Ecumenismo e cultura contemporânea em foco no Alentejo
Um dos aliados do esforço que está a ser feito para defender as igrejas históricas na Diocese de Beja é, por estranho que isso possa parecer, a música. De facto, o Festival “Terras sem Sombra” de Música Sacra, uma iniciativa realizada em parceria com a Arte das Musas, a Direcção-Geral das Artes do Ministério da Cultura e os municípios, já vai na sua sexta edição e tem-se imposto por uma programação rigorosa e qualificada.
O Festival, hoje uma referência no panorama cultural do país (e da vizinha Andaluzia), visita regularmente os principais monumentos religiosos e, além de assumir uma componente pedagógica de base – cada edição constitui um novo capítulo de uma informal “História da Música” –, dá a conhecer, através de palestras, visitas guiadas e exposições, a arte sacra dos concelhos percorridos. Tendo em conta a grande paixão dos alentejanos pela música, isto significou uma pequena revolução para o património mais esquecido ou negligenciado.
Nos últimos anos, a atenção da Diocese tem vindo a orientar-se para a arte contemporânea. Esta aproximação, segundo José António Falcão, director do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja (DPHA), vai ao encontro de uma lacuna há muito sentida: “existe um longo divórcio entre a Igreja e os criadores contemporâneos, mas é urgente abrir o património religioso aos testemunhos da vida dos nossos dias”.
As colecções dos museus diocesanos de Beja contam hoje com obras de pintores como Joana Villaverde ou escultores como Joana Vasconcelos. A própria equipa do Património Histórico integra, entre os seus elementos, artistas plásticos, entre eles o pintor António Paizana, o escultor Nuno Afonso e o fotógrafo Francisco Borba.
“A arte pode ajudar a devolver aos monumentos a voz de que eles precisam”, salienta Falcão. E acrescenta: “Eis uma reconciliação indispensável, mas que exige vistas largas e um trabalho de fundo.” Num momento em que não se revela fácil o diálogo entre a Igreja e os criadores artísticos, o Departamento acredita na importância de estender pontes e criar espaços de reflexão, o que corresponde, de acordo com os seus responsáveis, a uma tradição enraizada no Alentejo.
Silêncio
Para assinalar o quarto de século de actividade, algo pouco vulgar num meio em que florescem muitas iniciativas destinadas a uma vida breve, o DPHA levou a cabo o projecto Silêncio, que parte da música de matriz cristã para uma aproximação ecuménica, destinada a reunir católicos, ortodoxos e protestantes.
Concebida por Sara Fonseca e Filipe Faria e interpretada pelo agrupamento Sete Lágrimas, a iniciativa assenta na encomenda de seis obras a três compositores contemporâneos: Ivan Moody (n. 1964), Andrew Smith (n. 1970) e João Madureira (n. 1971).
O desafio lançado a estes mestres residiu na composição de duas obras tendo por base a proveniência cultural de cada um deles: uma peça de maior fôlego e outra de carácter mais popular para instrumentos “antigos”.
As obras, de carácter sacro e em seis idiomas diferentes, do latim ao russo, assentam em textos do Antigo e do Novo Testamento (Génesis, Lamentações e Paixão) e, complementarmente, de origem popular das distintas proveniências dos compositores. Trata-se de um olhar contemporâneo, em clave ecuménica, sobre as tradições ortodoxa, protestante e católica.
Sete Lágrimas, um consort especializado em música antiga e contemporânea, é, desde 2006, o grupo residente do Festival Terras sem Sombra de Música Sacra do Baixo Alentejo, tendo sido considerado um dos mais relevantes agrupamentos da actualidade nacional pela crítica. Surgido em 2001, conta já com uma discografia assinalável: “Lachrimæ #1” (2007), “Kleine Musik” (2008) e “Diaspora.pt” (2008).
Para a interpretação das obras de Moody, Smith e Madureira, associou ao seu dispositivo a soprano húngara Zsuzsi Toth, uma voz reconhecida, pela surpreendente beleza e pela performance clara, mas cheia de cor, no meio da música contemporânea europeia.
Silêncio terá a ante-estreia em Beja, na igreja de Santa Maria da Feira, neste Sábado, 14 de Novembro, pelas 21.30 horas. A estreia realizar-se-á no Centro Cultural de Belém, a 15 de Novembro, pelas 18.00 horas. Este concerto será precedido (17h00) por uma conversa, moderada pelo jornalista António Marujo (do Público), com Ivan Moody, Andrew Smith, João Madureira e o Pe. José Tolentino Mendonça.
