Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Amar a Cristo...

Ai quem nos dera sermos somente a argila de S. Paulo, ter uma pequena parte da sua coragem, do seu amor por Jesus Cristo Deus Nosso Senhor, da sua capacidade intelectual e da sua capacidade de apostolado. Uma pequeníssima parte já nos bastariam, agora imaginem o que seria ser-se igual em qualidades e fé ao Apóstolo dos gentios.
Não o desejaríamos por nós, mas por Jesus Cristo Nosso Senhor, por isso pedimos-Lhe todos os dias para que nos conceda o espírito e o fervor de S. Paulo, S. Agostinho, S. Tomás Moro, S. Josemaría e de todos os Santos e Santas.

JPR

O TRABALHO, OBRA DE DEUS - Homilia do Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada na Festa de São Josemaria Escrivá de Balaguer

O Angelus do dia 29 de Junho de 2012 - S. Pedro e S. Paulo (versão original e integral)

"Só o seguimento de Cristo conduz a uma nova fraternidade"

Máxima solenidade na celebração de São Pedro e São Paulo, neste 29 de junho, de manhã, na basílica do Vaticano. Foi ainda antes da Missa propriamente dita que Bento XVI entregou o pálio, símbolo da honra e autoridade dos metropolitas, a 43 arcebispos nomeados nos últimos doze meses, incluindo um angolano, D. Benedito Roberto, de Malanje. Momento prévio, mas prolongado, pois o Papa deteve-se com cada um deles, num breve colóquio. A dimensão ecuménica desta celebração, desde sempre marcada pela presença de uma delegação do Patriarcado de Constantinopla, contou também, desta vez, com a participação do Coro da Abadia de Westminster, em Londres, que cantou lado a lado com a Capela Sistina.

Na homilia, Bento XVI começou por sublinhar o especial significado que assume o facto de a Igreja de Roma desde sempre associar numa única festa a memória dos dois Apóstolos, Pedro e Paulo, verdadeiras “colunas da Igreja”, “inseparáveis”, até porque “representam, juntos, todo o Evangelho de Cristo”. “Pedro e Paulo, apesar de humanamente bastante diferentes, e não obstante os conflitos que não faltaram no seu mútuo relacionamento, realizaram um modo novo e autenticamente evangélico de ser irmãos, tornado possível precisamente pela graça do Evangelho que neles operava. Só o seguimento de Cristo conduz a uma nova fraternidade.” “Esta é, para cada um de nós, a primeira e fundamental mensagem da solenidade de hoje, cuja importância se reflete também na busca da plena comunhão, à qual anelam o Patriarca Ecuménico e o Bispo de Roma, bem como todos os cristãos” – sublinhou ainda o Papa.


Comentando o Evangelho desta celebração – episódio conhecido como a “entrega das chaves” a São Pedro, depois da confissão de fé da parte deste, que proclama Jesus como o Filho do Deus vivo, o Papa observou o facto de, logo depois, o Senhor ter anunciado a sua paixão, suscitando a reação negativa do Apóstolo e a dura réplica de Jesus… “O discípulo que, que, por dom de Deus, se pode tornar numa rocha firme (observou Bento XVI), surge aqui como ele é na sua fraqueza humana: uma pedra no caminho, uma pedra onde se pode tropeçar (em grego, skandalon). Por aqui, se vê claramente a tensão que existe entre o dom que provém do Senhor e as capacidades humanas”. Nesta cena de Jesus com Simão Pedro – sublinhou o Papa - aparece de alguma forma antecipado o drama da história do próprio Papado…


“o drama da história do próprio papado, caracterizada precisamente pela presença conjunta destes dois elementos: graças à luz e força que provêm do Alto, o Papado constitui o fundamento da Igreja peregrina no tempo, mas, ao longo dos séculos assoma também a fraqueza dos homens, que só a abertura à acção de Deus pode transformar.”


Na parte final da homilia, Bento XVI deteve-se sobre o símbolo das chaves e a expressão correspondente “ligar e desligar”, cujo significado converge e se reforça reciprocamente: “é claro que a autoridade de «desligar e ligar» consiste no poder de perdoar os pecados. E esta graça, que despoja da sua energia as forças do caos e do mal, está no coração do ministério da Igreja. Esta não é uma comunidade de seres perfeitos, mas de pecadores que se devem reconhecer necessitados do amor de Deus, necessitados de ser purificados através da Cruz de Jesus Cristo”. “Os ditos de Jesus sobre a autoridade de Pedro e dos Apóstolos deixam transparecer precisamente que o poder de Deus é o amor: o amor que irradia a sua luz a partir do Calvário” – insistiu o Papa.


