Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Viver como irmãos

A vida humana, dom de Deus Criador, possui um carácter sagrado. Por isso, a violência que busca uma justificação religiosa merece a mais forte condenação, porque o Omnipotente é Deus da vida e da paz. O mundo espera, de todos aqueles que afirmam adorá-Lo, que sejam homens e mulheres de paz, capazes de viver como irmãos e irmãs, apesar das diferenças étnicas, religiosas, culturais ou ideológicas.

(Papa Francisco no encontro inter-religioso ao Dyanet em 28 de novembro de 2014)

"Deus é amor e só através d'Ele se pode conhecer o amor" - Papa Francisco falando do terrorismo (vídeo em italiano)

Do diálogo que o imperador bizantino Manuel II Paleólogo teve com um persa erudito sobre cristianismo e islão

Sem se deter em pormenores como a diferença de tratamento entre os que possuem o «Livro» e os «incrédulos», ele (N. Spe Deus: o imperador), de modo surpreendentemente brusco – tão brusco que para nós é inaceitável –, dirige-se ao seu interlocutor simplesmente com a pergunta central sobre a relação entre religião e violência em geral, dizendo: «Mostra-me também o que trouxe de novo Maomé, e encontrarás apenas coisas más e desumanas tais como a sua norma de propagar, através da espada, a fé que pregava».[3] O imperador, depois de se ter pronunciado de modo tão ríspido, passa a explicar minuciosamente os motivos pelos quais não é razoável a difusão da fé mediante a violência. Esta está em contraste com a natureza de Deus e a natureza da alma. Diz ele: «Deus não se compraz com o sangue; não agir segundo a razão – «σὺν λόγω» – é contrário à natureza de Deus. A fé é fruto da alma, não do corpo. Por conseguinte, quem desejar conduzir alguém à fé tem necessidade da capacidade de falar bem e de raciocinar correctamente, e não da violência nem da ameaça... Para convencer uma alma racional não é necessário dispor do próprio braço, nem de instrumentos para ferir ou de qualquer outro meio com que se possa ameaçar de morte uma pessoa...».[4]

Nesta argumentação contra a conversão através da violência, a afirmação decisiva está aqui: não agir segundo a razão é contrário à natureza de Deus.[5]

[3] Controvérsia VII 2c: Khoury, pp. 142-143; Förstel, vol. I, VII Dialog 1.5, pp. 240-241. Infelizmente, esta citação foi tomada, no mundo muçulmano, como expressão da minha posição pessoal, suscitando assim uma indignação compreensível. Espero que o leitor do meu texto possa depreender imediatamente que esta frase não exprime a minha apreciação pessoal face ao Alcorão, pelo qual nutro o respeito que se deve ao livro sagrado duma grande religião. Eu, ao citar o texto do imperador Manuel II, pretendia unicamente evidenciar a relação essencial entre fé e razão. Neste ponto, estou de acordo com Manuel II, sem contudo fazer minha a sua polémica.
[4] Controvérsia VII 3b-c: Khoury, pp. 144-145; Förstel, vol. I, VII Dialog 1.6, pp. 240-243.
[5] Foi unicamente por esta afirmação que citei o diálogo entre Manuel e o seu interlocutor persa. É nesta afirmação que surge o tema das minhas afirmações seguintes.

(Bento XVI - Excerto discurso na Universidade de Regensburg em 12 de setembro de 2006)

A fraternidade que procede da fé e da liberdade

Estes dois aspetos – ver Cristo nos outros e mostrar-se como uma transparência de Cristo – completam-se mutuamente. Assim se evita de raiz o perigo de amar o próximo principalmente pela sua valia humana, pelas suas boas qualidades, pelos benefícios que nos traz e, ao contrário, pôr de lado outros quando descobrimos os seus defeitos e limitações, os aspetos menos agradáveis da sua personalidade. Se essa tentação se nos apresentasse alguma vez, teríamos de pôr o olhar da nossa alma em Jesus, manso e humilde, que Se gasta em cada momento e em qualquer ocasião pelos homens, que não rejeita ninguém, que sai ao encontro dos pecadores para os reconduzir a Deus.