Nas mesmas ocasiões proceder-se-á ao lançamento do CD do projecto, gravado pela Sony na Áustria e editado sob a chancela da MU Records. A iniciativa conta com o apoio da Direcção-Geral das Artes/Ministério da Cultura, do Turismo do Alentejo e da Câmara Municipal de Beja.
Homenagem
Este projecto presta homenagem D. Manuel Franco Falcão (n. 1922), figura marcante da Igreja Portuguesa na segunda metade do século XX. Engenheiro de formação e detentor de ampla cultura humanística, em boa medida adquirida no contacto com um tio, Cónego José Falcão – helenista e notável perito no campo dos estudos bíblicos –, foi ordenado padre em 1951.
No Patriarcado de Lisboa destacou-se como professor do Seminário dos Olivais, como cientista social e como inovador na área da pastoral, sendo ordenado bispo auxiliar em 1967. Cultivou com paixão o jornalismo e a divulgação científica. A sua abertura aos problemas sociais, patente em momentos decisivos da vida nacional, tornou-o a escolha mais acertada para suceder, na cátedra episcopal de Beja, ao arcebispo D. Manuel dos Santos Rocha. Bispo coadjutor em 1974, passou em 1980 a residencial.
O Alentejo deve-lhe contributos importantes para o seu desenvolvimento, entre os quais uma aposta na valorização da identidade cultural da região, que o DPHA tem vindo a promover com afinco, dentro e fora de portas. Após a resignação, em 1999, D. Manuel Falcão continuou a viver em Beja, na companhia do actual bispo, D. António Vitalino Dantas.
DPHA
O património cultural debate-se hoje, num mundo globalizado e em rápida mutação, com grandes problemas. No que toca a Portugal, esta situação afecta, com particular intensidade, o património religioso, que corresponde a uma parcela esmagadora do nosso universo patrimonial – quase três quartos. A Igreja vê-se hoje a braços com enormes dificuldades para fazer frente a uma situação que, do ponto de vista financeiro e técnico, ultrapassa as suas possibilidades.
O Estado, por seu turno, dispõe cada vez de menos recursos para conservar e manter abertos os monumentos, alijando responsabilidades nos municípios, também eles sobrecarregados de encargos. Face ao descalabro que se adivinha para muitos monumentos e obras de arte sacra, a única esperança consiste na mobilização da sociedade civil. Hoje, mais do que nunca, o futuro do património depende da mobilização das comunidades locais. Algo que não se faz com uma varinha mágica.
Foram estas as preocupações que estiveram na origem do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja. Fundado em 1984 pelo então bispo de Beja, D. Manuel Franco Falcão, este serviço, constituído essencialmente por voluntários, inclui um “núcleo duro”, de marcado carácter técnico-científico, com 12 membros, e conta com cerca de duas centenas de colaboradores dispersos pelo vasto território do Baixo Alentejo – Beja é a segunda maior diocese do país em área, mas também a mais despovoada.
A luta pela salvaguarda do património faz-se aqui em condições desiguais, uma vez que a desertificação crescente do interior abre a porta a situações de abandono, furto e vandalismo, especialmente em zonas rurais onde já há poucos habitantes. Mesmo assim, tem sido possível recuperar e dar nova vida a muitos monumentos e obras de arte em risco.
Ana Santos
(Fonte: site Agência Ecclesia)
Obrigado, Perdão Ajuda-me
sábado, 14 de novembro de 2009
Reflexões bioéticas sobre a "enhancement"
O mundo melancólico dos super-homens
Os progressos científicos no âmbito das neurociências, das ciências cognoscitivas, da genética, das biotecnologias e das cibertecnologias abrem novos cenários que formulam interrogações éticas inéditas. É possível usar fármacos e tecnologias não só para tratar doenças ou conservar condições de saúde mas também para potencializar as capacidades físicas, mentais e emocionais? É lícito intervir no corpo para finalidades que vão além da terapia, só para nos fazer sentir "melhores", transformando-nos em superman e wonder woman?
Na literatura anglo-americana é muito difundida a expressão enhancement ("potenciação") que indica as intervenções de alteração do corpo e da mente em relação ao normal funcionamento físico e psíquico. Apresenta-se a possibilidade de agir sobre os mecanismos biológicos do envelhecimento para o atrasar e tornar o homem não só longevo mas até imortal. Pensemos no uso de psicofármacos para potencializar a memória, para incrementar a actividade intelectiva, para eliminar selectivamente recordações traumáticas ou desagradáveis, para controlar estados emotivos indesejados; na utilização de substâncias hormonais dopantes para melhorar prestações desportivas; no uso do hormónio do crescimento para satisfazer o desejo de se tornar mais altos. Então, um novo âmbito de reflexão bioética põe em discussão as finalidades da medicina, o significado de cura, os confins entre saúde e doença, normal e patológico, mas também o significado de natureza humana e justiça social.
