Obrigado, Perdão Ajuda-me
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
O Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
"Evangelii Gaudium" (37)
Recursos pedagógicos
156. Alguns acreditam que podem ser bons pregadores por saber o que devem dizer, mas descuidam o como, a forma concreta de desenvolver uma pregação. Zangam-se quando os outros não os ouvem ou não os apreciam, mas talvez não se tenham empenhado por encontrar a forma adequada de apresentar a mensagem. Lembremo-nos de que «a evidente importância do conteúdo da evangelização não deve esconder a importância dos métodos e dos meios da mesma evangelização». A preocupação com a forma de pregar também é uma atitude profundamente espiritual. É responder ao amor de Deus, entregando-nos com todas as nossas capacidades e criatividade à missão que Ele nos confia; mas também é um exímio exercício de amor ao próximo, porque não queremos oferecer aos outros algo de má qualidade. Na Bíblia, por exemplo, aparece a recomendação para se preparar a pregação de modo a garantir uma apropriada extensão: «Sê conciso no teu falar: muitas coisas em poucas palavras» (Sir 32, 8).
157. Apenas, para exemplificar, recordemos alguns recursos práticos que podem enriquecer uma pregação e torná-la mais atraente. Um dos esforços mais necessários é aprender a usar imagens na pregação, isto é, a falar por imagens. Às vezes usam-se exemplos para tornar mais compreensível algo que se quer explicar, mas estes exemplos frequentemente dirigem-se apenas ao entendimento, enquanto as imagens ajudam a apreciar e acolher a mensagem que se quer transmitir. Uma imagem fascinante faz com que se sinta a mensagem como algo familiar, próximo, possível, relacionado com a própria vida. Uma imagem apropriada pode levar a saborear a mensagem que se quer transmitir, desperta um desejo e motiva a vontade na direcção do Evangelho. Uma boa homilia, como me dizia um antigo professor, deve conter «uma ideia, um sentimento, uma imagem».
158. Já dizia Paulo VI que os fiéis «esperam muito desta pregação e dela poderão tirar fruto, contanto que ela seja simples, clara, directa, adaptada». A simplicidade tem a ver com a linguagem utilizada. Deve ser linguagem que os destinatários compreendam, para não correr o risco de falar ao vento. Acontece frequentemente que os pregadores usam palavras que aprenderam nos seus estudos e em certos ambientes, mas que não fazem parte da linguagem comum das pessoas que os ouvem. Há palavras próprias da teologia ou da catequese, cujo significado não é compreensível para a maioria dos cristãos. O maior risco dum pregador é habituar-se à sua própria linguagem e pensar que todos os outros a usam e compreendem espontaneamente. Se se quer adaptar à linguagem dos outros, para poder chegar até eles com a Palavra, deve-se escutar muito, é preciso partilhar a vida das pessoas e prestar-lhes benévola atenção. A simplicidade e a clareza são duas coisas diferentes. A linguagem pode ser muito simples, mas pouco clara a pregação. Pode-se tornar incompreensível pela desordem, pela sua falta de lógica, ou porque trata vários temas ao mesmo tempo. Por isso, outro cuidado necessário é procurar que a pregação tenha unidade temática, uma ordem clara e ligação entre as frases, de modo que as pessoas possam facilmente seguir o pregador e captar a lógica do que lhes diz.
159. Outra característica é a linguagem positiva. Não diz tanto o que não se deve fazer, como sobretudo propõe o que podemos fazer melhor. E, se aponta algo negativo, sempre procura mostrar também um valor positivo que atraia, para não se ficar pela queixa, o lamento, a crítica ou o remorso. Além disso, uma pregação positiva oferece sempre esperança, orienta para o futuro, não nos deixa prisioneiros da negatividade. Como é bom que sacerdotes, diáconos e leigos se reúnam periodicamente para encontrarem, juntos, os recursos que tornem mais atraente a pregação!
«Eu sou a voz de quem grita no deserto: “Rectificai o caminho do Senhor”»
Beato Guerric de Igny (c. 1080-1157), abade cisterciense
V Sermão do Advento; SC 166
V Sermão do Advento; SC 166
«Preparai o caminho do Senhor» (Is 40,3). Irmãos, ainda que vos encontreis muito avançados neste caminho, […] é sem limites a bondade para onde dirigimos os nossos passos. Por isso diz todos os dias o viandante que seja sábio: «comecei agora» (Sl 76,11 LXX). Mas são muitos aqueles que andam «errantes pelo deserto e pela solidão» (Sl 106,4) e daí nenhum deles poder dizer «comecei agora».
