Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 1 de junho de 2020

S. José, Mestre da vida interior

São José, Pai de Cristo, é também teu Pai e teu Senhor. – Recorre a Ele. (Caminho, 559)

O nosso Pai e Senhor São José é Mestre da vida interior. – Põe-te sob o seu patrocínio e sentirás a eficácia do seu poder. (Caminho, 560)

De São José diz Santa Teresa, no livro da sua vida: "Quem não achar Mestre que lhe ensine a orar, tome este glorioso Santo por mestre, e não errará no caminho". – O conselho vem de uma alma experimentada. Segue-o. (Caminho, 561)

São José: não se pode amar Jesus e Maria sem amar o Santo Patriarca. (Forja, 551)

Vê quantos motivos para venerar S. José e para aprender da sua vida: foi um varão forte na fé...; sustentou a sua família – Jesus e Maria – com o seu trabalho esforçado...; guardou a pureza da Virgem, que era sua Esposa...; e respeitou – amou! – a liberdade de Deus que fez a escolha, não só da Virgem como Mãe, mas também dele como Esposo de Santa Maria. (Forja, 552)

S. José, nosso Pai e Senhor, castíssimo, limpíssimo, que mereceste trazer Jesus Menino nos teus braços, e lavá-lo e abraçá-lo: ensina-nos a tratar o nosso Deus, a ser limpos, dignos de ser outros Cristos.

E ajuda-nos a fazer e a ensinar, como Cristo, os caminhos divinos – ocultos e luminosos –, dizendo aos homens que podem, na terra, ter continuamente uma eficácia espiritual extraordinária. (Forja, 553)

Ama muito S. José, quer-lhe com toda a tua alma, porque é a pessoa que, com Jesus, mais amou Santa Maria e quem mais conviveu com Deus: quem mais o amou, depois da Nossa Mãe.

Merece o teu carinho e convém-te dar-te com ele, porque é Mestre de vida interior e pode muito ante Nosso Senhor e ante a Mãe de Deus. (Forja, 554)

São Josemaría Escrivá           

João Paulo II, a plenos pulmões

Há histórias que só se compreendem com um registo filmado. Uma delas, é a fúria portentosa de um Papa a gritar a plenos pulmões. Não consigo imaginar como foi a entrada de Jesus no templo de Jerusalém, com um chicote na mão, a derrubar as mesas, a chicotear as pessoas, a lembrar-lhes, aos gritos, o respeito devido a Deus. A versão pacífica de um chicote a estalar no ar, sem tocar nos vendilhões, ou uma retórica de tribuno, não correspondem à realidade, mas gostava de ter um vídeo para perceber exactamente o que aconteceu. (O Evangelho da Eucaristia desta passada sexta-feira, dia 1 de Junho, contava por palavras o episódio).

Seja como for, assisti a três ocasiões em que João Paulo II gritou com toda a força e garanto que não é para brincadeiras. Assisti duas vezes pela televisão e uma vez ao vivo.

A primeira vez aconteceu em Março de 1983 na visita à Nicarágua, quando os sandinistas tentaram abafar o discurso do Papa. Para contrariar as palavras de ordem sandinistas, a multidão aplaudia e gritava vivas ao Papa e, sobre toda esta barulheira, com gestos e com gritos ainda mais fortes, o Papa comunicava com o povo. Embora controlasse a instalação sonora, o grupo afecto ao Governo não conseguiu dominar o evento e ficou claro de que lado estava o povo. O Papa não conseguiu ler o que tinha escrito, mas, para quem assistiu na televisão àquela confusão ensurdecedora, pareceu inegável que a mensagem de João Paulo II «passou». A capacidade gestual de João Paulo II, as palavras que gritou e a sintonia da multidão romperam o bloqueio montado pelo Governo e pelos seus apoiantes.

A terceira vez que senti o vigor do Papa João Paulo II foi em Janeiro de 1994, ao vivo. Foram longos minutos, talvez dez minutos, intermináveis e inesquecíveis. Todos os presentes estavam gelados, sustendo a respiração. Mas essa história fica para outro momento.

A segunda vez que ouvi João Paulo II gritar, faz agora 25 anos, foi em Maio de 1993. Como estava em Itália, pude acompanhar a transmissão da visita à Sicília, de 8 a 10 de Maio de 1993. No final da Eucaristia do dia 9, no Vale dos Templos, João Paulo II prosseguiu, sem papel (www.youtube.com/watch?v=m_IxA4iqwaA), dirigindo-se aos responsáveis da Máfia:

– «...Que carregam sobre a sua consciência tantas vítimas humanas... têm de compreender que não é permitido matar... [ainda por cima] inocentes. Deus disse, um dia, “não matarás!”. Um homem, quem quer que ele seja, qualquer grupo que seja, como a Máfia, não pode mudar e espezinhar este direito santíssimo de Deus. Este povo siciliano (...) não pode viver sempre sob a pressão de uma civilização contrária, de uma civilização da morte. É preciso [instaurar] aqui a civilização da vida. Em nome deste Cristo, crucificado e ressuscitado, deste Cristo que é Vida – caminho, verdade e vida –, digo aos responsáveis: Convertei-vos! Um dia, hás-de ver o Juízo de Deus!».

