Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Fez-se Homem para nos redimir

Pasma ante a magnanimidade de Deus: fez-se Homem para nos redimir, para que tu e eu – que não valemos nada, reconhece-o! – o tratemos com confiança. (Forja, 30)

Lux fulgebit hodie super nos, quia natus est nobis Dominus – Hoje brilhará sobre nós a luz, porque nos nasceu o Senhor! Eis a grande novidade que comove os cristãos e que, através deles, se dirige à Humanidade inteira. Deus está aqui! Esta verdade deve encher as nossas vidas. Cada Natal deve ser para nós um novo encontro especial com Deus, deixando que a sua luz e a sua graça entrem até ao fundo da nossa alma.

Detemo-nos diante do Menino, de Maria e de José; estamos contemplando o Filho de Deus revestido da nossa carne... Vem-me à lembrança a viagem que fiz a Loreto, em 15 de Agosto de 1951, para visitar a Santa Casa por motivo muito íntimo. Celebrei lá a Santa Missa. Queria dizê-la com recolhimento mas não tinha contado com o fervor da multidão. Não tinha calculado que nesse grande dia de festa muitas pessoas dos arredores viriam a Loreto – com a bendita fé dessa terra e com o amor que têm à Madona. E a sua piedade, considerando as coisas – como diria? – só do ponto de vista das leis rituais da Igreja, levava-as a manifestações não muito correctas.

E assim, enquanto eu beijava o altar, nos momentos prescritos pelas rubricas da Missa, três ou quatro camponeses beijavam-no ao mesmo tempo. Distraía-me mas estava emocionado. E também me atraía a atenção a lembrança de que naquela Santa Casa – que a tradição assegura ser o lugar onde viveram Jesus, Maria e José – na mesa do altar tinham gravado estas palavras: Hic Verbum caro factum est. Aqui, numa casa construída pelas mãos dos homens, num pedaço de terra em que vivemos, habitou Deus! (Cristo que passa, 12)

São Josemaría Escrivá

Natal: manifestação da misericórdia de Deus

«O povo que andava nas trevas viu uma grande luz» (Is 9, 1). Esta afirmação do profeta Isaías abre a liturgia da Palavra da noite de Natal. É assim que se apresenta ao mundo o nascimento do Salvador: uma luz que ilumina as trevas e que enche de esperança aqueles que a contemplam.
O Natal é luz. É uma irrupção da luz de Deus neste nosso mundo cheio de trevas. Trevas exteriores: violências, guerras, ódios, irmãos que não se perdoam, não se falam, não convivem, não se aceitam mutuamente.
E trevas interiores: ressentimentos, mágoas, abandono da oração, da confissão, da missa dominical, da formação cristã, das obras de misericórdia, da preocupação pelos que temos ao nosso lado.
Neste Ano Santo da Misericórdia, somos chamados a olhar para o “sinal” do Natal ― «um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura» (Lc 2, 12) ― como uma das manifestações mais maravilhosas da misericórdia de Deus para connosco.
Precisamos voltar a contemplar o mistério do nosso Deus que Se faz uma criança para que nos aproximemos d’Ele cheios de confiança.
Este mistério de misericórdia é, como diz o Papa Francisco, fonte de alegria, de serenidade e de paz. Três dons que o nosso coração anseia! E que, no meio da correria do dia-a-dia, parecem cada vez mais difíceis de alcançar.
Fomento desejos concretos de me aproximar de Deus neste Natal? De abrir as portas do meu coração para que Ele possa entrar? De estar mais atento àqueles que estão ao meu lado?
Que a luz deste Natal ilumine de verdade as nossas almas! Que o Menino Jesus encontre em cada um de nós um coração bondoso e aberto! Um coração que Ele possa encher de misericórdia para com todos aqueles que nos rodeiam!
Pe. Rodrigo Lynce de Faria

"À espera de Deus com sobriedade e oração"



FELIZ E SANTO NATAL DO SENHOR

No menino Jesus, Deus fez-Se dependente, necessitado do amor de pessoas humanas, reduzido à condição de pedir o seu, o nosso, amor.

BENTO XVI – SANTA MISSA DA MEIA NOITE – Basílica de S. Pedro - 24 de Dezembro de 2011

Tempo para Deus neste Natal

A beleza do Natal não cessa de tocar profundamente o nosso coração. É sempre comovedor contemplar o presépio e ver com os nossos próprios olhos que Deus ― que é tão grande, imenso, infinito ― Se torna uma criança para que nos aproximemos d’Ele com confiança, com segurança. Até, acrescentaria, com um certo atrevimento!

Torna-Se uma criança para que O possamos amar, acolher ― sem nos assustarmos com o Seu esplendor divino. Toda a Sua glória fica oculta para que não nos amedrontemos ― para facilitar a nossa proximidade. Sem medo, sem temor, sem nenhum tipo de receio.

Como nos dizia Bento XVI numa Noite de Natal, sempre nos toca o coração ouvir aquela frase do Evangelho que nos relata o que se passou em Belém: “Enfaixou-O e reclinou-O numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2, 7).

Inevitavelmente, pomo-nos a questão: que teria feito eu? Como teria reagido se Maria e José batessem à minha porta? Haveria lugar para eles ou diria que a minha hospedaria ― a minha alma ― já está cheia? Tenho um lugar para Deus na minha vida ou prefiro um Natal sem demasiadas “complicações”? Tenho um tempo para Deus no meu dia-a-dia ou estou demasiadamente ocupado com as minhas “preocupaçõezinhas”?

“Quanto mais rápida é a nossa vida ― acrescentava o Papa emérito ―, quanto mais eficazes somos naquilo que temos para fazer, quanto mais tempo conseguimos poupar nas diversas actividades, tanto menos tempo parecemos ter disponível”. Tempo para Deus. E tempo para os outros que convivem connosco ― e com quem nos “esbarramos” todos os dias.

Talvez seja esta uma maravilhosa resolução para este Natal: pedir ao Menino Jesus um presente original. Um presente que Ele está desejoso de nos conceder ― porque sabe que é o melhor para nós! Um presente que não custa nada ― é de graça! Um presente do qual depende directamente a nossa felicidade aqui na Terra ― e também a alegria depois na Vida Eterna! Um presente, enfim, que não é preciso ir comprar a nenhuma loja.

E que presente é esse? Ter tempo para Deus na nossa vida ― todos os dias!

E, assim, teremos tempo real para os outros. Porque se temos tempo de verdade para rezar não nos afastamos dos outros. Deus sempre nos aproxima dos outros. É o nosso egoísmo que nos afasta deles. E rezar é o melhor remédio para essa tendência egoísta que todos levamos dentro.

Se temos tempo para Deus, não nos deixaremos esmagar pelo “stress” de uma constante ebulição interior e exterior. Não deixaremos de realizar nenhuma das nossas obrigações. E haverá essa paz profunda ― no meio das contrariedades habituais ― pela qual tantas vezes ansiamos e não conseguimos alcançar.

Porque onde há tempo para Deus, Ele não é esquecido. E onde Ele não é esquecido há paz, há alegria ― mesmo que faltem tantas coisas que muitas vezes são só supérfluas.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria