Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

'Fascínio da criança e Natal de Jesus' de † António Vitalino, Bispo de Beja

1. O sofrimento das crianças comove
Quando, nestes dias, Barack Obama, presidente dos Estados Unidos da América do Norte, falava das vítimas dos disparos tresloucados de um jovem de Newtown, a maioria crianças entre os 5 e os 6 anos, e lembrava casos semelhantes ocorridos na América, comoveu-se e teve de limpar algumas lágrimas que lhe corriam da vista. Dizia ele que nessa noite os pais dessas crianças não as poderiam abraçar e dizer-lhes que as amavam, como ele e sua esposa o fariam com seus filhos. E apelava para a oração.
Na verdade, o sofrimento e a morte de pessoas indefesas, sobretudo se vítimas da maldade e da violência de adultos, toca profundamente a nossa sensibilidade e muitos perguntam como isso é possível. Alguns até fazem disso motivo para pôr Deus em causa e bani-lo da sua mente.
Pensa-se, e bem, na ajuda psicológica dos sobreviventes e das famílias atingidas. Mas muitas vezes esquece-se a ajuda espiritual, proveniente da fé e da oração. Obama pediu oração. O pároco da única paróquia católica de Newtown acorreu ao local poucos minutos depois, para ajudar as famílias e as pessoas da escola onde se deu o massacre. E a diocese pediu aos padres da vizinhança para irem ajudar. A paróquia organizou momentos de oração durante toda a noite, mantendo a igreja aberta.
Na Europa laica ignora-se muitas vezes o poder e a ajuda da oração e da fé. Embora não devendo lembrar-nos de Deus apenas quando nos sentimos impotentes, a fé em Deus, a educação moral e religiosa e a família contribuem para evitar tragédias como esta. Como alguém dizia, retirando Deus dos nossos ambientes e desvalorizando a família, permitimos que o egoísmo, a frieza e a violência determinem as relações humanas e sociais.
Sem abertura à transcendência, na fé, sem a experiência de amar e ser amado desde a concepção e o nascimento, o que apenas pode acontecer em famílias estruturadas, reina o egoismo coletivo e o bem comum torna-se o parente pobre da vida social, laboral, económica e política. Por isso não nos admiremos com a situação presente. Mas não pactuemos com ela.

2. Natal mostra-nos o caminho
Sentindo os problemas e angústias do nosso tempo, pergunto-me o que fazer, para construirmos uma sociedade mais fraterna. Como cristãos, como celebrar e viver o Natal?
Em primeiro lugar, acolhendo a manifestação do amor sem limites de Deus para com a sua criatura, assumindo a nossa condição, em tudo igual a nós, excepto no pecado, confiando-se a nós e entregando-se por nós. Ainda que uma mãe esqueça o filho que trouxe nas suas entranhas e amamenta, diz Deus pelo profeta Isaias (49, 15), eu não me esquecerei de vós. Diante da criança de Belém ajoelharam-se os pastores e os sábios, reconhecendo nela a glória de Deus e o Salvador prometido. O mesmo se pede a cada um de nós, um coração simples, acolhedor, aberto, contemplativo e grato.
Em segundo lugar, alargando a nossa gratidão e amor a todos aqueles que fazem parte da nossa vida, das nossas relações desde que nascemos. A família de sangue é a primeira instância do nosso trajeto de vida. Daí a tradição tão própria do Natal, o encontro da família. Apesar da crise e da austeridade, todos tentaremos reunir-nos à volta da mesma mesa, indo ao encontro daqueles que ainda ou já não podem vir até nós, devido à idade ou doença. Oxalá também nos juntemos à volta da mesa na oração da comunidade de fé, a família espiritual, em que Deus se torna presente como amigo e salvador de todos!
Por último, saltando muitas etapas da nossa vivência de Natal, acolhendo também como membros da nossa família, porque também filhos de Deus, todos os que sofrem por falta de amor, de teto, de trabalho e de pão. Nesta relação de gratuidade para quem não nos pode retribuir, vivemos a profundidade do Natal, do amor gratuito e solidário de Deus para connosco.
Não nos esqueçamos de partilhar os nossos presentes e sobretudo o nosso tempo e presença junto daqueles que a sociedade esquece e marginaliza. Se gosta de ajudar e tem pouco tempo ou quer permanecer anónimo, saiba que a diocese de Beja tem um fundo de emergência social, gerido pela Caritas, com o NIB nº 001 000 001 988 939 001 445 e agradece a sua generosidade para poder ajudar quem mais precisa.
Com esta visão e estas  atitudes natalícias, cantemos também nós: Glória a Deus nos céus e paz na terra aos homens de boa vontade. A todos os diocesanos, leitores e ouvintes, o Bispo de Beja deseja Natal de amor e de paz e um ano de 2013 rico em vivências de boa vizinhança e solidariedade.

