário, comentario ao IV mistério gozoso Segundo a Lei de Moisés, uma vez decorrido o tempo da purificação da Mãe, é preciso ir com o Menino a Jerusalém, para O apresentar ao Senhor (Lc II, 22). E desta vez, meu amigo, hás-de ser tu a levar a gaiola das rolas. – Estás a ver? Ela – a Imaculada! – sub- mete-se à Lei como se estivesse imunda. Aprenderás com este exemplo, menino tonto, a cumprir a Santa Lei de Deus, apesar de todos os sacrifícios pessoais? Purificação! Sim, tu e eu, é que precisamos de purificação! Expiação e, além da expiação, o Amor. – Um amor que seja cautério: que abrase a imundície da nossa alma, e fogo que incendeie, com chamas divinas, a miséria do nosso coração.

Amigos de Deus, 189 Recorramos a Ela, tota pulchra, seguindo um conselho que eu dava, há muitos anos, àqueles que se sentiam intranquilos no seu empenho diário por ser humildes, limpos, sinceros, alegres e generosos: Todos os pecados da tua vida parecem ter-se posto de pé. – Não desanimes. – Pelo contrário, chama por tua Mãe, Santa Maria, com fé e abandono de criança. Ela trará o sossego à tua alma.

Oração
É justo, Senhora, que me dês um presente, como prova de carinho: contrição, compungir-me dos meus pecados, dor de Amor... Ouve-me, Senhora, Vida, e Esperança minha, conduz-me pela tua mão – tenuisti manum dexteram meam! – e, se existe algo agora em mim que desagrada ao meu Pai-Deus, faz com que o veja e, pelos dois, arrancá-lo-emos.
Apontamentos, 7-X-1932

domingo, 28 de novembro de 2021

Obrigado! Perdão! Ajuda-me mais!

Começamos um novo ano litúrgico em que esperamos tantas graças de Deus, na continuação das muitas que nos concedeu nos últimos meses e sempre! (...) Aumentemos em cada dia o nosso desejo de ser muito fiéis ao caminho para chegar à felicidade, e também o esforço de nos convertermos diariamente para nos identificarmos mais com Jesus Cristo. Que boa altura esta para repetirmos com frequência e profunda convicção estas palavras: Obrigado! Perdão! Ajuda-me mais! Aumentaremos nas próximas semanas as ações de graças, ao mesmo tempo que recorremos com maior confiança à misericórdia divina, pedindo indulgência pelos nossos pecados e pelos de toda a humanidade. E não deixemos de continuar a pedir a proteção do Céu para a Igreja, para esta partezita da Igreja que é a Obra, para cada um de nós, para todo o mundo.

D. Javier Echevarría na carta do mês de dezembro de 2014
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

Ano litúrgico, Cristo no tempo

"Ao oferecer-te aquela História de Jesus, pus como dedicatória: «Que procures a Cristo. Que encontres a Cristo. Que ames a Cristo». São três etapas claríssimas. Tentaste, pelo menos, viver a primeira?" (Caminho”, 382)

A história humana é e será sempre uma história de salvação, e é isto o que a Igreja celebra no ano litúrgico. As festas e tempos não são aniversários, uma mera repetição de alguns momentos históricos da vida do Senhor; são a celebração da sua presença, a atualização da salvação que o Padre, por Jesus Cristo, nos comunica no Espírito Santo.

A Constituição sobre a Sagrada Liturgia do Concílio Vaticano II apresenta o ano litúrgico com estas palavras: «A santa mãe Igreja considera seu dever celebrar, em determinados dias do ano, a memória sagrada da obra de salvação do seu divino Esposo» (Sacrosanctum Concilium, 102). Cada ano litúrgico é, pois, uma nova oportunidade de graça e de presença do Senhor da história na nossa própria história quotidiana, nos acontecimentos -também nos mais insignificantes- de cada dia.

Aquele que é o mesmo, que era e que será, vem a nós no tempo, aqui e agora, para viver o presente, o de cada um, com os seus irmãos os homens.
O ano litúrgico está impregnado pela presença de salvação do Senhor para que em cada tempo litúrgico -com as suas características concretas- os cristãos possamos ser mais semelhantes a Ele, não só no sentido moral de imitação, de mudança de costumes e de melhoramento na conduta, mas de verdadeira identificação sacramental -imediata- com a vida de Cristo. Assim, a nossa vida diária converte-se num culto agradável ao Pai por ação do Espírito (cfr. Rom. 12, 1-2).

Já a partir dos primeiros séculos, à celebração dos mistérios de Cristo, a Igreja uniu a celebração da Virgem e do dia da passagem para casa do Pai dos mártires e dos santos. Com a sua vida, souberam dar testemunho da vida de Cristo, especialmente da Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão gloriosa ao Céu. Por isso ao longo do ano litúrgico são apresentados aos fiéis cristãos como exemplo de amor a Deus.

«Frequentemente, o Senhor fala-nos do prémio que nos ganhou com a sua Morte e Ressurreição. Vou preparar um lugar para vós. Depois que Eu tiver ido e vos tiver preparado um lugar, virei novamente e tomar-vos-ei comigo para que, onde eu estou, estejais vós também (Cfr. Jo. XIV, 2-3). O Céu é a meta do nosso caminho terreno. Jesus Cristo precedeu-nos e ali, na companhia da Virgem e de S. José -a quem tanto venero- dos Anjos e dos Santos, aguarda a nossa chegada.» (Amigos de Deus, 220).

São Josemaría Escrivá

O Advento

S. Josemaria dizia que cada Natal tem de ser para nós um novo e especial encontro com Deus, deixando que a sua luz a sua graça entrem até ao fundo da alma. Apresentamos alguns textos do fundador do Opus Dei relacionados com o Advento, tempo de preparação para o Natal.