Aqueles que apoiam a legitimidade do enhancement afirmam que melhorar as capacidades físicas e psíquicas humanas não só é lícito, mas inclusive desejável e moralmente necessário. Antes de tudo, porque a potenciação é considerada uma possível escolha subjectiva que entra no direito de autonomia: seria o indivíduo a estabelecer subjectivamente os confins entre saúde e doença e, portanto, qualquer condição poderia ser considerada doença e requerer uma intervenção médica, inclusive o sentir-se baixo, ansioso ou simplesmente melancólico. Em segundo lugar, porque a potenciação é finalizada ao melhoramento, assim como ao treino e à educação: com efeito, treina-se para melhorar as prestações físicas e educa-se um indivíduo para que sejam desenvolvidas as suas capacidades intelectuais. Do mesmo modo, é considerado justificável e necessário potencializar-se com o uso de fármacos e das novas ofertas tecnológicas. Aliás, quem se opõe à potenciação, segundo esta perspectiva, provoca um dano ao homem e à sociedade enquanto impede a possibilidade de obter melhores resultados de modo mais fácil e rápido.
Na realidade, a potenciação ameaça a dignidade humana. De facto, trata-se de uma tentativa de superar os limites da natureza, no esforço de a manipular com base nos desejos subjectivos e, portanto, arbitrários, seleccionando características físicas, mentais e emotivas consideradas melhores. A potenciação ameaçaria também a justiça social, porque inevitavelmente produziria desigualdades entre quem tem a possibilidade de aceder às tecnologias e quem permanece nas condições naturais, introduzindo desequilíbrios na competição. Enfim, a potenciação conduziria a novas formas de discriminação: não só criaria uma subalternidade entre habilitados (naturais) e super-habilitados (potencializados), mas acentuaria inevitavelmente a diferença entre desabilitados e habilitados, promovendo uma mentalidade de marginalização de quem é considerado "imperfeito".
A corrida à potenciação levaria desse modo a legitimar todas as exigências do sujeito ao médico prescindindo de objectivas condições de doença, quer em relação a si mesmo (para melhorar) quer em relação aos outros (para ter os filhos melhores, mediante a eugenética positiva ou a selecção das características genéticas preferidas). O médico tornar-se-ia desta maneira um mero executor dos desejos alheios, acabando por esquecer o seu dever terapêutico. O uso de tecnologias ou fármacos com finalidades melhorativas poderia além de tudo provocar danos graves, desproporcionados em relação aos benefícios alcançáveis: paradoxalmente, com o objectivo de melhorar-se, poder-se-ia danificar a própria saúde. E acabar-se-ia também por esquecer que o verdadeiro melhoramento se obtém não através de fármacos ou de tecnologias, de modo rápido e passivo, mas mediante o esforço pessoal, o empenho activo e quotidiano e a relação com os outros.
Laura Palazzani
(© L'Osservatore Romano - 14 de Novembro de 2009)
Os progressos científicos no âmbito das neurociências, das ciências cognoscitivas, da genética, das biotecnologias e das cibertecnologias abrem novos cenários que formulam interrogações éticas inéditas. É possível usar fármacos e tecnologias não só para tratar doenças ou conservar condições de saúde mas também para potencializar as capacidades físicas, mentais e emocionais? É lícito intervir no corpo para finalidades que vão além da terapia, só para nos fazer sentir "melhores", transformando-nos em superman e wonder woman?
Na literatura anglo-americana é muito difundida a expressão enhancement ("potenciação") que indica as intervenções de alteração do corpo e da mente em relação ao normal funcionamento físico e psíquico. Apresenta-se a possibilidade de agir sobre os mecanismos biológicos do envelhecimento para o atrasar e tornar o homem não só longevo mas até imortal. Pensemos no uso de psicofármacos para potencializar a memória, para incrementar a actividade intelectiva, para eliminar selectivamente recordações traumáticas ou desagradáveis, para controlar estados emotivos indesejados; na utilização de substâncias hormonais dopantes para melhorar prestações desportivas; no uso do hormónio do crescimento para satisfazer o desejo de se tornar mais altos. Então, um novo âmbito de reflexão bioética põe em discussão as finalidades da medicina, o significado de cura, os confins entre saúde e doença, normal e patológico, mas também o significado de natureza humana e justiça social.
Aqueles que apoiam a legitimidade do enhancement afirmam que melhorar as capacidades físicas e psíquicas humanas não só é lícito, mas inclusive desejável e moralmente necessário. Antes de tudo, porque a potenciação é considerada uma possível escolha subjectiva que entra no direito de autonomia: seria o indivíduo a estabelecer subjectivamente os confins entre saúde e doença e, portanto, qualquer condição poderia ser considerada doença e requerer uma intervenção médica, inclusive o sentir-se baixo, ansioso ou simplesmente melancólico. Em segundo lugar, porque a potenciação é finalizada ao melhoramento, assim como ao treino e à educação: com efeito, treina-se para melhorar as prestações físicas e educa-se um indivíduo para que sejam desenvolvidas as suas capacidades intelectuais. Do mesmo modo, é considerado justificável e necessário potencializar-se com o uso de fármacos e das novas ofertas tecnológicas. Aliás, quem se opõe à potenciação, segundo esta perspectiva, provoca um dano ao homem e à sociedade enquanto impede a possibilidade de obter melhores resultados de modo mais fácil e rápido.
Na realidade, a potenciação ameaça a dignidade humana. De facto, trata-se de uma tentativa de superar os limites da natureza, no esforço de a manipular com base nos desejos subjectivos e, portanto, arbitrários, seleccionando características físicas, mentais e emotivas consideradas melhores. A potenciação ameaçaria também a justiça social, porque inevitavelmente produziria desigualdades entre quem tem a possibilidade de aceder às tecnologias e quem permanece nas condições naturais, introduzindo desequilíbrios na competição. Enfim, a potenciação conduziria a novas formas de discriminação: não só criaria uma subalternidade entre habilitados (naturais) e super-habilitados (potencializados), mas acentuaria inevitavelmente a diferença entre desabilitados e habilitados, promovendo uma mentalidade de marginalização de quem é considerado "imperfeito".
A corrida à potenciação levaria desse modo a legitimar todas as exigências do sujeito ao médico prescindindo de objectivas condições de doença, quer em relação a si mesmo (para melhorar) quer em relação aos outros (para ter os filhos melhores, mediante a eugenética positiva ou a selecção das características genéticas preferidas). O médico tornar-se-ia desta maneira um mero executor dos desejos alheios, acabando por esquecer o seu dever terapêutico. O uso de tecnologias ou fármacos com finalidades melhorativas poderia além de tudo provocar danos graves, desproporcionados em relação aos benefícios alcançáveis: paradoxalmente, com o objectivo de melhorar-se, poder-se-ia danificar a própria saúde. E acabar-se-ia também por esquecer que o verdadeiro melhoramento se obtém não através de fármacos ou de tecnologias, de modo rápido e passivo, mas mediante o esforço pessoal, o empenho activo e quotidiano e a relação com os outros.
Laura Palazzani
(© L'Osservatore Romano - 14 de Novembro de 2009)
Nunca se cansar de fazer apelo à consciência: a exortação de Bento XVI a mais um grupo de bispos brasileiros
Vídeo em espanhol
O Papa referia-se ao "delicadíssimo e decisivo âmbito" da bioética
A necessidade de formar e estimular a consciência de cada um e a responsabilidade moral que a todos toca nomeadamente nas questões de bioética foi sublinhada pelo Papa nas palavras que preparou para mais um grupo de Bispos Brasileiros (regional Sul 1A, que inclui São Paulo), recebidos no Vaticano, na conclusão da respectiva visita “ad limina Apostolorum”. Acolhendo-os com grande cordialidade, Bento XVI pronunciou uma saudação em português, apresentando o texto preparado, distribuído aos presentes.
O povo brasileiro – começou por observar o Papa - “abriga no coração um grande sentimento religioso e nobres tradições, enraizadas no cristianismo, que se exprimem em sentidas e genuínas manifestações religiosas e civis”.
“Trata-se – recordou - de um património rico de valores, que procurais manter, defender, estender, aprofundar, vivificar”. Bento XVI exortou os bispos brasileiros a prosseguirem “nesta obra de constante e metódica evangelização, cientes de que a formação autenticamente cristã da consciência é decisiva para uma profunda vida de fé e também para o amadurecimento social e o verdadeiro e equilibrado bem-estar da comunidade humana.”
Para o Papa, “uma vida social autêntica tem início na consciência de cada um”. É a consciência bem formada que leva a realizar o verdadeiro bem do homem. Especificando qual é este bem, “a Igreja ilumina o homem e, através de toda a vida cristã, procura educar a sua consciência. O ensinamento da Igreja, devido à sua origem – Deus –, ao seu conteúdo – a verdade – e ao seu ponto de apoio – a consciência –, encontra um eco profundo e persuasivo no coração de cada pessoa, crente e mesmo não crente”.