† António Vitalino, Bispo de Beja

Por que se celebra o nascimento de Jesus a 25 de Dezembro?

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Noite de Natal

Foi assim a primeira Noite de Natal: “Envolveu-O em panos e deitou-O numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na pousada” (Lc 2, 7). Em silêncio, veio Deus ao Mundo, criado por Ele. Em silêncio, nós deixámos que Ele nascesse numa gruta. Naquele presépio escuro e frio, o boi e a vaca não estão a mais. Não são um simpático adorno natalício para tornar a gruta mais quente e acolhedora. Aquela húmida cova é a casa deles. É o seu lar. Jesus, Maria e José é que estão lá a mais. Estão lá porque não havia lugar para eles na pousada. Não havia lugar para Deus no Mundo criado por Ele.

Quantas pessoas celebram o Natal sem um lugar para Deus na sua vida! Parece que o aniversariante atrapalha um pouco a festa. O Natal acaba por reduzir-se à festa da alegria, à festa da paz, à festa da família. Tudo isso é verdadeiro, mas não é a essência do Natal. A essência do Natal é a vinda de Deus ao mundo. É o aniversário de Jesus Cristo.

Por isso, cada Natal devia representar para nós um novo encontro pessoal com Deus. Deus que se fez uma criança para que nos aproximemos d’Ele com confiança. O Natal fala-nos de alegria. Da alegria de nos sabermos filhos de Deus. O Natal fala-nos de paz. Da paz que procede de deixar que Deus nasça no nosso coração. O Natal é também a festa da família. Da família dos filhos de Deus nesta Terra. Isso é a Igreja. No entanto, o Natal perde o seu sentido mais profundo se nos esquecemos do aniversariante.

“Envolveu-O em panos e deitou-O numa manjedoura”. Tão simples acontecimento é a medida do nosso tempo. Contamos os anos a partir dessa Noite Santíssima, dessa Noite Feliz, dessa Noite de Paz. É o marco que divide a História. E porque é que Ele veio ao Mundo? Será que veio somente para facilitar a contagem do tempo? Será que veio somente para termos todos os anos uma Noite de Natal?

A resposta é do próprio Jesus: “Deus amou de tal modo o mundo, que lhe deu o Seu Filho Unigénito, para que todo aquele que crê n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16). Veio para que O recebêssemos. Veio para que acreditemos n’Ele. Veio para nos revelar que valemos muito. Veio para nos dar a vida eterna, o maior desejo que temos no coração.

“Ó Noite Santa! Tu uniste para sempre Deus e o homem. Tu nos renovas a esperança. Tu nos enches de assombro. Tu nos garantes o triunfo do amor sobre o ódio, da vida sobre a morte. No silêncio luminoso do Natal, Deus continua a falar-nos. E nós estamos prontos para ouvi-Lo” (João Paulo II).