Chegou o Advento. Que bom tempo para remoçar o desejo, o anelo, as ânsias sinceras pela vinda de Cristo!, pela sua vinda quotidiana à tua alma na Eucaristia! Ecce veniet!, está a chegar!, anima-nos a Igreja.
Forja, 548

Olhai e levantai as vossas cabeças porque está próxima a vossa redenção (Lc 21, 28), lemos no Evangelho. O tempo do Advento é o tempo da esperança. Todo o panorama da nossa vocação cristã, a unidade de vida que tem como nervo a presença de Deus, Nosso Pai, pode e deve ser uma realidade diária.
Cristo que passa, 11, 4

Procura a união com Deus e enche-te de esperança – virtude segura! –, porque Jesus te iluminará, mesmo na noite mais escura, com a luz da sua misericórdia.
Forja, 293

Jesus Christus, Deus Homo, Jesus Cristo, Deus-Homem! Eis uma magnalia Dei (Act. II, 11), uma das maravilhas de Deus em que temos de meditar e que temos de agradecer a este Senhor que veio trazer a paz na terra aos homens de boa vontade (Lc 2, 14), a todos os homens que querem unir a sua vontade à Vontade boa de Deus. Não só aos ricos, nem só aos pobres! A todos os homens, a todos os irmãos! Pois irmãos somos todos em Jesus; filhos de Deus, irmãos de Cristo. Sua Mãe é nossa Mãe.

É preciso ver o Menino, nosso Amor, no seu berço. Olhar para Ele, sabendo que estamos perante um mistério. Precisamos de aceitar o mistério pela fé, aprofundar o seu conteúdo. Para isso necessitamos das disposições humildes da alma cristã: não pretender reduzir a grandeza de Deus aos nossos pobres conceitos, às nossas explicações humanas, mas compreender que esse mistério, na sua obscuridade, é uma luz que guia a vida dos homens.
Cristo que passa, 13

Advento

O Advento significa a presença iniciada do próprio Deus. Por isso, recorda-nos duas coisas: primeiro, que a presença de Deus no mundo já começou, e que Ele já está presente de uma maneira oculta; em segundo lugar, que essa presença de Deus acaba de começar, ainda não é total, mas está em processo de crescimento e maturação.

A sua presença já começou, e somos nós, os seus fiéis, que, por sua vontade, devemos torná-lo presente no mundo. É por meio da nossa fé, esperança e amor que Ele quer fazer brilhar a luz de forma contínua na noite do mundo. Assim, as luzes que acendermos nas noites escuras do inverno serão ao mesmo tempo consolo e advertência: certeza consoladora de que "a luz do mundo" já se acendeu na noite escura de Belém e transformou a noite do pecado humano na noite santa do perdão divino; e, por outro lado, a consciência de que essa luz só pode - e só quer - continuar a brilhar se for sustentada por aqueles que, por serem cristãos, continuam através dos tempos a obra de
Cristo.

A luz de Cristo quer iluminar a noite do mundo através da luz que somos nós; a sua presença já iniciada deve continuar a crescer por nosso intermédio. Quando, na Noite Santa, ressoar uma e outra vez o hino Hodie Christus natus est, devemos lembrar-nos de que o começo que se deu em Belém há-de ser em nós um começo permanente, que aquela noite santa volta a ser um "hoje" cada vez que um homem permite que a luz do bem faça desaparecer nele as trevas do egoísmo [...]. O Menino-Deus nasce onde se atua por inspiração do amor do Senhor, onde se faz algo mais do que trocar presentes.

Advento significa presença de Deus já começada, mas também apenas começada. Isto implica que o cristão não olha somente para o que já foi e já passou, mas também para o que está por vir. No meio de todas as desgraças do mundo, tem a certeza de que a semente da luz continua a crescer oculta, até que um dia o bem triunfará definitivamente e tudo lhe estará submetido: no dia em que Cristo voltar. O cristão sabe que a presença de Deus, que acaba de começar, um dia será presença total. E essa certeza torna-o livre, presta-lhe um apoio definitivo.

(Cardeal Joseph Ratzinger em Licht, das uns leuchtet. Besinnungen zu Advent und Weihnachten‘, 5a- ed., Herder, Friburgo, 1978)

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Votação episcopal nos EUA

No passado dia 17 de Novembro, os bispos dos EUA fizeram história ao aprovarem por 222 votos a favor, 8 contra e 3 abstenções, um documento intitulado «O Mistério da Eucaristia na Vida da Igreja».


Quando a Conferência Episcopal Norte-Americana tomou a decisão de o elaborar, em Junho de 2019, ninguém imaginava os problemas que surgiriam dois anos mais tarde, em virtude de o novo Presidente ser um militante activo a favor do aborto, ao mesmo tempo que se declara católico. Esta inconsistência talvez se explique por algumas pessoas que admiram as iniciativas da Igreja se considerarem católicas, mesmo desconhecendo a doutrina ou tendo divergências de fundo.


O assunto ganhou especial acuidade quando o Presidente Biden apareceu numa Missa e se aproximou para Comungar. A contradição escandalizou os católicos e gerou um movimento forte a pedir aos bispos que explicassem a Biden que não podia tratar assim a Eucaristia. Inesperadamente, o documento que se trabalhava desde há dois anos, parecia destinado a concentrar-se nesta lição fundamental: Biden venha à Missa, mas não pode comungar.


Bastantes bispos viram o perigo de se transformar a Eucaristia num instrumento de luta política. Em Maio deste ano, o Cardeal Luis Ladaria, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, enviou-lhes uma carta repetindo a cada passo que o aborto é um crime grave, mas pedindo que o documento reflectisse o consenso de todos os bispos, evitasse aparecer como uma intromissão na luta partidária, ou desse a entender que a doutrina da Igreja se resume à sua oposição ao aborto. Em vista da polémica, na reunião da Conferência Episcopal de Junho, 55 bispos preferiram adiar indefinidamente o documento sobre a Eucaristia. Felizmente, 168 mantiveram o plano.


O resultado conheceu-se no passado dia 17 de Novembro, aprovado pela quase por unanimidade. Realmente, está bem escrito e expressa com clareza os pontos centrais acerca da Eucaristia, sem alimentar controvérsias políticas.


