Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 26 de janeiro de 2020

Um encontro pessoal com Deus

Quando o receberes, diz-lhe: – Senhor, espero em Ti; adoro-te, amo-te, aumenta-me a fé. Sê o apoio da minha debilidade, Tu, que ficaste na Eucaristia, inerme, para remediar a fraqueza das criaturas. (Forja, 832)

Creio que não vou dizer nada de novo, se afirmar que alguns cristãos têm uma visão muito pobre da Santa Missa e que ela é para muitos um mero rito exterior, quando não um convencionalismo social. Isto acontece, porque os nossos corações, de si tão mesquinhos, são capazes de viver com rotina a maior doação de Deus aos homens. Na Santa Missa, nesta Missa que agora celebramos, intervém de um modo especial, repito, a Trindade Santíssima. Para corresponder a tanto amor, é preciso que haja da nossa parte uma entrega total do corpo e da alma, pois vamos ouvir Deus, falar com Ele, vê-Lo, saboreá-Lo. E se as palavras não forem suficientes, poderemos cantar, incitando a nossa língua – Pange, lingua! – a que proclame, na presença de toda a Humanidade, as grandezas do Senhor.

Viver a Santa Missa é manter-se em oração contínua, convencermo-nos de que, para cada um de nós, este é um encontro pessoal com Deus, em que O adoramos, O louvamos, Lhe pedimos, Lhe damos graças, reparamos os nossos pecados, nos purificamos e nos sentimos uma só coisa em Cristo com todos os cristãos. (Cristo que passa, 87–88)

São Josemaría Escrivá

Bom Domingo do Senhor!

Peçamos ao Senhor que nos faça pescadores de homens como Ele fez a Simão Pedro e André conforme nos narra o Evangelho de hoje (Mt 4, 12-23). Roguemos-lhe a perseverança para lançarmos as redes, mesmo em águas atribuladas, e que nelas venham novos cristãos.

Senhor, que o Teu Anjo ilumine os corações daqueles que procuramos trazer para o Teu redil para assim Te seguirem em liberdade!

São João Paulo II, apóstolo da vida

S. João Paulo II abraça criança com SIDA/AIDS nos EUA em 1987
Da pátria de São João Paulo II, chega uma notícia reconfortante: “O Parlamento polaco rejeitou uma proposta que propunha o fim de algumas restrições à interrupção voluntária da gravidez. (…) Se for promulgada, a lei ‘Parem o aborto’ (…), pode-se impedir a interrupção da gravidez, mesmo quando há doenças congénitas no feto” (Público, 13-1-2018).

Não sei o que seja mais de espantar: se a iniciativa legislativa que se propõe defender a vida das crianças deficientes ainda não nascidas, se o facto de que seja notícia e, por certo bastante sensacional, uma medida que deveria ser obrigatória em todo o mundo civilizado. Do ponto de vista genético, é evidente que o feto, mesmo dependendo da mãe para a sua sobrevivência, como acontece também depois do seu nascimento, é titular de uma existência própria, que não se confunde com a dos seus progenitores. Não obstante, há ainda sectores da sociedade que teimam em afirmar que mais não é do que uma parte do corpo da mulher, contra a evidência científica.

A involução legislativa e das mentalidades, sobre este particular, tem sido vertiginosa: da despenalização do aborto passou-se à sua legalização, inicialmente só em caso de malformação do feto ou de violação. Depois, permitiu-se também que, por motivos de ordem psicológica, à mulher fosse legalmente concedida a opção da interrupção voluntária da gravidez, que hoje é livre, no prazo estipulado pela lei, mesmo quando a criança é saudável e foi livre e conscientemente concebida pelos seus progenitores.

Mais do que um mal tolerado em casos extremos, o aborto passou a ser tido por um ‘direito fundamental’: a mulher tem a propriedade absoluta sobre o fruto do seu ventre, reduzido à condição jurídica não já de escravo, mas de mero objecto da gestante, que dele pode dispor a seu bel-prazer. Mesmo quando nenhuma razão de foro clínico ou psicológico, da mulher ou da criança, pode ser invocada, a mãe tem direito a decidir, sem sequer ser ouvido o outro progenitor, a vida ou a morte do filho de ambos. Nem durante o capitalismo mais selvagem se chegou a um tão discricionário poder de um ser humano sobre outro, ao ponto de o poder pura e simplesmente eliminar.