Para todos um Santo Natal, precedido de uma boa preparação espiritual. Arranjemos a nossa pousada. Que Ele possa nascer nela na próxima Noite de Natal.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

VERBUM CARO HIC FACTUM EST


Stille Nacht (Silent night) - Dresdner Kreuzchor

Imitação de Cristo, 3, 40, 3 - Que o homem por si mesmo nada tem de bom e de nada se pode gloriar

Graças vos sejam dadas, Senhor, porque de vós procede todo o bem que me sucede. Mas eu sou vaidade e nada, diante de vós, sou homem frágil e inconstante. De que posso, pois, gloriar-me, ou por que desejo ser estimado? Porventura do meu nada? Isso seria o cúmulo da vaidade. Verdadeiramente a vanglória é peste maligna e a pior das vaidades, porque nos aparta da glória verdadeira e nos priva da graça celestial. Porquanto, desde que o homem agrada a si, desagrada a vós, e quando aspira aos humanos louvores, perde as verdadeiras virtudes.

Deus humilha-se

E, em Belém, nasce o nosso Deus: Jesus Cristo! Não há lugar na pousada: num estábulo. – E Sua Mãe envolve-O em paninhos e reclina-O no presépio (Lc 11, 7) . Frio. – Pobreza. – Sou um escravozito de José. – Que bom é José! Trata-me como um pai a seu filho. – Até me perdoa, se estreito o Menino entre os meus braços e fico, horas e horas, a dizer-Lhe coisas doces e ardentes!... E beijo-O – beija-O tu – e embalo-O e canto para Ele e chamo-Lhe Rei, Amor, meu Deus, meu Único, meu Tudo!... Que lindo é o Menino... e que curta a dezena! (Santo Rosário, mistérios gozosos, 3)

Começa por estar nove meses no seio de sua Mãe, como qualquer outro homem, com extrema naturalidade. Sabia o Senhor de sobra que a Humanidade padecia de uma urgente necessidade d'Ele. Tinha, portanto, fome de vir à terra para salvar todas as almas; mas não precipita o tempo; vem na Sua hora, como chegam ao mundo os outros homens. Desde a concepção ao nascimento, ninguém, salvo S. José e Santa Isabel, adverte esta maravilha: Deus veio habitar entre os homens!

O Natal também está rodeado de uma simplicidade admirável: o Senhor vem sem aparato, desconhecido de todos. Na Terra, só Maria e José participam na divina aventura. Depois, os pastores, avisados pelos Anjos. E mais tarde os sábios do Oriente. Assim acontece o facto transcendente que une o Céu à Terra, Deus ao homem!

Como é possível tanta dureza de coração que cheguemos a acostumar-nos a estes episódios? Deus humilha-Se para que possamos aproximar-nos d'Ele, para que possamos corresponder ao seu Amor com o nosso amor, para que a nossa liberdade se renda, não só ante o espectáculo do seu poder, como também ante a maravilha da sua humildade.

Grandeza de um Menino que é Deus! O Seu Pai é o Deus que fez os Céus e a Terra, e Ele ali está, num presépio, quia non erat eis locus in diversorio, porque não havia outro sítio na Terra para o dono de toda a Criação! (Cristo que passa, 18)

São Josemaría Escrivá

Veni Veni Emmanuel

A alegria

«O verdadeiro presente de Natal é a alegria, e não as prendas caras que exigem tempo e dinheiro. Nós podemos transmitir esta alegria de modo simples: com um sorriso, com um gesto bom, com uma pequena ajuda, com um perdão. Levemos esta alegria, e o júbilo distribuído voltará para nós. Em particular, procuremos transmitir a alegria mais profunda, a de ter conhecido Deus em Cristo. Oremos para que na nossa vida transpareça esta presença da alegria libertadora de Deus.»

(Bento XVI - Homilia em 18.12.2005)

Sem comentários, pelo bonito que é...