As páginas sobre o carácter sacrificial da Missa e sobre a presença real de Jesus na Eucaristia abrem o panorama geral, que permite compreender a relação da Eucaristia com a Igreja e entender o significado de Comunhão, simultaneamente com Cristo e com a Igreja. Para alguns leitores, uma consequência prática é a importância de assistir presencialmente à Missa, em especial ao Domingo, porque a pandemia os fez perder o bom hábito de assistir à Missa, como se a transmissão televisiva a pudesse substituir.


O capítulo sobre a resposta do cristão ao dom da Eucaristia ilustra a exposição doutrinal com esplêndidas observações práticas, por exemplo acerca do Sacramento da Confissão.


Sem abandonar a perspectiva teológica e sem referir casos particulares, o documento é perfeitamente claro acerca da importância de estar em comunhão visível com a Igreja para poder comungar Jesus na Eucaristia. «Repetimos o que os bispos dos EUA declararam em 2006: “Se, na sua vida pessoal ou profissional, um católico rejeita consciente e obstinadamente doutrinas definidas pela Igreja, ou se consciente e obstinadamente repudia os seus ensinamentos definitivos acerca de temas morais, diminui seriamente a sua comunhão com a Igreja. Receber a Sagrada Comunhão nestas condições contradiz a natureza da celebração eucarística, de modo que tal pessoa deve abster-se de comungar”». O texto cita ainda uma Encíclica papal sobre a Eucaristia: «Em casos de uma conduta pública que seja séria, clara e persistentemente contrária à norma moral, a Igreja, na sua preocupação pastoral pela boa ordem da comunidade e por respeito ao sacramento, não pode deixar de intervir. O Código de Direito Canónico refere-se a esta manifesta falta de disposições morais quando estipula que “quem persiste obstinadamente num pecado grave” não deve ser admitido à Comunhão eucarística”».


Este documento dos bispos norte-americanos contém muitas citações, dos últimos Papas, do Catecismo da Igreja Católica e de muitos santos. Realço os testemunhos de Carlo Acutis, beatificado em 2020, e de S. José Sánchez, um rapaz mexicano martirizado com 14 anos, canonizado pelo Papa Francisco em 2016. Este último, na prisão, sujeito a muitas torturas para renegar a fé, recebia a Eucaristia às escondidas e respondia às propostas dos seus raptores dizendo-lhes: «a minha fé não está à venda». É também inspiradora a devoção eucarística de Santa Elizabeth Ann Seton, a primeira santa nascida nos EUA, quer antes quer depois de se converter à fé católica.


Em resumo, vale a pena ler «O Mistério da Eucaristia na Vida da Igreja».

José Maria C.S. André

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Santa Catarina de Alexandria, virgem, mártir, †305

É sem dúvida uma das santas mais populares da História da Igreja, universalmente venerada.

De acordo com um relato muito antigo de sua vida, era uma jovem de grande beleza e tinha recebido de Deus o dom da sabedoria.

Conduzida diante do imperador por ser cristã, censurou-o corajosamente por perseguir a Religião verdadeira, fez a apologia do Cristianismo e demonstrou a falsidade dos cultos idolátricos.

Não conseguindo discutir com ela, o imperador convocou os cinquenta filósofos mais cultos do Egipto para que refutassem os argumentos da jovem, mas eles também não o conseguiram e, ao final do debate, declararam-se cristãos.

O imperador, encolerizado, condenou à morte os cinquenta sábios e sua mestra, a qual teve o corpo dilacerado por rodas com lâminas cortantes.

www.santododia.com.br

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Santo André Dung Lac e companheiros, presbíteros, mártires vietnamitas, séc. XVIII e XIX

No dia 9 de Junho de 1988, João Paulo II canonizou 116 mártires vietnamitas pertencentes à Igreja do Vietname. Desses, 96 eram de origem vietnamita e os demais missionários provenientes da Espanha e da França. Desde 1624, quando os primeiros jesuítas fundaram ali as bases do cristianismo, os cristãos sofreram contínuas e sangrentas perseguições. Eram acusados de destruir, com sua pregação, os valores culturais e religiosos do país. Durante a perseguição de 1843, um deles, Paulo Le Bao-Tinh escrevia da prisão:


"O meu cárcere é verdadeiramente uma imagem do fogo eterno. Aos cruéis suplícios de todo género, como grilhões, algemas e ferros, juntam-se ódio, vingança, calúnias, palavrões, acusações, maldades, falsos testemunhos, maldições e, finalmente, angústia e tristeza. Mas Deus, tal como outrora libertou-me dessas tribulações, que se tornaram suaves, porque a sua misericórdia é eterna!"

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

terça-feira, 23 de novembro de 2021

São Clemente I, papa, mártir, †102

É Santo Irineu quem nos conta que, dos sucessores imediatos de Pedro na Cátedra de Roma, o terceiro se chamava de nome Clemente. Além dessa notícia, do Papa, ele também nos relata que o autor da importante carta escrita pela Igreja de Roma à de Corinto é o Papa Clemente. Foi dito que a sua carta aos coríntios é a "epifania do primado romano", enquanto este primeiro documento papal (protótipo de todas as cartas encíclicas que seriam escritas no decurso dos séculos) afirma a autoridade do sucessor de Pedro, bispo de Roma, sobre outras Igrejas de origem apostólica. A carta, escrita entre os anos de 93 e 97, enquanto estava ainda com vida o Apóstolo São João, é dirigida à Igreja de Corinto, dividida por cisma interno, porque o grupo de fiéis contestava a autoridade dos presbíteros.

O tempo em que S. Clemente esteve à frente da Igreja (92-102) foi marcado por uma relativa paz e tolerância por parte dos imperadores Vespasiano e Tito.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Santa Cecília, virgem, mártir, séc. III ou IV

Segundo a Passio Sanctae Caeciliae, Santa Cecília pertencia à mais antiga nobreza romana. A seu respeito diz a Liturgia das Horas: "O culto de Santa Cecília, em honra da qual no século quinto foi construída em Roma uma basílica, difundiu-se por causa de sua Paixão (descrição de seu martírio). Nela, Santa Cecília é exaltada como o modelo mais perfeito de mulher cristã, que por amor a Cristo professou a virgindade e sofreu o martírio. Segundo esta Paixão, ela havia-se consagrado a Deus. No dia das núpcias, participou essa decisão ao marido, dizendo-lhe que um anjo velava noite e dia por ela. Valeriano, seu marido, disse que somente acreditaria se visse o anjo. Santa Cecília aconselhou-o a visitar o papa Urbano, que se havia refugiado nas catacumbas. Deste encontro resultou a conversão do marido e de Tibúrcio, seu irmão, os quais sofreram o martírio logo depois, por sepultarem os corpos dos mártires."

Santa Cecília recolheu os corpos do esposo e do cunhado e sepultou-os na sua propriedade, na via Ápia. Isto lhe valeu o martírio. Morreu decapitada, por ter sobrevivido à morte por asfixia no caldário. 

Santa Cecília foi uma das santas mais veneradas durante a Idade Média. O seu nome vem citado no cânon da missa. Dentre as santas é a que maior número de basílicas teve em Roma. A nenhuma outra santa a cristandade consagrou tantas igrejas quanto a ela. É também a padroeira dos músicos.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

domingo, 21 de novembro de 2021

Amar a Cristo ...

Majestade da minha alma, Rei do Universo, meu amadíssimo Jesus, hoje celebramos justamente o Teu Reino, aquele que tantos desde sempre têm dificuldade em entender, ainda assim e estamos certos da Tua concordância, queremos-Te agradecer pela Rainha dos Céus que nos ofereceste, a Virgem Santa Maria.

ConTigo no seio da Santíssima Trindade e com Ela, somos felizes em Ti e sendo-o, podemos transmitir essa felicidade ao próximo que procuramos e desejamos amar vendo-Te neles.

A Tua e nossa Mãe, a principal intercessora por nós junto de Ti, consola-nos, anima-nos e protege-nos debaixo do seu maternal manto e tal só é possível, pelo amor que nos tens oferendo-nos esse grande tesouro do Teu Reino que é Nossa Senhora em toda a Sua Imaculada pureza.

Louvor e Glória a Vós Senhor Jesus, que sois o Nosso Rei e Melhor Amigo!

JPR

Apresentação de Nossa Senhora no Templo

A memória da apresentação da Bem-aventurada Virgem Maria tem importância, não só porque nela é comemorado um dos mistérios da vida daquela que Deus escolheu como Mãe do seu Filho e como Mãe da Igreja, nem só porque nesta apresentação de Maria lembra-se a apresentação de Cristo (ou, melhor, de todos os cristãos) ao Pai celeste , mas também porque ela constitui um gesto concreto de ecumenismo, de diálogo com os nossos irmãos do Oriente. Isto salta à vista seja pela nota de comentário dos redactores do novo calendário, seja pela nota da Liturgia das Horas, que diz: "Neste dia da dedicação (543) da Igreja de Nossa Senhora, construída junto ao templo de Jerusalém, celebramos, juntamente com os cristãos do Oriente, aquela dedicação que Maria fez de si mesma a Deus, logo desde a infância, movida pelo Espírito Santo, de cuja graça tinha sido repleta na sua Imaculada Conceição."

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo

Celebramos neste Domingo a Solenidade de Jesus Cristo, Rei e Senhor do Universo. As leituras deste domingo falam-nos do Reino de Deus (esse Reino de que Jesus é rei). Apresentam-no como uma realidade que Jesus semeou, que os discípulos são chamados a edificar na história (através do amor) e que terá o seu tempo definitivo no mundo que há-de vir. A primeira leitura utiliza a imagem do Bom Pastor para apresentar Deus e para definir a sua relação com os homens. A imagem sublinha, por um lado, a autoridade de Deus e o seu papel na condução do seu Povo pelos caminhos da história; e sublinha, por outro lado, a preocupação, o carinho, o cuidado, o amor de Deus pelo seu Povo. O Evangelho apresenta-nos, num quadro dramático, o «rei» Jesus a interpelar os seus discípulo acerca do amor que partilharam com os irmãos, sobretudo com os pobres, os débeis, os desprotegidos. A questão é esta: o egoísmo, o fechamento em si próprio, a indiferença para com o irmão que sofre, não têm lugar no Reino de Deus. Quem insistir em conduzir a sua vida por esses critérios, ficará à margem do Reino. Na segunda leitura, Paulo lembra aos cristãos que o fim último da caminhada do crente é a participação nesse «Reino de Deus» de vida plena, para o qual Cristo nos conduz. Nesse Reino definitivo, Deus manifestar-se-á em tudo e actuará como Senhor de todas as coisas (vers. 28).

(Fonte Evangelho Quotidiano)

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo

Já no século XII se celebrava na basílica vaticana de S. Pedro e na de S. Paulo na Via Ostiense o aniversário das respetivas dedicações, feitas pelos papas Silvestre e Sirício, no século IV. Esta comemoração estendeu-se posteriormente a todas as igrejas de rito romano. Assim como no aniversário da dedicação da basílica de Santa Maria Maior (5 de Agosto) se celebra a Maternidade da Santíssima Virgem Mãe de Deus, assim neste dia se veneram os dois principais Apóstolos de Cristo.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Catequese de Bento XVI sobre Santa Isabel da Hungria

Queridos irmãos e irmãs,

Hoje gostaria de vos falar de uma das mulheres da Idade Média que suscitou maior admiração: trata-se de Santa Isabel da Hungria, chamada também Isabel de Turíngia.

Nasceu em 1207; os historiadores debatem sobre o lugar. Seu pai era André II, rico e poderoso rei da Hungria que, para fortalecer os laços políticos, casou com a condessa alemã Gertrudes de Andechs-Merânia, irmã de Santa Edviges, que era esposa do duque da Silésia. Isabel viveu na Corte húngara só os primeiros quatro anos da sua infância, com uma irmã e três irmãos. Gostava dos jogos, da música e da dança; recitava fielmente as suas preces e já prestava atenção especial aos pobres, os quais ajudava com uma boa palavra ou com um gesto carinhoso.