Estes minutos foram surpreendentes pela clareza, pela voz e pelos gestos, mas eu guardo uma impressão ainda mais forte do que aconteceu mais tarde, à varanda do paço episcopal, diante da multidão reunida na pequena praça. Como esta ida à varanda não foi uma cerimónia organizada, a televisão transmitiu na altura, mas hoje não é fácil encontrar essa reportagem na Net. As palavras foram de uma dureza ainda mais impressionante, a ameaça do Inferno foi mais explícita e os gritos, a plenos pulmões, vibravam ainda com mais força. Tal como na Missa, o Papa levava o báculo com o crucifixo mas, para ficar com as mãos e os braços livres, encostou-o ao ombro. Assim, com o máximo de força, com a palavra e com o gesto, o Papa condenou, ameaçou severamente, terminando a pedir, por favor, que se arrependessem.

A visita teve um impacto enorme em Itália. Em resposta, explodiram duas bombas de grande potência em Roma (junto da basílica de São João de Latrão e da igreja de san Giorgio al Velabro) e o Padre Pino Puglisi foi assassinado. Bento XVI mandou beatificá-lo, numa cerimónia que decorreu já no pontificado do Papa Francisco.

Em mais ocasiões, João Paulo II afirmou substancialmente o mesmo que em 1993, mas sem levantar a voz. Bento XVI fez-lhe eco, no seu estilo próprio, por exemplo, numa visita à Sicília em 2010, recordando a memória do Pe. Puglisi e de outros:

– «Não cedais às sugestões da Máfia, que é uma estrada de morte, incompatível com o Evangelho, como os vossos bispos vos têm ensinado tantas vezes, e continuam agora. (...) Caros jovens, não tenhais medo! Não tenhais medo de vos opordes ao mal».
«os mafiosos, não estão em comunhão com Deus: estão excomungados!» 21.06.2014 Calábria


Francisco repetiu várias vezes, mas sem gritar, as palavras de João Paulo II (por exemplo em www.youtube.com/watch?v=CtDM0aAhZLw e www.youtube.com/watch?v=_gPSRVsZLyA), anunciou que ia em Setembro à Sicília e enviou há dias uma carta aos bispos sicilianos reunidos em Agrigento para renovar solenemente o anátema de João Paulo II, em 1993, contra os homens da Máfia – esse sim! – gritado, fez agora 25 anos, a plenos pulmões.
José Maria C.S. André
02-VI-2018
Spe Deus

HINO AO NOSSO DEUS E SENHOR

SENHOR,
Que bom e grande Tu és !
Sem Ti, SENHOR,
eu não sou nada.
Sou como um peixe que não nada,
uma ave que não voa,
uma ovelha perdida,
à mercê do predador,
um ponto sem referência,
uma curva que acaba em circulo,
( fechado sobre si próprio ),
um ser vivo, sem ter vida,
uma morte anunciada.
Mas, SENHOR,
quando a Ti me entrego,
cruzo as águas como seta,
nascem-me asas nos pés,
o predador parte os dentes,
no escudo que Tu me dás,
a curva é uma recta,
a indicar a eternidade,
a vida pulsa tão forte,
que se estende aos que estão perto,
a morte é uma passagem,
para ir ao Teu encontro.
Porque Tu, SENHOR,
És tudo para mim,
a razão do meu viver,
a razão de eu caminhar,
a razão de eu amar,
a razão de eu falar,
a razão do testemunho,
que pretendo sempre dar,
a razão do coração,
a arder em Teu louvor.
Em Ti me refugio,
em Ti, me fortaleço,
em Ti,
quanto mais fraco sou,
mais forte eu me pareço,
quanto mais pobre sou,
mais rico em Ti eu cresço.
Em mim abates barreiras,
da vergonha à timidez,
tornas-me clara a palavra,
tornas fácil o falar.
E meu SENHOR,
mais ainda,
pois transformas os problemas,
em oração de louvor,
transformas alguma amargura,
num simples acto de amor,
transformas a breve tristeza,
na Tua mais linda alegria,
transformas o ingrato desânimo,
na vontade de lutar,
transformas a terrível dúvida,
na mais bonita certeza,
transformas o meu passado,
num presente a caminhar,
transformas o gaguejar,
na mais bonita oração,
transformas o meu pensar,
num canto do coração,
feito p’ra Te louvar.
Assim, meu DEUS, e SENHOR,
só por Ti posso amar,
só em Ti posso viver,
só conTigo caminhar.
Vem depressa, não demores,
e mesmo que estejam fechados,
os portões da minha vida,
arromba-os, SENHOR meu DEUS,
abre todos os cadeados,
enche-me de Ti e sorri-me,
pega-me na mão e conduz-me,
para que não me possa perder,
mas antes testemunhar,
que a vida deve ser sempre,
um canto de puro louvor,
a Ti,
meu DEUS e SENHOR.


29.05.2006

Joaquim Mexia Alves