Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

CRUZ RASGADA NA PEDRA

Esta fotografia, tirada a semana passada no Castelo da Sortelha, fez-me lembrar a perseverança e o testemunho da fé.

“Rasgada” na pedra, ali está a Cruz de Cristo ao longo de tantas centenas de anos a afirmar a cristandade, o ser cristão, o dar testemunho de Cristo.

O meu coração não é de pedra, e por isso tantas vezes a cruz nele inscrita pelo amor de Cristo, é esquecida por mim próprio, e sobretudo, “esquece-se” o meu coração de dar testemunho desse mesmo amor.

Claro que não quero um coração de pedra, um coração que não sinta, nem se deixe mover pelo amor, mas quero sim um coração de carne, onde a Cruz de Cristo, prova constante do Seu eterno amor por mim, por nós, esteja “rasgada” de tal forma, que nunca eu a possa esquecer, e sobretudo que todos a possam ver como testemunho da fé e do amor que em mim o Senhor derramou, para mim, mas sobretudo para dar e me dar aos outros.

Marinha Grande, 7 de Agosto de 2017

Joaquim Mexia Alves

São Josemaría Escrivá nesta data em 1931

Em Madrid celebra a festa da Transfiguração do Senhor. Aponta um acontecimento que lhe ocorre durante a Missa. Em 1947, explicará: “Naquele dia da Transfiguração, celebrando a Santa Missa no Patronato dos Doentes, num altar lateral, enquanto elevava a Hóstia, ouvi “outra voz” sem ruído de palavras.

Uma voz, como sempre, perfeita, clara: Et ego si exaltatus fuero a terra, omnia traham ad me ipsum! (Jo 12, 32). E o conceito preciso: não no sentido em que a Escritura o diz: digo-to no sentido de que deveis pôr-me no alto de todas as actividades humanas; de que haja em todos os lugares do mundo cristãos com uma dedicação pessoal e libérrima, que sejam outros Cristos”.

O compadre do Senhor Padre

Ou como se prova que, em princípio, a culpa é dos padres.

A verdade é que as coisas não vão nada bem, cá na paróquia. Quem o afirma é o Joaquim, compadre do falecido Padre Júlio. Filho de um dos principais homens da comarca, que em paz descanse, que foi anos a fio presidente da junta e mordomo das festas da freguesia, é pai do Micael, que teve por padrinho o falecido Padre Júlio, santo homem que Deus tem. Mas, desde que o Padre Paulo se fez cargo da paróquia, as coisas não têm corrido pelo melhor e, diga-se de passagem, não é por culpa dos paroquianos.

Logo de início, caiu mal aquela ideia do Padre Paulo não autorizar que, na procissão, saíssem os andores de Nossa Senhora da Saúde e o de Nossa Senhora dos Remédios. É verdade que sendo uma só e a mesma ‘santa’, a repetição das imagens seria excessiva, mas também é certo que a tradição vale muito e, quem começa por desrespeitar os usos locais, não se pode depois dar ao respeito. Sobretudo quando se trata de uma questão tão importante!

A seguir, foi o caso do sobrinho, o Quim, que, apesar de ser baptizado e ter feito a comunhão solene, que até os tios vieram da França, foi recusado para padrinho, só por não ter a Confirmação. Também é certo que não pratica e já vive com a namorada, a Soraia, que é muito boa moça e também anda a estudar para doutora no Politécnico. Mas, não há por aí tanta gente que até vai à comunhão e tem vidas bem piores?Além do mais, a Senhora Dona Maria da Luz, do solar da vila, foi madrinha, há um ror de tempo, de uma data de miúdos e, que se saiba, nunca foi crismada! Mas, claro, como era fidalga … Depois, é óbvio que os jovens deixam de ir à missa … Os padres queixam-se de que eles crescem e desaparecem, mas também é verdade que, com atitudes destas, não atraem ninguém. Que eu saiba, não é com vinagre que se caçam moscas!

Outro desaguisado ocorreu quando o novo pároco não presidiu ao funeral da tia Benvinda, uma mulher que nunca faltava às festas e ia muitas vezes a Fátima, para cumprir promessas. E até ia muito à igreja, embora fosse só à do Reino de Deus, que fica mesmo ao lado de casa, porque tinha que aprontar o comer para o ti Arlindo e não lhe dava jeito de espécie nenhuma ir à do Padre Paulo. Desde que o actual prior alterou o horário das missas, à conta das outras igrejas onde também tem serviço, a tia Benvinda nunca mais lá pôs os pés. Não por culpa dela, entenda-se, mas por causa destas novas manias dos padres, que pensam que sabem tudo e que podem fazer o que lhes apetece nas paróquias.

Também deu muito falatório na aldeia não ter aceite a Albertina para zeladora da capela de São Julião do Monte. Apesar de deitar as cartas, até é muito boa senhora e, às vezes, faz o favor de não levar nada. Além disso, nas suas encomendações das almas penadas, a Albertina da Ladeira, que é muito religiosa, inclui sempre missas para serem rezadas e novenas aos santos, para além de muita água benta, que nunca falta nas suas benzeduras. E a sua casa, de tantos santinhos e imagens piedosas, mais parece um santuário. É verdade que o Padre Paulo lhe tinha dito que não devia fazer aqueles trabalhos, mas a coitadinha nem faz por mal, mas apenas para aliviar os aflitos, que não têm quem lhes valha nestas situações. Não é que eu seja supersticioso, mas a verdade é que aquilo resulta, porque uma vez ela disse que o Senhor António já cá não estaria por muito tempo e, de facto, o homem finou-se uns anos depois, já velhote.

Não sou dado a comparações nem a intrigas, mas bom a valer era o meu compadre, o Padre Júlio, grande caçador e amigo de toda a gente. Quase todos os homens da terra eram seus colegas de jogatanas até altas horas e seus compadres, porque o escolhiam para padrinho dos filhos. É verdade que tinha a catequese um bocado desleixada e que em dias de caça não dizia a missa nem fazia funerais mas, fora isso, era uma pessoa sempre pronta a fazer a vontade do freguês e, verdade seja dita, tinha a igreja cheia.

Mas agora, com estas novidades todas, há quem se afaste… e, não me venham cá com histórias, porque a culpa é dos padres. Depois não digam que eu não avisei!

Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada in 'Observador' 07.08.2014 AQUI

O Evangelho do dia 7 de agosto de 2017

Tendo Jesus ouvido isto, retirou-Se dali numa barca para um lugar solitário afastado; mas as turbas, tendo sabido isto, seguiram-n'O das cidades, a pé. Ao sair da barca, viu Jesus uma grande multidão, e teve compaixão e curou os seus enfermos. Ao cair da tarde, aproximaram-se d'Ele os discípulos, dizendo: «Este lugar é deserto e a hora é já adiantada; deixa ir esta gente, para que, indo às aldeias, compre de comer». Mas Jesus disse-lhes: «Não têm necessidade de ir; dai-lhes vós mesmos de comer». Responderam-Lhe: «Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes». Ele disse-lhes: «Trazeimos cá». E depois de ter mandado à multidão que se sentasse sobre a relva, tomou os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, pronunciou a bênção e, partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos à multidão. Comeram todos, e saciaram-se; e recolheram doze cestos cheios dos bocados que sobejaram. Ora o número dos que tinham comido era de uns cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.

Mt 14, 13-21