Esta fraternidade procede da fé e do exercício da liberdade pessoal. Porque a liberdade cristã vem de dentro, do coração, da fé. Mas não é apenas individual, tem manifestações externas. Entre elas, escreve S. Josemaria, uma das mais caraterísticas da vida dos primeiros cristãos, a fraternidade. A fé, a grandeza do dom do amor de Deus, apagou todas as diferenças, todas as barreiras, até as eliminar: já não há distinção entre judeu ou grego, entre escravo ou livre, entre homem ou mulher: pois todos vós sois uma só coisa em Cristo Jesus (Gl 3, 28). Saber-se e estimar-se realmente como irmãos, por cima das diferenças de raça, de condição social, de cultura, de ideologia, é essencial para o cristianismo [10].

[10]. S. Josemaria, As riquezas da fé, publicado originalmente em “Los domingos de ABC”, 2-XI-1969. Tradução portuguesa publicada em “S. Josemaria” boletim informativo n. 8 (março de 2013).

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de janeiro de 2014)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

«O Espírito do Senhor está sobre Mim»

Rupert de Deutz (c. 1075-1130), monge beneditino 
Sobre a Santíssima Trindade, 42


«Cumpriu-se hoje esta palavra da Escritura que acabais de ouvir: "O Espírito do Senhor repousa sobre Mim, porque o Senhor Me ungiu" (Is 61,1).» É como se Cristo tivesse dito: Porque o Senhor Me ungiu, Eu disse sim, disse-o verdadeiramente, e volto a dizê-lo: O Espírito do Senhor repousa sobre Mim. Onde foi, pois, em que momento foi que o Senhor Me ungiu? Ungiu-Me quando fui concebido, ou melhor, ungiu-Me a fim de que fosse concebido no seio de minha Mãe. Porque não foi da semente de um homem que uma mulher Me concebeu, antes uma Virgem Me concebeu da unção do Espírito Santo. Foi então que o Senhor Me assinalou com a unção real; consagrou-Me rei ungindo-Me, ao mesmo tempo que Me consagrava sacerdote. E pela segunda vez, no Jordão, o Senhor consagrou-Me por esse mesmo Espírito. […]

E porque está o Espírito do Senhor sobre Mim? […] «Ele enviou-me a levar a boa nova aos pobres, a curar os corações despedaçados» (Is 61, 1). Não Me enviou aos orgulhosos nem aos «que têm saúde», mas como «médico aos doentes» e aos corações despedaçados. Não Me enviou «aos justos», mas «aos pecadores» (Mc 2,17). Fez de Mim um «homem de dores, experimentado nos sofrimentos» (Is 53,3), um homem «manso e humilde de coração» (Mt 11,29). Enviou-Me «a anunciar a amnistia aos cativos e a liberdade aos prisioneiros» (Is 61,1). […] A que prisioneiros, ou antes, de que prisão venho anunciar a libertação? A que cativos venho anunciar a liberdade? Desde que «por um só homem entrou o pecado no mundo e, pelo pecado, a morte» (Rom 5,12), todos os homens são prisioneiros do pecado, todos são cativos da morte. […] Eu fui enviado «a consolar […] os amargurados de Sião» (Is 61,2-3), todos quantos se afligem por terem sido, devido aos seus pecados, privados e separados de sua mãe, a «Jerusalém lá do alto» (Gal 4,26). […] Sim, consolá-los-ei dando-lhes «uma coroa em vez das cinzas» da penitência, o «óleo da alegria», ou seja, a consolação do Espírito Santo, «em vez do luto» da orfandade e do exílio, uma veste de festa, ou seja, a glória da Ressurreição, «em vez do desespero» (Is 61,3).

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 8 de janeiro de 2015

Voltou Jesus, sob o impulso do Espírito, para a Galileia, e a Sua fama divulgou-se por toda a região circunvizinha. Ensinava nas suas sinagogas e era aclamado por todos. Foi a Nazaré, onde Se tinha criado, entrou na sinagoga, segundo o Seu costume, em dia de sábado, e levantou-Se para fazer a leitura. Foi-Lhe dado o livro do profeta Isaías. Quando desenrolou o livro, encontrou o lugar onde estava escrito: “O Espírito do Senhor repousou sobre Mim; pelo que Me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres; Me enviou para anunciar a redenção aos cativos, e a recuperação da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a pregar um ano de graça da parte do Senhor”. Tendo enrolado o livro, deu-o ao encarregado, e sentou-Se. Os olhos de todos os que se encontravam na sinagoga estavam fixos n'Ele. Começou a dizer-lhes: «Hoje cumpriu-se este passo da Escritura que acabais de ouvir». E todos davam testemunho em Seu favor, e admiravam-se das palavras de graça que saíam da Sua boca, e diziam: «Não é este o filho de José?».

Lc 4, 14-22