Neste contexto, Bento XVI encoraja os Bispos do Brasil a “falar ao coração” do seu povo, despertando as consciências e congregando as vontades contra a crescente onda de violência e menosprezo do ser humano. “De dádiva de Deus que é, acolhida na intimidade amorosa do matrimónio entre o homem e a mulher, o ser humano passou a ser visto como mero produto humano”. Hoje em dia – advertiu – “um campo primário e crucial da luta cultural entre o absolutismo da técnica e a responsabilidade moral do homem é o da bioética, onde se joga radicalmente a própria possibilidade de um desenvolvimento humano integral”.
“Trata-se de um âmbito delicadíssimo e decisivo, onde irrompe, com dramática intensidade, a questão fundamental de saber se o homem se produziu por si mesmo ou depende de Deus”.
E Bento XVI concluiu convidando os prelados brasileiros a não se cansarem de fazer apelo à consciência. “Não seríamos seguidores fiéis do nosso Divino Mestre, se não soubéssemos em todas as situações, mesmo nas mais árduas, levar a nossa esperança para além do que se pode esperar. Continuai a trabalhar pelo triunfo da causa de Deus, não com o ânimo triste de quem adverte só carências e perigos, mas com a firme confiança de quem sabe poder contar com a vitória de Cristo.”
(Fonte: site Radio Vaticana)
Comentário ao Evangelho de Domingo feito por:
Cardeal John Henry Newman (1801-1890), presbítero, fundador de comunidade religiosa, teólogo
«The Invisible World» PPS, IV, 13
O exemplo da figueira
Apenas uma vez por ano, mas ainda assim uma vez, o mundo que vemos manifesta subitamente as suas capacidades escondidas e revela-se de várias formas. Então as folhas aparecem, as árvores de fruto e as flores desabrocham, a erva e o trigo germinam. Há subitamente um impulso e irrompe a vida escondida que Deus colocou no mundo material. Ora bem! Isto serve-nos como exemplo do que o mundo pode fazer a uma ordem de Deus. Esta terra [...] explodirá um dia num mundo novo de luz e de glória, no qual veremos os santos e os anjos. Quem pensaria, sem a experiência que teve das Primaveras precedentes, quem poderia conceber, dois ou três meses antes, que a face da Natureza, que parecia morta, pudesse tornar-se tão esplêndida e tão variada ? [...]
O mesmo se passa com respeito a essa Primavera eterna que espera todos os cristãos: virá, mesmo que tarde. Esperemo-la porque «o que há-de vir virá e não tardará» (Heb 10, 37). É por isso que dizemos todos os dias «Venha a nós o Vosso reino!» O que quer dizer: Mostra a Tua grandeza, Senhor; Tu que tens o Teu trono sobre os querubins, mostra a Tua grandeza. Desperta o Teu poder e vem salvar-nos [cf. Sl 80 (79), 2-3].
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
«The Invisible World» PPS, IV, 13
O exemplo da figueira
Apenas uma vez por ano, mas ainda assim uma vez, o mundo que vemos manifesta subitamente as suas capacidades escondidas e revela-se de várias formas. Então as folhas aparecem, as árvores de fruto e as flores desabrocham, a erva e o trigo germinam. Há subitamente um impulso e irrompe a vida escondida que Deus colocou no mundo material. Ora bem! Isto serve-nos como exemplo do que o mundo pode fazer a uma ordem de Deus. Esta terra [...] explodirá um dia num mundo novo de luz e de glória, no qual veremos os santos e os anjos. Quem pensaria, sem a experiência que teve das Primaveras precedentes, quem poderia conceber, dois ou três meses antes, que a face da Natureza, que parecia morta, pudesse tornar-se tão esplêndida e tão variada ? [...]
O mesmo se passa com respeito a essa Primavera eterna que espera todos os cristãos: virá, mesmo que tarde. Esperemo-la porque «o que há-de vir virá e não tardará» (Heb 10, 37). É por isso que dizemos todos os dias «Venha a nós o Vosso reino!» O que quer dizer: Mostra a Tua grandeza, Senhor; Tu que tens o Teu trono sobre os querubins, mostra a Tua grandeza. Desperta o Teu poder e vem salvar-nos [cf. Sl 80 (79), 2-3].
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho de Domingo dia 15 de Novembro de 2009
São Marcos 13,24-32
«Mas nesses dias, depois daquela aflição, o Sol vai escurecer-se e a Lua não dará a sua claridade,
as estrelas cairão do céu e as forças que estão no céu serão abaladas.