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Ao meio-dia, como habitualmente nos domingos e dias santos, Bento XVI assomou à janela dos seus aposentos sobre a praça de são Pedro para saudar os fiéis e turistas ali congregados. O Papa recordou, naturalmente, os dois padroeiros de Roma: “Roma tem inscritos na sua história os sinais da vida e da morte gloriosa do humilde Pescador da Galileia e do Apóstolos dos gentios, que justamente escolheu como Protetores. Fazendo memória do seu luminoso testemunho, recordamos os venerandos inícios da Igreja que em Roma crê, reza e anuncia Cristo Redentor.”


O Papa evocou a entrega, nesta manhã, aos novos arcebispos do símbolo da sua responsabilidade… “Um rito sempre eloquente, que sublinha a íntima comunhão dos Pastores com o Sucessor de Pedro e o elo profundo que os liga à tradição apostólica. Trata-se de um duplo tesouro de santidade, em que se fundem conjuntamente a unidade e a catolicidade da Igreja: um tesouro precioso que há que redescobrir e viver com renovado entusiasmo e empenho constante”.

Não faltou uma saudação especial à delegação do Patriarcado de Constantinopla, vinda como todos os anos a tomar parte nas celebrações deste dia. “Que a Virgem Santa conduza todos os crentes em Cristo à meta da plena unidade”.


De entre as saudações aos diversos grupos linguísticos presentes, Bento XVI não esqueceu os lusófonos:


“Uma saudação especial para os Arcebispos do Brasil e de Angola que acabaram de receber o pálio e também para os familiares e amigos que os acompanham: À Virgem Maria confio vossas vidas, famílias e dioceses, para todos implorando o dom do amor e da unidade sobre a rocha de Pedro”.


Rádio Vaticano


Vídeos em espanhol e inglês

Imitação de Cristo, 2, 10, 2 - Do agradecimento pela graça de Deus

Grande obstáculo às visitas celestiais é a falsa liberdade do espírito e a demasiada confiança em si mesmo. Deus faz bem dando-nos a graça da consolação; mas o homem faz mal não retribuindo tudo a Deus, com ação de graças. E se não se nos infundem os dons da graça, é porque somos ingratos ao Autor, não atribuindo tudo à fonte original. Pois sempre Deus concede a graça a quem dignamente se mostra agradecido e tira ao soberbo o que costuma dar ao humilde.

S. Pedro e S. Paulo, apóstolos

Ânimo! Tu... podes. – Vês o que fez a graça de Deus com aquele Pedro dorminhoco negador e cobarde...; com aquele Paulo perseguidor, odiento e pertinaz? (Caminho, 483)

Pedro diz-Lhe: "Senhor, Tu lavares-me os pés, a mim?!". Responde Jesus: "O que Eu faço, não o compreendes agora; entendê-lo-ás depois". Insiste Pedro: "Tu nunca me lavarás os pés!". Replicou Jesus: "Se Eu não te lavar, não terás parte coMigo". Simão Pedro rende-se: "Senhor, não só os pés, mas também as mãos e a cabeça!".

Ao chamamento a uma entrega total, completa, sem vacilações, muitas vezes opomos uma falsa modéstia como a de Pedro... Oxalá fôssemos também homens de coração, como o Apóstolo! Pedro não admite que ninguém ame Jesus mais do que ele. Esse amor leva-o a reagir assim: – Aqui estou! Lava-me as mãos, a cabeça, os pés! Purifica-me de todo, que eu quero entregar-me a Ti sem reservas! (Sulco, 266)

"Pesa sobre mim a solicitude por todas as igrejas", escrevia S. Paulo; e este suspiro do Apóstolo recorda a todos os cristãos – também a ti! – a responsabilidade de pôr aos pés da Esposa de Jesus Cristo, da Igreja Santa, o que somos e o que podemos, amando-a muito fielmente, mesmo à custa da bens, da honra e da vida. (Forja, 584)

São Josemaría Escrivá

S. Pedro e S. Paulo (Escola italiana)


Relativismo e liberdade

O relativismo pode parecer positivo, na medida em que convida à tolerância, a reconhecer o valor dos outros, a relativizar-se a si mesmo, a facilitar a convivência entre as culturas. Mas se se transforma num absoluto, converte-se numa contradição, destrói o agir humano e acaba mutilando a razão. Passa-se a considerar aceitável somente o que pode ser calculado ou demonstrado no âmbito das ciências, que se convertem assim na única expressão da racionalidade: o resto seria subjectivo. Se se relegam para a esfera da subjectividade as questões humanas essenciais, as grandes decisões sobre a vida, a família, a morte, a liberdade compartilhada, então já não há critérios. Todo o homem pode e deve agir apenas segundo a sua consciência.