Noite Santa para todos

«Nasceu-vos hoje na cidade de David um Salvador, que é o Cristo, o Senhor» (Lc 2, 11). Este anúncio do Anjo aos pastores possui uma força inesgotável de renovação para os homens e mulheres de todos os tempos e lugares da Terra. É o anúncio por excelência desta Noite Santa ― Noite única do ano! É o anúncio da Noite de Natal que todos os anos se repete e que sempre nos deixa assombrados e maravilhados: como Deus é grande! Como é humilde! Fez-Se uma criança para que nos aproximemos d’Ele com toda a confiança!

Hoje, «o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós» (Jo 1, 14). Nesta Noite, o tempo abre-se à eternidade. É Deus que vem habitar no meio das suas criaturas. E vem para nos salvar, para nos redimir, para nos resgatar da nossa vã maneira de viver. Para nos recordar que valemos muito para Ele. Não somos um produto do acaso. O nosso caminhar terreno possui um sentido divino porque possui um sentido eterno.

O Natal é, por definição, a festa da Vida. Recorda-nos que, por mais crises que atravessemos, vale a pena viver. E vale a pena porque Vós, Jesus, vindo à luz como cada um de nós, abençoastes a hora do nosso nascimento. Uma hora que, como dizia o Papa João Paulo II, simbolicamente representa o mistério de toda a nossa existência nesta Terra. Uma existência que une em si a aflição e a esperança, as sombras e a luz, a dor e a alegria. Tudo isto aconteceu também nesta Noite Santa em Belém e continua a acontecer na vida de cada um de nós.

Deus chora numa manjedoura «porque não havia lugar para eles na hospedaria» (Lc 2, 7). Não é num palácio que nasce o nosso Salvador. Nasce num estábulo. E acende nessa manjedoura um fogo que nunca mais se apagará: o fogo do amor de Deus. Possa esse fogo arder nos nossos corações como chama de uma caridade activa e vigilante. Uma caridade que saiba acolher e apoiar tantos irmãos nossos provados pelas necessidades, pelo sofrimento, pela ausência de sentido para as suas vidas.

Senhor Jesus, fazei-nos testemunhas do vosso Amor! Fazei que a luz que acendeste nesta Noite Santa ― mais brilhante do que o Sol ― oriente os nossos passos e os de toda a Humanidade pelo caminho da verdadeira paz.

Neste Ano da Fé, que estamos a viver, caminha, Senhor, com a tua Igreja. Faz-nos conscientes de que, se de verdade acreditamos em Ti, sentir-nos-emos envolvidos pela ternura do Teu Amor. E nos empenharemos ― sem desfalecimentos ― em que todos aqueles com quem convivemos encontrem o sentido divino do seu caminhar terreno. E, assim, possam chegar connosco um dia ao presépio eterno que tens preparado para nós.

Noite de Natal, Noite Santa para todos! Noite de alegria e de luz para toda a Humanidade!

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

Textos de S. Josemaría Escrivá sobre o Natal

Quando chega o Natal, gosto de contemplar as imagens do Menino Jesus. Essas figuras que nos mostram o Senhor tão apoucado, recordam-me que Deus nos chama, que o Omnipotente Se quis apresentar desvalido, quis necessitar dos homens. Do berço de Belém, Cristo diz-me a mim e diz-te a ti que precisa de nós; reclama de nós uma vida cristã sem hesitações, uma vida de entrega, de trabalho, de alegria.

Não conseguiremos jamais o verdadeiro bom humor se não imitarmos deveras Jesus, se não formos humildes como Ele. Insistirei de novo: vedes onde se oculta a grandeza de Deus? Num presépio, nuns paninhos, numa gruta. A eficácia redentora das nossas vidas só se pode dar com humildade, deixando de pensar em nós mesmos e sentindo a responsabilidade de ajudar os outros. É corrente, às vezes até entre almas boas, criar conflitos íntimos, que chegam a produzir sérias preocupações, mas que carecem de qualquer base objectiva. A sua origem está na falta de conhecimento próprio, que conduz à soberba: o desejo de se tornarem o centro da atenção e da estima de todos, a preocupação de não ficarem mal, de não se resignarem a fazer o bem e desaparecerem, a ânsia da segurança pessoal... E assim, muitas almas que poderiam gozar de uma paz extraordinária, que poderiam saborear um imenso júbilo, por orgulho e presunção tornam-se desgraçadas e infecundas!