A sua infância feliz foi bruscamente interrompida quando, da longínqua Turíngia, chegaram alguns cavaleiros com a finalidade de a levar para a sua nova sede na Alemanha central. Com efeito, segundo a tradição dessa época seu pai decidiu que Isabel se tornasse princesa da Turíngia. O landgrave ou conde dessa região era um dos soberanos mais ricos e influentes da Europa no início do século XIII, e o seu castelo era centro de magnificência e cultura. Mas por detrás das festas e da aparente glória escondiam-se as ambições dos príncipes feudais, muitas vezes em guerra entre si e em conflito com as autoridades reais e imperiais. Neste contexto, o landgrave Hermann acolheu de bom grado o noivado entre seu filho Ludovico e a princesa húngara. Isabel partiu da sua pátria com um rico dote e um grande séquito, inclusive com as suas servas pessoais, duas das quais foram suas amigas fiéis até ao fim. Foram elas que nos deixaram preciosas informações sobre a infância e a vida da Santa.

Após uma longa viagem, chegaram a Eisenach, para depois subirem à fortaleza de Wartburg, o castelo maciço acima da cidade. Ali celebrou-se o noivado entre Ludovico e Isabel. Nos anos seguintes, enquanto Ludovico aprendia a profissão de cavaleiro, Isabel e as suas companheiras estudavam alemão, francês, latim, música, literatura e bordado. Embora o noivado tenha sido decidido por motivos políticos, entre os dois jovens nasceu um amor sincero, animado pela fé e pelo desejo de cumprir a vontade de Deus. Aos 18 anos, Ludovico, depois da morte do pai, começou a reinar na Turíngia. Mas Isabel tornou-se objeto de murmúrios, porque o seu modo de se comportar não correspondia à vida cortesã. Assim, também a celebração do matrimónio não foi pomposa e as despesas para o banquete foram parcialmente destinadas aos pobres. Na sua profunda sensibilidade, Isabel via as contradições entre a fé professada e a prática cristã. Não suportava os comprometimentos. Certa vez, ao entrar na igreja na solenidade da Assunção, tirou a coroa, depô-la diante da cruz e permaneceu prostrada no chão com o rosto coberto. Quando a sogra a repreendeu por aquele gesto, ela retorquiu: «Como posso eu, criatura miserável, continuar a trazer uma coroa de dignidade terrena, quando vejo o meu Rei Jesus Cristo coroado de espinhos?». Do mesmo modo como se comportava diante de Deus, também o fazia em relação aos súbditos. Entre os Ditos das quatro servas encontramos este testemunho: «Não consumia alimentos se antes não estivesse certa de que provinham das propriedades e dos bens legítimos do marido. Enquanto se abstinha dos bens conquistados ilicitamente, esforçava-se também por indemnizar aqueles que tinham suportado violência» (nn. 25 e 37). Um verdadeiro exemplo para todos aqueles que desempenham funções de guia: o exercício da autoridade, a todos os níveis, deve ser vivido como serviço à justiça e à caridade, na busca constante do bem comum.

Isabel praticava assiduamente as obras de misericórdia: dava de beber e de comer a quem batia à sua porta, oferecia roupas, pagava as dívidas, cuidava dos enfermos e enterrava os mortos. Quando descia do seu castelo, ia muitas vezes com as suas servas às casas dos pobres, levando pão, carne, farinha e outros alimentos. Entregava pessoalmente a comida e controlava com atenção as roupas e os leitos dos pobres. Este comportamento foi referido ao marido, que não só não se lamentou, mas respondeu aos acusadores: «Enquanto ela não vender o meu castelo, estou feliz!». É neste contexto que se insere o milagre do pão transformado em rosas: quando Isabel ia pelo caminho com o seu avental cheio de pão para os pobres, encontrou o marido que lhe perguntou o que estava a levar. Ela abriu o avental e, em vez de pão, apareceram rosas magníficas. Este símbolo de caridade está presente muitas vezes nas representações de Santa Isabel.

O seu matrimónio foi profundamente feliz: Isabel ajudava o cônjuge a elevar as suas qualidades humanas a nível sobrenatural, e ele, em contrapartida, protegia a esposa na sua generosidade aos pobres e nas suas práticas religiosas. Cada vez mais admirado pela grande fé da sua esposa, Ludovico, referindo-se à sua atenção aos pobres, disse-lhe: «Amada Isabel, foi Cristo que lavaste, alimentaste e cuidaste». Um claro testemunho do modo como a fé e o amor a Deus e ao próximo fortalecem a vida familiar e tornam ainda mais profunda a união matrimonial.

O jovem casal encontrou apoio espiritual nos Frades Menores que, a partir de 1222, se difundiram na Turíngia. Entre eles, Isabel escolheu frei Rogério (Rüdiger) como diretor espiritual. Quando ele lhe narrou a vicissitude da conversão do jovem e rico comerciante Francisco de Assis, Isabel entusiasmou-se ulteriormente no seu caminho de vida cristã. A partir desse momento, decidiu-se ainda mais a seguir Cristo pobre e crucificado, presente nos pobres. Mesmo quando nasceu o primeiro filho, seguido depois por outros dois, a nossa Santa nunca descuidou as suas obras de caridade. Além disso, ajudou os Frades Menores a construir em Halberstadt um convento do qual frei Rogério se tornou superior. Assim, a direção espiritual de Isabel passou para Conrado de Marburgo.