Mas a "consciência" transformou-se, modernamente, numa divinização da subjectividade, ao passo que, para a tradição cristã, é o contrário: a convicção de que o homem é transparente e pode sentir em si mesmo a voz da razão fundante do mundo. É urgente superar esse racionalismo unilateral, que amputa e reduz a razão, e chegar a uma concepção mais ampla dessa mesma razão, que foi criada não apenas para poder "fazer", mas para poder "conhecer" as realidades essenciais da vida humana.

Chego agora ao problema de saber se a tradição cristã é compatível com o conceito de liberdade desenvolvido na modernidade, no laicismo. Penso que é muito importante superar um mal entendido conceito individualista para o qual só existe, como portador da liberdade, o sujeito, o indivíduo. É uma afirmação errada do ponto de vista antropológico, porque o homem é um ser finito, um ser criado para conviver com os outros. Em consequência, a sua liberdade deve ser necessariamente uma liberdade compartilhada, de modo que se garanta a liberdade para todos. Isto implica a renúncia à absolutização do "eu" e a existência do direito comum, da autoridade. É um grande erro considerar a autoridade como oposta à liberdade. Na realidade, uma autoridade bem definida é a condição da liberdade.

(Cardeal Joseph Ratzinger in colóquio com o historiador Ernesto Galli delia Loggia, Centro do Orientação Política, Roma, 25.10.2004, transcrito no Il Foglio, 27-28.10.2004)

Suplica ao Senhor de Bento XVI

Senhor, ajudai-me a conhecer-Vos cada vez melhor! Ajudai-me a identificar-me cada vez mais com a vossa vontade! Ajudai-me a viver a minha existência, não para mim mesmo, mas a vivê-la juntamente convosco para os outros! Ajudai-me a tornar-me sempre mais vosso amigo!

(Bento XVI na homilia na Solenidade de S. Pedro e S. Paulo de 2011 em que celebrava o 60º aniversário da sua ordenação sacerdotal)

S. Josemaría Escrivá sobre os Apóstolos S. Pedro e S. Paulo

São Pedro e São Paulo, apóstolos. “Venero com todas as minhas forças a Roma de Pedro e de Paulo, banhada pelo sangue dos mártires, centro de onde tantos saíram para propagar por todo o mundo a palavra salvadora de Cristo. Ser romano não implica nenhum particularismo, mas ecumenismo autêntico; supõe o desejo de dilatar o coração, de abri-lo a todos com as ânsias redentoras de Cristo, que a todos procura e a todos acolhe, porque a todos amou primeiro”.

S. Pedro e S. Paulo

S. Pedro

Comemoramos hoje o dia dedicado ao príncipe dos Apóstolos e primeiro Papa da Igreja, São Pedro. Esta festa foi instituída por volta do século IV, antes mesmo de ser definida a data actual da festa do Natal. Ele era um pescador e o seu nome originalmente era Simão, filho de Jonas e irmão de André. Mas Jesus mudou-lhe o nome para Pedro que significa pedra, pois ele seria a rocha forte sobre a qual Jesus edificaria a sua Igreja. Por isso comprovadamente ele foi o primeiro Papa da Igreja Católica Apostólica Romana. Uma parte importante da sua vida está documentada nos Evangelhos e nos Actos do Apóstolos; sobre a sua vida em Roma existem muitas e belas narrativas passadas de geração em geração, algumas delas contadas em diferentes romances inspirados nos primeiros tempos da Igreja.Morreu crucificado como Jesus, mas de cabeça para baixo, pois não se achava digno de morrer de maneira igual ao mestre.