Cristo foi humilde de coração. Ao longo da Sua vida, não quis para Si nenhuma coisa especial, nenhum privilégio. Começa por estar nove meses no seio de Sua Mãe, como qualquer outro homem, com extrema naturalidade. Sabia o Senhor de sobra que a Humanidade padecia de uma urgente necessidade d’Ele. Tinha, portanto, fome de vir à terra para salvar todas as almas; mas não precipita o tempo; vem na Sua hora, como chegam ao mundo os outros homens. Desde a concepção ao nascimento, ninguém, salvo S. José e Santa Isabel, adverte esta maravilha: Deus veio habitar entre os homens!

O Natal também está rodeado de uma simplicidade admirável: o Senhor vem sem aparato, desconhecido de todos. Na Terra, só Maria e José participam na divina aventura. Depois, os pastores, avisados pelos Anjos. E mais tarde os sábios do Oriente. Assim acontece o facto transcendente que une o Céu à Terra, Deus ao homem!

Como é possível tanta dureza de coração que cheguemos a acostumar-nos a estes episódios? Deus humilha-Se para que possamos aproximar-nos d’Ele, para que possamos corresponder ao seu Amor com o nosso amor, para que a nossa liberdade se renda, não só ante o espectáculo do Seu poder, como também ante a maravilha da Sua humildade.

Grandeza de um Menino que é Deus! O Seu Pai é o Deus que fez os Céus e a Terra, e Ele ali está, num presépio, quia non erat eis locus in diversorio, porque não havia outro sítio na Terra para o dono de toda a Criação!

Cristo que passa, 18

Nosso Senhor dirige-se a todos os homens, para que venham ao seu encontro, para que sejam santos. Não chama só os Reis Magos, que eram sábios e poderosos; antes disso tinha enviado aos pastores de Belém, não simplesmente uma estrela, mas um dos seus anjos. Mas tanto uns como outros – os pobres e os ricos, os sábios e os menos sábios – têm de fomentar na sua alma a disposição de humildade que permite ouvir a voz de Deus.

Cristo que passa, 33

"Hoje brilhará sobre nós a luz, porque nos nasceu o Senhor!" Eis a grande novidade que comove os cristãos e que, através deles, se dirige à Humanidade inteira. Deus está aqui! Esta verdade deve encher as nossas vidas. Cada Natal deve ser para nós um novo encontro especial com Deus, deixando que a Sua luz e a Sua graça entrem até ao fundo da nossa alma.

Cristo que passa, 12 

Foto: Detalhe Retábulo Oratório Colégio Salcantay - Lima / Peru


(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/index.php?id_cat=1001&id_scat=789 )

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1963

Pronuncia uma homilia, publicada anos mais tarde em Cristo que passa: “Quando chega o Natal, gosto de contemplar as imagens do Menino Jesus. Essas figuras que nos mostram o Senhor tão pouca coisa, recordam-me que Deus nos chama, que o Omnipotente quis apresentar-Se desvalido, quis necessitar dos homens. Do berço de Belém, Cristo diz-me a mim e diz-te a ti que precisa de nós; reclama de nós uma vida cristã sem hesitações, uma vida de entrega, de trabalho, de alegria”.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Pedido pelo Papa ao Menino Jesus

Querido Menino Jesus,

Ainda não nasceste e já Te venho pedir pelo Teu filho Joseph e nosso amado pastor que com os seus 86 anos Te representa tão dignamente e tão bem. Coloca-lhe pois uma prenda muito especial no sapatinho, a SAÚDE E O MERECIDO DESCANSO para que nos possa continuar a guiar na doçura e na firmeza da Fé, da Esperança e da Caridade.

