Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 14 de outubro de 2017

O milagre do sol que não dançou…

Alguns crentes ficarão decepcionados com esta explicação mas, se o milagre supusesse uma impossibilidade física, não seria possível a sua explicação científica.

Ante um acontecimento extraordinário, o céptico pura e simplesmente nega o facto, enquanto o fideísta – cujo lema seria a máxima ‘creio, porque é absurdo’ – não admite que o misterioso acontecimento possa ser racional. Entre estas duas atitudes extremas, que contrapõem a fé à razão, cabe uma posição intermédia, que é a católica: o milagre, não obstante o seu carácter extraordinário, pode ter uma explicação científica. A teologia, com efeito, reconhecendo a emergência do sobrenatural e a incompreensibilidade de Deus, não se abstém, contudo, de tentar uma justificação racional – como conhecimento científico que é – dos fenómenos de origem transcendente.

Que se pode dizer, científica e teologicamente, sobre o milagre do sol, acontecido na última aparição mariana, a 13 de Outubro de 1917? Há quem negue que tenha ocorrido algo extraordinário, não obstante o relato unânime de 50 a 70 mil testemunhas oculares, de todas as idades e condições. Alguns destes depoimentos, como ontem o Observador noticiou, foram agora publicados pelo Engº Bernardo Motta, no seu excelente trabalho sobre esta questão (O Milagre do Sol segundo as testemunhas oculares, Lucerna 2017). Também há quem pretenda que o sol bailou mesmo diante daquela multidão. Claro que, se assim tivesse sido, teria sido visto em todo o mundo em que, a essa hora, o sol era visível, pois o astro-rei não é uma exclusividade daquele lugar, província, país ou continente.

Se, na Cova da Iria, pareceu que o sol dançava, mas no resto do mundo não consta que se tivesse desviado da sua órbita natural, poder-se-ia admitir que se tratou de uma alucinação colectiva. Mas essa suposição não é crível, porque o fenómeno foi verificado também noutros lugares, nomeadamente em Minde, Alburitel, São Pedro de Moel – pelo poeta Afonso Lopes Vieira – e até Leiria.

Que toda aquela multidão tivesse tido uma visão simultânea, não obstante as suas diferentes atitudes – havia crentes, mas também incrédulos e ateus – e diversas localizações, também não parece razoável: fenómenos místicos desta natureza não são experimentáveis por uma tão ingente e variada multidão.

Resta a explicação científica deste fenómeno extraordinário. O Prof. Gonçalo Xavier de Almeida Garrett, testemunha ocular do milagre e professor catedrático da Universidade de Coimbra, foi o primeiro a propor uma interpretação meteorológica para ‘a dança do sol’. Mas foi o Prof. Diogo Pacheco de Amorim quem formulou a hipótese de aquele efeito óptico ter sido consequência de uma lente de ar. Este é também o parecer do cientista e teólogo Padre Stanley Jaki, doutorado em teologia sistemática pelo Instituto Pontifício de S. Anselmo, em Roma, e em física, pela Universidade de Fordham, em Nova Iorque; galardoado com os prémios Lecomte du Nouy, em 1970; e Templeton, em 1987. É autor de ‘God and the Sun at Fátima’ (Port Huron, Michigan 1999, Real View Books), uma extensa investigação de cerca de 400 páginas sobre o milagre do Sol; ‘The Sun’s miracle or of something else’ (Port Huron, Michigan 2000, Real View Books, 32 págs.); e ainda do artigo sobre o ‘Milagre do sol’, na notável ‘Enciclopédia de Fátima’ (Principia, Estoril 2007, págs. 355-358).

Segundo Jaki, “a explicação está no facto de duas correntes de vento que se encontrem num ângulo poderem fazer com que uma massa de ar entre em movimento rotativo. Caso haja uma inversão da temperatura, essa massa não só rodará como também será puxada para cima e para baixo, e muito provavelmente seguindo uma órbita elíptica. O tamanho de uma tal lente de ar pode variar entre poucos metros e 30 ou mais metros. Se, além disso, se encher de partículas de gelo, poderá fragmentar a luz do sol em várias, ou pelo menos algumas, cores do arco-íris, tal como foi observado em Fátima. Um fenómeno semelhante ocorre aquando da formação de tornados.”

Talvez alguns crentes fiquem decepcionados com esta explicação científica do que aconteceu na Cova da Iria no dia 13 de Outubro de 1917, mas pior seria se o milagre supusesse uma impossibilidade física, em cujo caso não seria possível a sua compreensão racional. Ora a fé, embora ultrapasse a razão, não a contradiz: nunca o sobrenatural é absurdo. Como dizia Chesterton, “o sobrenatural é natural”. “Se considerarmos que aquilo que foi observado naquele dia memorável na Cova da Iria – explica Jaki – foi uma lente de ar, teremos em mãos a possibilidade de encará-lo como um milagre físico sem nenhuma impossibilidade evidente. Entre as impossibilidades estaria uma mudança súbita da posição do sol, para já não falar na sua aproximação da superfície terrestre”.

Quer isto dizer que, afinal, não houve milagre nenhum na última aparição mariana na Cova da Iria?! Claro que houve, como pedira a Lúcia a 13 de Julho, para que todos acreditassem nas aparições, e a que a Senhora mais brilhante do que o sol se comprometeu para a sua última aparição. Como esclarece Jaki, um cientista que é também um homem de fé – dois atributos que não só não se contradizem como se completam – “o carácter milagroso dessa lente de ar deve ser procurado na formação que se criou por cima da Cova da Iria e na previsão do momento feita por Lúcia meses antes, bem como no facto de a lente de ar, sendo tão frágil, ter mantido a sua forma durante mais ou menos 15 minutos depois de descrever dois ou três percursos elípticos na direcção da terra. A explicação do acontecimento por meio de uma lente de ar dá conta, de forma satisfatória, de um complexo conjunto de ocorrências que são miraculosas na medida em que são imprevisíveis e muito raras”.

Em caso algum a vidente, ou qualquer outra pessoa, poderia produzir artificialmente aquele acontecimento, nem sequer prever, com noventa dias de antecedência, o dia e hora exactos em que tão raro e anómalo fenómeno meteorológico iria ocorrer, precisamente na Cova da Iria! Aliás, foi porque era público e notório que iria haver um milagre, que lá afluíram entre 50 e 70 mil pessoas! A mãe da Lúcia, temendo que nada de extraordinário acontecesse e a vida da sua filha perigasse, fez questão de a acompanhar. Que a vidente tenha previsto e anunciado, com três meses de antecipação, o que todos, crentes e incrédulos, viram, é, de facto, um grande milagre!

Deus, ao criar o mundo, dotou-o de leis, que são a partitura que explica, cientificamente, a harmonia universal. Mas, como não se esgotou a sua divina inspiração, de vez em quando surpreende-nos com um improviso que, sem contradizer as leis da natureza, desafia a nossa razão e interpela-nos. Não será isto, afinal, o milagre?

P.e Gonçalo Portocarrero de Almada in Obervador de 14.10.2017

(seleção de imagem 'Spe Deus')

O Evangelho de Domingo dia 15 de outubro de 2017

Jesus, tomando a palavra, voltou a falar-lhes em parábolas, dizendo: «O Reino dos Céus é semelhante a um rei, que preparou o banquete de bodas para seu filho. Mandou os seus servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram ir. Enviou de novo outros servos, dizendo: “Dizei aos convidados: Eis que preparei o meu banquete, os meus touros e animais cevados já estão mortos, e tudo está pronto; vinde às núpcias”. Mas eles desprezaram o convite e foram-se, um para a sua casa de campo e outro para o seu negócio. Outros lançaram mão dos servos que ele enviara, ultrajaram-nos e mataram-nos. «O rei, tendo ouvido isto, irou-se e, enviando os seus exércitos, exterminou aqueles homicidas, e incendiou-lhes a cidade. Então disse aos servos: “As bodas, com efeito, estão preparadas, mas os convidados não eram dignos. Ide, pois, às encruzilhadas dos caminhos e a quantos encontrardes convidai-os para as núpcias”. Tendo saído os seus servos pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons; e a sala das bodas ficou cheia de convidados. «Entrando depois o rei para ver os que estavam à mesa, viu lá um homem que não estava vestido com o traje nupcial. E disse-lhe: “Amigo, como entraste aqui, não tendo o traje nupcial?”. Ele, porém, emudeceu. Então o rei disse aos seus servos: “Atai-o de pés e mãos e lançai-o nas trevas lá de fora, aí haverá choro e ranger de dentes. Porque são muitos os chamados mas poucos os escolhidos”».

Mt 22, 1-14

São Josemaría Escrivá nesta data em 1931

“Se não O deixares, Ele não te deixará”, anota nesse dia.

O CAMINHO

Olha em frente, tentando descortinar a estrada da vida!

Mas os seus olhos não o ajudam e ele não consegue perceber sequer o caminho para amanhã, quanto mais para o futuro.

O que fazer? Por onde ir? Onde está a estrada segura?

Nada, nem uma resposta, nem uma visão, nem um conselho, nem nada que os seus olhos possam ver!

Assim, pensou, não é possível caminhar, ou seja, não é possível viver, pois não há uma direcção segura, uma estrada para percorrer, um caminho que leve à meta desejada da felicidade.

Desiste de olhar, de ver, e fecha os olhos com a resignação de quem pensa já nada haver a fazer.

Percebe então que no seu íntimo existe outra maneira de ver, pois quase jurava que o seu coração tem olhos, e que esses olhos vêem um caminho à sua frente, bem marcado e presente.

No entanto o seu primeiro entusiasmo por ver aquele caminho, começa a esmorecer, quando percebe um caminho estreito, por vezes ladeado por abismos sem fim, pedras, com curvas e contra-curvas, obstáculos, subidas e descidas, enfim, um caminho humanamente desaconselhável.

Regressa ao coração e deixa-se guiar por ele.

Tem então a noção de que em cada sítio mais complicado do caminho existe sempre uma luz, uma mão, um ombro, uma palavra, um conselho e que, apesar de tudo, se seguir esse caminho deixando-se conduzir por tudo isso, o fim é perfeitamente alcançável, e que esse fim se prefigura como um paraíso, onde o amor e a felicidade comungam, e afinal se chama Deus!

A decisão está tomada!
Aquele é a estrada a percorrer, a direcção segura, a vida com sentido, que leva à meta desejada!

Procura uma placa de informação, algo que lhe diga como se chama esse caminho, e então vê na borda do caminho estreito, o nome que Alguém lhe deu: Igreja!

Marinha Grande, 7 de Outubro de 2016

Joaquim Mexia Alves

O Evangelho do dia 14 de outubro de 2017

Aconteceu que, enquanto Ele dizia estas palavras, uma mulher, levantando a voz do meio da multidão, disse-Lhe: «Bem-aventurado o ventre que Te trouxe e os peitos a que foste amamentado». Porém, Ele disse: «Antes bem-aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática».

Lc 11, 27-28