Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 30 de agosto de 2015

Bom Domingo do Senhor!

Façamos como o Senhor nos recomenda no Evangelho de hoje (Mc 7, 1-8.14-15.21-23) recordando o profeta Isaías e louvemo-Lo sobretudo com a pureza das nossas intenções e não com manifestações exteriores vazias de sentido e que são meros preceitos humanos.

Louvado seja Deus Nosso Senhor pela correção dos nossos atos e pelo bem que fizermos!

Está o Google a tornar-nos estúpidos?

O motor de pesquisa mais popular do planeta revolucionou a forma como acedemos à informação. Mas parece também ter ajudado a mudar a forma como a lemos e processamos.

Nelson Marques

Está o Google a estupidificar-nos?" A inquietação, explorada pelo ensaísta Nicholas Carr na última edição da revista americana 'The Atlantic', fez soar o alarme. Como pode ser isso possível se, graças à extraordinária invenção de Larry Page e Sergey Brin, até mesmo os menos cultos têm à distância de um clique as respostas para se sentirem capazes de ganhar o 'Quem Quer Ser Milionário?'. Como se, graças ao mais famoso motor de pesquisa do mundo, deixou hoje de fazer sentido saber menos que uma criança de 10 anos desde que haja um computador à mão? Como, se pesquisas que antes poderiam levar dias numa qualquer biblioteca pública podem ser agora realizadas em apenas minutos. Como?

O Expresso foi ouvir alguns especialistas sobre a forma como a Internet tem afectado os nossos cérebros e as conclusões são preocupantes: quanto mais tempo passamos na Internet, maior dificuldade temos em nos concentrar numa leitura mais vasta e profunda, como a de um livro. Da sociedade da informação nasceu um novo tipo de leitores: mais contemplativos e menos interpretativos. Onde é que já ouvimos isto?

A pergunta de Carr é, naturalmente, provocatória. O autor não pretende demonizar o Google, antes usá-lo como exemplo da forma como, apesar das suas vantagens inequívocas, a afirmação da Web como o "media" universal representa um elevado preço a pagar pelos nossos mecanismos cognitivos. "Não me consigo concentrar se não houver gratificação instantânea", admite Edson Medina, programador informático há 10 anos, o que, nas suas próprias palavras, o coloca "no grupo dos mais expostos" ao problema. "Tenho de reler inúmeras vezes as páginas porque me distraio constantemente e perco-me. Muitas vezes, talvez a maioria, acabo por desistir antes de terminar o livro. A minha capacidade de concentração ruiu nos últimos anos e quer-me parecer que não estou sozinho nisto".

Não está, de facto. Celso Martinho, co-criador do Sapo, o primeiro motor de busca português, admite que a Internet também alterou a forma como encara a leitura, bem como outras actividades que requerem "concentração, atenção e dedicação". "Leio hoje de forma completamente diferente do que fazia há cinco ou 10 anos. Faço-o em busca da satisfação imediata, pulo capítulos ou partes desinteressantes, leio-o na diagonal, adultero o livro".

Este tipo de comportamento foi identificado num dos poucos estudos que relacionam o uso intensivo da Internet com alterações ao nível da cognição. Investigadores do University College de Londres apontaram algumas pistas sobre as mudanças que estão a ocorrer na forma como lemos e pensamos. Os cientistas analisaram o comportamento dos visitantes de dois sítios populares que permitem o acesso a livros electrónicos, artigos e outras formas de informação escrita e concluíram que os internautas efectuavam uma leitura superficial da informação, saltando entre uma fonte e outra. Em média, não liam mais de uma ou duas páginas de um livro ou artigo e raramente regressavam a alguma fonte que já tivessem consultado.

"A consulta na Internet é geralmente feita de uma forma acelerada. Muitas vezes, a leitura é feita na diagonal. O próprio modelo de escrita é mais curto e, muitas vezes, menos cuidado. Está a ler-se mais, mais rápido e em períodos mais curtos. A frase longa, tal como o texto longo, não sobrevive", reconhece o neurologista António Freire. O especialista admite também que as novas gerações, "com uma exposição mais precoce e prolongada à Internet", possam estar a desenvolver "novos modelos de formatação da leitura", rejeitando os hábitos de leitura das gerações mais antigas, "que exigem uma enorme disponibilidade, uma concentração mais prolongada e dirigida, e uma reflexão mais profunda".

Apesar de não existirem ainda estudos aprofundados que explorem as implicações cognitivas da nova sociedade da informação, parece inegável que a Internet e invenções como o Google vieram alterar as formas tradicionais de leitura. Os jovens de hoje não lêem necessariamente menos que a geração anterior. Com o "instant messaging" e o SMS dos telemóveis, lêem até provavelmente mais, mas fazem-no de forma diferente, mais contemplativa e menos interpretativa, uma revolução semelhante à que o advento da televisão provocou. "O problema", alerta Celso Martinho, "é o tipo de informação que a Internet dá, e que os motores de busca privilegiam, que é em grande parte desinformação, efémera, sensacional, barata. É o "fast-food" dos conteúdos".

Para o professor universitário José Manuel N. Azevedo, o desenvolvimento da sociedade da informação teve, pelo menos, uma vantagem óbvia, ainda que esta tenha também um lado menos positivo. "Sou um viciado em livros e se alguma coisa o Google e a Amazon, por exemplo, fizeram foi facilitar a localização de livros interessantes e, consequentemente, diminuir a minha conta bancária. Leio, por isso, tanto ou mais do que lia há 10 anos".