Como o aborto não é apenas uma prerrogativa das mulheres, mas um seu direito fundamental, qualquer restrição a este sacrossanto direito de propriedade sobre o filho é, por isso, entendido como uma atitude fascista. Foi o que escreveu o subdirector do Público: “A Polónia continua a resvalar perigosamente para o fascismo. Face a uma proposta para aliviar a lei sobre o aborto, o Parlamento polaco decidiu endurecê-la ainda mais: o líder do Partido Lei e Justiça, Jaroslaw Kaczynski, quer forçar a manter a gestação até ao parto, mesmo em caso de grandes malformações ou morte, para que ‘a criança possa ser baptizada’. Caso a lei seja aprovada, o país arrisca uma condenação no Tribunal dos Direitos do Homem. D.Q.A.”.

Na Europa, salvo os ataques terroristas islâmicos, a luta contra a Igreja católica é sobretudo protagonizada pelas organizações internacionais que promovem o laicismo, atacam a liberdade religiosa e de educação, promovem o aborto, impõem a ideologia de género e a agenda LGBT. Não é de estranhar que D.Q.A. já tenha previsto uma possível condenação da Polónia por parte do Tribunal europeu dos Direitos do Homem. A União Europeia, embora concebida e fundada por estadistas cristãos, é hoje em dia uma plataforma ao serviço de organizações anticatólicas, como se viu em relação ao preâmbulo do malogrado projecto de Constituição europeia.

São João Paulo II, quando a sua pátria sofria a ditadura comunista, foi um intrépido defensor dos verdadeiros direitos humanos, nomeadamente a liberdade religiosa e o direito à vida dos não-nascidos. Talvez não seja exagerado supor que esta boa notícia, vinda da Polónia, é ainda um fruto da vida santa e dos esclarecidos ensinamentos do Papa apóstolo do Evangelho da vida!

P. Gonçalo Portocarrero de Almada in Voz da Verdade
(seleção de imagem 'Spe Deus')

A família: santificar o lar dia a dia

Cada lar cristão - disse S. Josemaria numa homilia pronunciada em 1970 - deveria ser um remanso de serenidade, em que se notassem, por cima das pequenas contrariedades diárias, um carinho e uma tranquilidade, profundos e sinceros, fruto de uma fé real e vivida.". (Cristo que passa, 22, 4)

É verdadeiramente infinita a ternura de Nosso Senhor. Olhai com que delicadeza trata os seus filhos. Fez do matrimónio um vínculo santo, imagem da união de Cristo com a sua Igreja, um grande sacramento em que se fundamenta a família cristã, que há-de ser, com a graça de Deus, um ambiente de paz e de concórdia, escola de santidade. Os pais são cooperadores de Deus. Daí nasce o amável dever de veneração, que corresponde aos filhos. Com razão, o quarto mandamento pode chamar-se - escrevi-o há tantos anos - o dulcíssimo preceito do Decálogo. Se se vive o matrimónio como Deus quer, santamente, o lar será um lugar de paz, luminoso e alegre. (Cristo que passa, 78, 6)

Famílias que viveram de Cristo e que deram a conhecer Cristo. Pequenas comunidades cristãs que foram centros de irradiação da mensagem evangélica. Lares iguais aos outros lares daqueles tempos, mas animados de um espírito novo que contagiava aqueles que os conheciam e com eles conviviam. Assim foram os primeiros cristãos e assim havemos de ser os cristãos de hoje: semeadores de paz e de alegria, da paz e da alegria que Cristo nos trouxe. (Cristo que passa, 30, 5)

Comove-me que o Apóstolo qualifique o matrimónio cristão como «sacramentum magnum», sacramento grande. Também daqui deduzo que o trabalho dos pais de família é importantíssimo.

- Participais do poder criador de Deus e, por isso, o amor humano é santo, nobre e bom: uma alegria do coração, à qual Nosso Senhor, na sua providência amorosa, quer que outros livremente renunciemos.

