A virtude sobrenatural da caridade, que inclui ao mesmo tempo o carinho humano, há de levar-nos a procurar pensar sempre nos outros e não em nós mesmos. S. Josemaria expressava de forma gráfica o ideal de um filho de Deus: fazer-se tapete por onde os outros caminhem suavemente. E acrescentava de imediato: não pretendo dizer uma frase bonita: tem de ser uma realidade! É difícil, como é difícil a santidade; mas é fácil, porque – insisto – a santidade é acessível a todos [14].
O aniversário de 14 de fevereiro de 1930 recorda-nos a contribuição essencial que as mulheres estão chamadas a prestar ao ambiente de família no próprio lar, nos sítios onde trabalham, nas associações profissionais e sociais de que fazem parte. Talvez não vos apercebais, minhas filhas, mas a vossa forma de estar na sociedade, a apresentação honesta e elegante, as boas maneiras no relacionamento com os outros, o vosso sorriso, assim como a limpeza e o cuidado da casa, contribuem admiravelmente para mostrar aos outros a maravilha que é considerar-se filho de Deus. Assim levais a todo o lado o bom aroma de Cristo [15], distintivo dos cristãos.
«Vede como eles se amam!» [16], comentavam os pagãos ao ver o afeto com que se tratavam entre si os primeiros cristãos. Também agora se há de notar que nos estimamos e que amamos todas as pessoas ao nosso lado. Fomentemos o desejo de servir, de alegremente nos gastarmos pelos outros. Cuidemos mais, neste ano mariano dedicado à família, os pormenores de convivência amável e positiva com as outras pessoas, em todos os ambientes, começando na própria família. É muito importante que cada uma e cada um procure construir família à sua volta. Se convivemos com Maria e José, aprenderemos tantos pormenores para melhorar as boas disposições que o Senhor pôs nas nossas almas.
[14]. S. Josemaria, Forja, n. 562.
[15]. 2 Cor 2, 15.
[16]. Tertuliano, Apologético 39, 7 (CCL 1, 151).
(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de fevereiro de 2015)
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