Então, verão o Filho do Homem vir sobre as nuvens com grande poder e glória.
Ele enviará os seus anjos e reunirá os seus eleitos dos quatro ventos, da extremidade da terra à extremidade do céu.»
«Aprendei, pois, a parábola da figueira. Quando já os seus ramos estão tenros e brotam as folhas, sabeis que o Verão está próximo.
Assim, também, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que Ele está próximo, às portas.
Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam.
O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão.
Quanto a esse dia ou a essa hora, ninguém os conhece: nem os anjos do Céu, nem o Filho; só o Pai.»
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
S. Josemaría Escrivá nesta data em 1931
Escreve: “Jesus quis-me sempre para Ele - explicarei isto melhor noutra altura -, por isso me ensombrou todas as festas, pôs amargura em todas as minhas alegrias, fez-me sentir os espinhos de todas as rosas do caminho... E eu, cego: sem ver, até agora, a predilecção do Rei, que, durante toda a minha a vida, marcou a minha carne e o meu espírito com o selo real da Santa Cruz”.
(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/14-11-5)
(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/14-11-5)
Governo desvaloriza família
Alexandre Relvas acusa o Governo de pretender “impor a sua perspectiva” dos costumes aos portugueses, através de políticas que “não dão valor à família e à vida”.
“Este Governo está apostado em fazer-nos evoluir do ponto de vista dos costumes em termos legais, impor uma perspectiva, a sua própria perspectiva ao país, e não permitir que o país debata suficientemente algumas das suas opiniões em matéria de costumes”, disse Relvas, no seu habitual espaço de comentário das quintas-feiras, na Edição da Noite da Renascença.
O presidente do Instituto Sá Carneiro mostrou-se bastante preocupado com os mais recentes dados do INE - que confirmam o acentuar do envelhecimento da população portuguesa - e lamenta que “a natalidade não esteja entre as prioridades” de José Sócrates. “O Governo não dá nenhum valor à vida, não dá nenhum valor à vitalidade, não dá nenhum valor à família e devia dar atenção a esta matéria e olhar para estes números”.
Alexandre Relvas alertou para as consequências do envelhecimento da população nacional, defendendo que Portugal deve reflectir sobre o problema e elaborar um verdadeiro plano - e não medidas isoladas - que passe, por exemplo, pelo aumento da cobertura de creches e jardins de infância com apoio público, flexibilização do horário de trabalho das mães, alterações da política de apoios à família e também nas áreas do transporte escolar e da saúde.
Reduzir a dívida externa
Na edição da última noite, Alexandre Relvas destacou, ainda, a recomendação do FMI no sentido de que Portugal deve fazer um grande esforço para reduzir a sua dívida ao estrangeiro.
O dirigente social-democrata sublinhou que o país, na última legislatura, “teve um aumento histórico da dívida externa” e vive “sistematicamente” a endividar-se. “Cada um de nós devia oito mil euros ao exterior e acabou a legislatura anterior a dever entre 15 e 16 mil euros”, explicitou.
(Fonte: ‘Página 1’, grupo Renascença, edição de 13.11.2009)
“Este Governo está apostado em fazer-nos evoluir do ponto de vista dos costumes em termos legais, impor uma perspectiva, a sua própria perspectiva ao país, e não permitir que o país debata suficientemente algumas das suas opiniões em matéria de costumes”, disse Relvas, no seu habitual espaço de comentário das quintas-feiras, na Edição da Noite da Renascença.
O presidente do Instituto Sá Carneiro mostrou-se bastante preocupado com os mais recentes dados do INE - que confirmam o acentuar do envelhecimento da população portuguesa - e lamenta que “a natalidade não esteja entre as prioridades” de José Sócrates. “O Governo não dá nenhum valor à vida, não dá nenhum valor à vitalidade, não dá nenhum valor à família e devia dar atenção a esta matéria e olhar para estes números”.
Alexandre Relvas alertou para as consequências do envelhecimento da população nacional, defendendo que Portugal deve reflectir sobre o problema e elaborar um verdadeiro plano - e não medidas isoladas - que passe, por exemplo, pelo aumento da cobertura de creches e jardins de infância com apoio público, flexibilização do horário de trabalho das mães, alterações da política de apoios à família e também nas áreas do transporte escolar e da saúde.
Reduzir a dívida externa
Na edição da última noite, Alexandre Relvas destacou, ainda, a recomendação do FMI no sentido de que Portugal deve fazer um grande esforço para reduzir a sua dívida ao estrangeiro.
