Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 19 de julho de 2020

Que sejais muito crianças!

Aconselho-te que tentes voltar de vez em quando... ao começo da tua "primeira conversão", o que, se não é fazer-se como criança, é coisa muito parecida: na vida espiritual é preciso deixar-se levar com inteira confiança, sem medos nem duplicidades; tem de se falar com absoluta clareza do que se tem na cabeça e na alma. (Sulco, 145)

Que sejais, espiritualmente, muito crianças! Quanto mais, melhor. Di-lo a experiência deste sacerdote que teve de se levantar muitas vezes, ao longo destes trinta e seis anos (que longos e ao mesmo tempo, que curtos me parecem!) em que tem procurado cumprir uma Vontade precisa de Deus. Houve uma coisa que sempre me ajudou: ser sempre criança e meter-me continuamente no regaço de minha Mãe e no Coração de Cristo, meu Senhor.

As grandes quedas, as que causam destroços sérios na alma, e às vezes com resultados quase irremediáveis, procedem sempre da soberba de nos crermos adultos, auto-suficientes. Nesses casos, torna-se predominante na pessoa uma espécie de incapacidade de pedir ajuda a quem a pode dar: não só a Deus, mas também ao amigo ou ao sacerdote. E aquela pobre alma, isolada na sua desgraça, afunda-se na desorientação e no descaminho. (Amigos de Deus, 147)

São Josemaría Escrivá

Bom Domingo do Senhor!

Procuremos ser sempre uma boa semente para sermos dignos do Reino do Céu conforme o Senhor nos fala no Evangelho de hoje (Mt 13, 24-43), mas façamo-lo som humildade e conscientes da nossa condição de pecadores necessitados de bom terreno e de boa rega.

Louvado seja Deus Nosso Senhor pelo seu infinito e misericordioso amor por todos nós!

Os bispos na Igreja

Os bispos são os sucessores dos Apóstolos e como estes, na sua condição humana também erram e foi assim que o Senhor quis a Sua Igreja.

Jesus Cristo quando escolheu os Apóstolos conhecia-lhes as fraquezas, a Pedro a pouca fé, quando ele lhe pede para o salvar de afogamento, quando com pouca visão sobrenatural pretende impedi-Lo da Paixão, quando tenta evitar que o Senhor lhe lave os pés ou quando o renega; a João e a Tiago a ambição de se sentarem ao Seu lado no Reino dos Céus; a Filipe lentidão na compreensão de que o Pai e Ele são um só; a Tomé na incredulidade que teve ver para crer; finalmente a Judas Iscariotes quando anunciou a sua traição durante a Última Ceia.

Ora, na nossa amada Igreja os bispos como seres humanos que são também têm a suas fraquezas e as suas grandezas, nestas veem-me à memória grandes sucessores dos Apóstolos como Santo Ambrósio, bispo de Milão, Santo Agostinho, bispo de Hipona ou o Bem-aventurado Álvaro del Portillo sucessor de São Josemaría Escrivá entre tantos outros. Infelizmente também me ocorrem aqueles, que seguem as pisadas do Iscariotes com intervenções públicas lamentáveis eivadas de quase ódio e totalmente inapropriadas da sua condição episcopal, por estes rezo todos os dias e peço ao Senhor que os ilumine, não sem sentir uma forte indignação que procuro conter.

Permitam-me que vos deixe a sugestão que peçamos ao Senhor que nos dê bispos coerentes na fé e no seu magistério e que ajude a todos os bispos a serem bons pastores, fiéis à Palavra e muito fortes a resistirem às tentações do demónio.

Muito obrigado!

JPR

Laicidade

A laicidade justa é a liberdade de religião. O Estado não impõe uma religião, mas deixa espaço livre às religiões, que por sua vez têm responsabilidades perante a sociedade civil. Assim permite que essas religiões sejam factores na construção da vida social.

(Cardeal Joseph Ratzinger in ‘El laicismo está poniendo en peligro la libertad religiosa’)

A história do mosaico de Maria, ‘Mater Ecclesiae’ na praça de S. Pedro

Um dos elementos arquitetónicos mais recentes na praça de São Pedro é o mosaico dedicado a Maria "Mater Ecclesiae" juntamente com o texto Totus Tuus, uma demonstração mais do carinho do Beato João Paulo II a Nossa Senhora.

Tive o privilégio de viver de perto os antecedentes dessa decisão, que põe em evidência duas caraterísticas do Beato João Paulo II: a sua particular relação com os jovens e o seu sentido de agradecimento.