S. Paulo

Judeu, da tribo de Benjamim, originário de Tarso, chamava-se Saulo. Converteu-se ao cristianismo e tornou-se o grande e insuperável missionário, o apóstolo dos gentios. Foi ele quem lançou as bases da evangelização no mundo helénico, fundando numerosas comunidades e percorrendo toda a Ásia Menor, a Grécia e Roma, anunciando o Evangelho de Jesus Cristo crucificado, morto e ressuscitado pelo poder de Deus. São Paulo foi o primeiro a elaborar uma teologia cristã. Ao lado dos Evangelhos, as suas epístolas são as fontes de todo o pensamento e de toda a vida mística cristã. Isto coloca-o num lugar de destaque entre os maiores pensadores da história do cristianismo. São Paulo era um homem de fortes paixões e de grande poder de liderança e de organização. É a figura mais cosmopolita de toda a Bíblia. Segundo os estudiosos, Paulo era um homem da cidade, e em nenhum lugar de seus escritos mostra qualquer mentalidade ou interesse pela vida rural ou pela vila. Nunca houve conversão mais ruidosa do que a sua, tão pouco houve mais sincera, pois o mais furioso perseguidor de Jesus Cristo passou, de repente, a ser um dos seus mais fervorosos apóstolos.



(Fonte: Evangelho Quotidiano)

"Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo" (Mt 16, 16)

O que era difícil aceitar, para as pessoas às quais Jesus falava? O que continua a sê-lo também para muitas pessoas de hoje? Difícil de aceitar é o facto de que Ele pretende ser não somente um dos profetas, mas o Filho de Deus, e reivindica para si a mesma autoridade de Deus. Ouvindo-o pregar, vendo-o curar os doentes, evangelizar os pequeninos e os pobres e reconciliar os pecadores, gradualmente os discípulos conseguiram compreender que Ele era o Messias, no sentido mais elevado deste termo, ou seja, não apenas um homem enviado por Deus, mas o próprio Deus que se fez homem. Claramente, tudo isto era maior do que eles, ultrapassava a sua capacidade de compreender. Podiam expressar a sua fé com os títulos da tradição judaica: "Cristo", "Filho de Deus", "Senhor". Mas para aderir verdadeiramente à realidade, aqueles títulos deviam de alguma forma ser redescobertos na sua verdade mais profunda: o próprio Jesus, com a sua vida, revelou o seu significado integral, sempre surpreendente, até mesmo paradoxal em relação às concepções correntes. E a fé dos discípulos teve que se adaptar progressivamente. Ela apresenta-se-nos como uma peregrinação que tem o seu momento fontal na experiência do Jesus histórico, encontra o seu fundamento no mistério pascal, mas depois deve progredir ainda mais, graças à acção do Espírito Santo. Esta foi também a fé da Igreja ao longo da história; além disso, esta tem sido inclusive a nossa fé, de nós cristãos de hoje. Solidamente alicerçada na "rocha" de Pedro, é uma peregrinação rumo à plenitude daquela verdade que o Pescador da Galileia professou com uma convicção apaixonada: "Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo" (Mt 16, 16).


Caros irmãos e irmãs, na profissão de fé de Pedro, podemos sentir-nos e ser todos um só, não obstante as divisões que, ao longo dos séculos, dilaceraram a unidade da Igreja, com consequências que perduram até aos dias de hoje. Em nome dos Santos Pedro e Paulo, renovemos hoje, juntamente com os nossos Irmãos provenientes de Constantinopla aos quais volto a agradecer a presença nesta nossa celebração o compromisso a cumprir até ao fim o desejo de Cristo, que nos quer plenamente unidos. Com os Arcebispos concelebrantes, acolhamos o dom e a responsabilidade da comunhão entre a Sé de Pedro e as Igrejas Metropolitanas confiadas aos seus cuidados pastorais. Que nos oriente e nos acompanhe sempre com a sua intercessão a Santa Mãe de Deus: a sua fé indefectível, que sustentou a fé de Pedro e dos outros Apóstolos, continue a apoiar também a fé das gerações cristãs, a nossa própria fé: Rainha dos Apóstolos, rogai por nós!


Amém.


Bento XVI - Excerto homilia pronunciada na Basílica de São Pedro a 29 de Junho de 2007

«Sou o menor dos apóstolos, nem sou digno de ser chamado Apóstolo» (1 Cor 15,9)

São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e doutor da Igreja
3º sermão para a festa dos santos apóstolos Pedro e Paulo, passim


É com razão, irmãos, que a Igreja aplica aos santos apóstolos Pedro e Paulo estas palavras do Sábio: «Aqueles foram homens de misericórdia, cujas obras de piedade não foram esquecidas. Na sua descendência permanecem os seus bens, e a sua herança passa à sua posteridade» (Sir 44, 10-11). Sim, podemos, com propriedade, chamar-lhes homens de misericórdia; porque eles obtiveram misericórdia para eles próprios, porque estão cheios de misericórdia, e porque foi na Sua misericórdia que Deus no-los deu.