«O temor do Senhor é o princípio da sabedoria» (Sl 110,10) e, se é esse o princípio da sabedoria, também é o início do bom caminho. […] É ele que provoca a confissão dos pecados […], que leva o orgulhoso ao arrependimento e lhe permite escutar a voz daquele que prega no deserto, que manda preparar o caminho e mostra por onde começar: «Penitenciai-vos, porque está próximo o Reino do Céu» (Mt 3,2; cf 4,17) […].
Se já te encontras neste caminho, não percas o norte, uma vez que isso seria uma ofensa para o Senhor que aí te conduziu, e que assim te deixaria andar errante pelos caminhos do teu coração. […] E, se o teu caminho te parecer apertado (Mt 7,14), não percas de vista o fim ao qual ele te conduz. Se fores capaz de ver esse fim de toda a perfeição, sem demora dirás: «Como as tuas ordens são generosas!» (Sl 118,96). E se mesmo assim não conseguires vislumbrá-lo, toma sentido no que diz Isaías […]: «Hão-de seguir por este caminho de eleição (Is 57,17) aqueles que o Senhor libertar, e hão-de chegar a Jerusalém com brados de alegria, com eterna felicidade a iluminar-lhes o rosto, o júbilo e o contentamento por companheiros e já sem qualquer tristeza nem aflição no coração» (Is 35,9-10). Todo aquele que pensar no seu fim, não só achará o caminho espaçoso, mas também tomará asas, de tal modo que já não há-de caminhar, mas voar. […] Então há-de conduzir-vos e acompanhar-vos Aquele que é o caminho de quem corre e a recompensa de quem chega ao fim: o Senhor, Jesus Cristo (Jo 14,6).
«O temor do Senhor é o princípio da sabedoria» (Sl 110,10) e, se é esse o princípio da sabedoria, também é o início do bom caminho. […] É ele que provoca a confissão dos pecados […], que leva o orgulhoso ao arrependimento e lhe permite escutar a voz daquele que prega no deserto, que manda preparar o caminho e mostra por onde começar: «Penitenciai-vos, porque está próximo o Reino do Céu» (Mt 3,2; cf 4,17) […].
Se já te encontras neste caminho, não percas o norte, uma vez que isso seria uma ofensa para o Senhor que aí te conduziu, e que assim te deixaria andar errante pelos caminhos do teu coração. […] E, se o teu caminho te parecer apertado (Mt 7,14), não percas de vista o fim ao qual ele te conduz. Se fores capaz de ver esse fim de toda a perfeição, sem demora dirás: «Como as tuas ordens são generosas!» (Sl 118,96). E se mesmo assim não conseguires vislumbrá-lo, toma sentido no que diz Isaías […]: «Hão-de seguir por este caminho de eleição (Is 57,17) aqueles que o Senhor libertar, e hão-de chegar a Jerusalém com brados de alegria, com eterna felicidade a iluminar-lhes o rosto, o júbilo e o contentamento por companheiros e já sem qualquer tristeza nem aflição no coração» (Is 35,9-10). Todo aquele que pensar no seu fim, não só achará o caminho espaçoso, mas também tomará asas, de tal modo que já não há-de caminhar, mas voar. […] Então há-de conduzir-vos e acompanhar-vos Aquele que é o caminho de quem corre e a recompensa de quem chega ao fim: o Senhor, Jesus Cristo (Jo 14,6).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 2 de Janeiro de 2014
Eis o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas a perguntar-lhe: «Quem és tu?». Ele confessou a verdade, não a negou; e confessou: «Eu não sou o Cristo». Eles perguntaram-lhe: «Quem és, pois? És tu Elias?». Ele respondeu: «Não sou». «És tu o profeta?». Respondeu: «Não». Disseram-lhe então: «Quem és, pois, para que possamos dar resposta aos que nos enviaram? Que dizes de ti mesmo?». Disse-lhes então: «”Eu sou a voz do que clama no deserto. Endireitai o caminho do Senhor”, como disse o profeta Isaías». Ora os que tinham sido enviados eram fariseus. Interrogaram-no, dizendo: «Como baptizas, pois, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?». João respondeu-lhes: «Eu baptizo em água, mas no meio de vós está Quem vós não conheceis. Esse é O que há-de vir depois de mim, e eu não sou digno de desatar-Lhe as correias das sandálias». Estas coisas passaram-se em Betânia, além Jordão, onde João estava a baptizar.
Jo 1, 19-28
Subscrever:
Mensagens (Atom)