Cada filho que Deus vos concede é uma grande bênção divina: não tenhais medo aos filhos! (Forja, 691)

Ao pensar nos lares cristãos, gosto de imaginá-los luminosos e alegres, como foi o da Sagrada Família. A mensagem de Natal ressoa com toda a força: Glória a Deus no mais alto dos Céus e paz na terra aos homens de boa vontade. Que a Paz de Cristo triunfe nos vossos corações, escreve o Apóstolo. Paz por nos sabermos amados pelo nosso Pai, Deus, incorporados em Cristo, protegidos pela Virgem Santa Maria, amparados por S. José. Esta é a grande luz que ilumina as nossas vidas e que, perante as dificuldades e misérias pessoais, nos impele a seguir animosamente para diante. Cada lar cristão deveria ser um remanso de serenidade, em que se notassem, por cima das pequenas contrariedades diárias, um carinho e uma tranquilidade, profundos e sinceros, fruto de uma fé real e vivida. (Cristo que passa, 22, 4)

Santificar o lar no dia a dia, criar, com carinho, um autêntico ambiente de família: é disso precisamente que se trata. Para santificar cada um dos dias, é necessário exercitar muitas virtudes cristãs; em primeiro lugar, as teologais e, depois, todas as outras: a prudência, a lealdade, a sinceridade, a humildade, o trabalho, a alegria... (Cristo que passa, 23, 4)

São Josemaria Escrivá

Se é Deus, vamos matá-Lo!

Quem assistiu à Eucaristia na quarta-feira passada ouviu contar um episódio (Marcos 3, 1-6) difícil de compreender para os humanos, fácil de entender para o demónio. Era um sábado, instituído por Deus como dia de descanso e de oração. Os fariseus desesperavam por um pretexto para acusar Jesus de blasfémia. Nisto, apareceu na sinagoga um homem com uma mão atrofiada. Parecia o cenário ideal para apanhar Jesus em falso... Infelizmente, para os fariseus, eles deviam saber que ninguém consegue passar rasteiras ao Mestre.

Jesus disse ao homem que tinha a mão atrofiada: «Levanta-te e vem aqui para o meio». E desafiou directamente os fariseus: «Será permitido ao sábado fazer bem ou fazer mal, salvar a vida ou tirá-la?»

Os fariseus calaram. A vida não lhes estava a correr bem. E piorou, quando Jesus os fitou com indignação. A seguir, Jesus disse ao homem: «Estende a mão». Ele estendeu-a e a mão ficou curada.

Até aqui, o episódio parece normal. Jesus faz mais um milagre, os fariseus não gostaram, mas não o conseguiram impedir. O habitual. A surpresa vem a seguir: os fariseus saíram dali para se reunir com os herodianos e deliberarem como haviam de O matar.

O argumento é muito simples: Jesus é Deus e portanto não podemos deixar que seja o Senhor do sábado.

Se Jesus não fosse Deus, não havia problema. Não tinha feito nenhum milagre, não tinha feito nada. A questão é que os fariseus não acreditavam nisso! Uma mão atrofiada não se cura sozinha! Eles sabiam que Jesus tinha realizado o milagre! Nunca desconfiaram de mais ninguém. Por outras palavras, os fariseus sabiam que Jesus fazia milagres e era Deus! Queriam matá-lo justamente porque tinha sido Ele a fazer o milagre. Perseguiam Deus em nome do dia dedicado a Deus!

Para um demónio, isto é a coisa mais natural do mundo, por mais que o consigamos entender.

Detalhe Conversão de S. Paulo de Caravaggio
Na sexta-feira passada celebrou-se em toda a Igreja a festa da Conversão de S. Paulo, aquele momento em que Saulo percebeu que andava atrás da pessoa errada. Ele queria perseguir cristãos, contudo Deus pergunta-lhe: «Saulo, Saulo, porque Me persegues?». Saulo não estava a perceber: «Quem és Tu, Senhor?». E Deus confirmou a mensagem: «Eu sou Jesus, a Quem tu persegues». Ups! Saulo pensava que perseguia a Igreja em nome de Deus e afinal...