Uma dura prova foi o adeus ao marido, no final de Junho de 1227, quando Ludovico IV se associou à cruzada do imperador Frederico II, recordando à esposa que se tratava de uma tradição para os soberanos da Turíngia. Isabel respondeu: «Não te impedirei. Entreguei-me totalmente a Deus e agora devo dar-lhe também a ti». Porém, a febre dizimou as tropas e o próprio Ludovico adoeceu e faleceu com 27 anos em Otranto, antes de embarcar, em Setembro de 1227. Quando recebeu a notícia, Isabel ficou tão amargurada que se retirou em solidão, mas depois, fortalecida pela oração e consolada pela esperança de o rever no Céu, recomeçou a interessar-se pelos assuntos do reino. Contudo, outra prova esperava-a: o seu cunhado usurpou o governo da Turíngia, declarando-se autêntico herdeiro de Ludovico e acusando Isabel de ser uma mulher piedosa mas incompetente no governo. A jovem viúva, com os três filhos, foi expulsa do castelo de Wartburg e pôs-se em busca de um lugar onde se refugiar. Só duas servas permaneceram ao seu lado, a acompanharam e confiaram os três filhos aos cuidados dos amigos de Ludovico. Peregrinando pelas aldeias, Isabel trabalhava onde era acolhida, assistia os doentes, fiava e costurava. Durante este calvário suportado com grande fé, com paciência e dedicação a Deus, alguns parentes, que tinham permanecido fiéis a ela e consideravam ilegítimo o governo do cunhado, reabilitaram o seu nome. Assim Isabel, no início de 1228, pôde receber uma renda apropriada para se retirar no castelo de família em Marburgo, onde habitava também o seu diretor espiritual, frei Conrado. Foi ele que referiu ao Papa Gregório IX o seguinte acontecimento: «Na Sexta-Feira Santa de 1228, pondo as mãos no altar da capela da sua cidade de Eisenach, onde tinha acolhido os Frades Menores, na presença de alguns frades e familiares, Isabel renunciou à própria vontade e a todas as vaidades do mundo. Ela queria renunciar também a todas as posses, mas eu desaconselhei-a por amor aos pobres. Pouco tempo mais tarde, construiu um hospital, recolheu doentes e inválidos e serviu à sua mesa os mais miseráveis e desamparados. Quando a repreendi por estes gestos, Isabel respondeu que dos pobres recebia uma especial graça e humildade» (Epistula magistri Conradi, 14-17).

Podemos entrever nesta afirmação uma certa experiência mística, semelhante à que viveu São Francisco: com efeito, no seu Testamento o Pobrezinho de Assis declarou que, servindo os leprosos, aquilo que antes era amargo se transformou em docilidade da alma e do corpo (cf. Testamentum, 1-3). Isabel transcorreu os últimos três anos no hospital por ela fundado, servindo os doentes e velando sobre os moribundos. Procurava desempenhar sempre os serviços mais humildes e os trabalhos mais repugnantes. Ela tornou-se aquela que poderíamos definir uma mulher consagrada no meio do mundo (soror in saeculo) e, com outras suas amigas vestidas de hábitos cinzentos, formou uma comunidade religiosa. Não é por acaso que é Padroeira da Terceira Ordem Regular de São Francisco e da Ordem Franciscana Secular.

Em Novembro de 1231 foi atingida por uma febre forte. Quando a notícia da sua enfermidade se propagou, muitas pessoas acorreram para a ver. Depois de cerca de dez dias, pediu que as portas fossem fechadas, para permanecer sozinha com Deus. Na noite de 17 de Novembro adormeceu docilmente no Senhor. Os testemunhos sobre a sua santidade foram tão numerosos e tais que, só quatro anos mais tarde, o Papa Gregório IX proclamou-a Santa e, nesse mesmo ano, foi consagrada a bonita igreja construída em sua honra em Marburgo.

Estimados irmãos e irmãs, na figura de Santa Isabel vemos como a fé e a amizade com Cristo criam o sentido da justiça, da igualdade de todos, dos direitos dos outros, e criam o amor e a caridade. E desta caridade nascem inclusive a esperança e a certeza de que somos amados por Cristo, e que o amor de Cristo nos espera, tornando-nos assim capazes de imitar Cristo e de O ver nos outros. Santa Isabel convida-nos a redescobrir Cristo, a amá-lo, a ter fé e deste modo a encontrar a verdadeira justiça e o amor, assim como a alegria de que um dia seremos imersos no Amor divino, na alegria da eternidade com Deus. Obrigado!

AUDIÊNCIA GERAL - Praça de São Pedro - Quarta-feira, 20 de Outubro de 2010

terça-feira, 16 de novembro de 2021

Santa Margarida RAINHA DA ESCÓCIA, +1093

Santa Margarida da Escócia nasceu em 1046 na Hungria, onde seu pai Edward Aetheling e sua mãe Águeda viviam exilados, porque o reino da Inglaterra havia passado para as mãos do rei Canuto. Com a morte desse rei puderam regressar à pátria. 

Margarida da Escócia conseguiu a santidade não pelos difíceis caminhos da dor e da humilhação, mas na alegria e na simplicidade. Na verdade, Margarida conheceu o rei Malcolm III, pelo qual foi pedida em casamento, subindo aos vinte e quatro anos ao trono na Escócia. Da sua união nasceram seis filhos homens e duas mulheres, educados cristãmente pela piedosa Margarida. Seu marido soube valer-se da ajuda da esposa, culta e sábia, e imitando-lhe, a seu modo, o fervor religioso beijava os livros de devoção, uma vez que não sabia ler. 

Santa Margarida morreu a 16 de novembro de 1093 em Edimburgo e foi sepultada em Dunferline. Foi canonizada em 1249.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Pai Jorge

Faz hoje nove anos que partiste e como sempre foste um excelente ser humano ajudando o próximo, estou convicto que o Senhor na sua infinita bondade Te acolherá no Seu Reino. Deixaste rastro nos filhos, netos e bisnetos e serás sempre uma referência para todos nós.

Agradeço-te tudo o que fizeste pela família, em termos meramente pessoais fica-me a bênção que me concedeste nas vésperas da tua partida e o facto de teres aceite e guardado em lugar bem visível o pequeno crucifixo que te ofereci na ocasião.