Sabes, querido Menino Jesus, ele pelo grande amor que Te tem não se poupa a nada, mas os anos passam e certamente que lhe pesam, concede-lhe pois a Tua graça de o proteger de todo o mal.

Olha, o meu coração diz-me, que a sua acção para continuar a sua incansável tarefa de Te divulgar e de denunciar os que Te rejeitam e vilipendiam, é de extraordinária importância, o seu último livro sobre a Tua Infância é lindíssimo, daqueles que se lêem e se volta ao princípio.

Desculpa-me se te estou sempre a pedir pelo Papa, mas Tu, que tudo sabes, também sabes que o faço pelo infinito amor que Te tenho e pela infindável estima que lhe tenho.

Obrigado por me ouvires e que hoje muitos através da celebração do Teu nascimento Te descubram e venerem.

João Paulo Reis

«Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do Seu agrado»

Céus, escutai! Terra, ouve com atenção! Que todas as criaturas, e sobretudo o homem, sejam arrebatadas de admiração e irrompam em louvores: «Jesus Cristo, Filho de Deus, nasce em Belém da Judeia». [...] Haverá notícia mais bela a anunciar à terra? [...] Alguma vez se ouviu coisa parecida, alguma vez o mundo soube de alguma coisa semelhante? «Em Belém da Judeia nasce Jesus Cristo, o Filho de Deus.» Tão poucas palavras para exprimir a vinda do Verbo, a Palavra de Deus feita criança, mas que doçura nestas palavras! [...] «Jesus Cristo, o Filho de Deus, nasce em Belém.» Nascimento de uma santidade incomparável: honra do mundo inteiro, exaltação de todos os homens devido ao bem imenso que Ele lhes traz, admiração dos anjos por causa da profundidade deste mistério de uma novidade sem paralelo (cf Ef 3,10). [...]

«Jesus Cristo, Filho de Deus, nasce em Belém da Judeia». Vós que estais deitados na poeira, erguei-vos e louvai Deus! Eis o Senhor que chega com a salvação, eis a vinda do Ungido do Senhor, do Seu Messias, ei-Lo que vem na Sua glória. [...] Feliz daquele que se sente atraído por Ele e que «acorre à fragrância dos Seus perfumes» (Ct 1,4 LXX): ele verá «a glória que lhe vem do Pai como Filho único» (Jo 1,14).

Vós que estais perdidos, respirai! Jesus vem salvar o que perecera. Vós, os doentes, voltai a ser saudáveis: Cristo vem estender o bálsamo da Sua misericórdia sobre a chaga dos vossos corações. Estremecei de alegria, todos vós que sentis grandes desejos: o Filho de Deus vem a vós para fazer de vós co-herdeiros do Seu Reino (Rm 8,17). Sim, Senhor, peço-Te, cura-me e ficarei curado; salva-me e serei salvo (Jr 7,14); glorifica-me e ficarei verdadeiramente na glória. Sim, «que a minha alma bendiga o Senhor e que tudo em mim bendiga o Seu santo nome» (Sl 102,1). [...] O Filho de Deus faz-Se homem para fazer dos homens filhos de Deus.

São Bernardo (1091-1153), monge cistercense e doutor da Igreja
Primeiro sermão para a Vigília de Natal

Vigília de Natal

A liturgia desta noite fala-nos de um Deus que ama os homens; por isso, não os deixa perdidos e abandonados a percorrer caminhos de sofrimento e de morte, mas envia “um menino” para lhes apresentar uma proposta de vida e de liberdade. Esse menino será “a luz” para o povo que andava nas trevas.

A primeira leitura anuncia a chegada de “um menino”, da descendência de David, dom de Deus ao seu Povo; esse “menino” eliminará a guerra, o ódio, o sofrimento e inaugurará uma era de alegria, de felicidade e de paz sem fim.