Paulo não tinha a perversidade dos demónios, percebeu o equívoco e converteu-se.

Nestes últimos oito dias até à festa da Conversão de S. Paulo, os cristãos de todo o mundo rezaram e jejuaram pela unidade da Igreja, perturbada pelas oposições de dentro e de fora, tantas vezes em nome de Deus, com lógicas que só o demónio entende. O próprio Papa presidiu a abertura destes dias de especial oração.

Nas Jornadas Mundiais da Juventude, a decorrer até Domingo, no Panamá, Francisco falou aos jovens de unidade. Disse-lhes que o demónio tenta semear a divisão, a fé alimenta o espírito de unidade. Que o pai das mentiras prefere pessoas divididas e a brigarem e não gosta de pessoas que aprendem a trabalhar juntas. «O verdadeiro amor não elimina as diferenças legítimas, mas harmoniza-as numa unidade superior – e acrescentou – sabem de quem é esta frase? Do Papa Bento XVI, que está agora a ver-nos na televisão! Saudemo-lo todos, aplaudindo o Papa Bento!». Francisco deu a pista e a multidão, do Panamá e de todo o mundo, correspondeu com o máximo de algazarra. Felizmente, no meio de tanto desconcerto, no mundo e na Igreja, por vezes saboreamos a grande alegria da unidade.

Espera-se que esta Jornada Mundial da Juventude termine no Domingo de forma memorável: anunciando que a próxima edição vai decorrer em Portugal.
José Maria C.S. André

S. Timóteo e S. Tito, bispos e companheiros de S. Paulo, séc. I

São Timóteo

Sobre São Timóteo, São Paulo diz: "Lembro-me de ti, noite e dia, em minhas orações. Conserva a lembrança da fé sincera que há em ti; fé que habitou primeiro em tua avó Lóide e em tua mãe, Eunice". E o Apóstolo dá ainda, a São Timóteo o excelente conselho de empenhar-se inteiramente na sua missão de velar sobre sua pessoa, bem como sobre o seu ensino. E termina, dizendo: "Perseverando nessas duas missões, salvar-te-ás e aos que te escutam". Nas duas epístolas que São Paulo escreveu a Timóteo, os sacerdotes de todos os tempos puderam encontrar conforto e incentivo para sua missão e sua vida.

São Tito

São Tito, exímio colaborador de São Paulo, recebeu uma carta preciosa, em que se lê: "Exorta os jovens a serem equilibrados em tudo, mostrando-te como modelo de boa conduta, correcção e ensino, dignidade, palavra sã e irrepreensível". São Tito foi o chefe da comunidade cristã de Creta, onde deve ter sofrido muitos dissabores, apesar de sua grande habilidade.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

«Vinde Comigo e Eu farei de vós pescadores de homens»

São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia e em seguida Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho de Mateus, n°14, 2

Que pescaria admirável a do Salvador! Admirai a fé e a obediência dos discípulos. Como sabeis, a pesca exige uma atenção ininterrupta. Ora, no meio da sua labuta, eles ouvem o chamamento de Jesus e não hesitam um instante; não dizem: «Deixa-nos ir a casa falar com a nossa família». Não, eles deixam tudo e seguem-n'O, como Eliseu fizera com Elias (1R 19, 20). Esta é a obediência que Cristo nos pede, sem a menor hesitação, mesmo que necessidades aparentemente mais urgentes nos pressionem. É por isso que quando um jovem que queria segui-l'O perguntou se podia ir sepultar o pai, nem isso Ele o deixou fazer (Mt 8, 21). Seguir Jesus, obedecer à Sua palavra, é um dever que tem prioridade sobre todos os outros.

Dir-me-ás talvez que a promessa que Ele lhes fazia era demasiado grande? É por isso que os admiro tanto: embora não tendo ainda assistido a nenhum milagre, eles acreditaram nessa promessa tão grande e renunciaram a tudo para O seguir! Foi porque acreditaram que, com as mesmas palavras com que eles próprios haviam sido como que pescados, também eles poderiam pescar outros.