O dirigente social-democrata sublinhou que o país, na última legislatura, “teve um aumento histórico da dívida externa” e vive “sistematicamente” a endividar-se. “Cada um de nós devia oito mil euros ao exterior e acabou a legislatura anterior a dever entre 15 e 16 mil euros”, explicitou.
(Fonte: ‘Página 1’, grupo Renascença, edição de 13.11.2009)
“Sensibilização: uma sinfonia pela vida”
De 6 a 8 de Novembro, realizou-se no auditório de Saragoça, em Espanha, o IV Congresso Internacional Pró-vida, com o tema: “Sensibilização: uma sinfonia pela vida”. O evento foi promovido pela Federação Espanhola de Associações Pró-vida, por encargo do Comité Permanente dos Congressos Internacionais Pró-vida e organizado pela Associação Pró-vida Aragão.
Participaram oradores de 14 países, entre eles: Estados Unidos, Canadá, Grã-Bretanha, Chile, Cuba, Argentina, El Salvador, Croácia, Itália e Espanha, com mais de mil pessoas inscritas. Tanto no acto inaugural, como no encerramento, esteve presente o Arcebispo de Saragoça, D. Manuel Ureña.
O objectivo principal do Congresso foi “sensibilizar a sociedade para que apoie a mulher diante da gravidez não programada e para que se defesa a criança não-nascida.
Abordou-se a necessidade de uma sensibilização em defesa da vida a partir dos pontos de vista: médico-científico, jurídico-legislativo, sócio-assistencial, político-mediático e ético-antropológico. Durante o IV Congresso Internacional Pró-vida de Saragoça, realizou-se na noite de 7 de Novembro a iniciativa “Um milhão de velas”, a fim de simbolizar a quantidade de crianças que deixaram de nascer na Espanha por causa do aborto.
As velas abarcaram uma distância de quatro quilómetros, a partir do Auditório de Saragoça até a praça do Pilar. Um eloquente testemunho a favor da vida, em que participaram famílias inteiras. Durante o encerramento do IV Congresso Internacional Pró-vida, ocorreu a entrega dos Prémios Humanidade 2009 e Prémios “Matilde Pérez Jover”, em homenagem à pioneira em Espanha da defesa da vida. A chama acesa permanecerá brilhando na V edição do Congresso, que terá lugar em El Salvador em 2011.
ÁLVARO VAZQUEZ (Presidente do Comité Organizador) - "Escolheu-se a Espanha pelos acontecimentos jurídicos legislativos que tínhamos em cima da mesa. Foi uma sorte porque o poder realizar este congresso sensibilizará todos os assistentes para gerar uma cultura da vida, suficiente e necessária para defender com coerência e com contundência a vida humana".
DOM UREÑA (Arcebispo de Saragoça) - "É um congresso que está repleto de verdade, repleto de uma verdade que todo homem deve escutar. Uma verdade que é espezinhada constantemente pelo homem. E essa verdade é a vida como valor fundamental".
ESPERANZA PUENTE (Porta-voz da Fundação de Rede Madre) - "Eu gostaria de dizer às mulheres que passaram por um aborto as palavras de João Paulo II: temos que ser mulheres pró-vida, mulheres na defesa da vida, porque sofremos muito na perda de nosso filho e temos que ajudar as mulheres para que não passem por esta experiência. A vida tem esperança, porém tem que lutar para transmiti-la".
ANTONIO GASOS (Coordenador da iniciativa “Um milhão de velas pela vida” ) - "Esta iniciativa nasceu para as pessoas que participariam do congresso internacional pró-vida. Pensamos que era necessário um ato que chamasse a atenção, um acto em que se visse que faltam em Espanha um milhão e 500 mil crianças desde que a lei do aborto foi aprovada. E por elas estamos acendendo velas, por elas e por suas mães, que são as que sofrem com elas as consequências desse mal, dessa chaga para a sociedade que é o aborto".
(Fonte: H2O News)
Comentário ao Evangelho do dia feito por:
São Josemaría Escrivá de Balaguer (1902-1975), presbítero, fundador do Opus Dei
Homilia «Cristo Presente nos Cristãos», em «Cristo que Passa», nº 116
Orar sempre
«Orai sem interrupção», manda o apóstolo (1 Tes 5, 17). E, recordando este preceito apostólico, escreve Clemente de Alexandria: «Manda-se-nos louvar e honrar o Verbo, a Quem conhecemos como salvador e rei; e por Ele o Pai, não em dias escolhidos, como fazem alguns, mas constantemente, ao longo de toda a vida, e de todos os modos possíveis».