Agradeço a Deus Nosso Senhor pelo privilégio de ter sido um dos teus cinco filhos. A pacificação entre todos os membros da família será tarefa árdua provavelmente muito morosa, mas sabes estou muito tranquilo pois o Espírito Santo colocará na minha boca as palavras mais adequadas e nas minhas ações a busca de imitar a Jesus Cristo e imitado-O sei que estarei na boa estrada.

Deixo-te um último pedido, olha por nós que te amámos e amamos independentemente das posições entretanto assumidas.

Paulo

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Agraciado desde há 26 anos todos os dias

Ser avô aos 42 não é comum, mas eu fui-o e considero tal facto uma enorme bênção que o Senhor me concedeu nesta data 15 de novembro há 26 anos com o nascimento do primeiro neto.

A minha mulher e eu recebemos os nossos netos com uma incomensurável alegria e amor que chega a ser difícil de explicar a quem ainda não passou pela experiência.

Hoje, por ser o seu aniversário, gostaria de deixar aqui duas palavras ao Sebastião com quem tenho uma ótima relação e empatia apesar da diferença de idades, não o acompanho em tudo, nomeadamente no futebol de que não sou apreciador, mas de resto intelectual, musical e politicamente falando além da fé, compartilhamos frequentemente pontos de vista em que maioritariamente convergimos, quando discordamos às vez bate forte, mas o amor é sempre mais forte e rapidamente as crises são suplantadas.

Aplicando o princípio cristão, ensinado por Jesus Cristo (cfr. Mt 18, 15-17) e por diversos Santos, da correção fraterna sempre que necessário, procuro usar a docilidade e a caridade. A relação é neste particular tão boa e sã, que é uma estrada com dois sentidos, tendo já sido por ele corrigido com amor e carinho.

O mundo das relações humanas e familiares seria francamente melhor se todos, dos mais novos aos mais velhos, tivéssemos o mesmo empenho numa relação como a existente entre mim e o Sebastião.

Termino com votos de muitas felicidades na nova etapa profissional que dentro da dias iniciará.

Dou graças a Deus pelo amor que me doou pelos netos, que procurarei cultivar e oferecer como testemunho ao próximo que passa por dificuldades nas relações entre gerações.

JPR (escrito em 2015 com adaptação do número de anos)

O poder das mulheres

Celebra-se amanhã, segunda-feira 16 de Novembro, a memória de uma mulher que marcou fortemente a história da humanidade. Chamava-se Margaret, ou «Magret», como dizem os escoceses.


O pai era o Príncipe inglês Edward, que devia ter herdado o trono mas foi obrigado a exilar-se pelos invasores dinamarqueses. Refugiado na Hungria, Edward casou-se com a Princesa húngara Agatha. A filha Margaret nasceu a 8 de Setembro de 1045 no castelo de Reka, na localidade de Mecseknádasd, Pécsváradi, na região de Baranya, na Hungria. Os irmãos Cristina e Edgar também nasceram aí.


Entretanto, a vida política deu uma volta em Londres e Edward, pai de Margaret, foi chamado ao trono inglês. A família regressou, mas Edward morreu pouco depois de desembarcar, sem chegar a tomar posse. Margaret tinha 10 anos.


Nova reviravolta: os normandos invadem a Inglaterra e conquistam-na na batalha de Hastings em 1066. A mãe de Margaret tem de fugir com os filhos para o Norte, para perto da fronteira com a Escócia. Margaret tinha 21 anos.


Malcolm Canmore III, Rei da Escócia, que acolheu generosamente a viúva e os seus três filhos, mereceu um grande prémio por esse seu gesto cavalheiresco: conhecer Margaret, uma donzela linda e encantadora. Malcolm era viúvo e o presente veio mesmo «caído do céu». Em 1070, casa com Margaret em Edinburgh, no castelo de Dunfermline.


Tiveram 8 filhos, seis rapazes e duas raparigas. Margaret transformou o severo Malcolm e ficou para a história o ambiente muito vivo e a alegria desta família, adorada pelo povo. O casal vivia profundamente a sua fé e os filhos acompanhavam-nos. Rezavam juntos, cuidavam dos pobres e dos doentes, defendiam com justiça os fracos, multiplicavam-se em iniciativas para promover a cultura, a arte e a educação na Escócia. Sem perder o carácter íntimo de uma casa de família, o castelo de Dunfermline transformou-se num hospital, numa universidade, num centro de espiritualidade e catequese e num parlamento.


A ideia do parlamento foi de Margaret, que se inspirou no sistema que tinha visto em Londres, para os representantes do povo participarem activamente na governação e serem co-responsáveis por ela.


Malcolm apoiava-se em Margaret para tudo, também no governo do Reino, e ela, com a sua doçura e inteligência, ajudou-o a transformar o país. Graças a eles, a Igreja cresceu e purificou-se. Foram corrigidos os abusos de alguns clérigos e de alguns poderosos, lançou-se uma evangelização profunda, organizaram-se actividades, convocaram-se sínodos, construíram-se igrejas, fundaram-se abadias e escolas. Renovou-se a liturgia, promoveram-se os sacramentos, em particular a Confissão. Sobretudo, a população aderiu ao exemplo de virtude daquela mulher e da sua família.


Margaret não era só linda, simpática, divertida, cheia de vida e de iniciativa. Não era só uma mulher de grande visão, cultural e política. Era tudo isto, e uma alma de profunda vida interior. Todos os dias oferecia sacrifícios a Deus, alguns bem grandes, e dedicava tempo e energia à oração, porque sabia que o verdadeiro fruto dos seus esforços dependia dessa generosidade com Deus. O povo ainda hoje lhe chama a «Pérola da Escócia». Malcolm, que não sabia ler, compreendeu o valor da oração de Margaret e fez com que lhe decorassem os livros de devoção com iluminuras de qualidade artística. Um desses exemplares, que se salvou depois de grandes peripécias, pode admirar-se actualmente em Oxford.