Vede, com efeito, que misericórdia eles obtiveram. Se interrogardes o apóstolo São Paulo sobre este assunto [...], ele dir-vos-á estas palavras acerca de si mesmo: «Antes fora blasfemo, perseguidor e violento. Mas alcancei misericórdia, porque agi por ignorância, sem ter fé ainda» (1 Tm 1,13). De facto, não sabemos nós o mal que ele fez aos cristãos de Jerusalém [...] e até aos de toda a Judeia? [...] Quanto ao bem-aventurado Pedro, tenho outra coisa a dizer-vos, e coisa sublime quanto única. Com efeito, se Paulo pecou, fê-lo sem o saber, porque não tinha fé; Pedro, pelo contrário, tinha os olhos bem abertos no momento da queda (Mt 26,69ss). Mas «onde aumentou o pecado, superabundou a graça» (Rm 5,20). [...] Se São Pedro pôde elevar-se a um tal grau de santidade depois de uma queda tão pesada, quem poderá desesperar a partir de então, por pouco que persevere em sair de seus pecados? Atentai no que diz o Evangelho: «E Pedro [...], saindo para fora, chorou amargamente» (v. 75) [...].

Ouvistes que misericórdia obtiveram os apóstolos, e de então em diante ninguém de entre vós será esmagado pelas faltas passadas mais do que for preciso [...]. Se pecaste, não pecou Paulo ainda mais? Se caíste, não caiu Pedro de maneira bem mais grave do que tu? Ora, um e outro, pela penitência, não só obtiveram a salvação como se tornaram grandes santos, e tornaram-se mesmo ministros da salvação, mestres da santidade. Faz portanto o mesmo, irmão, pois é por ti que a Escritura lhes chama «homens de misericórdia».

«Fiz-me tudo para todos, para salvar alguns a qualquer custo. Não procurando o meu próprio interesse mas o do maior número, a fim de que eles sejam salvos.» (1Co 9,22; 10,33)

Isaac de l'Étoile (?-c. 1171), monge cisterciense 
Sermão 49, 1º para a festa dos santos Pedro e Paulo; SC 339

«Os actos dos homens misericordiosos não caem no esquecimento; os bens que deixaram para a sua posteridade permanecerão para sempre» (liturgia latina; Si 44,10-11). Celebramos, bem-amados, o dia do nascimento dos apóstolos Pedro e Paulo; e é conveniente [...] que semelhante morte seja chamada nascimento, uma vez que gera a vida. [...] Eis onde chegam os santos: por essa morte que dá a vida, deixam esta vida que conduz à morte, para chegarem à vida vivificante que está na mão d'Aquele que «tem a vida em Si mesmo», o Pai, como disse Cristo (Jo 5,26). [...]

Há três tipos de homens misericordiosos. Os primeiros dão os seus bens [...] para complementar, com o que lhes é supérfluo, a penúria dos outros. [...] Os segundos distribuem todos os seus bens e, para eles, daí por diante, [...] tudo fica em comum com os outros. [...] Quanto aos terceiros, não somente dão tudo, como também «se dão a si mesmos totalmente» (cf. 2Co 12,15) e entregam-se pessoalmente aos perigos da prisão, do exílio e da morte, para tirar os outros do perigo em que estão a suas almas. São pródigos de si mesmos, porque são ávidos dos outros. Receberão a recompensa desse amor: «Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos» (Jo 15,13). [...] Tais são esses príncipes gloriosos da terra e servidores do céu de quem hoje ─ depois de longas privações «da fome, da sede, do frio e da nudez», de muito duras penas e perigos pelos «seus compatriotas, pagãos e falsos irmãos» (cf 2Co 11,26-27) ─ celebramos a morte magnificamente vitoriosa. A tais homens aplica-se bem esta frase: «Os seus feitos não serão esquecidos», porque eles não se esqueceram da misericórdia. [...] Sim, aos misericordiosos «na partilha foram destinados lugares aprazíveis e é preciosa a herança que lhes coube» (cf Sl 15,6).

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 29 de Junho de 2012

Tendo chegado à região de Cesareia de Filipe, Jesus interrogou os Seus discípulos, dizendo: «Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?». Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas». Jesus disse-lhes: «E vós quem dizeis que Eu sou?». Respondendo Simão Pedro, disse: «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo». Respondendo Jesus, disse-lhe: «Bem-aventurado és, Simão filho de João, porque não foi a carne e o sangue que to revelaram, mas Meu Pai que está nos céus. E Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; e tudo o que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus, e tudo o que desatares sobre a terra, será desatado também nos céus».

Mt 16, 13-19