Na Semana Santa de 1980, o Papa João Paulo II recebeu em audiência vários milhares de jovens chegados a Roma para o Forum UNIV, encontro internacional de universitários que frequentam Centros do Opus Dei em todo o mundo. Este evento, que se iniciou em 1968, conjuga o desejo de viver o Tríduo Santo em Roma, a cidade de Pedro, com atividades de enriquecimento cultural entre os estudantes.

No final da audiência, um dos jovens, chamado Julio Nieto, comentou ao Santo Padre que, depois de observar as imagens da praça de São Pedro, tinha notado que faltava uma de Nossa Senhora e que, portanto, a praça estava incompleta. «Bem, muito bem! Haverá que completar a praça», foi a resposta de João Paulo II.

Este diálogo chegou aos ouvidos de D. Álvaro del Portillo, sucessor de São Josemaria Escrivá à frente do Opus Dei. D. Álvaro, movido pelo desejo de pôr em prática, sem demora, o que considerava um desejo do Santo Padre, pediu-me para pensar num lugar e numa solução para colocar na praça uma imagem de Nossa Senhora, acrescentando que se poderia pôr sob a invocação de Mater Ecclesiae. Naquela altura eu trabalhava em Roma como arquiteto e tinha a sorte de viver junto do Prelado do Opus Dei na rua Bruno Buozzi.

Após várias semanas e depois de várias visitas à praça para encontrar alternativas, apresentei a D. Álvaro uma possível solução, com as correspondentes fotomontagens e desenhos: substituir uma janela, na esquina do edifício que há entre o Cortile de São Dâmaso e a praça, por um mosaico de Nossa Senhora.

A 27 de junho de 1980, fez-se chegar ao Santo Padre o projeto; era um álbum com textos, desenhos e fotografias e com os esboços de alçado e secção que se reproduzem abaixo. Como se passaram vários meses sem notícias, voltou-se a enviar ao Santo Padre uma cópia do material, através do, então, secretário do Papa, Mons. Stanislaw Dziwisz.

Meses depois, João Paulo II sofreu aquele atentado a que sobreviveu, como ele próprio dizia, graças à proteção de Maria Santíssima. Em sinal de agradecimento, quis que se colocasse uma imagem de Nossa Senhora na praça de São Pedro. Devido a esse encargo do Romano Pontífice, aquela proposta de D. Álvaro, foi submetida à apreciação das autoridades competentes do Vaticano e foi escolhido esse lugar como sede da Mater Ecclesiae.

O mosaico (inspirado na Madonna della colonna que procedia da Basílica constantiniana) foi colocado no dia 7 de dezembro de 1981 e, no dia seguinte, depois de rezar o Angelus, João Paulo II abençoou-o, não sem antes manifestar um desejo: “que todos os que venham a esta Praça de São Pedro, elevem o olhar para Ela para Lhe dirigir, com sentimento de filial confiança, a sua própria saudação e a sua própria oração”. (Angelus, 8 de Dezembro de 1981).

Muitas vezes pensei neste acontecimento como uma pequena demonstração da relação especial de João Paulo II com os jovens; não deixa de ser surpreendente que aquele “haverá que completar a praça” que o Papa tinha dito a um universitário um ano e meio antes, se tornasse então realidade.

Três dias mais tarde, a 11 de dezembro, soube que o Papa tinha convidado D. Álvaro Del Portillo para concelebrar a Missa na sua capela privada e para tomar o pequeno-almoço; desejava fazer-lhe saber a alegria que lhe tinha provocado benzer a imagem da praça e agradecer-lhe que lhe tivesse feito chegar a ideia para a sua colocação.

Além disso, o Santo Padre teve o pormenor de lhe enviar, alguns dias depois, a cartolina com o desenho, a negro, do mosaico que se utilizou para testar a colocação das peças de cor. Este desenho, que aparece na fotografia, encontra-se atualmente na sede central da Prelatura do Opus Dei.

Foi Paulo VI que, em Novembro de 1964, anunciou o desejo de terminar as sessões do Concílio Vaticano II “com a alegria de invocar a Virgem Maria com o título de Mãe da Igreja, Mater Ecclesiae". E acrescentou Paulo VI: “Este título ajudar-nos-á a celebrar Maria Santíssima, amorosa rainha do mundo, centro materno de unidade, pia esperança da nossa salvação". Ver esta imagem, tão unida aos papas Paulo VI e João Paulo II, é uma boa chamada de atenção para todos os cristãos; ao vê-la, é fácil recorrer a ela pedindo-lhe proteção para os seus filhos na Igreja.

Javier Cotelo // L'Osservatore Romano, 14-VI-2011