No meio das ocupações de cada jornada, no momento de vencer a tendência para o egoísmo, ao sentir a alegria da amizade com os outros homens, em todos esses instantes o cristão deve reencontrar Deus. Por Cristo e no Espírito Santo, o cristão tem acesso à intimidade de Deus Pai, e percorre o seu caminho buscando esse reino, que não é deste mundo, mas que neste mundo se inicia e se prepara.
É preciso privar com Cristo na palavra e no pão, na Eucaristia e na oração. Tratá-Lo como se trata com um amigo, como um ser real e vivo, como Cristo é, porque ressuscitou. [...] Cristo, Cristo ressuscitado, é o companheiro, o amigo. Um companheiro que apenas Se deixa ver entre sombras, mas cuja realidade enche toda a nossa vida, e que nos faz desejar a Sua companhia definitiva. «O Espírito e a Esposa dizem. Vem! E aquele que ouve diga: Vem! Que aquele que tem sede venha! Que aquele que deseja receba gratuitamente a água da vida. [...] O que dá testemunho destas coisas diz: Sim, Eu venho em breve. Assim seja, vem Senhor Jesus!» (Ap 22, 17.20).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Homilia «Cristo Presente nos Cristãos», em «Cristo que Passa», nº 116
Orar sempre
«Orai sem interrupção», manda o apóstolo (1 Tes 5, 17). E, recordando este preceito apostólico, escreve Clemente de Alexandria: «Manda-se-nos louvar e honrar o Verbo, a Quem conhecemos como salvador e rei; e por Ele o Pai, não em dias escolhidos, como fazem alguns, mas constantemente, ao longo de toda a vida, e de todos os modos possíveis».
No meio das ocupações de cada jornada, no momento de vencer a tendência para o egoísmo, ao sentir a alegria da amizade com os outros homens, em todos esses instantes o cristão deve reencontrar Deus. Por Cristo e no Espírito Santo, o cristão tem acesso à intimidade de Deus Pai, e percorre o seu caminho buscando esse reino, que não é deste mundo, mas que neste mundo se inicia e se prepara.
É preciso privar com Cristo na palavra e no pão, na Eucaristia e na oração. Tratá-Lo como se trata com um amigo, como um ser real e vivo, como Cristo é, porque ressuscitou. [...] Cristo, Cristo ressuscitado, é o companheiro, o amigo. Um companheiro que apenas Se deixa ver entre sombras, mas cuja realidade enche toda a nossa vida, e que nos faz desejar a Sua companhia definitiva. «O Espírito e a Esposa dizem. Vem! E aquele que ouve diga: Vem! Que aquele que tem sede venha! Que aquele que deseja receba gratuitamente a água da vida. [...] O que dá testemunho destas coisas diz: Sim, Eu venho em breve. Assim seja, vem Senhor Jesus!» (Ap 22, 17.20).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 14 de Novembro de 2009
São Lucas 18,1-8
Depois, disse-lhes uma parábola sobre a obrigação de orar sempre, sem desfalecer:
«Em certa cidade, havia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens.
Naquela cidade vivia também uma viúva que ia ter com ele e lhe dizia: 'Faz-me justiça contra o meu adversário.'
Durante muito tempo, o juiz recusou-se a atendê-la; mas, um dia, disse consigo: 'Embora eu não tema a Deus nem respeite os homens,
contudo, já que esta viúva me incomoda, vou fazer-lhe justiça, para que me deixe de vez e não volte a importunar-me.'»
E o Senhor continuou: «Reparai no que diz este juiz iníquo.
E Deus não fará justiça aos seus eleitos, que a Ele clamam dia e noite, e há-de fazê-los esperar?
Eu vos digo que lhes vai fazer justiça prontamente. Mas, quando o Filho do Homem voltar, encontrará a fé sobre a terra?»
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Depois, disse-lhes uma parábola sobre a obrigação de orar sempre, sem desfalecer:
«Em certa cidade, havia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens.
Naquela cidade vivia também uma viúva que ia ter com ele e lhe dizia: 'Faz-me justiça contra o meu adversário.'
Durante muito tempo, o juiz recusou-se a atendê-la; mas, um dia, disse consigo: 'Embora eu não tema a Deus nem respeite os homens,
contudo, já que esta viúva me incomoda, vou fazer-lhe justiça, para que me deixe de vez e não volte a importunar-me.'»
E o Senhor continuou: «Reparai no que diz este juiz iníquo.
E Deus não fará justiça aos seus eleitos, que a Ele clamam dia e noite, e há-de fazê-los esperar?
Eu vos digo que lhes vai fazer justiça prontamente. Mas, quando o Filho do Homem voltar, encontrará a fé sobre a terra?»
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
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