Em 1093, quando Margaret estava a ponto de morrer, o marido Malcolm e Edward, o filho mais velho de Malcolm, do anterior casamento, morreram numa batalha em Alnwick. Quando lhe dão a notícia terrível, Margaret afirma que de Deus só recebemos coisas boas e agradece-Lhe ter-lhe enviado essa aflição tão grande como estímulo para a purificar dos seus pecados. Três dias depois do marido, a 16 de Novembro, com 48 anos, Margaret morre.


O Papa Inocêncio IV canonizou esta mulher extraordinária. Margaret é a padroeira da Escócia e a sua memória celebra-se a 16 de Novembro, para festejar o dia em que esta santa foi recebida por Deus no Céu.

José Maria C.S. André

Santo Alberto Magno, bispo, Doutor da Igreja

Foi, sem dúvida, um dos maiores sábios de todos os tempos.

Não dominava apenas, como Mestre, a Filosofia e a Teologia (matérias em que teve como discípulo S. Tomás de Aquino), mas também estendia seu saber às Ciências Naturais.

Foi físico e químico, estudou astronomia, meteorologia, mineralogia, zoologia, botânica, escreveu livros sobre tecelagem, navegação, agricultura. Tão assombroso acumular de ciência não o impediu, porém, de ser um piedoso e exemplar dominicano.

Nomeado Bispo de Regensburg, mostrou-se Pastor zeloso e exemplar; mas, logo que pôde, pediu e obteve dispensa das funções episcopais e retornou à sua cela de monge humilde e sábio.

Foi chamado o "Doutor Universal".

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Oração pela Liberdade

Em demasiados países do mundo, apesar de maravilhosas legislações, a liberdade continua a ser posta em causa. Isto acontece não apenas nos países comunistas, mas também em Portugal, na Índia e em vários outros pontos do mundo.


Felizmente, as dificuldades que vivemos em Portugal não têm nada a ver com a perseguição típica dos regimes comunistas, mas, ocasionalmente, também entre nós vem ao de cima uma crueldade soviética que ultrapassa todos os limites da decência.


É significativa a história dos dois rapazes de Famalicão que o Governo quer impedir de prosseguirem os estudos, porque os pais não aceitam submetê-los à iniciação ideológica e sexual que o Ministério da Educação lhes quer aplicar. Como é possível tanto fanatismo em Portugal?


O Prof. Mário Pinto (https://observador.pt/opiniao/em-defesa-da-familia-mesquita-guimaraes-martir-do-estado-educador-1/) elencou e explicou em pormenor as leis que protegem a liberdade das famílias em matérias ideológicas e éticas. A lista é impressionante: a Declaração Universal dos Direitos Humanos (artigo 26º), a Convenção dos Direitos da Criança, também vigente em Portugal, (artigo 5º, 7º, 18º), a Constituição da República Portuguesa (artigos 1º, 2.º, 43º, 68.º, 74.º e 277.º) e o Código Civil (artigos 1877.º, 1878.º e 1886.º).


O estudo de Mário Pinto cita muito a propósito António Barreto, que militou na juventude no Partido Comunista, foi Ministro de Governos socialistas e se notabilizou, desde há muitos anos, como defensor da liberdade. Escreve António Barreto acerca deste caso: «Ao abrigo dos melhores sentimentos, estamos em pleno delírio de ideologia e propaganda, ou antes, de manipulação e intoxicação. […] Sempre os déspotas sonham com a educação e a formação das jovens gerações!» (jornal «Público» de 13-09-2020).


Como é possível um Governo levar o furor ideológico ao ponto de querer aplicar penas tão cruéis a duas crianças, impedindo-as de estudar?!


Leis maravilhosas não faltam. Falta talvez que alguns prefiram a coragem de cumprir leis justas à facilidade de obedecer a ordens burocráticas. Infelizmente, há quem não perceba a diferença entre Direito e burocracia. A palavra Direito merece ser escrita com maiúscula; a palavra burocracia escreve-se com minúscula. A liberdade apoia-se no Direito; as ditaduras vivem da obediência burocrática.



Em Karnataka, no Sul da Índia, o Governo regional prepara uma perseguição aos cristãos com a desculpa de «evitar conversões forçadas». Os cristãos são uma minoria tão pequena na região que é evidente que nunca houve conversões forçadas. O Arcebispo católico Peter Machado convocou para hoje (sexta-feira, 12 de Novembro) uma jornada de oração e jejum para que Deus os proteja da ameaça. Em todas as igrejas da diocese, quem quiser vai ficar ao longo do dia e da noite a rezar diante do Santíssimo Sacramento. A ameaça de perseguição é tão concreta que os cristãos não católicos foram convidados a juntar-se a este dia de oração e penitência e muitos aceitaram. É a segunda vez, em pouco tempo, que os cristãos de Karnataka recorrem a uma jornada deste tipo.


A Constituição da República da Índia reconhece a liberdade de «professar, praticar e propagar» a religião, mas as palavras bonitas da lei são ignoradas nos Estados de Odisha, Uttar Pradesh, Arunachal Pradesh, Chhattisgarh, Gujarat, Jharkhand, Himachal Pradesh, Madhya Pradesh e Uttrakhand. O Estado de Karnataka quer juntar-se ao grupo, que sonha com uma Índia livre do cristianismo, uniformizada por uma religião hindu ao serviço da política.


Convém esclarecer que os líderes hindus, tal como os líderes muçulmanos e os de várias comunidades cristãs, têm grande estima pelos católicos e pelo seu bispo —e estão a demonstrá-lo, mais uma vez, nas actuais circunstâncias. O problema do Estado de Karnataka, como o de outras regiões da Índia, não é um confronto de religiões, é a tentativa do poder político de ocupar o lugar de Deus.


Mas a imitação é pouco convincente. Os fanáticos das ideologias, sejam elas a teoria de género ou qualquer outra, são cruéis. Em contrapartida, Deus ama-nos a todos com infinito respeito, perdoa sempre os nossos pecados. A Ele vai a nossa oração pela liberdade.

José Maria C.S. André