O Evangelho apresenta a realização da promessa profética: Jesus, o “menino de Belém”, é o Deus que vem ao encontro dos homens para lhes oferecer – sobretudo aos pobres e marginalizados – a salvação. A proposta que Ele traz não será uma proposta que Deus quer impor pela força; mas será uma proposta que Deus oferece ao homem com ternura e amor.

A segunda leitura lembra-nos as razões pelas quais devemos viver uma vida cristã autêntica e comprometida: porque Deus nos ama verdadeiramente; porque este mundo não é a nossa morada permanente e os valores deste mundo são passageiros; porque, comprometidos e identificados com Cristo, devemos realizar as obras d’Ele.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

São Francisco no primeiro presépio

Tomás de Celano (c. 1190-c. 1260), biógrafo de São Francisco e de Santa Clara 
Primeira vida de São Francisco, §§84-86


Quinze dias antes do Natal, Francisco disse [...]: «Quero evocar a memória do Menino que nasceu em Belém e de todos os sofrimentos que padeceu desde a Sua infância. Quero vê-Lo, com os meus olhos carnais, tal como Ele estava, deitado numa manjedoura, dormindo sobre o feno, entre uma vaca e um burro». [...]

Chegou o dia da alegria. [...] Convocaram-se os irmãos de vários conventos dos arredores. Segundo as possibilidades de cada um, com a alma em festa, o povo dos campos, homens e mulheres, prepararam tochas e círios para iluminar essa noite em que se elevou a estrela cintilante que ilumina todos os séculos. Ao chegar, o santo viu que tudo estava pronto e alegrou-se muito. Tinham trazido uma manjedoura e feno; também tinham trazido uma vaca e um burro. Ali valorizava-se a simplicidade, era o triunfo da pobreza, a melhor lição de humildade: Greccio tinha-se tornado uma nova Belém. A noite fez-se luminosa como o dia e deliciosa quer para os animais quer para os homens. Multidões acorreram e a renovação do mistério reavivou a alegria. Os bosques ressoavam com os cânticos; as montanhas repercutiam ecos. Os irmãos cantavam os louvores do Senhor e toda a noite foi repleta de alegria. O santo passou o serão de pé diante do presépio, pleno de compaixão e cheio de uma alegria inexprimível. Por fim, celebraram a missa com a manjedoura a fazer de altar e o sacerdote sentiu um fervor nunca antes experimentado.

Francisco revestiu-se da dalmática, pois era diácono, e cantou o Evangelho com voz sonora. [...] Depois pregou ao povo e encontrou palavras doces como o mel para falar do nascimento do pobre Rei e da pequena aldeia de Belém.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 24 de Dezembro de 2012

Naqueles dias, saiu um édito de César Augusto, prescrevendo o recenseamento de toda a terra. Este recenseamento foi anterior ao que se realizou quando Quirino era governador da Síria. Iam todos recensear-se, cada um à sua cidade. José foi também da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de David, que se chamava Belém, porque era da casa e família de David, para se recensear juntamente com Maria, sua esposa, que estava grávida. Ora, estando ali, aconteceu completarem-se os dias em que devia dar à luz, e deu à luz o seu filho primogénito, e O enfaixou, e O reclinou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. Naquela mesma região, havia uns pastores que velavam e faziam de noite a guarda ao seu rebanho. Apareceu-lhes um anjo do Senhor e a glória do Senhor os envolveu com a sua luz e tiveram grande temor. Porém, o anjo disse-lhes: «Não temais, porque vos anuncio uma boa nova, que será de grande alegria para todo o povo: Nasceu-vos hoje na cidade de David um Salvador, que é o Cristo, o Senhor. Eis o que vos servirá de sinal: Encontrareis um Menino envolto em panos e deitado numa manjedoura». E subitamente apareceu com o anjo uma multidão da milícia celeste louvando a Deus e dizendo: «Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens, objecto da boa vontade de Deus».

Lc 2, 1-14