Em particular no caso dos mais jovens, explica Azevedo, o reverso da medalha está na dispersão, provocada por dois excessos: um de informação e outro de solicitações. O primeiro faz com que os estudantes tenham dificuldade "em separar o trigo do joio, isto é, ajuizar a informação que encontram". O segundo, torna a concentração muito mais difícil. "O computador junta muitos ambientes que antigamente estavam separados. Estudávamos na biblioteca, trabalhávamos nas salas de aula, conversávamos na cantina, ouvíamos música em casa ou nos bares e discotecas. Agora está tudo reunido num único local. E há tanta coisa interessante à distância de um clique..."

(Fonte: Expresso online em http://clix.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/397363)

Pessoalmente entendo que se deverá aplicar a máxima anglo-saxónica “if you can’t beat them, join them”, ou seja, devemos utilizar estas novas formas de comunicação para divulgarmos os nossos valores e a nossa fé.

JPR

Os africanos estão loucos?

A notícia é extravagante, mas o contexto não fazia prever nada de especial.

No momento em que escrevo, terminou há pouco o encontro e o comunicado final está a ser distribuído em Kinshasa. De 21 a 25 de Agosto de 2015, centenas de jovens, representantes de todos os países de África, debateram a «Educação para uma cultura de paz e de reconciliação». Reconheço que nunca dei nada por estas jornadas, promovidas pela Assembleia das Conferências Episcopais de África e Madagáscar (SECAM) e acolhidas em Kinshasa pela Conferência Episcopal da República Democrática do Congo (CENCO).

Nunca se viu uma confusão de centenas de jovens surpreenderem o mundo com conclusões geniais. E o tema, desta vez, era coisa meio chocha. Tinha tudo para ser previsível. Parecia óbvio, o que havia que dizer, e realmente foi dito: é preciso acabar com a vaga de violência que tem assolado a África, fruto de sectarismos ideológicos ou de raça, outras vezes relacionada com a prática semilegal da escravatura.

Para que é que esta pequena multidão de jovens africanos, do Egipto até à África do Sul, precisou de tantos dias para discutir o assunto? Que mais nos reserva este pontificado?

Inspirada na revolução em curso, desencadeada pelo Papa, aquela gente saiu-se com a seguinte equação. Se queremos paz, temos de procurar a reconciliação; quem quer a reconciliação, tem de começar por se confessar.

Esta dinâmica, instaurada por Francisco está a ter impacto em zonas importantes do mundo. Em vários países da Europa, as estatísticas registaram uma redescoberta do sacramento da Confissão e do hábito de pedir perdão na família, mas, de acordo com as informações de que disponho, ainda não é claro se esta mensagem está a ter um efeito comparável noutras regiões do globo. Aos poucos, chegam indícios surpreendentes, que mostram que algo muito profundo está mesmo a acontecer.

Não é uma teoria, ou um movimento de entusiasmo, é uma nova forma de olhar a vida. É descobrir que se pode recomeçar sempre, porque Deus ama sem medida e perdoa sempre.

Antes, lamentávamo-nos: «tenho pena, mas agora tenho de viver assim, não posso voltar atrás». A perspectiva agora é a oposta: «vale a pena o esforço. Nada está perdido. Deus perdoa e eu confio em que Ele me vai ajudar. Porque Deus quer que eu seja muito feliz».

De uma maneira geral, em Portugal não estamos muito atentos à mensagem da Igreja. Não temos tempo. Depois, Portugal está longe de Roma e a língua é diferente. Acresce que já sabemos tudo, ou julgamos que sabemos (o que vai dar ao mesmo). Por outro lado, habituámo-nos a um tal frenesim de novidades que ficamos sem disponibilidade para repensar a vida. Para a Igreja chegar ao cabeçalho da página, é preciso que um padre abuse de uma criança ou haja uma troca de insultos de proporções graves, documentada com fotografias. Abaixo desse clímax emocional, tudo é desinteressante e banalidade.

Entretanto, lá longe, centenas de jovens de todos os países da África, talvez porque já viram cadáveres a escorrer sangue, chegaram à conclusão de que é altura de voltar no sacramento da Confissão.

Que o Papa fale nisso, não seria a primeira vez. Que de uma multidão de jovens saia esta conclusão... algo está mesmo a mudar à nossa frente.

José Maria C.S. André
Correio dos Açores, Verdadeiro Olhar, ABC Portuguese Canadian Newspaper, Spe Deus
30-VIII-2015

«O seu coração está longe de Mim»

São Maximiliano Kolbe (1894-1941), franciscano, mártir
Escritos espirituais inéditos

A vida interior é primordial. A vida activa é uma consequência da vida interior, e só tem valor se dela depender. Queremos fazer tudo o melhor possível, com perfeição. Mas, se o que fazemos não estiver ligado à vida interior, de nada serve. O valor da nossa vida e da nossa atividade releva por completo da vida interior, da vida de amor a Deus e à Virgem Maria, a Imaculada; não de teorias e doçuras, mas da prática de um amor que consiste na união da nossa vontade com a vontade da Imaculada.

Antes de tudo e sobretudo, devemos aprofundar esta vida interior. Tratando-se de uma vida espiritual, é necessário accionar os meios sobrenaturais. A oração, a oração e apenas a oração é necessária para manter e fazer desabrochar a vida interior; o recolhimento interior é imprescindível.

Não nos preocupemos com coisas desnecessárias, antes procuremos, em paz e com suavidade, manter o recolhimento de espírito e estar preparados para a graça de Deus. É isso que o silêncio nos ajuda a conseguir.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)